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cultura japonesa

MA, a travessia

  O espaço em branco na pintura, o silêncio que antecede o refrão, o corredor que leva ao templo, o tempo de “não-ação” da coreografia, o terceiro elemento na dualidade do “ser ou não ser”. Nem

Mangás são só para japoneses?

Mangá é o nome dado às histórias em quadrinhos de origem japonesa. O termo significa, em português, “desenho involuntário”. Vários mangás dão origem a animes, que são  animações produzidas por estúdios do Japão. Quando um mangá

Mover-se é estar entre. Foto: Neli Mombelli

 

O espaço em branco na pintura, o silêncio que antecede o refrão, o corredor que leva ao templo, o tempo de “não-ação” da coreografia, o terceiro elemento na dualidade do “ser ou não ser”. Nem o primeiro, nem o segundo: a fronteira entre eles, o lugar “vazio”. Nem um, nem o outro: o “entre”, a vida que habita o “nada”. Esse é o Ma, elemento que permeia toda a cultura e boa parte da estética japonesa. Mais que um conceito, um senso comum que contraria o Ocidente e sua obsessão pela dualidade, uma possibilidade que abraça a contradição e o excluído. Mais que verdadeiro ou falso, passado ou presente, céu ou inferno, vida ou morte. É o que dá sentido ao todo: sem a parte branca, a pintura não faz sentido; sem o hiato no momento certo, a música não encanta; sem um caminho de preparação, a energia do templo não será absorvida; sem a pausa, a dança não tem ritmo; sem o terceiro elemento, eis a questão.

O Ma é apaixonante para quem já não vê a menor graça no 8 e no 80 e há tempos não se emociona com a declaração escancarada e com a janela completamente aberta. Não é sobre gostar do morno, pelo contrário, é buscar intensidade no que está além do óbvio. Nem desconhecido, nem apresentado; eu quero o que é preciso reconhecer, aquilo que depende mais da minha sensibilidade em ver do que da habilidade do outro em mostrar. Precisamos falar sobre o meio – se o “completo” é o copo cheio, o “vazio” é o copo ilimitado. Se o completo é parte, o vazio é inteiro. Incorporar o terceiro e entender o excluído como um elemento necessário é admitir que o ápice da nossa última conversa foram os 10 minutos de silêncio entre as tuas e as minhas palavras. E quando um entende o silêncio do outro, já não importa se não estamos completos. O que importa é que somos inteiros.

A tua ausência está sentada ao meu lado no avião, a tua falta deixa a casa cheia e o teu sumiço me visita todos os dias. Onde não há nada é que o tudo se esconde. O amor não faz milagres, não preenche vazios, não dá beijos no pescoço. O amor não é tempo, não é espaço, não é presença ou saudade. Ao descobrir que as respostas e certezas não estão no primeiro beijo, alimentamos a esperança de que elas estejam no último. Não estão! Quem não presta atenção no universo entre um e outro talvez nunca se encontre, por isso eu celebro o teu ir e vir. Quando você pega a sua mochila, entra no táxi e diz “rápido, antes que eu desista de ir embora”, o amor assume a sua afinidade com o Ma: nem chegada, nem partida; o amor é travessia. Eu deixo a janela entreaberta, descubro que é melhor ser inteira que estar completa, reconheço as lições pelo caminho e te digo, sem precisar falar nada, que a tua travessia para sempre, sempre, sempre… me atravessará.


Manuela Fantinel tem 22 anos e é jornalista egressa da UFN. É coautora do livro Cronicaria e atualmente mora em Goiânia.

Mangá é o nome dado às histórias em quadrinhos de origem japonesa. O termo significa, em português, “desenho involuntário”. Vários mangás dão origem a animes, que são  animações produzidas por estúdios do Japão. Quando um mangá alcança um sucesso considerável de vendas no Japão, ele é transformado em anime, podendo ser traduzido e distribuído para outros países. A ordem de leitura de um mangá japonês é a inversa da ocidental e sua impressão é em preto e branco. No Brasil, as companhias Crunchyroll e Netflix são  responsáveis pela publicação de mangás e animes via streaming.

Mangás digitais do Otome’s Way (site)

De acordo com os donos das lojas de gibis Luiz Oliveira e Jesus Ferreira, os mangás mais vendidos em Santa Maria são: Berserk, Fullmetal Alchemist, Lobo Solitário, Vagabond e One Punch-Man, Death Note, My Hero Academia, One piece e Naruto. Luiz comenta que pessoas das faixas etárias de 10 a 70 anos vão à loja em busca de quadrinhos e mangás. No Japão, segundo o site Oricon (parada oficial de álbuns, singles e vídeos musicais mais vendidos do Japão), os 10 mangás mais vendidos em 2017 são: One Piece, Attack on Titan, Kingdom, My Hero Academia, Tokyo Ghoul:re, Haikyu, The Seven Deadly Sins, One-Punch Man, Food Wars: Shokugeki no Souma e Magi. O mangá de  Eiichiro Oda, One Piece, lidera o ranking pelo décimo ano consecutivo.

Número de unidades vendidas no Japão:

Não existe dados de mangás mais vendidos no Brasil, mas existem lojas online brasileiras que possuem o número de mangás mais vendidos.

Saraiva: Your Name; My Hero Academia; Os Cavaleiros do Zodíaco; Akira; The Ghost in The Shell; Fullmetal Alchemist

Amazon: Fullmetal Alchemist; Battle Angel Alita; Your Name; My Hero Academia; A Voz do Silêncio; Cavaleiros do Zodíaco

Comparações:

Dos mangás mais vendidos nas lojas online do Brasil, apenas Fullmetal Alchemist e My Hero Academia estão na lista dos mais vendidos em Santa Maria.

Dos mangás mais vendidos no Japão, One-Punch Man, My Hero Academia e One Piece estão na lista dos mais vendidos em Santa Maria.
Dos mangás mais vendidos no Japão, apenas My Hero Academia está na lista dos mais vendidos no Brasil

Por João Pedro Foletto e Giulimar Machado, para a disciplina de Jornalismo Investigativo