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Santa Maria, RS, Brazil

Reportagem

O mundo em duas rodas: moto clubes de Santa Maria 

No Brasil, existem aproximadamente 4 mil moto clubes. Em Santa Maria e região essa cultura é muito presente, existem diversos moto clubes, com suas próprias ideologias, regras e costumes.   

Inteligência Artificial: abraçar ou temer o futuro?

A eficiência e praticidade da computação e da internet na sociedade contemporânea é indiscutível. Além da globalização e democratização da informação, estas tecnologias também nos influenciam no campo da criação.

Santa Maria em estado de calamidade pública

O Rio Grande do Sul teve a maior enchente da história. Cidades ficaram inundadas, houve alagamentos, deslizamentos e mortes. Na região central, nove pessoas perderam a vida devido às enchentes. Até agora foram 85 vítimas em

Jaquetas de couro, motocicletas Harley Davidson, uma atitude rebelde e uma paixão pelo rock ‘n’ roll. Essas características são frequentemente associadas aos moto clubes. No entanto, será que esses estereótipos capturam a verdadeira essência dessas comunidades? No Brasil, existem aproximadamente 4 mil moto clubes. Em Santa Maria e região essa cultura é muito presente, existem diversos moto clubes, com suas próprias ideologias, regras e costumes.   

Do hobby à fundação do Motoclube Oigaletêporquera!

Rafael Porto, Luan Hollas, Cris e Osório Quevedo, membros do oigaletêporquera! presentes do encontro do clube
Membros do moto clube Oigaletêporquera! Foto: Rubens Miola Filho.

“Começou de brincadeira, quando eu era moleque”, revela Osório Quevedo, 36 anos, fundador do moto clube Oigaletêporquera!. “Eu desenhava brasões, nada parecido com o que temos hoje, mas a ideia já estava lá. Sempre estive próximo de motos, minha família sempre teve, pais, tios, todo mundo tinha. No meio dessa cultura de moto, acabei pegando gosto pela coisa”. Junto de dois amigos, Quevedo criou um brasão no computador: “Criei usando o Paint ainda no Windows XP. Fui o primeiro presidente. No começo foi por idade, por eu ser o mais velho, comecei como presidente”, revelou. 

O clube progrediu e evoluiu ao longo do tempo, chegando a incluir as parceiras de alguns membros. No entanto, de acordo com o fundador, essa tentativa não foi bem-sucedida na época. Isso resultou na dissolução de metade do grupo, o que exigiu uma reestruturação completa, com a criação de novas regras e a construção de bases sólidas, tudo isso visando o futuro do MC.

Prospects: o caminho para entrar em um moto clube 

Osório Quevedo, fundador do Oigaletêporquera!
Osório Quevedo, fundador do Oigaletêporquera! Foto: Rubens Miola Filho.

Antes de ser aceito em qualquer moto clube, os candidatos devem passar por um período de avaliação que, geralmente, varia de seis meses a um ano, embora essa duração possa variar de um moto clube para outro. Durante esse período, os aspirantes a membros são conhecidos como ‘Prospects,’ uma abreviação de ‘Pretendente a Participante’ ou ‘Pouca Prática’. É nesse estágio que o moto clube avalia se o indivíduo possui o perfil e o comprometimento necessários para se tornar um membro efetivo.Para se tornar um membro do Oigaletêporquera!, o candidato deve, inicialmente, possuir uma CNH e uma moto de qualquer cilindrada, além de participar dos encontros promovidos pelo clube, permitindo que os membros conheçam melhor o perfil do interessado. “Participa do rolê. Vamos ver como é que ele se comporta. Vamos ver como se comporta bêbado também, pois se tu briga, tchau pra ti. Então, ele fica ao menos um ano em avaliação, e após isso, é votado se entra ou não. Essa decisão tem que ser unânime; caso alguém vote contra, ele permanece mais um tempo sob avaliação até mudar o comportamento que o impediu de entrar”,  explica Quevedo. 

Sob nova direção

Dentro do mundo do moto clube é muito comum a divergência de ideias, ora positiva, ora conturbada. Em um ambiente em que a hierarquia comanda a maioria das decisões, às vezes é melhor dar dois passos para trás e seguir com a amizade do que acabar em um clube de um homem só. É o que explica o vice-presidente do moto clube, Rafael Porto, sobre as novas mudanças dentro do MC: “o antigo presidente estava fazendo coisas que estavam desagradando os membros do clube e  nós estávamos sendo mal vistos por outros moto clubes da cidade. Então ocorreu uma “treta” interna onde o antigo vice-presidente saiu do clube e nós fomos atrás da cabeça do presidente.” Rafael explica que como resultado disso, o presidente daquela época foi destituído do cargo e temporariamente impedido de usar o colete. Como consequência, os membros do clube elegeram novos líderes, com Luan Hollas assumindo a presidência (03 na hierarquia) e Rafael ocupando a posição de vice-presidente (07 na hierarquia).

Colete do moto clube. Segundo Quevedo, a logo foi feita no computador usando o programa paint. Após passar por ajustes este é o estado atual do símbolo do clube.
 Apenas os membros que tem colete fechado
Foto: Rubens Miola Filho.

Na antiga gestão a hierarquia era decidida por antiguidade. Então os membros mais antigos eram os que ocupavam os cargos mais altos no clube. “Não havia cargos. Os membros eram apresentados como 01, 02, 03 e assim por diante” relata o atual vice-presidente.

A nova liderança implementou um conjunto de novas regras enquanto preservava as eficazes, resultando em uma maior coesão interna e uma relação mais harmoniosa com outros grupos da cidade. O vice-presidente afirma que as regras detalhadas são compartilhadas apenas com aqueles interessados em se juntar ao clube, mas adianta que a essência é simples: “É simples. É só saber conviver em sociedade”. 

Desejo de viajar

Liberdade e irmandade são os dois principais aspectos de um moto clube. Inspirado nisso, Douglas Petry de Andrade fundou, em 2010, o moto clube Wanderlust Society. “O brasão do clube é composto por uma caveira, que significa igualdade, e asas, que representam liberdade. O nome é relacionado ao sentimento de inquietude, o desejo de viajar. Isso que significa “Wanderlust”, alguém que tenha vontade de rodar, de sentir a liberdade da estrada.”, revela Petry. Isso não quer dizer que o membro do moto clube não tem obrigações. Petry também explica a dificuldade de entrar e a responsabilidade de estar no Wanderlust Society: “Para entrar, tu tem que ser notado, convocado por nós. Deve seguir um perfil. Esse perfil não é específico, é mais implícito, como um sentimento que temos. Quanto mais alguém é pressionado, mais essa pessoa mostra quem é de verdade”.

Douglas Petry de Andrade é presidente e fundador do Moto Clube, Wanderlust Society.
Também é mecânico de motos e possui uma oficina especializada na marca Harley Davidson.

A palavra Wanderlust não possui tradução literal para o português. É composta pelas palavras Wander (vagar, viajar) e Lust (desejo, luxúria). O significado, portanto, é “desejo de viajar”, algo que Petry define como “a inquietação, a necessidade de rodar”. Rodar é a definição dos motoristas para suas viagens, seja qual for a distância delas. 

A sede do moto clube em questão funciona também como bar. Petry esclarece que o local é território neutro entre todos os moto clubes: “A sede pertence ao moto clube, fazemos sede aberta duas vezes por semana para divulgar a cena, a cultura biker. O pessoal vem aqui, toma um chopp, come uma carne, e convive com esse meio, tanto pela parceria quanto pra divulgar a cultura. Até mesmo para quebrar alguns paradigmas. Existe de tudo dentro dessa cultura”. 

Moto clube x Moto grupo

Símbolo do Wanderlust Society.
Foto: Rubens Miola Filho.

Apesar da semelhança dos nomes, os dois não são a mesma  coisa. O Moto Clube possui uma organização formal registrada legalmente, com estatutos, regras e procedimentos. Possui uma hierarquia clara com líderes e cargos definidos, como presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro. A adesão a um moto clube implica um compromisso mais profundo e duradouro, com membros esperados para cumprir obrigações e participar de atividades regulares do clube. Ao passo que um Motogrupo é menos formal, com uma estrutura flexível e menos hierarquizada, envolvendo um compromisso menor, permitindo que os membros escolham quando e como participar das atividades. O foco principal é em passeios de moto, eventos sociais e amizade. “Os dois são sérios, mas tem diferença. Por exemplo, tu anda de moto e a tua esposa tá sempre contigo, ela ganha um colete. Mesmo sem saber dirigir. Eu acho isso estranho. Pra mim só tem colete quem pilota “, afirma Quevedo. 

Importância do Moto Clube para a vida

Sede do Wanderlust Society. As iniciais na parede indicam o nome do clube.
Foto: Rubens Miola Filho.

David Alexandrino tinha um pé atrás com moto clubes, mas quando entrou em contato com o Wanderlust Society, sua perspectiva mudou: “A sensação é de total orgulho. O cara se sente abraçado por um grupo, com valores como lealdade e caráter. Antes eu achei que seria algo que fosse implantar dogmas, me fazer seguir um padrão, mas é algo que me deixa completamente liberto para ser como sou. Me sinto parte de uma unidade, não é algo que me priva de nada”. David irá se despedir de Santa Maria por tempo indeterminado, e onde quer que esteja, levará consigo o Wanderlust.

Para Quevedo, a importância de ser membro de um moto clube reside na sensação de união e pertencimento, algo que ele não experimentou ao longo de toda a sua vida e somente encontrou dentro do MC.“Faço parte de um role. Eu sou importante ali, sou alguém. Fora dali eu não sou bosta nenhuma, ali eu sou alguém,” relata

 Porto afirma que a importância do MC só fica atrás da família e do trabalho. Ele descreve a sensação de andar de moto como uma fonte de grande alegria e fraternidade, algo que ele jamais trocaria por um carro.“Se eu  tô de moto, eu tô de colete. No dia a dia, indo e voltando do trabalho, ninguém é obrigado a usá-lo, mas eu o visto porque, se estou na moto sem ele, sinto-me como se estivesse pelado”,  afirma em tom descontraído. 

Moto clubes 1%

     Infelizmente, crime e violência nos moto clubes não são apenas coisas de filme. Embora grande parte não possua esses laços, existem aqueles que desafiam a lei como parte de sua manifestação de si. Esses moto clubes são conhecidos pela nomenclatura “1%” que tem origem nos Estados Unidos. Em 1947, após um encontro de motociclistas que foi mal visto pela sociedade da época, a American Motorcyclist Association (AMA) declarou que “99% dos motoclubes são bons, decentes e respeitam a lei”. O 1% passou a ser usado para descrever moto clubes “fora-da-lei”. 

Os 1% tem regras muito estritas quanto a saída de membros. Muitos não permitem a saída ou não permitem que o indivíduo volte a ingressar em outros clubes.
Foto: Ian Lopes

De acordo com o artigo One Percent bikers clubs: A description de Tom Baker, publicado em 2005: “[…]As pesquisas do 1% são limitadas […] O mundo dos clubes 1% é secreto e perigoso”. Também por essa razão, nenhuma fonte desses moto clubes aceitou participar desta reportagem. No entanto, é um erro demonizar estes clubes, que também compartilham dos ideais de lealdade e liberdade. Muitos deles realizam ações beneficentes e são importantes agentes do bem estar social do meio onde estão inseridos. A denominação adicional apenas eleva o grau de seriedade do pacto formado com o Clube. 

Ouça aqui o Podcast Pauta Fria sobre os grupos 1%, com a narração de Miguel Cardoso.

Além de duas rodas e um colete

De fora da lei até  uma irmandade que compartilha o amor pelo motociclismo, os moto clubes só crescem no Brasil, isso faz com que os integrantes reflitam sobre o futuro. “Cara, eu não tinha a dimensão que isso ia tomar. Hoje, eu me considero muito mais diplomata. Um moto clube não é só tu, então tu tem que fazer com que as pessoas se inspirem naquilo e queiram fazer parte “, afirma Petry. Enquanto uns buscam diplomacia para alcançar o equilíbrio pessoal e para manter ambiente harmonioso, outros buscam a ampliação do MC e planejam finalmente ter uma sede própria. “Não é algo que vamos fazer de imediato, por enquanto usamos espaços emprestados para fazer nossos encontros, mas é algo que estamos nos planejando para fazer em breve” afirma Porto. 

Fechamento de colete de David Alexandrino no Wanderlust Society.
Foto: Rubens Miola Filho.

Em suma, motociclismo é o fio implícito que une aqueles que compartilham do mesmo desejo de liberdade. Douglas Petry define como: “Tu abrigar alguém que tu nem conhece, mas tu sabe que pode confiar. Também é o pertencer ao mundo, viajar de carro é assistir a paisagem e o ambiente, mas de moto tu faz parte desse ambiente, seja chuva, sol, neve. Tu faz parte desse mundo. Um componente que conecta com isso”. Partilhar desse apoio e constituir o mundo que o cerca é o que almeja o motociclista. Por essa razão. muitas pessoas de fora podem entender de forma equivocada o que se passa dentro do mundo de colete e duas rodas, é algo distante da pressa do mundo em que vivemos.

Aqui estão algumas imagens adicionais de ambos os clubes para você conferir.

Reportagem produzida por Rubens Miola Filho e Ian Lopes na disciplina de Narrativa Multimídia do curso de Jornalismo, no 2º semestre de 2023, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.

Podcast gravados na disciplina de Jornalismo em Mídia Sonora, pelo acadêmico Miguel Cardoso, sob supervisão da professora Sione Gomes.

Relatos de avistamento de ovnis e abduções são contados ao redor do mundo há anos, inspirando filmes, documentários, obras literárias, animações, entre outras, sempre deixando muitas pessoas interessadas pelo tema. Entre alguns dos entusiastas ávidos pelo assunto encontram-se os ufólogos, que estudam os fenômenos relacionados a todos estes aspectos e muitos outros. 

Placas que simbolizam objetos voadores não identificados podem ser encontradas sinalizando lugares conhecidos pelo turismo ufológico. Foto: E.T Caçapavano

Estes estudiosos apaixonados pelo céu não tem uma formação específica. Para eles serem reconhecidos pela comunidade ufológica é necessário ter uma formação escolar e letramento mínimos, visão holística, vasto conhecimento literário sobre o tema e de outras ciências. Também é comum que os pesquisadores tenham conhecimentos sobre matemática, ótica, aerodinâmica, engenharia, física, química, entre outras. Há uma necessidade de momentos de estudo e de dedicação onde existe uma demanda de participação em congressos, palestras, viagens e investigações.

Ao longo dos séculos, os relatos e histórias são muitas, mas alguns dos mais relevantes ocorreram no final do século XIX e início do XX onde a questão da vida extraterrestre já era apresentada em livros. O astrônomo Percival Lowell foi um dos escritores que  descreveu em suas obras uma hipotética civilização marciana avançada: ‘Mars’ (1895) e ‘Mars and Its Canals’ (1906). Já a publicação ‘A Guerra dos Mundos’ de H. G. Wells trata sobre uma invasão marciana ao nosso planeta. Os  jornais, revistas em quadrinhos e programas de rádio também já trataram sobre o assunto, como a transmissão realizada em 1938 nos Estados Unidos dramatizando o livro ‘A Guerra dos Mundos’, que gerou pânico ao ser confundida pelos ouvintes com um ataque real de alienígenas marcianos e filmes do seriado Flash Gordon (1936) com extraterrestres do planeta Mongo.

Galeria de fotos com notícias e partes da encenação de ‘A Guerra dos Mundos’. Fotos: Arquivo digital

No Brasil, os primeiros exemplares de ficção científica que tratam esta temática foram ‘O Doutor Benignus’ (1875) de Augusto Emílio Zaluar, ‘A Liga dos Planetas’ (1923) de Albino José F. Coutinho e ‘O Outro Mundo’ (1934) de Epaminondas Martins. Porém, os extraterrestres de Orson Welles não foram noticiados apenas nos jornais americanos, aparecendo também nos noticiários do Rio de Janeiro informando sobre o pânico provocado pela transmissão de A Guerra dos Mundos. O Diário da Noite, em sua primeira página de 6 de dezembro de 1938, noticiou ‘Susto Incrível Por Todo o País’. O Correio da Manhã publicou em sua terceira página: ‘A Guerra dos Mundos – Momentos de Pavor…’. Em São Paulo, a Folha da Manhã publicou: ‘Intenso pânico provocado nos Estados Unidos pela irradiação de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells’.

O ufólogo Fred Morsch é autor, produtor, apresentador e pesquisador. Ele afirma que o tema já é pesquisado no Brasil. Segundo registros do Arquivo Nacional o país teve ao menos 743 casos de avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados (Óvnis) entre 1952 e 2016. Morsch comenta que uma das principais iniciativas do turismo ufológico são os congressos e seminários. “É onde os pesquisadores vão expor seus trabalhos”, conta ele. Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Piauí e Rio Grande do Sul são estados reconhecidos pelo turismo ufológico. Para o pesquisador, esses lugares se tornam turísticos por conta de fenômenos inexplicáveis. “Principalmente os fenômenos aéreos que são  atípicos e não explicados pela ciência. Hoje há várias iniciativas no país, onde são organizados congressos, em que fazemos vigílias, para ver se conseguimos observar alguma coisa e também trocar informações e conhecimento”, explica.

O ufólogo pensa que o estudo das vidas extraterrestres não é recebido pelo público da forma esperada pelos entusiastas, tanto no país quanto fora. Para ele, a recepção e busca sobre o tema pode variar de acordo com as culturas. “Algumas pessoas são mais céticas, outras acreditam mais, acredito que hoje elas estão aceitando mais e começando a tentar entender que não estamos sozinhos no universo”, comenta. O estudioso considera que o tema está crescendo positivamente e sendo mais respeitado.

As forças armadas brasileiras, ao longo dos anos, confirmaram alguns incidentes relacionados a objetos voadores não identificados. Em 24 de outubro de 1954, entre 13h e 16h, corpos estranhos foram avistados sobre a Base Aérea de Porto Alegre. O episódio foi noticiado pela imprensa gaúcha e também na capital federal, na época, a cidade do Rio de Janeiro. O chefe do Estado Maior da Aeronáutica (EMAER), brigadeiro Gervásio Duncan de Lima Rodrigues, autorizou o comandante da Base a realizar as investigações necessárias, mantendo o Estado Maior informado de tudo. Cinco relatórios apresentados por brigadeiro Gervásio à imprensa, de um total de 16, contém depoimentos do pessoal da Base sobre a movimentação de um objeto arredondado de cor prateada fosca a grande altitude, com um dos depoimentos citando dois objetos.

Já o Estado Maior da Marinha expõe o caso ocorrido na Ilha da Trindade em 1958, este que é um dos mais famosos casos da ufologia brasileira, o chamado ‘Caso da Ilha da Trindade’. O acontecimento está registrado em uma série de quatro fotografias tiradas a bordo do navio da marinha Almirante Saldanha, ancorado na Ilha da Trindade, em 16 de janeiro pelo fotógrafo Almiro Baraúna. As fotografias foram publicadas pela revista ‘O Cruzeiro’, causando grande polêmica. Documentos oficiais confirmam a investigação, mas o relatório final da Marinha acabou chegando extraoficialmente aos EUA em 1964. O relatório não autenticou as fotografias, limitou-se a concluir que não haveria indícios de fraude, mas não descartou a possibilidade de uma montagem. Amigos e familiares do fotógrafo afirmam ter ouvido do mesmo que ele havia produzido as montagens em seu laboratório caseiro, assim que retornou da viagem à Ilha da Trindade.

O caso de Varginha é um dos mais famosos relatos no território nacional. O evento trata-se da suposta captura de criaturas extraterrestres na cidade mineira de Varginha, ocorrido em 20 de janeiro de 1996. Durante o dia do acontecido, três meninas avistaram uma criatura agachada junto a um muro. Além disso, há também descrições de duas capturas realizadas por bombeiros e por policiais militares, e boatos sobre uma criatura vista no zoológico. Um Inquérito foi aberto pela Polícia Militar (IPM), sobre alegações contidas no livro Incidente em Varginha, de autoria de Vitório Pacaccini e Maxs Portes. O encarregado do IPM, tenente-coronel Lúcio Carlos Finholdt Pereira, concluiu que o livro continha pesquisas pseudocientíficas e descrições de caráter sensacionalista, baseadas em provas testemunhais de validade duvidosa e que, apesar da ingenuidade, não existiu prática de crime. A conclusão do inquérito foi realizada pela juíza militar Telma Queiroz que declarou, no ano de 1997, que o ET de Varginha nunca existiu.

Já Morsch acredita que a presença de extraterrestres já é realidade em nossas vidas há um tempo. “Com o avanço da tecnologia, estamos descobrindo novos planetas a cada dia. São planetas que são parecidos com o nosso e que poderiam cultivar a vida tal qual aqui”, comenta Morsch. Ele acredita que a discussão do tema é importante e pode mudar a mentalidade das pessoas. “Os ufólogos trabalham com a perspectiva de que há algo acontecendo que é inexplicável. É muito legal as pessoas estarem se interessando por essa temática. Acredito que isso também vai para outras linhas de pensamento, acredito que as áreas do espiritismo, da paranormalidade e da ufologia podem estar interligadas”, explica. Para ele, o interesse pela temática está se transformando e ficando cada vez mais presente em nossas vidas.

O ufólogo Morsch vem realizando trabalhos e eventos na região central do Rio Grande do Sul, ouça um pouco do que ele acha sobre o que vem sendo realizado lá:

O centro do Rio Grande do Sul tem se mostrado interessado nestes mistérios do universo. O cosmos e como ele se apresenta tem gerado curiosidade há muitos anos em moradores da região. O destaque vai principalmente para os ufólogos de Itaara e Caçapava do Sul. Elver Teixeira, professor, geólogo e ufólogo na região de Caçapava do Sul, criou o turismo ufológico na região e é apaixonado pelos aspectos naturais de sua cidade desde a infância. O professor faz parte do Conselho de Turismo de Caçapava do Sul desde 2014, quando foi criado. Sua ligação com a natureza topográfica o levou a se formar em geologia em 1982 pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). 

O idealizador do turismo ufológico hoje atua como palestrante sobre o assunto em escolas da região. “Sou convidado para falar com crianças e pré-adolescentes. Para mim, as crianças são uma faixa etária especial, devemos cuidar das informações que são passadas para elas. Quem dá palestra para elas tem que estar preparado, porque irão fazer perguntas muito profundas e temos que saber responder sem dar informações incorretas”, relata o professor. 

O geólogo ainda aponta o aumento de interesse das pessoas nos extraterrestres. Ele conta como criou o artesanato ufológico na região, produzindo peças com dimensões baseadas em relatos que ele coleta de testemunhas de fenômenos ufológicos. Além das pesquisas e do artesanato utilizado como fonte de renda das famílias, o professor também destaca que a ufologia está ligada com a espiritualidade do ser humano, assim como crê o geólogo Fred Morsch, e ainda se questiona: “De onde viemos? Para onde vamos?”.

Por conta da divulgação do professor Elver Teixeira, atualmente, aqueles que viajam em direção a Caçapava do Sul podem avistar placas que sinalizam o turismo ufológico no local. Estas foram posicionadas nas três entradas da cidade pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). 

Galeria de fotos com produtos vendidos na cidade com a temática. Fotos: Vitória Oliveira.

Por conta da divulgação do professor Elver Teixeira, atualmente, aqueles que viajam em direção a Caçapava do Sul podem avistar placas que sinalizam o turismo ufológico no local. Estas foram posicionadas nas três entradas da cidade pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

As placas estão localizadas nas vias de acesso a cidade, na vinda de Santa Maria, São Gabriel e Lavras do Sul. Foto: E.T Caçapavano

Já o ET Caçapavano, como prefere ser chamado, começou há dois anos seu empreendimento nas redes sociais, espalhando os conhecimentos de um encantado pela Ufologia. Ele criou sua página no Instagram com o intuito despretensioso de mostrar suas aventuras de kombi e acabou alcançando números que o surpreenderam, atualmente mais de 5 mil seguidores. “Foi um assunto que sempre me despertou a curiosidade, mas eu nunca me aprofundei. Em 2019 eu vi uma luz estranha no céu. Eu nunca deixei de acreditar nessas coisas. A partir da criação do personagem do ET, eu acabei me aprofundando mais no pesquisar, na questão ufológica, principalmente aqui em Caçapava”, ressalta ele. 

O jovem é conhecido em Caçapava do Sul como E.T Caçapavano desde 2019. Foto: Vitória Oliveira.

Para o jovem de 23 anos, o uso da máscara o auxiliava na sua vergonha, além de proporcionar maior visibilidade para o turismo ufológico. A partir daí o personagem explica que “a questão ufológica na cidade estava parada. Minha ideia é tentar promover alguns eventos na cidade, aproveitando o calendário astronômico. Quando há algum fenômeno astronômico a gente faz algo nesta data. Agora até mesmo os artesãos do município estão criando muitos produtos de ETs e Ovnis”.

Sobre o reconhecimento após ter começado a entrar no personagem do ET caçapavano, ele comenta que: “Uma das coisas que aconteceu que eu achei que não ia acontecer é que as crianças não iam gostar do ET, porque a fantasia tem uma aparência assustadora, mas no fim elas são as que mais gostam, apenas algumas choram”. Inclusive ele comenta que está idealizando um livro de colorir indicado pras crianças, onde cada página vai ser um ponto turístico com seus elementos típicos da cidade. 

O ET ainda comenta sobre as gravações feitas por Morsh para seu programa do History Channel ‘De carona com os ovnis’, em 2018.  As gravações foram realizadas nas Minas do Camaquã, situado no 3º distrito de Caçapava do Sul, a 68 quilômetros da sede do município, lugar onde há o maior número de avistamentos de objetos não identificados da cidade, que conta com cerca de 450 habitantes fixos. “Os episódios tiveram uma repercussão de nível mundial. Caçapava com esse documentário ganhou maior relevância e agora bimestralmente fazemos eventos, vigílias noturnas e palestras trazendo grandes nomes da ufologia no Brasil”, afirma ele.

O turismo ufológico também é forte na região de Itaara, no Rio Grande Sul. Durante a produção da reportagem entramos em contato com o responsável pelo Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência Victor Mostajo, porém não obtivemos resposta.

Confira abaixo a enquete que realizamos com Universitários sobre a existência de óvnis e extraterrestres:


Para saber mais, confira os episódios sobre o assunto no podcast Pauta Fria:

Reportagem produzida por Luiza Silveira e Vitória Oliveira na disciplina de Narrativa Multimídia do curso de Jornalismo, no 2º semestre de 2023, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.

Podcasts gravados na disciplina de Jornalismo em Mídia Sonora, sob supervisão da professora Sione Gomes. 1º podcast do acadêmico Guilherme Cassão, 2º podcast de Nelson Bofill.

Durante o início da década de 40, período da Segunda Guerra Mundial, o pai da Computação, Alan Turing, mudou a história. Ao criar uma máquina capaz de decodificar as mensagens do exército alemão, o matemático foi capaz de diminuir a duração da guerra em cerca de dois anos, segundo alguns historiadores. Entretanto, nem mesmo Turing era capaz de imaginar a evolução que sucederia sua criação. Ele é considerado um dos principais responsáveis pela criação dos computadores.

A eficiência e praticidade da computação e da internet na sociedade contemporânea é indiscutível. Além da globalização e democratização da informação, estas tecnologias também nos influenciam no campo da criação. Naturalmente, estas ferramentas não trazem apenas benefícios. É muito comum hoje o incômodo que resulta do atendimento ao cliente adotado por diversas empresas que contam com esta ferramenta.

Imagem gerada pela inteligência artificial DreamLike com o tema “relação da humanidade com a inteligência artificial”

Ainda que estejamos vivendo o início da popularização da inteligência artificial (IA), já se tornou uma preocupação o seu uso na elaboração de trabalhos acadêmicos. Outro assunto muito debatido em relação à tecnologia é o seu aspecto legal e ético. Ainda que estejam sendo criados projetos de leis, tal como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de 2018, a legislação brasileira ainda não tem muita abrangência em relação a crimes virtuais. Neste contexto, existem muitos conteúdos produzidos hoje em dia que trazem debates sobre a sua questão moral. Em uma procura em plataformas de vídeo da internet, é fácil encontrar figuras famosas dando voz a canções que nunca interpretaram, ou vivendo situações que não são reais. Isso é resultado de criações da inteligência artificial.

 Recentemente, houve uma polêmica envolvendo uma propaganda que trazia a cantora Elis Regina, falecida em 1982, em um dueto com sua filha, Maria Rita. Ainda que muitas pessoas tenham apreciado e até mesmo se emocionado com esta produção, outras consideraram ofensivo “reviver” a artista. Um processo contra a empresa responsável pela ação foi aberto, sendo, posteriormente, arquivado. Esse futuro da inteligência artificial em todos os campos da sociedade é um dos maiores temores que vivemos atualmente.

Um dos motivos que justificam essa popularização da inteligência artificial é a praticidade que os aparelhos eletrônicos nos proporcionam. Hoje em dia, é raro encontrar pessoas que não possuam um telefone celular ou algum meio de se conectar à internet. O gráfico abaixo, criado durante a pesquisa do site Cetic.br, nos mostra como o aumento do consumo de aparelhos está relacionado com o consumo destas ferramentas.

A pesquisa do site Cetic.br mostrou que o uso de telefones celulares vem aumentando, o que ajuda a popularizar as novas tecnologias

Qual o futuro da evolução?

Entre os principais receios que envolvem o tema, estão o de que as pessoas se tornem muito dependentes desta nova tecnologia e que a inteligência artificial subjugue a humanidade. Ainda que alguns temores sejam infundados, outros podem e devem ser debatidos para que a sociedade abrace esta nova ferramenta que, querendo ou não, fará parte do futuro tanto pessoal quanto profissional do homem, afinal, como indagou o filósofo francês, Paul Valéry, “pode a mente humana dominar o que a mente humana criou?”.

Com o intuito de desmistificar estes possíveis cenários que preocupam a população, foi necessário recorrer a umas das principais fontes sobre inteligência artificial, a própria inteligência artificial. Um dos principais programas usados para gerar textos atualmente é o ChatGPT. Quando questionado sobre a validade de uma possível revolução tecnológica entre as máquinas e os humanos, ele ressaltou que, “embora seja válido considerar os riscos associados à IA, é importante não cair em um pânico profundo. A preocupação com a escravidão da humanidade pela IA está mais relacionada a cenários distópicos de ficção científica do que à realidade atual da tecnologia”.

Imagem gerada pela inteligência artificial NightCafe Creator com o tema “Humanos e Inteligência Artificial em guerra”

Já o programa Bard comentou que existem alguns argumentos que sustentam a preocupação de que a IA pode se tornar uma ameaça à humanidade. “Os sistemas de IA atuais já são capazes de realizar tarefas que eram consideradas exclusivamente humanas. À medida que continuar se desenvolvendo, é possível que se torne tão poderosa que seja capaz de superar a inteligência humana em todos os aspectos”, comenta. Outro aspecto preocupante é a sua capacidade de criar sistemas que são capazes de aprender e se adaptar de forma independente, estes sistemas podem se tornar tão complexos que é possível que se tornem imprevisíveis e difíceis de controlar.

Passando para uma fonte humana, o gerente de negócios digitais da RBS, Alan Streck, ressalta que as tecnologias e os dispositivos vão mudando em ondas que são normalmente de 10 a 20 anos. “O processo  da transformação tecnológica ainda está no começo, as pessoas passam a consumir conteúdos, notícias e experiências, sentindo de diversas formas. É bem provável que, ao longo desse ciclo, que nos dias atuais passa pela primeira massificação, a Inteligência Artificial se torne mais amigável, mais humana”, comenta. Tratando sobre os malefícios, ele destacou a possibilidade de “gerar vício da tecnologia, ansiedade, timidez, incapacidade de relacionamento social, raiva, entre muitas outras coisas”.

Aplicações da inteligência artificial na atualidade

A inteligência artificial vem tomando proporções acima do esperado, levando em consideração o seu início. A IA já era utilizada em jogos de videogame, fazendo o papel dos bots. EaFC, CSGO, entre outros games já usavam a IA como adversários em partidas offline. Hoje em dia, o seu trabalho nos games quebrou a barreira dos bots, atuando como o jogo completo. Jogador, adversário, gerador de mundos, tudo feito pela ferramenta. HideOut – Hide and Seek é o primeiro e único game produzido e jogado por uma IA. A história da tecnologia com os jogos é antiga, principalmente no desenvolvimento de sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, como reconhecimento de padrões, aprendizado e tomada de decisões. Nos videogames, a inteligência artificial é usada para criar personagens não-jogáveis (NPCs) mais realistas, gerar ambientes e comportamentos dos inimigos de forma processual e melhorar a jogabilidade geral.

Desde os anos 1950, a inteligência artificial tem desempenhado um papel fundamental nos videogames, proporcionando comportamentos inteligentes e reativos, sobretudo em personagens não controlados pelos jogadores.

Imagem gerada pela inteligência artificial leonardo.ai com o tema “Inteligência Artificial ajudando cientista”

Começando com jogos estratégicos baseados em matemática e programas de damas, a IA gradualmente se infiltrou no design de jogos mais elaborados. Nos anos 1970, títulos como Space Invaders e Pac-Man introduziram padrões de IA e movimentações distintas, elevando a experiência de jogo a um novo nível.

À medida que avançamos nas décadas de 1980 e 1990, a IA passou a ser empregada em jogos esportivos para simular estilos de treinamento e gerenciamento, conferindo uma experiência de jogo mais personalizada e envolvente. Tecnologias de IA formais, como máquinas de estados finitos (FSM), foram utilizadas na criação de novos videogames nos anos 1990. Jogos de estratégia em tempo real começaram a incorporar a IA para avaliar as ações dos jogadores e gerar diálogos interativos.

Atualmente, a IA é praticamente ubíqua nos videogames, tornando os personagens mais realistas e os jogos mais envolventes, adaptáveis e responsivos. A evolução da IA possibilitou experiências de jogo mais sofisticadas e personalizadas, criando momentos inesquecíveis e permitindo que os jogadores interajam de maneiras novas e emocionantes com personagens não-jogáveis.

Quando o assunto é Inteligência Artificial, um dos temas mais debatidos é sobre seus benefícios e seus malefícios na sociedade. Para o professor de Jornalismo e Jogos Digitais, Iuri Lammel, dentro da parte boa das IA’s é destacável “o aumento da produtividade em atividades e serviços profissionais que envolvam análise e produção de informações e automatização.” Já nos pontos ruins, o doutorando em Informática na Educação diz que “há o problema da substituição muito rápida de certas atividades profissionais desempenhadas por humanos, mais rápido inclusive que a capacidade do mercado em se adaptar e absorver essas pessoas, aumentando o desemprego em alguns setores e a pressão nos sistemas de assistência social dos países e na economia das famílias.” Lammel ainda ressalta que um grande malefício é a facilidade crescente em produzir e difundir informações falsas na internet.

Conclui-se, portanto, que o futuro da tecnologia depende do próprio homem. Não é possível saber se esta ferramenta será usada para o bem ou para o mal. Como dizia o escritor norte-americano, Isaac Asimov “A ciência acumula conhecimento mais rápido do que a sociedade acumula sabedoria”, portanto, cabe ao tempo nos dizer quão sabiamente será utilizada esta nova tecnologia. Entretanto, uma coisa é certa: ela já faz parte do nosso presente e fará parte do nosso futuro.

Para saber mais, confira os episódios de A Evolução da Tecnologia do podcast Pauta Fria:

Reportagem produzida por Nelson Bofill e Felipe Perosa na disciplina de Narrativa Multimídia, no 2º semestre de 2023, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.

Podcasts gravados na disciplina de Jornalismo em Mídia Sonora, sob supervisão da professora Sione Gomes. 1º podcast da acadêmica Maria Rossato, 2º podcast de Felipe Perosa.

Prestar vestibular sempre mexe não só com as expectativas do vestibulando, mas também com a dos familiares. Claudia Aires Simas, 51 anos, veio de Uruguaiana para acompanhar o filho Eduardo Simas, de 18 anos, na edição de inverno do Vestibular da Universidade Franciscana (UFN):

“Ele vai fazer o vestibular para Ciência de Computação e a expectativa sempre é de apreensão, um pouquinho de ansiedade, né?! Estamos felizes porque ele vai fazer a prova e vai ter a possibilidade de sair de casa”, comenta ela.

Claudia Aires Simas, mãe do vestibulando Eduardo, veio de Uruguaiana para acompanhar o filho.
Imagem: Michélii Silveira/LABFEM

Reynaldo Hoffmann, 47 anos, é pai do Murilo Costa, de 18 anos, que presta vestibular para o curso de Medicina. Ele conta que o filho fez cursinho e que tem estudado muito: “A gente também fica ansioso, mas a gente pede ajuda para Deus, para Nossa Senhora Aparecida, que guie ele, e que ele também faça a parte dele. A gente acredita que na hora certa, tudo vai acontecer.”

Reynaldo Hoffmann crê que, com o esforço e ajuda divina, seu filho Murilo tem condições de ser aprovado no vestibular.
Imagem: Michélii Silveira/LABFEM

Entrar no curso desejado e também concorrido, como o de Medicina, exige dedicação e persistência. Joana Maciel, 18 anos, já prestou vestibular quando ainda estava no ensino médio, para ir treinando. Na UFN, é a primeira vez que ela participa da seleção. A mãe, Liliane Elesbão, 56 anos também veio acompanhar a filha. “Ano passado, ela tentou vaga pelo ENEM, e a gente está na expectativa pelo resultado. Ela está tendo a oportunidade agora em junho, e depois terá em dezembro novamente. Está se preparando, é contínuo, então está tranquilo”, relata Liliane;

Liliane Elesbão, mãe de Joana Maciel, mantém a tranquilidade e esperança para a realização da prova. Imagem: Michélii Silveira/LABFEM

Escolher uma graduação envolve sonhos e a projeção de uma carreira futura, já que boa parte dos vestibulandos são jovens em torno dos 20 anos de idade. Mas há outras histórias de quem busca uma vaga na universidade, como a de Paulo Farias, de 60 anos, natural de Santana de Livramento: “Eu sou bioquímico, sempre trabalhei nessa área, e minha família tem muito a ver com a medicina, já que muitos se formaram médicos, e eu, como já estou com a vida mais estabilizada, estou buscando trilhar o mesmo caminho que eles.”

Paulo Farias busca espaço na Medicina após viver por anos dentro da Bioquímica.
Imagem: Michélii Silveira/LABFEM

O jornalismo é um dos pilares fundamentais da democracia, garantindo a liberdade de expressão e o acesso à informação. Nesse sentido, é fundamental que os jornalistas tenham suas prerrogativas garantidas por lei, para que possam exercer suas atividades com independência e segurança.

O jornalismo é um dos basilares da democracia, garantindo a liberdade de expressão. Imagem: Nelson Bofill/ Labfem

Um relatório da organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou que o Brasil subiu no ranking mundial de liberdade de imprensa. Este relatório é feito anualmente e divulgado dia três de maio, data em que se comemora o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Em 2022, o país estava na 92ª colocação, e alçou o 82° lugar em 2023. O documento também apontou aumento na perseguição política a jornalistas no mundo. Entre os cinco indicadores que compõem a pontuação dos países, o indicador político foi o que mais caiu em 2024, com queda global de 7,6 pontos. Arthur Romeu, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), explica que “o Brasil é historicamente violento para jornalistas. Se considerarmos os últimos dez anos, o país só está atrás do México em números de jornalistas assassinados.” Segundo ele, para que continue melhorando terá que “reafirmar marcos legais, garantir  a transparência pública e combater a desinformação.”

O ranking global tem a pretensão de avaliar as condições do livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo. Entre os indicadores que compõem o índice, estão os políticos, sociais, legislativos, econômicos e de segurança. Sete países em cada dez estão nessas três escalas de problemas. Nos 180 países e territórios classificados, são feitas avaliações com base em uma contagem de abusos contra jornalistas e meios de comunicação e uma análise quantitativa com respostas de especialistas em liberdade de imprensa. Os países com maior número de abusos contra a imprensa e considerados como os mais graves, são os países asiáticos como Vietnã, China e Coreia do Norte.

No Brasil, o direito à liberdade de imprensa é garantido pela Constituição Federal de 1988, que estabelece que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” (artigo 5º, inciso IV). Isso significa que os jornalistas têm o direito de expressar suas opiniões e ideias livremente, sem medo de retaliação ou represália. Além disso, a Constituição também estabelece que “é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística” (artigo 5º, inciso IX), o que significa que nenhum órgão governamental pode impedir a publicação de informações jornalísticas à sociedade.

A jornalista e professora da Universidade Franciscana, Camila Klein Severo, destaca que “a liberdade de imprensa é fundamental, porque ela dá a oportunidade para que sejam divulgadas diferentes pensamentos de uma mesma situação; permite a liberdade de conflito de ideias, havendo respeito em relação à discordância. Nos dias de hoje, experimentamos tempos nebulosos, mas a liberdade de imprensa está garantida, pois vivemos em um estado democrático”.

A jornalista e professora Camila Klein Severo da Universidade Franciscana (UFN). Imagem: Vitória Oliveira/ Labfem

O jornalista Maurício Barbosa, de Santa Maria, conta que vem sofrendo ameaças devido à sua atuação como repórter. As ameaças são feitas até mesmo dentro do Ciosp, Centro Integrado de Operações de Segurança Pública, quando ele está exercendo seu trabalho. Ele reforça que, ao chegar nos locais onde ocorreram crimes pela cidade, por vezes, é recebido com ameaças verbais. “Muitas vezes as ameaças são feitas em alto e bom som mas, em outras, são veladas. Mais de um delegado e policiais amigos meus me orientaram a fazer um registro das ocorrências, mas optei momentaneamente por não fazer”, comenta Barbosa.

Recentemente, a União Europeia aprovou uma lei de liberdade de imprensa para a proteção dos jornalistas.  A lei aprovada pelo Parlamento Europeu, no dia 13 de março deste ano, destina-se à proteção dos jornalistas, combate a interferência política nas decisões editoriais e aumento à transparência na imprensa.  Sua apresentação ocorreu após enormes escândalos sobre o uso de programas de espionagem, como Pegasus e Predator, para monitorar jornalistas em diversos países da União Europeia. O texto aborda o respeito ao sigilo das fontes jornalísticas e a proibição de implementação de tecnologias de vigilância em dispositivos utilizados por estes profissionais.

Julain Paul Assange é ativista Australiano, jornalista e fundador do site WikiLeaks. Imagem: David G. Silvers/Flickr

Um caso que tem tido repercussão em todo o mundo é o do fundador do site WikiLeaks, que divulgou informações confidenciais do governo americano. O presidente Luís Inácio Lula da Silva chegou a afirmar que o jornalista deveria ter sido premiado por revelar “segredos dos poderosos”, ao invés de estar preso. Julian Assange enfrenta 18 acusações baseadas na lei de espionagem dos EUA e revelou, inclusive, espionagens feitas à então presidente Dilma Roussef e Ministérios brasileiros. Se condenado, pode pegar até 175 anos de prisão. Ele é acusado de revelar 250 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais que revelaram crimes de guerra e abusos de direitos humanos ocorridos nas guerras do Afeganistão e do Iraque.

As autoridades estadunidenses querem condenar Assange argumentando que suas ações no WikiLeaks prejudicaram a segurança nacional dos EUA, colocando em perigo a vida de agentes norte-americanos. A possível extradição do jornalista é criticada por organizações de jornalistas e entidades de direitos humanos. A organização de direitos humanos Anistia Internacional considera que a extradição do jornalista é um “devastador” ataque à liberdade de imprensa.

O Rio Grande do Sul teve a maior enchente da história. Cidades ficaram inundadas, houve alagamentos, deslizamentos e mortes. Na região central, nove pessoas perderam a vida devido às enchentes. Até agora foram 85 vítimas em todo o estado, e outras 115 seguem desaparecidas de acordo com a última atualização feita às 18h45 desta segunda-feira (6) pela Defesa Civil. As estradas e rodovias foram afetadas, trechos ainda estão bloqueados na região. O governo do estado divulgou que pelo menos 265 municípios gaúchos já decretaram situação de calamidade pública. Conforme decreto, do total 30 cidades são da região, inclusive Santa Maria.

Mais de 50 pessoas estão abrigadas no Centro Desportivo Municipal. Foto: Prefeitura Municipal de Santa Maria

A semana começou com sol e calor em Santa Maria. Após dias de muita chuva, a segunda-feira foi ensolarada com máxima de 32° C. A chuva deve voltar na quarta-feira (8), acompanhada de frio. Devido a condição saturada do solo, é preciso muita atenção e cuidado, pois há a chance de novos deslizamentos por conta do vento intenso, afirma o meteorologista Gustavo Verardo. A movimentação da vegetação de grandes árvores pode gerar a mobilidade de massa.

Em Santa Maria, a Vila Canário foi uma das mais afetadas. Foto: Prefeitura Municipal de Santa Maria

As pessoas afetadas pelas chuvas poderão retirar roupas e cestas básicas nos CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) de Santa Maria. As doações podem ser feitas das 8h às 17h na sede da Secretaria de Desenvolvimento Social (Rua Tuiuti, 1586, Bairro Centro) ou no Pavilhão C do Centro Desportivo Municipal (Rua Appel, n° 795, Bairro Nossa Senhora de Fátima), das 8h às 19h. Estes espaços estão servindo de centrais a partir de onde saem as doações para outros locais, inclusive distritos de Santa Maria e cidades próximas. De modo geral, até o momento de fechamento desta matéria, o que mais estava faltando eram itens de higiene e limpeza.

Também nos bairros da cidade foram montados pontos de coleta e doação de roupas e alimentos para os desabrigados pela chuva. No bairro Urlândia, região Sul da cidade, a Missionária Gênifer Braga, que administra a igreja Imad Urlândia, nos diz sobre como está funcionando as doações: “Estamos buscando donativos entre os membros da igreja, fazemos pedidos de doações pelo Facebook”. A igreja está doando o que arrecada para os próprios moradores do bairro que foram afetados pelo alagamento.

No bairro Urlândia o que mais estão precisando são cobertas e colchões. Imagem: Tiago Miranda

No Instagram da Agência você acompanha mais informações sobre os locais que estão arrecadando utensílios básicos para a população. Na Universidade Franciscana a Pastoral está arrecadando materiais e produtos de limpeza, materiais e produtos para higiene pessoal, alimentos e roupas de cama e banho na sala 117 do prédio 13 e em pontos de coleta nos prédios 1 e 16.

Colaboração: Thomás Ortiz

No dia 27 de abril é comemorado o Dia Nacional da Empregada Doméstica. A data celebra as profissionais responsáveis pela arrumação e organização do lar, pelo preparo das refeições, pela limpeza, entre outras tarefas. Embora seja uma profissão de grande importância, as empregadas domésticas nem sempre tiveram (ou têm) seus direitos respeitados.

Nos últimos dez anos o número de empregada doméstica diminuiu no Brasil. Imagem: Vitória Oliveira/LABEFM

No ano de 2022, uma senhora, que atualmente tem 87 anos, foi resgatada em condições análogas à escravidão. O caso foi denunciado à imprensa, e amplamente divulgado, em 10 de março de 2024, e é a situação mais longeva já registrado, segundo a promotora do Ministério Público do Trabalho.  Os ex-patrões alegam que a senhora “era parte da família” e a defesa nega as acusações. Eles são acusados de trabalho análogo à escravidão e coação visto que, segundo a Justiça, as visitas dela à própria família eram controladas e o celular ficava com o patrão. Muitos casos como este já foram denunciados ao Ministério Público. A alegação dos patrões de que as funcionárias são “quase da família” serve de alerta, porque pode camuflar uma relação de trabalho degradada que fica escondida pela falsa ideia de relação de afeto.

Direitos ao longo do tempo

No Brasil, ao longo dos anos, as empregadas domésticas foram conquistando seus direitos trabalhistas. Foi estabelecida pela Constituição a jornada de trabalho de 44 horas semanais e, no máximo, 8 horas diárias.  Os empregados domésticos podem ser contratados em tempo parcial e, assim, trabalhar jornadas inferiores às 44 horas semanais e recebem salário proporcional à jornada trabalhada. Mediante acordo escrito entre empregador(a) e empregado(a) domésticos(as), a jornada pode ser de 12 x 36, o empregado(a) trabalha por 12 (doze) horas seguidas e descansa por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas.

A Lei Complementar nº 150, de 1 junho de 2015 estabelece a obrigatoriedade da adoção do controle individual de frequência. Além disso, a jornada deve ser especificada no contrato de trabalho, obrigatoriamente. Ela regulamenta os direitos dos(as) empregados(as) domésticos(as), e foi criado o Simples Doméstico, que simplifica o cumprimento das obrigações dos empregadores, seja em relação à prestação de informações ou à elaboração dos cálculos dos valores devidos aos(às) empregados(as) domésticos(as).

Segundo pesquisa do IBGE, três em cada quatro domésticas não têm carteira assinada no Brasil. Imagem: Nelson Bofill/LABFEM

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de empregadas domésticas diminuiu nos últimos dez anos no Brasil. Ao mesmo tempo, houve um aumento no número de diaristas. De acordo com pesquisa realizada em 2023, três em cada quatro trabalhadoras domésticas no Brasil trabalham sem carteira assinada. Ainda sobre o perfil das trabalhadoras, as mulheres são maioria, com 92% das vagas, sendo que 65% delas são negras.

Segundo Luiza Batista, coordenadora geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), a classe média perdeu muita renda durante a pandemia, o que afetou a contratação de domésticas, fazendo com que esse número reduzisse. A adoção de home office também influenciou. Além disso, as famílias vem reduzindo de tamanho, o que faz com que os próprios moradores das residências, muitas vezes, cuidem dos afazeres domésticos. Em 2023 havia cerca de 6 milhões de trabalhadores domésticos no Brasil. Destas, 4,3 milhões não tinham carteira assinada.

O Dia Nacional da Empregada Doméstica é comemorado em homenagem à Santa Zita, considerada a padroeira das empregadas(os) domésticas(os). Santa Zita nasceu em 1218, no pequeno povoado chamado Monsagrati, que ficava perto da cidade de Lucca, na Itália. Zita trabalhou desde os 12 anos de idade até sua morte para uma família nobre italiana. Ela era conhecida por ser bastante generosa com os pobres, tirava sempre do seu dinheiro para oferecer aos menos favorecidos, que sempre batiam à porta da família para a qual ela trabalhava. Zita morreu em 27 de abril de 1271. Devido ao seu exemplo de santidade, o Papa Inocêncio XII a canonizou em 1696 e declarou-a a “Santa das Empregadas Domésticas”.

Com informações da Agência Brasil.

Na próxima sexta-feira, 19, a Universidade Franciscana (UFN) será uma das anfitriãs do World Criativity Day. Pela manhã haverá uma oficina de voluntariado no ITEC (Ambiente de Inovação), que fica no prédio 8 da UFN, e à tarde participarão diversos cursos e um convidado especial no conjunto III. Várias atividades estão previstas em Santa Maria ao longo dos dias 19, 20 e 21 de abril e é possível conferir mais clicando aqui. No site do evento, pode-se fazer buscar por atividade, formato ou local de realização.

Na UFN, o professor Gustavo Borba, da Unisinos, vai abordar o tema criatividade e territórios criativos, às 13h30, no Salão de Atos do Prédio 13, no conjunto III. Santa-mariense radicado em Porto Alegre, Borba tem 25 anos de experiência no campo da educação e inovação e é palestrante e pesquisador na área do Design Estratégico. No ensino superior, já atuou em espaços de coordenação e direção, além de comissões nacionais como a CONAES. Atualmente é conselheiro da Rede Jesuíta e da Canadian Playful Schools Network – RCEL/CPSN e Decano da Indústria Criativa da Unisinos. 


Na sequência, no hall do prédio 15, também no Conjunto III, os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Design, Design de Moda, Engenharias e Publicidade e Propaganda apresentam uma diversidade de projetos que envolvem o tema da criatividade e inovação. A inscrição para qualquer uma das atividades é gratuita e deve ser feita aqui. As vagas são limitadas e há entrega de certificado de participação.

Confira a programação dos cursos da UFN na tarde do dia 19 de abril – sexta-feira:

15h Práticas e Projetos do [com]Vida – Adriano Falcão e Marina de Alcântara (Arquitetura e Urbanismo)

15h25 Além das Cores – Caroline Colpo e Gabriel Barbieri (Design)

15h50 3D Eng Printing – Luiz Fernando Rodrigues Junior (Engenharia)

16h15 Reverbe: música autoral, identidade e jornalismo cultural – Neli Mombelli (Jornalismo)

16h40 Mapeando Memórias – Anelis Rolão Flores e Clarissa de O. Pereira  (Arquitetura e Urbanismo)

17h05 Websérie Última Noite – Cristina Hollerbach e Rodrigo Bernardes (Publicidade e Propaganda)

17h30 Fashion Future – Paula Darina e Rubiana Sandri (Design de Moda)

Confira um pouco do que vai rolar na sexta-feira:

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. Imagem: Pixabay

O Dia Mundial da conscientização do Autismo é celebrado em 2 de Abril. A data foi pensada para conscientizar a população mundial sobre o Autismo, que é um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta, segundo a ONU, mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

No Brasil, a data é celebrada com eventos e palestras públicas que acontecem por várias cidades brasileiras. O objetivo é conscientizar e informar as pessoas sobre o que é o Autismo e como lidar com ele. A cor azul é um dos símbolos que representa a campanha promovida no mês de abril. Um estudo do CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doença, agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, apontou recentemente que o números de meninos diagnosticados com Autismo é quatro vezes maior em comparação ao de meninas. Além disso, a cor azul também é entendida, de acordo com diversos estudos sobre o assunto, como uma cor que representa calma, leveza e tranquilidade.

O quebra-cabeça é um símbolo que é usado para representar o transtorno. O um jogo é conhecido por sua alta complexidade, uma vez que desafia o jogador a encaixar diversas peças que, juntas, formam uma imagem única. O símbolo, portanto, foi escolhido devido à própria representação do jogo. Popularizado em 1963, o quebra-cabeça foi o símbolo escolhido por um médico da entidade norte-americana Autism Speaks.

No entanto, não foi aceito com unanimidade, por representar o transtorno como algo complexo, de difícil compreensão. Assim, surgiu o símbolo do infinito, como imagem que representa a neurodiversidade em todo o mundo. Esse símbolo carrega o significado de algo que é eterno, perene e que não tem fim. Também tem-se a fita, com estampa de quebra-cabeça, adotada em 1999 como um sinal universal da consciência sobre o TEA. 

O símbolo do infinito representa a neurodiversidade em todo o mundo. Imagem: pixabay

O dia Mundial de conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007. A data tem como objetivo alertar as sociedades e governantes sobre esse transtorno do neurodesenvolvimento, esclarecendo a todos e ajudando a derrubar preconceitos.

Sinais para ficar alerta

O autismo é caracterizado por um desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social.

Os sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida. O diagnóstico do TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.

Embora não tenha cura, o TEA pode ser tratado de inúmeras formas. Com o apoio de uma equipe multidisciplinar (diferentes profissionais), a criança pode desenvolver formas de se comunicar socialmente e de ter maior estabilidade emocional. Nenhuma criança com TEA pode ser discriminada em função de suas dificuldades ou impedidas de frequentar qualquer lugar público.

Em 2023, a Prefeitura de Santa Maria, oficializou um convênio com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que prevê a contratação de profissionais de saúde para atendimento especializado visando a habilitação, a reabilitação e a inclusão social da pessoa com TEA. A APAE de Santa Maria é uma referência entre as 206 instituições que contemplam a rede no Rio Grande do Sul e o convênio que vai atender uma demanda reprimida que temos muito forte na cidade e região.

A Páscoa movimenta o comércio online e físico, impulsionada pela competitividade dos preços dos ovos de chocolate e itens relacionados à celebração. Nos dias de hoje, a data tem um forte apelo comercial com um alto potencial de vendas. Os ovos de chocolate são a grande estrela dessa época do ano, e os produtos relacionados à festividade também ganham destaque: barras de chocolate, coelhos de pelúcia, peixes, bacalhau, vinhos e outros alimentos típicos e que também servem para celebrar em família. 

A Páscoa é, para a fé cristã, a festa das festas, pois celebra a ressurreição de Cristo crucificado. Imagem: Pixabay.

No entanto, muito mais do que um período comemorativo e de apelo ao consumo, o período tem um significado maior. A origem da data é judaica, em comemoração à liberdade do povo hebreu, após longos anos de escravidão no Egito. Com o mesmo sentido de libertação e de esperança, a Páscoa cristã surge posteriormente com a comemoração da ressurreição de Jesus Cristo. De acordo com Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo metropolitano de Santa Maria “A Igreja chama a Páscoa de ‘Festa das festas’, isto é, para a fé cristã, a Páscoa é a festa mais importante dentro de todo o conjunto de celebrações que existem, pois, celebra a ressurreição de Jesus Cristo crucificado. Numa palavra, a Páscoa é um itinerário de fé.”

Para a Igreja Católica, a data surgiu durante o Concílio de Niceia, em 325 d.C.. A Igreja determinou que a primeira lua cheia após o equinócio de primavera seria a data para iniciar-se a comemoração da Páscoa. O equinócio é um fenômeno astronômico que indica o início da primavera no hemisfério norte.  

Para Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo metropolitano de Santa Maria, o verdadeiro sentido da Páscoa é nos aproximarmos ainda mais de Jesus. Imagem: Assessoria de Comunicação Arquediocese Santa Maria

A programação da semana santa começa muito antes do domingo de Páscoa (veja programação no final da matéria). Para Dom Leomar, ao pensarmos em como nos preparar para a Páscoa, é importante ressaltar que “Em primeiro lugar, tomando consciência de que Jesus Cristo não é um personagem da história que ficou no passado e que vamos nos distanciando dele a cada ano que passa; muito menos que seja um mito ou uma lenda criada para transmitir alguma ideia de valor moral.” Desse modo, nos aproximamos do verdadeiro sentido da data. O arcebispo conclui: “Preparar-se para celebrar a Páscoa é, precisamente, aproximar-se ainda mais de Jesus Cristo.” 

A semana santa é pensada pela Igreja para a celebração integral da Páscoa, no entanto, existem outros elementos como os ovos de Páscoa e o Coelho. Em cada país a data guarda tradições e curiosidades, como deliciosos doces na Europa e a festa para a primavera no Japão. O artesanato de ovos pintados à mão se mantém na República Tcheca, assim como na Alemanha, onde coloridas árvores de Páscoa  enfeitam casas e ruas. Segundo Dom Leomar “Os ovos de Páscoa remontam à Antiguidade, quando os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos.” Já a tradição do coelho simbolizava o nascimento, a vida, com origem no Egito antigo. “Como a Páscoa é comemorada no início da Primavera do hemisfério Norte, e como o coelho é um dos animais que primeiro saem da toca depois do rigoroso inverno, traz o significado de que a vida continua, apesar da rigorosa desolação causada pelo frio.” 

O coelho representa o nascimento e a vida na Páscoa. Imagem: Pixabay

Abaixo você acompanha e mensagem de Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo metropolitano de Santa Maria, para os nosso leitores:

“Queridos irmãos e irmãs, aproximando-se a Festa das festas, a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, corramos todos ao encontro do crucificado-ressuscitado que dá à nossa existência o verdadeiro sentido e abre o horizonte da nossa plena realização. Não tenhamos medo de Cristo. Prova de amor maior não há que doar a vida pelos irmãos; Cristo nos deu este grande testemunho de o quanto nos ama e o quanto valemos individualmente e humanamente. Diante do mistério pascal ninguém fique indiferente, mas acolha essa prova de amor, do amor que é mais forte do que a morte, que nem as torrentes serão capazes de apagar.  

Cristo ressuscitou! Feliz Páscoa!”

Programação Semana Santa

Quinta-feira Santa (28)

Na Catedral Metropolitana

  • 10h – Missa da Unidade, com renovação das Promessas Sacerdotais e Benção dos Santos Óleos e Consagração do Crisma

Em todas as Igrejas Matrizes da Arquidiocese

  • 20h – Missa da Ceia do Senhor com Vigília

Sexta-feira Santa (29)

Em todas as Igrejas Matrizes da Arquidiocese

  • 9h – Confissões e Via Sacra (Dom Leomar celebrará em Santo Antão)
  • 15h – Celebração da Paixão do Senhor (Dom Leomar celebrará em São Sepé)

Sábado Santo (30)

Em todas as Igrejas Matrizes da Arquidiocese

  • 9h – Confissões
  • 20h – Vigília Pascal

Domingo de Páscoa (31)

Conforme horários de cada Paróquia

  • Na Basílica Medianeira: 8h, 10h, 16h, 18h, sendo a das 8h presidida por Dom Leomar

*Matéria redigida com colaboração da Equipe Central Sul.