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Acaba o júri da Kiss e réus são condenados

Com o início da leitura da sentença às 17h45 de sexta-feira, o juíz Orlando Faccini Neto proferiu a decisão final. Faccini optou por não fazer a leitura de todo o texto, mas apenas os pontos que

Seminário da UFN discute o método Start de classificação

O processo de triagem foi o tema da última palestra do enfermeiro Felipe Cargnelutti Fontoura e do médico Ricardo Daltrozo de Freitas, nesta sexta-feira, 09, no I Seminário do Programa de Residência em Enfermagem na Urgência/Trauma:

Juiz Faccini proferiu a sentença, finalizando os 11 dias de júri. Imagem: TJRS

Com o início da leitura da sentença às 17h45 de sexta-feira, o juíz Orlando Faccini Neto proferiu a decisão final. Faccini optou por não fazer a leitura de todo o texto, mas apenas os pontos que julgou mais importantes. Ficou assim definido:

Elissandro Callegaro Spohr

Promotor David Medina da Silva, que atuou no caso, com Kelen Leite Ferreira, sobrevivente que prestou depoimento no júri. Imagem: Neli Mombelli

Pena base: 15 anos
Pena final: 22 anos e 6meses

Mauro Londero Hoffmann
Pena base: 13 anos
Pena final: 19 anos e 6meses

Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão
Pena base: 12 anos
Pena final: 18 anos

O juiz decretou a prisão dos quatro réus, mas em razão de habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do RS a Elisandro Spohr, o Kiko, foi suspensa a prisão imediata de todos. Agora, a decisão será analisada por um colegiado.

    Nesta quinta-feira (27), completam 100 meses do incêndio da Boate Kiss. A tragédia causou a morte de 242 pessoas e feriu outras 630, em 27 de janeiro de 2013, em uma boate na cidade de Santa Maria. Por volta do meio-dia, um balão branco para cada vítima foi solto em frente ao local, e familiares lançaram a campanha “100 meses de impunidade”. 

  A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) em parceria com o Coletivo Kiss: Que não se repita, transmitiram a homenagem ao vivo nas redes sociais, e destacaram que a ação respeitou as normas de saneamento e de distanciamento, apresentando apenas um número restrito de participantes a fim de evitar aglomerações. Além disso, a comissão organizadora distribuiu máscaras e disponibilizaram álcool gel para os voluntários. 

  A programação segue até o dia 1º de dezembro, data do júri dos quatro réus – os sócios da Boate Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira – pela tragédia, em Porto Alegre. Durante o ano, serão realizadas diversas intervenções, bate-papos ao vivo com mães, pais, sobreviventes da tragédia e técnicos que irão analisar todos os aspectos envolvendo o incêndio. 

  A Associação também declarou o lançamento de um documentário, no segundo semestre do ano, que reconta a história da maior tragédia do Rio Grande do Sul. A programação é divulgada nas redes sociais da AVTSM.

  “Justiça não é vingança. Ela age sob o princípio da humanidade: respeita os valores fundamentais do ser humano e dá ao culpado o julgamento que ele merece de acordo com a lei”, declara Gabrielle Righi, assessora de comunicação e irmã de Andrielle Righi, vítima da tragédia. “É um direito, uma forma de evitar que outras tragédias se repitam, enquanto a vingança quer apenas que o outro sofra em proporção igual ou maior. A busca por vingança deslegitima a nossa luta. A busca por justiça fortalece e torna nobre a nossa causa. Ela irá contemplar os jovens que morreram e, principalmente, aqueles que ficaram. Até quando iremos esperar? Justiça tardia é injustiça qualificada”, acrescenta a jovem. 

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 Palestrantes discutem o método Start de classificação de vítimas.Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

O processo de triagem foi o tema da última palestra do enfermeiro Felipe Cargnelutti Fontoura e do médico Ricardo Daltrozo de Freitas, nesta sexta-feira, 09, no I Seminário do Programa de Residência em Enfermagem na Urgência/Trauma: Aplicabilidade clínica.  Os palestrantes falaram sobre o Método Start, conhecido como Simple  Triage And Rapid Treatament. O Start é um processo de triagem objetiva  para organizar atendimentos de emergências envolvendo múltiplas vitimas, estabelecendo assim o atendimento e a remoção das vitimas.

As vítimas, pelo método Start, são classificadas pelo seu estado de gravidade e cada categoria utiliza uma cor para facilitar  a identificação no momento de evacuação e transporte de cena.

As classificações são: vermelha / imediata: vítimas com ferimentos graves, porém com chance de sobrevida;amarela/ pode aguardar: vítimas com ferimentos moderados; verde/leve: vítimas com ferimentos mínimos, que podem deambular e ajudar outras vítimas mais debilitadas; preta /expectante: vítimas que não respondem a procedimentos simples, como abertura de vias aéreas e com ferimentos críticos que indicam morte iminente.

Os palestrantes utilizaram como exemplo o caso da Boate Kiss, onde os processos do método Start foram utilizados no momento do resgate das vitimas. Freitas explicou que na noite do incidente as triagens foram feitas dentro do hospital, pois a movimentação estava muito grande. Muitas vitimas que recebiam a cor verde, passaram para amarela, a mudança foi ocasionada pela intoxicação dos gases químicos ingeridos no incêndio. “Foram momentos difíceis, pessoas chegavam com ambulâncias,  de carro, táxi e logo já entravam no hospital desmaiando ou desacordadas. Foi uma noite muito complicada.”, relata o médico que fez os atendimentos no Hospital de Caridade.

Além do exemplo da Boate Kiss, foram mostrados outros tipos de acidentes, como colisão de ônibus, carros e desabamentos.  Os palestrantes procuraram mostrar aos alunos que o mais importante da profissão é o trabalho coletivo.