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Especial

Curso de Jornalismo realiza o 3º Encontro com Egressos

Nesta quarta-feira (24), os estudantes de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) realizarão um bate-papo com egressos da instituição. A reunião contará com quatro jornalistas que atuam na área da assessoria em Santa Maria. O encontro tem

UFN TV comemora 15 anos de história

A emissora de televisão da UFN (Universidade Franciscana) teve a sua 1 º transmissão em 19 de maio de 2008 como TV UNIFRA, sendo inaugurada como um dos laboratórios de ensino para os acadêmicos dos cursos

Feira Do Livro: há 50 anos contando histórias

Há 50 anos, a Feira ocorre na Praça Saldanha Marinho. Iniciada em 1973, jovens escritores tiveram a oportunidade de lançar sua obra e o evento passou pelo desafio de se manter viva durante a pandemia.  Jovens

Na noite da última terça-feira, 25, ocorreu a eleição do primeiro Diretório Acadêmico de Jornalismo (DAJOR). A chapa única é composta por alunos do 1ª ao 8ª semestre: Andressa Rodrigues (Comunicação), Aryane Machado e Luiza Silveira (Cultura), Maria Eduarda Rossato (Financeiro), Michélli Silveira (Diretora de Políticas Estudantis) Samuel Marques (Comunicação) , Rubens Miola (Secretário Geral) e Yasmin Zavareze (financeiro), junto a presidente Vitória Oliveira e o vice-presidente Nelson Bofill.

O Diretório Acadêmico (DA) é uma organização estudantil que possui como principal objetivo representar os acadêmicos do curso, defendendo seus interesses e direitos. Além disso, tem a intenção de promover atividades culturais, organizar festividades e desenvolver projetos que enriqueçam a formação dos estudantes.

Professores e alunos celebram a conquista do DAJOR (Foto: Nelson Bofill/LABFEM)

Segundo Vitória Oliveira, presidente do DAJOR, o Diretório surge para trazer representatividade para os alunos dentro do curso de Jornalismo. “Queremos dar voz ao que deve ser melhorado como alunos que desejam colaborar com o crescimento uns dos outros. Por exemplo, trazer convidados que contem sobre a sua trajetória profissional, pois como jornalistas buscamos ajudar a sociedade a contar histórias”, destacou a presidente.

A presidente Vitória Oliveira destaca a importância de um Diretório Acadêmico em 21 anos de curso. (Foto: Nelson Bofill/LABFEM)

Para Guilherme Cassão, estudante do 4ª semestre do curso de Jornalismo, o DAJOR vem para agregar e tomar a frente em melhorias propostas pelos alunos, o que faz com que o curso cresça, juntamente com os professores.

O acadêmico Guilherme Cassão na votação do DAJOR. (Foto: Nelson Bofill/LABFEM)

Samuel Marques, acadêmico do 2ª semestre e vice – diretor de Comunicação, acredita que o DAJOR vem para unir os estudantes como uma família. Quando se trata da produção de conteúdo Marques ressalta “nós temos referências de produção de São Paulo e Rio de Janeiro, e queremos implantar elas dentro do Instagram do diretório”.

Equipe que compõe o Diretório Acadêmico de Jornalismo (da esq. para a dir, de cima para baixo): Nelson Bofill, Rubens Miola, Andressa Rodrigues, Samuel Marques, Vitória Oliveira, Luiza Silveira, Aryane Machado, Maria Eduarda Rossato, Yasmin Zavareze e Michélli Silveira. (Foto: Laura Fabrício/LABFEM)

Acompanhe o DAJOR no Instagram e fique por dentro das informações e novidades do diretório.

Por motivo de segurança, usamos pseudônimos nas matérias Foto: Vitória Gonçalves

“Tenho minha faca nos pés e meu facão lá atrás. Não tem como andar com arma de fogo, apesar de saber manusear e ter anos de prática, acho mais arriscado”, desabafa Ricardo*. Nunca parar no exato endereço sinalizado, sempre uma ou duas casas antes e não trabalhar de madrugada. Essas são só algumas precauções que o motorista de aplicativo toma na sua rotina nas ruas de Santa Maria.”

Possivelmente essa seja a realidade dos cerca de 900 mil motoristas de aplicativo no Brasil segundo pesquisa de 2021, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o que equivale a 8 Maracanãs lotados. Do outro lado da moeda, existem aqueles que fazem parte de redes de proteção, grupos de pessoas que se unem com objetivo de manter a segurança.  Um exemplo disso é o grupo Família Madruga, criada em março de 2020 por Nelson*. E ele mesmo explica como foi fundação dessa rede de proteção:

Entrevista realizada com motorista de aplicativo (Madruga):

Mesmo sendo minoria no ramo, Caren* afirma que nunca teve problema algum. “Não tem preconceito, é incrível. 99, Uber e Madruga eu só dirijo para o público feminino, optei de um tempo pra cá, não por ter acontecido alguma coisa, só por um conforto maior. Nunca senti diferença”. Apesar dessa tranquilidade, ela conta que raramente acontecem alguns incômodos, mas sempre a ajuda da Família Madruga aparece. “Já houve casos de pegar passageiros em final de festa e não querer pagar, quer prevalecer, esse tipo de coisa, aí entra a ajuda dos meninos”, ressalta.

 

Entre esses 164 motoristas, todos são selecionados a dedo pelos administradores do grupo. As regras são impostas a todos antes de aceitarem participar de uma Família e ser monitorado a todo momento que estiver trabalhando.

 

Com o lema JUNTOS, SOMOS MAIS FORTES e com regras disciplinares rígidas é que o Madruga se sustenta e consegue manter a fidelidade tanto dos usuários quanto dos motoristas. No início haverá um período de teste de 15 dias, onde você utilizará o #FAMÍLIAMADRUGA no carro. Após esse período, se você cumprir as regras, receberá o adesivo oficial. O fato de não obedecer às regras ou dependendo da gravidade do evento, o membro será chamado para conversa e recebe uma advertência, na terceira chamada é retirado do grupo.

Ainda se destaca o zelo dos gestores em manter a qualidade do relacionamento com o cliente e buscar atender corridas com rotas incomuns. Dessa forma exigem que participem de eventos sociais e confraternizações do grupo, usar o Zello (software de comunicação com linguagem de rádio) apenas para comunicar corridas suspeitas e não avisar sobre BLITZ no ZELLO e nem no grupo.

Ainda há regras sobre publicações dentro do grupo que proíbem sobre quaisquer posicionamentos: pornografia, política, futebol, defender plataformas, religião, preconceitos (homofobia, etc.), usar a imagem do grupo em vão, criar grupos paralelos (Zello, WhatsApp, etc, com a finalidade de monitoramento, rastreamento, etc) ou qualquer outro fim, que possa ser caracterizado como um subgrupo dentro do Família Madruga e não discutir no grupo.

Se acostumar com o monitoramento não é uma tarefa fácil, Caren* é responsável pela contratação e demissão do grupo, como sempre esteve presentes em empresas, se sente à vontade desempenhando essa função. “O meu material carrego dentro do carro, tenho minha agenda, minhas anotações, tenho meus adesivos, quando eu vejo algum carro desbotando o adesivo, já tiro a foto e entro em contato para arrumar. Tenho todo suporte dentro do meu carro e entre uma corrida e outra vou me organizando na agenda”, assim a motorista conecta o seu passado com o presente. 

O dia a dia

Imagem: Freepik

“Já Ricardo* desempenha apenas uma função, a de motorista. E por levar a risca sua rotina, está acima de 90% de seus companheiros de trabalho, segundo relatório enviado pelo próprio aplicativo da 99. “Só tenho três segredos: levantar cedo, tomar banho e ir trabalhar”. 

Como os outros do ramo, ele também tem uma meta para cumprir no seu dia a dia e segue o pensamento de aceitar todas as corridas.

““No 99, quando começa a cancelar corridas, parece que eles começam a te deixar meio de lado. O motorista nunca perde, é um real que tu não tem”, afirma.

A famosa ‘meta’ é o que norteia a maioria dos trabalhadores desse ramo. Nelson* explica que foi por isso que mudou completamente sua vida. Em 2003, era dono de uma construtora na cidade de Canoas, cobrava R$750,00 o m², porém com a instabilidade econômica do Brasil, o valor foi caindo até R$450,00 em 2015. Para fins de parâmetros econômicos, a inflação do país saltou de 6,41% em 2014 para 10,67% em 2015. Foi assim que, em 2017, com esse desbalance fiscal, que resolveu migrar para a área de transporte de passageiros com uso de aplicativo de mobilidade que, na época, estava em crescimento exponencial. Ironizado por um amigo que no momento estava lucrando, ele foi incentivado a se aventurar nessa nova jornada. “Vou me reinventar. No primeiro dia tirei R$380″, afirma. A partir daí, desse primeiro ganho, viu a possibilidade de ganhar mais do que no seu antigo trabalho e está até hoje no ramo. Atualmente, a meta de Nelson é de R$350,00 por dia: “Eu corro até atingir minha meta, se for 23h, 00h. Se eu atingir às 2h, vou para casa, durmo e 6h estou de pé de novo”, explica. Além de metas diárias, o motorista também lida com uma meta mensal de R$4.500, “É o que considero saudável para mim”.

O valor de R$ 350,00 diário parece ser a meta buscada entre a maioria. Com Ricardo* também é assim. Ele explica que o motorista que trabalha com vontade, atinge a meta sempre e que quando o movimento está bom sempre é válido continuar trabalhando. Assim é que Ricardo* lucra de R$6.000 até R$7.000 no mês. “Quando eu vou receber o que ganho trabalhando no 99, trabalhando num serviço fixo, não tem. Já trabalhei na Prosegur, transporte de valor e não ganhava a mesma coisa, é bem mais estressante, fora o risco que a gente corre”, destaca.

Nem tudo são flores

Era por volta das 05h30 da manhã enquanto José* dirigia seu Onix prata, em mais um dia de trabalho. Sua profissão? Ele era motorista de aplicativo. José descia a Avenida Presidente Vargas para levar um passageiro aqui, subia a Borges de Medeiros para levar outro passageiro ali, um fim de noite e começo de manhã calmo e pouco movimentado. Até que surge mais uma corrida no monitor do seu celular. O aplicativo da 99 indicava que aquela corrida era de risco, então José*, prontamente pegou o celular, e colocou para gravar aquele trajeto. O celular estava apoiado no suporte para GPS e estava apontado para dentro do carro, dando a visão de toda a parte interna do veículo. O motorista, então, se dirige para o local indicado com uma certa insegurança, porém segue normalmente, ele já tinha feito esse tipo de corrida outras vezes e era um homem experiente. Ele chega no local indicado, e aguarda o passageiro chegar. Após alguns minutos de espera, tendo somente sua rádio para lhe fazer companhia, o passageiro entra e eles seguem para o lugar indicado. O passageiro se chama Alexandre*, de 27 anos, que na ocasião em específico, se encontrava um pouco alterado. Eles então seguem para o endereço, e o homem vai guiando o motorista pelo caminho. Ele fala de maneira alta e com muitas gírias na sua linguagem. Eles então pararam na casa de um amigo desse homem. O jovem coloca a parte do corpo para fora da janela do carro e começa a gritar o nome do amigo. Um tempo depois ele entra no carro, e os três seguem viagem para mais um destino.

Na viagem o homem conversa com seu amigo e ao mesmo tempo com José*. Ele está falando sobre sua história, até que menciona um fato que deixa José* com uma insegurança maior ainda. Ele tinha saído há duas semanas da prisão. Seu crime? Quatro homicídios. O rapaz começa a falar da sua vida na cadeia e como se arrependia de ter vivido tudo isso. Ele tinha passado três anos atrás das grades e havia perdido toda sua família. Ele confessa que o seu primeiro homicídio foi por um homem ter o chamado de “filha da puta”. Por mais que ele demonstrasse arrependimento pelos anos que passou na prisão, sentia um certo orgulho ao comentar sobre as mortes. José*, sentia que o arrependimento do rapaz não era por ter cometido os crimes, mas sim por ter sido pego. O carro para e o homem sai permanecendo somente o seu amigo. José aproveita a brecha para perguntar se eram verdadeiras aquelas informações. O amigo confirma , mas indica que o homem é tranquilo. Ele então cansado de esperar Alexandre, sai do carro e vai buscar ao encontro do amigo. 

José* fica alguns bons minutos esperando os dois com o motor do seu carro ainda ligado. Então subitamente Alexandre entra no carro extremamente revoltado. Aparentemente, ele havia sido enganado em um esquema que o fez perder dinheiro. O homem grita e demonstra sua completa insatisfação desferindo insultos e ataques verbais a quem quer que os ouça. Ele então faz uma ligação extremamente agressiva para um ex-companheiro de negócios. Na ligação, ele cobra uma dívida o insultando e ameaçando de morte. Alexandre, diz que o ex-companheiro precisa pagar a dívida e se não o fizer, ele vai na casa matar o próprio, sua mãe e filhos. Alexandre*, revoltado, diz a todo tempo que não tem nada a perder e que se precisar voltar para prisão. José* se sente completamente inseguro e aflito, pois nunca tinha passado por uma situação dessas. José* segue dirigindo calado, pois não quer causar nenhum movimento brusco que possa fazer o homem se revoltar contra ele próprio. Nesse momento, José* só pensa em voltar em segurança para sua mulher e filhos. A noite está fria mas o Motorista está suando e totalmente alerta, sabe que um leve descuido pode custar sua vida. Alexandre*, no auge da sua raiva grita o no telefone e diz: “O QUE? O QUE TU FALOU?”. Ele desliga o telefone completamente transtornado e obriga José* a encostar o carro. José* está confuso e não sabe como reagir. Alexandre*, começa a gritar e insistir cada vez mais para que o motorista encoste o carro. Ele então o ameaça dizendo que vai o matar caso não pare. Ele está muito seguro disso e não tem nada a perder. “PARA O CARRO, PORRA! OU EU VOU TE MATAR”. Ele então encostou a pistola no ombro de José e ele para imediatamente. Ele obriga o motorista a descer do carro o xingando e ameaçando. José* antes de descer do carro, pega o celular que estava gravando toda a corrida. Mas Alexandre*, arranca de sua mão e entra no carro, que agora é seu veículo de para cumprir sua missão.

 José* se encontra totalmente devastado, seu carro e todos seus pertences foram subitamente tirados de de suas mãos, mas o que Alexandre* não sabia é que José*, no último momento antes de sair do carro em ato de pura coragem, conseguiu retirar a chave da ignição e levar consigo. O carro de José, possui um sistema chamado keyless, onde o carro só funciona com a chave próxima ao veículo. Então Alexandre*, foge com o carro, mas não vai muito longe. No carro, ele fica sem entender e completamente transtornado, sai do veículo e começa a vasculhar os pertences de José*.

 Após escutarem que seu companheiro estava passando por perigo extremo, a rede de proteção da família Madruga foi ativada. A corrida já estava sendo monitorada e os administradores do grupo estavam escutando tudo que o que estava sendo falado na corrida. Imediatamente, com o sinal de alteração do passageiro, o grupo encaminhou veículos para prestar suporte a José. O primeiro que chegou no local foi Rodrigo*, que avistou Alexandre* procurando qualquer coisa que pudesse levar consigo. Então então grita “esse carro é do meu colega!” e instintivamente parte para cima do homem. Ele consegue derrubar Alexandre* e tentar imobilizá-lo, porém, o homem consegue fugir deixando tudo para trás, inclusive o seu próprio celular. Após isso, Rodrigo* foi procurar José* e o encontrou a duas quadras de distância onde estava escondido. José* estava claramente abatido e sem reação. Foi para casa, tomou um banho demorado e ficou pensando em tudo o que tinha passado. José* levou algumas semanas para superar o que tinha vivido e voltar a normalidade, mas quando se passa por um trauma desses, o medo nunca é totalmente superado.

Mesmo com a convivência com o risco e o perigo diariamente, para a maioria dos motoristas de aplicativo de Santa Maria, o maior problema não são os assaltos e o medo de não voltar para casa, mas sim o trânsito. Ricardo* diz que o maior risco não é trabalhar de madrugada e os passageiros: “Eu já dirigi daqui até Fortaleza e voltei, deu 15.700km, passando por várias cidades. O trânsito de Santa Maria é o pior”.

Caren* segue o mesmo pensamento e destaca que, por conta disso, é necessário sempre cuidar do mental, ter controle de si e ainda saber a hora de parar. “O nosso trânsito é bem complicado. É bem cansativo realmente, mas quando tu vê que não tá legal, que tu tá muito estressado, é bom ir pra casa dar uma descansada”, complementa.

 

Trabalhar diariamente como motorista de aplicativo pode gerar alguns riscos, como vimos  no caso de José*. O motorista está exposto e sempre está sujeito a sofrer algum tipo de violência. Porém em alguns casos esse fato sofrer exceções, Nelson* explica que depois de um certo tempo os Madrugas passaram a ganhar um certo respeito nos bairros perigosos da cidade: “Às vezes pedem corrida na Cipriano, por exemplo, e os motoristas não vão. Nós vamos. Porquê às vezes é uma mãe de família que está querendo sair com seu filho ou uma pessoa doente que está querendo ir para o hospital. Então os traficantes enxergaram isso como um “serviço prestado à comunidade”. Então toda vez que veem o adesivo da empresa eles pensam “Madruga não”, explica.

 

A rede de proteção pode ser um prato cheio para motoristas que querem transgredir as leis, visto que estarão assegurados por um monitoramento em tempo real, dando total segurança para cometer seus crimes. Porém, Nelson* explica que estão sempre monitorando qualquer atitude ou rota suspeita. “Não aceitamos qualquer tipo de envolvimento com drogas. Já denunciamos dois motoristas que foram presos por envolvimento com drogas “, explica. Esse monitoramento se dá através de analisar as rotas do motorista e verificar se existe algum tipo de padrão. Havendo a suspeita de algum tipo de atividade ilícita isso é investigado a fundo e passado para a polícia. Nelson* explica “nós temos uma relação excelente com a polícia. Se identificarmos qualquer atitude suspeita de um motorista nosso, nós entregamos a placa do carro”, conclui. 

 

 

 

 

Mais um ponto que tem feito parte da rotina dos motoristas de aplicativo ultimamente, é a discussão sobre direitos trabalhistas. Em setembro de 2021, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou um projeto de lei que classifica os motoristas de aplicativo como trabalho intermitente, ou seja, a prestação de serviço de forma esporádica e que deve ser regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Porém, é necessário saber o que os próprios motoristas de aplicativo pensam sobre isso.

Caren* explica que a situação tem que ser bem analisada: “Pelo menos pra mim do jeito que está, está bom, porque dentro disso tem que ver imposto. 99 e tal são corridas de valores bem baixos, então para alcançar um valor X tem que fazer muitas corridas no dia, aí se tu for pagar um valor X alto, não vale a pena”. A motorista conta que utiliza o MEI (Microempreendedor Individual), o que fornece um salário mínimo. “Praticamente não é nada, mas dá pra comer. Todo mundo corre atrás de salário, as pessoas trabalham de 12 a 15h para fazer seu salário”, desabafa.

 

Para Ricardo* ainda existem mais dúvidas que certezas com essa questão: “Como vai ser feito uma análise em cima desse salário? Como vai ser feito esse trabalho pra ver quanto  será o salário? Porque o cara vai trabalhar 5h e eu vou trabalhar 12h e vai ganhar a mesma coisa que eu. Eu acho complicado.”

Reportagem produzida na disciplina de Jornalismo Investigativo, no 2ºsemestre de 2022,  sob orientação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Em prosseguimento a uma série de matérias que mostram os laboratórios do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, hoje vamos apresentar o Laboratório de Pesquisa em Comunicação (Lapec). O laboratório iniciou suas atividades em agosto de 2005, sendo compartilhado pelos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, e tem como principal objetivo o estímulo à pesquisa dos alunos de Jornalismo e a organização das Jornadas Científicas e produção dos TFGS (Trabalhos Finais De Graduação). Hoje existe o Lapec do curso de Jornalismo e o Lapec da Publicidade e Propaganda. O laboratório do curso de Jornalismo conta com a coordenação da professora Sibila Rocha e fica na sala 505 do prédio 14, no Conjunto 3 da UFN.

Segundo a professora Sibila, o Lapec possui projetos de mídia em especialização lato sensu que forma e especializa alunos em uma educação continuada. Caroline Freitas, acadêmica do 8ª semestre do curso de Jornalismo, relata que o LAPEC auxiliou bastante na busca por referências e estado de arte do seu trabalho final de graduação.

Acadêmica Bruna Milani na defesa do seu TFG, ao lado dos professores Sione Gomes, Sibila Rocha e Maurício Dias. Imagem: Divulgação Lapec

O Lapec também conta com livros compostos por artigos científicos dos alunos e professores dos cursos e Jornalismo e Publicidade, que atualmente se encontram em formato digital, mas em suas primeiras edições eram impressos. O laboratório visa dar um suporte para os alunos que querem fazer quisquer projetos de pesquisa e está sempre a disposição para acolher e tirar dúvidas.

O 16 º Fórum de Comunicação ocorre em meio às comemorações dos 20 anos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Na abertura, na manhã de ontem, o empresário e especialista em Marketing Digital, Marcus Tonin, abordou sobre Empreendorismo Digital. Em sua fala, o empresário comentou sobre a importância das inteligências artificiais, mas ressaltou a necessidade da inteligência humana. Tonin usou como exemplo sua experiência ao escrever um capítulo de seu livro: “Eu precisava cumprir um prazo dentro da escrita do livro, tinha que ser 27 mil caracteres e eu só havia escrito 10 mil. Foi aí que eu recorri ao chat GPT fazendo um resumo do capítulo e isso me ajudou a escrever”.

Empreendorismo em alta na 1ª palestra do 16º Fórum de Comunicação. Foto: Karuliny Boer/ LABFEM

Após a palestra, foi realizado um bate-papo com o tema Como desenvolver o espírito empreendedor?, com os egressos do curso de Publicidade e Propaganda Lucas Costa e Diego Godoy.

Pela tarde ocorreram oficinas para os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Uma delas foi com a diretora da ASSECOM (Assessoria de Comunicação da UFN), que explicou aos alunos sobre o papel da assessoria de comunicação institucional, com práticas sobre organização das tarefas e distribuição do conteúdo nos meios de comunicação. Além disso, Carina frisou a importância do relacionamento entre o jornalista e o assessor de comunicação, para que haja confiança. Outras oficinas foram realizadas ao longo da tarde de ontem, que oportunizaram com que os alunos tivessem na prática um pouco de como é o mercado de trabalho para o jornalista e o publicitário.

Galeria de Imagens da oficina sobre Assessoria de Comunicação:

Imagens: Hellen Andrade/LABFEM

De noite, foi a vez do jornalismo ganhar protagonismo em um painel com o tema Ainda é possível fazer jornalismo raiz?, em um bate – papo que contou com a participação da jornalista e ex-coordenadora do curso Rosana Zucolo, do jornalista e egresso do curso da UFN Rogério Kerber, da professora e ex-coordenadora do curso Sione Gomes, com mediação do atual coordenador, Iuri Lammmel Marques.

Rosana Zucolo, criadora do curso de Jornalismo, ressalta a importância do aprofundamento na notícia. Foto: Laura Fabrício/LABFEM

Segundo a jornalista Rosana Zucolo, o jornalista que vai se destacar é aquele que entender o lado humano da notícia, se colocando no lugar do outro. Ela também ressaltou que foi assim que o curso, em 2003, começou, focando em processos comunitários que auxiliassem na formação de uma sociedade melhor.

Rogério Kerber, jornalista da Rádio CDN, frisa que o jornalismo continua com a mesma essência de antigamente. Foto: Laura Fabrício/LABFEM

Para o jornalista Rogério Kerber é necessário que, mesmo com os avanços tecnológicos. o estudante de jornalismo ainda se mantenha com a essência do jornalismo clássico, pois se trata de buscar e apurar os dados para que a informação seja transmitida ao público de forma completa. “Nós esperamos que vocês cheguem na redação de um jornal com a mente e o coração aberto, dispostos a aprender com pessoas que estão fazendo jornalismo há 10, 15 anos, para que o ensino também ocorra pela troca de experiências “, ressaltou Rogério.

Galeria de Imagens do painel: Ainda é possível fazer jornalismo raiz?

Imagens: Laura Fabrício/LABFEM

Os professores do curso de Jornalismo Sione Gomes e Iuri Lammel pontuaram sobre a ética e a responsabilidade que o jornalista tem ao produzir uma notícia e trazer isso ao público. Segundo os jornalistas, é importante desde já o estudante de jornalismo ter uma preparação sobre determinados assuntos e a sua identidade firmada como repórter para escrever. “Nós fazemos o nosso trabalho como professores, mas eu sempre digo que muito depende das atitudes de vocês”, pontuou Iuri.

Confira a programação de hoje, quarta-feira, 13 de setembro:

Manhã:

8h – Palestra: O rádio na palma da mão em alto e bom som
Palestrante: Fabiano Oliveira – Rádio Atlântida FM – Santa Maria – RS
Coordenação: Profª. Cristina Munarski Jobim Hollerbach – UFN
Local: Sala de Conferências (709), Prédio 16, Conjunto III – UFN

9h – Intervalo

9h30min – Bate-papo: Os desafios da criatividade com novos formatos de mídia
Participação: Fabrício Carvalho, Letícia Vianna e Fabiano Oliveira
Coordenação: Profas. Pauline Fraga e Michele Kapp Trevisan – UFN
Local: Sala de Conferências (709), Prédio 16, Conjunto III – UFN

10h30min às 12h – Palestra: O processo criativo por trás das Promos da Globo
Palestrante: Fabricio Carvalho – Embaixador da Globo
Coordenação: Profas. Pauline Fraga e Michele Kapp Trevisan – UFN
Local: Sala de Conferências (709), Prédio 16, Conjunto III – UFN

Tarde:

14h às 18h – Oficina 4: Storytelling de trailer
Ministrante: Fabricio Carvalho – Globo RJ
Coordenação: Profª. Cristina Munarski Jobim Hollerbach – UFN
Local: Sala de Aula, Prédio 14, Conjunto III – UFN

14h às 16h – Oficina 5: Foco na foto esportiva
Ministrante: Gabriel Haesbaert – Egresso do Curso de Jornalismo – UFN
Coordenação: Prof. Carlos Alberto Badke – UFN
Local: Sala de Aula, Prédio 14, Conjunto III – UFN

16h às 18h – Oficina 10: Conceito criativo para campanhas publicitárias
Ministrante: Letícia Viana – Egressa do Curso de Publicidade e Propaganda – UFN
Coordenação: Profª. Cristina Munarski Jobim Hollerbach – UFN
Local: Sala de Aula, Prédio 14, Conjunto III – UFN

Noite:

19h às 21h – Palestra: Pagar para ler? A transformação dos sites de notícia
Palestrante: Alan Streck – Gestor da Área Digital no Grupo RBS
Coordenação: Prof. Iuri Lammel Marques – UFN
Local: Salão Acústico, Prédio 14, Conjunto III – UFN

Naiôn atua como repórter da Rádio Gaúcha. Imagem: Arquivo pessoal.

Dando continuidade à série de matérias do Celeiro de Talentos, trazemos o perfil do jornalista Naiôn Curcino. O egresso já estava ligado ao jornalismo desde a infância. Seu pai trabalhava com a comunicação desde muito cedo, tendo passado até mesmo por rádios e alguns jornais. Entretanto, foi apenas ao final do ensino médio que ele decidiu seguir este ramo, em parte devido ao esporte. “Acho que como 99% da gurizada, as mulheres tem crescido nessa área, mas principalmente os homens entram no curso de comunicação com o sonho de trabalhar com o jornalismo esportivo”, afirma.

Foi com cerca de 15 anos que ele começou a trabalhar com reportagens esportivas no jornal da família. Posteriormente, passou a assumir outras editorias como política, economia e saúde. Após um tempo, ele também começou a trabalhar com a diagramação. Naiôn alega que “isso foi muito importante para o meu crescimento como profissional e também me abriu muitas portas. Muito da grande mídia do estado quando tinha alguma pauta importante no município de Restinga Seca, me demandavam com informação, fontes e fotos”.

Ainda que morasse em Restinga Seca e se deslocasse diariamente até Santa Maria para acompanhar as aulas, sempre houve um aproveitamento do conhecimento adquirido. Mesmo que a distância não lhe tivesse permitido participar dos laboratórios do curso, suas faltas nas aulas eram muito raras.

Ao fim do curso, surgiu a chance de participar do projeto da RBS chamado Visita à Redação. Era feito uma prova onde, dependendo do desempenho, era possível ingressar em um estágio não remunerado de três meses em um dos veículos de comunicação disponíveis em Santa Maria. “Eu nunca tive muita experiência na TV. Quando eu tive a oportunidade de escolher, minha primeira opção foi a TV”, segundo o jornalista. Durante este período, Naiôn visitava semanalmente a RBS TV para acompanhar a rotina produtiva e fazer gravações testes de reportagens. Após esta experiência, houve um convite para estágio no Diário de Santa Maria: “a partir disso, em 2014, eu vim embora para Santa Maria para conseguir conciliar o estágio com a reta final da faculdade e os dois últimos semestres”.

Com estas portas abertas, Naiôn foi chamado para continuar no Diário logo após se formar. Tendo atuado profissionalmente pela empresa desde o início de 2015 até 2019, ele naturalmente passou por diversas editorias, tendo até assumido o cargo de editor do esporte. Ao final de 2019, ele migrou para a Rádio Gaúcha, onde trabalha até o momento.

“As pessoas costumam entrar no curso com uma ideia de editoria em mente. No mercado de trabalho, principalmente nos primeiros meses após o ingresso, é necessário ter a capacidade de passar por todos os assuntos. Hoje todas as editorias são muito interligadas. Futebol conversa com segurança, que conversa com política…”, afirma o jornalista. Entre outras características importantes atualmente para atuar no campo, ele ressalta que “é necessário ser multimídia. Ainda que se tenha mais conforto com um veículo de comunicação, tu vai ser frequentemente chamado para fazer trabalhos tanto na TV, quanto na rádio e no impresso”.

Nesta quarta-feira (24), os estudantes de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) realizarão um bate-papo com egressos da instituição. A reunião contará com quatro jornalistas que atuam na área da assessoria em Santa Maria. O encontro tem início às 20h e vai até às 22h, e será realizado na sala 606 do prédio 14 – Conjunto III.

A conversa será mediada por Carina Bohnert, egressa que atua na Assessoria de Comunicação da UFN. Os convidados são Jaiana Garcia (FAPAS), Paulo André Dutra (SINPROSM), Natália Venturini (ASSUFSM) e Guilherme Bicca (CDL). Este evento faz parte de uma série de atividades que ocorrem ao longo do ano em comemoração aos 20 anos do curso.

A emissora de televisão da UFN (Universidade Franciscana) teve a sua 1 º transmissão em 19 de maio de 2008 como TV UNIFRA, sendo inaugurada como um dos laboratórios de ensino para os acadêmicos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, segundo nos relata a coordenadora Bruna Taschetto.

A UFN TV atualmente conta com 6 programas: Coma Bem, Universo Acadêmico, Provoc[a]rte, Novas Fronteiras, O Tema é Direito e Saúde em Foco. Também apresenta interprogramas e drops semanais, como o “Minutos de Sabedoria”, da Pastoral Universitária.

Ao longo de 15 anos, vários profissionais e acadêmicos passaram pelos estúdios da TV universitária e levam com carinho os ensinamentos deste tempo em que estiveram praticando na UFN TV, como é o caso da repórter Laiz Lacerda que é egressa do curso de Jornalismo da UFN e apresentadora do programa de saúde mental e ciência Novas Fronteiras. “Quando eu era estudante, gravava o programa Informação na rádio, e ele era replicado na TV, os cinegrafistas vinham e faziam as imagens”

Repórter Laiz Lacerda é integrante da equipe da UFN TV . Foto: Fernanda Mezenes/ASSECOM

Segundo Laiz, participar desta transição entre rádio e TV ainda na época de aluna foi muito especial, pois através disto muito do que ela aprendeu aqui na UFN, hoje é utilizado no seu trabalho como repórter e apresentadora da UFN TV. Ela ainda conta que sempre brincou com os professores que um dia iria voltar à universidade e isto aconteceu quando Laiz retornou a UFN TV em 2021. “Ver todo o reconhecimento do meu trabalho e poder replicar tudo que eu pude aprender aqui dentro, levar informação não só para os acadêmicos , como também para o público externo, é muito gratificante”. Por meio da sua profissão, Laiz enfatiza a importância da veracidade da informação. ” Esse é o nosso papel, levar todos os dias a informação de qualidade com muita credibilidade para falar sobre aquilo que acontece tanto aqui dentro, como fora”

A diretora da emissora, Bruna Taschetto, concorda que o papel da UFN TV é de levar informação com credibilidade e apresentar os eventos em múltiplos formatos importantes para a comunidade. “Tem muitos eventos importantes científicos e acadêmicos que não podem ficar só aqui na instituição e devem ser levados para fora”

A trajetória de Bruna se funde com a da UFN TV pois ela começou em 2017 como repórter, e em 2021 assumiu a missão de comandar a equipe da UFN TV. Ela comentou que foi um grande desafio: ” Eu sou muito grata a Universidade Franciscana por ter me dado oportunidade de poder estar aqui comunicando o cotidiano da universidade para toda comunidade interna e externa”

Bruna também ressalta o papel da UFN TV para os próximos 5 anos que é destacar a importância do papel do jornalista na sociedade atual. Segundo a diretora, sempre foi fundamental o trabalho do jornalista na sociedade, mas este papel se tornou essencial especialmente por conta das mídias digitais que potencializam a desinformação, em que qualquer pessoa pode compartilhar algo sem verificar a fonte, o que pode vir a causar diversos prejuízos na sociedade.

Diretora da UFN TV Bruna Taschetto. Foto: Luiza Silveira / LABFEM

Já para a vice – reitora da UFN, professora Solange Fagan, a área da TV como um todo sofre impacto por meio das tecnologias digitais, que nos últimos 15 anos mudaram completamente a relação das pessoas. A própria UFN TV também precisou buscar outras maneiras de se comunicar não só com a própria UFN, mas também com o público de fora. “A TV amplia o relacionamento da UFN com a comunidade”, afirma a professora.


Durante as comemorações foi realizada a gravação do Universo Acadêmico, que foi ao ar na última quinta – feira (18). O momento festivo contou com a presença dos cantores Daiane Diniz e Rodrigo Cunha. O bolo foi produzido pela equipe do programa de alimentação saudável Coma Bem da UFN TV.

Equipe da UFN TV: Daniel Quartiero, Márcio Santos. Manoel Vicente, Bruna Taschetto, Jefferson Andrade, Laiz Lacerda, Vinícius Fonseca, Juliana Farias, Denzel Valente e Caroline Freitas. Foto: Laura Fabrício/LABFEM

Confira o Universo Acadêmico na íntegra gravado durante o evento.

Atualmente, Natália atua como assessora de imprensa na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Imagem: Gabriel Haesbaert

Dando continuidade à programação especial de aniversário do curso, a Agência Central Sul retoma a série Celeiro de Talentos e apresenta o perfil da jornalista Natália Müller Poll.

Ainda que fosse comunicativa desde a infância, Jornalismo não foi sua primeira escolha de graduação. “À época, eu queria ser veterinária porque amo bichos. Quando chegou o momento de escolher, eu descartei esta ideia porque não tenho o dom de lidar com a parte cirúrgica da profissão. Jornalismo me parecia a opção mais certeira. Queria muito escrever em revistas”, alega.

Já dentro do curso, Natália passou a atuar dentro do campo escrevendo para a agência de notícias e se envolvendo com as produções da TV Unifra, hoje UFN TV. Dentro emissora, a então estudante foi chamada para produzir e apresentar o Studio Rock, um programa musical que levava bandas para tocar ao vivo e fazia coberturas de eventos à noite. Segundo a jornalista “Era muito legal ver a receptividade das pessoas na rua, que assistiam e sugeriam bandas. Foi muito bom ter tido essas experiências e parece que foi em outra vida, de tão diferente que tudo é hoje”.

Foi no seu último ano de faculdade que surgiu a oportunidade de trabalhar com revista, como ela sonhou na época do ensino médio: “Fui convidada para estagiar na primeira revista online de moda do país, a Santa Fashion Magazine”. Foi a partir deste envolvimento com a revista de moda que houve convites para ministrar palestras e dar aulas na área.

Após três anos dando aulas, Natália decidiu ir atrás de novas experiências. Cursou mestrado em comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atuou no setor comercial da RBS TV-SM. Foi durante este período em que houve o primeiro contato profissional com assessoria de imprensa. Ela passou então a se qualificar nesta área e no uso de redes sociais. Quando o Instagram começou a fazer sucesso, ela montou uma empresa de produção de conteúdo, “isso me levou ao Diário, onde fiquei por 3 anos”.

“Talvez tenha sido a melhor experiência que tive. Já com a cabeça mais madura a gente absorve melhor as coisas. A gente muda muito com o passar dos anos e ver isso refletir na nossa profissão é mágico”, afirma. A jornalista entrou no Diário como social media do setor comercial. Após começar a trabalhar na redação, ela ficou dois anos na editoria de geral. Durante o período da pandemia ela foi uma das poucas jornalistas que seguiram trabalhando de forma presencial: “Era eu quem estava na redação, sozinha, na noite que o prefeito confirmou o primeiro caso de Covid-19 na cidade”.

Natália também passou pela TV Diário, onde produziu e apresentou telejornais com linguagem adaptada para a internet. “No meu último ano, tive uma passagem pela editoria de política, onde tive a oportunidade de ser colunista interina nas férias do editor. Foi assim que cheguei onde estou hoje, fazendo assessoria de imprensa parlamentar”, alega a jornalista. Ela defende que “é essencial que o profissional da comunicação faça coisas novas e diferentes, veja a profissão por outros ângulos”.

Dando início a uma série de matérias comemorativas dos 20 anos do curso de Jornalismo da UFN, vamos começar apresentando o Laboratório Integrado de Comunicação (LINC). O laboratório teve origem em 2003, antes mesmo da construção do prédio 14, onde hoje se encontra todo o curso. Originalmente o LINC se chamava Núcleo de Comunicação (NUCOM) e era voltado para a assessoria de imprensa.

O espaço teve, desde o começo, a supervisão do professor Bebeto Badke. Mais tarde, o curso de Publicidade e Propaganda (PP) também veio a fazer parte. O LINC é responsável pela produção de atividades extracurriculares, integrando a organização dos prêmios anuais da PP e do Jornalismo, os fóruns bianuais dos cursos de comunicação e a Mostra das Profissões. O professor Bebeto ressalta que “Temos também uma série de outras atividades. Pelo Jornalismo nós enviamos newsletters semanais, fazemos a clipagem e compartilhamos releases para os órgãos de imprensa. Agora estamos também organizando as atividades dos 20 anos do curso junto com o Laboratório de Fotografia e Memória (LABFEM)”.

O laboratório também está presente nas redes sociais. Imagem: Nicolas Krawczyk

Nas newsletters semanais, o LINC disponibiliza informações referentes às produções dos demais laboratórios de comunicação. É por meio dos releases que os órgãos de imprensa são notificados sobre os eventos produzidos. “Eles tem informações como abertura das inscrições, convidados e programação das atividades. É o release básico do jornalismo, informativo e objetivo”, segundo o professor.

Vitória Gonçalves, estudante que foi monitora pelo curso de Jornalismo, ressalta que “ser monitora do LINC me possibilitou interagir com todos os laboratórios do curso, além de aprender como produzir newsletters e organizar o mailing. As companhias era sensacionais e o acolhimento do professor Bebeto foi essencial. Sou muito grata com tudo que aprendi no laboratório!”.

O laboratório possui um acervo de clipagem de jornais com matérias referentes aos cursos. O LINC também conta com a coordenação da professora de Publicidade e Propaganda, Cristina Jobim. Sendo um espaço compartilhado entre os alunos dos cursos de comunicação, ele possui monitores de ambos. O laboratório se encontra na sala 607 do prédio 14.

Há 50 anos, a Feira ocorre na Praça Saldanha Marinho. Iniciada em 1973, jovens escritores tiveram a oportunidade de lançar sua obra e o evento passou pelo desafio de se manter viva durante a pandemia. 

Jovens Escritores

Algo importante para o evento é que, a cada nova edição, surgem novos jovens escritores. Como, por exemplo, em 2022, quando o (hoje) acadêmico de Jornalismo João Lucas Oliveira lançou o livro Cada vez mais eu. O autor conta que a produção só foi possível devido ao incentivo de várias pessoas na escrita do livro. Ele acredita na iniciativa de novos escritores, porém crê também na experiência de vida: “De nada adianta ser o mais novo a lançar um livro, se você ainda não tem conhecimento suficiente para transparecer”

Oliveira acredita no legado de fazer o bem por meio de instrumentos que auxiliem a cuidar da saúde mental. Ele ainda ressalta que o leitor que adquirir o livro estará auxiliando no reflorestamento: ” A cada livro adquirido, uma muda de árvore de reflorestamento é plantada, como forma de repor o papel utilizado na impressão, e também de ajudar no combate ao desmatamento e contribuir no reflorestamento”

Lançamento Do Livro Cada vez mais eu
Capa do livro Cada Vez Mais Eu.

O livro de João Lucas pode ser adquirido através da Amazon ou WhatsApp.

O Recomeço Pós Pandêmico

Durante o ano de 2020 o mundo viu – se diante uma pandemia global, onde ficamos praticamente sem contato presencial por um tempo. Por isso, naquele ano a Feira do Livro ocorreu de forma híbrida pela primeira vez, na sua 47ª edição. Já em 2021 o evento voltou às suas origens,  sendo realizada de modo 100 % presencial. Segundo Télcio Brezolin, presidente da Câmara do Livro de Santa Maria e: “Foram momentos de reencontrar pessoas num ambiente cheio de energia, desprovido de algoritmos, tão importante neste hiato da história da humanidade”.(depoimento dado à assessoria de imprensa da Feira de 2021)

Feira de 2023

Em 2023 a Feira Do Livro ocorre na Praça Saldanha Marinho de 28 de abril à 13 de maio. As inscrições para os escritores que querem lançar livros estão abertas até o dia 15/04, por meio de formulário . Mais informações podem ser adquiridas pelo e-mail feiradolivrosm73@gmail.com e no Instagram @feiradolivrosm.