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Feira do Livro chega a 45 mil exemplares vendidos

Até a noite de quinta-feira, dia 09, o balanço de livros vendidos na 46ª Feira do Livro era de 45.055 exemplares. Segundo o presidente da Câmara do Livro de Santa Maria, Télcio Brisolin,  os dois livros

A lucidez de Eliane Brum

Na noite de hoje, 01 de maio, a jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum foi ouvida por uma plateia atenta que lotou o anfiteatro do hotel Itaimbé. A vinda da jornalista foi planejada para integrar a programação

Programação do feriado de 1º de maio na Feira do Livro

14H – Lançamento de livros infantis Lelé João-de-Barro: arquiteto de histórias – Clarissa Pereira, Daniel Pereyron e Neli Mombelli 15h – Revoada Poética A oficina de Alessandra Roscoe irá reunir 40 crianças na Praça Saldanha Marinho, com agendamento prévio. Pipas ganham,

Confira a programação do Livro Livre da Feira do Livro

A 46ª Feira do Livro de Santa Maria começa nesta sexta-feira, dia 26, às 19h, na Praça Saldanha Marinho. Mais de 250 escritores estarão presentes, serão 40 barracas com livros para venda num total de 16 dias de

O patrono Maurício Leite esteve presente com a organização da Feira durante os 16 dias. Fotos: Denzel Valiente/LABFEM

Até a noite de quinta-feira, dia 09, o balanço de livros vendidos na 46ª Feira do Livro era de 45.055 exemplares.

Segundo o presidente da Câmara do Livro de Santa Maria, Télcio Brisolin,  os dois livros mais vendidos da Feira foram, até agora, A Sutil Arte de Ligar O F* de Mark Manson, e Lelé João-de-barro: arquitetura e história de Clarissa Pereira, Daniel Pereyron e Neli Mombelli. Já em escala menor, entram nos mais procurados O Diário de um Banana, Baixada Melancólica, Prado Veppo, Brincando com Lucas Neto e O Pequeno Príncipe.

Télcio explica que só em terem 3 livros de autores locais na lista dos 10 mais procurados é muito importante, pois sem a Feira eles não ganhariam essa visibilidade para concorrer com os historicamente mais procurados como O Diário de um Banana e Brincando com Lucas Neto.

Ajudando na organização da Feira desde 78, Télcio conta que antes haviam 4 ou 5 autores e que hoje é uma grande satisfação ver cerca de 100 autores trazendo lançamentos para a Feira do Livro a cada ano. “A Feira ajuda no processo de conhecimento, e o conhecimento ajuda no desenvolvimento da cidade”, diz.

Os livros mais vendidos foram A Sutil Arte de Ligar O F* e Lelé João-de-Barro: arquitetura e história.

A atração principal da Feira, segundo o presidente da Câmara do Livro, foi a participação da jornalista Eliane Brum no palco do Livro Livre, que teve sua localização mudada duas vezes devido à grande procura do público,  excedendo as expectativas.

A palestra de Marina Colasanti também foi muito procurada. A Feira estava tentando trazê-la há anos.

Outra participação importante foi a do patrono Maurício Leite, que esteve presente com a organização durante os 16 dias de feira. Ele é uma grande influência como promotor da leitura tanto no Brasil como na África. A presença de Maurício também foi de grande importância para o contato com grande nomes que vieram participar desta edição.

Eliane Brum durante o Livro Livre. Fotos: Thayane Rodrigues/LABFEM

Na noite de hoje, 01 de maio, a jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum foi ouvida por uma plateia atenta que lotou o anfiteatro do hotel Itaimbé. A vinda da jornalista foi planejada para integrar a programação do Livro Livre durante a 46ªFeira do Livro, e agendada inicialmente para o Theatro Treze de Maio. Os ingressos esgotaram no primeiro dia, levando à troca de local capaz de receber um público maior.

Eliane Brum se mostrou à vontade e agradeceu por estar em Santa Maria, segundo ela, uma intenção antiga sempre interrompida por uma agenda de compromissos múltiplos.  Iniciou com o cumprimento que revela o seu lugar de fala: – Mariele presente! Sob aplausos, ressaltou a impunidade que marca o Brasil da atualidade e a necessidade de não esmorecer na luta pela justiça.

Durante o bate-papo mediado pela jornalista Liciane Brun, Eliane Brum se diz uma contadora de histórias e que, ao contrário do que afirma a suposta objetividade jornalística, escreve “com o fígado”,  porque o texto “precisa passar pelas vísceras”.  Ao ser questionada sobre como se treina o olhar jornalístico, Eliane lembrou a famosa frase “notícia é quando o homem morde o cachorro”, de John B. Bogart, revelando que se interessa muito mais pelo cachorro que morde o homem, porque, segundo ela, “não existem vidas comuns, existem olhos domesticados, e, infelizmente, esses olhos são os nossos”.

A escritora relatou que passou 20 anos se preparando para sair das redações, porque queria ter um novo tipo de vida e conhecer seu próprio tempo. Trabalhou durante dois anos com a morte, buscando entendê-la, e passou 115 dias convivendo com uma mulher que tinha um câncer incurável. A frase dita pela mulher que fez Eliane perceber a importância do tempo foi: “quando eu tive tempo, eu descobri que meu tempo tinha acabado”.  Segundo a jornalista, foi nesse momento em que começou a pensar melhor sobre seu tempo, deixou coisas para trás e escreveu seu primeiro romance.

Sem meias palavras, a jornalista e escritora falou de como suas reportagens se voltam para os temas que ela considera fundamentais na vida. Disse nem sempre saber o rumo que as histórias tomarão, mas o fato da escuta atenta determina o lugar aonde chegar. Com a  lucidez que caracteriza os seus textos,  Eliane falou dos processos que a levaram a escrever como condição para existir.  Para ela, escrever é “incendiar com as palavras. Escrever para não matar e para não ser morta”. A jornalista falou da tristeza, da morte como condição da vida e processo de aprendizagem, da desesperança como lugar do existir, da necessidade de resistir e persistir.

“Precisamos voltar a encarnar as palavras”, diz Eliane Brum

Ambientalista, alertou para a responsabilidade coletiva diante das mudanças climáticas.  Ressaltou que não apenas a vida planetária está sendo destruída, mas que a herança deixada às gerações vindouras não será mais a de um planeta difícil, e sim a de um planeta hostil.

Ao se dizer nômade, falou também da sua opção por se instalar em Altamira, no Pará. Para ela, a Amazônia é o centro do mundo e a preservação da floresta é fundamental.

Há muitos anos Eliane Brum vem realizando reportagens sobre as populações ribeirinhas e indígenas assoladas pela exploração desenfreada e pelas fraudes dos grileiros naquela região.  A jornalista narrou o drama de pessoas e famílias que foram sendo alijadas de suas próprias histórias de vida  por grilagem ou pela construção de obras como a da barragem de Belo Monte. Há de lembrar que Eliane Brum sempre fez duras críticas aos governos petistas por ignorarem as realidades locais quando da construção das grandes obras. Hoje, ressaltando que as terras indígenas e ribeirinhas são públicas e asseguradas pela constituição federal –  e onde os moradores tem usufruto e não o direito de posse sobre elas -, a jornalista criticou o governo Bolsonaro pela perversidade com que vem deturpando o sentido das coisas no Brasil.  Ao ser questionada sobre o esvaziamento da palavra no Brasil, ressaltou que a criação do comum começa pela linguagem e o que o atual governo tenta desconstruir é justamente o sentido das palavras que asseguram a concretude do que é comum e público.

Nessa direção, ao referir o seu texto no jornal El País sobre o balanço dos cem dias de Bolsonaro como presidente, Eliane Brum voltou a criticar o novo governo. Segundo ela, se trata de um governo que faz oposição a si mesmo como estratégia de se manter no poder, sequestra o debate nacional, transformando o país todo em refém, e estimula a matança dos mais frágeis. Para ela, isso é a perversão.

Afirmando a paralisia que caracteriza a todos nesse momento do Brasil, e o esvaziamento das instituições que deveriam assegurar a democracia, ela defende que a resistência está na reinvenção do cotidiano, na capacidade de rir, de se reunir, de imaginar o futuro, porque somente a retomada da política é capaz de mudar o país.

Ela conta que as pessoas dizem que ela dá esperança ao povo. “A esperança é super valorizada, é um luxo que a gente não tem”, afirma. Os indígenas que conheceram o fim do mundo deles, ensinaram Eliane que a maior forma de resistência é a alegria, que é importante rir nem que seja por desaforo. “Eles nos destroem nas pequenas coisas, temos que lutar sem deixar nos arrancarem a alegria”, completa ela.

“Um espelho da alma brasileira”, como já foi chamada pelo jornal El País onde é colunista, Eliane fala que sempre buscou escutar as pessoas e duvidar de si mesma, só fazendo uma coluna se ninguém tivesse dito aquilo ou, pelo menos, do mesmo jeito que ela. Depois de 11 anos trabalhando no jornal Zero Hora e outros 10 na revista Época, optou por um projeto independente. Mora entre Altamira e São Paulo, faz palestras, segue fazendo reportagens e prioriza o que considera essencial – o próprio tempo.

Os livros de Eliane Brum estavam disponíveis para aquisição e autógrafos: A menina quebrada (2013),  Meus desacontecimentos, Uma duas (2011), A vida que ninguém vê (2006), O olho da rua (2ª edição 2017).

Colaborou Bibiana Rigão

 

 

Lelé e os escritores Neli, Clarissa e Daniel. Foto: Divulgação.

14H – Lançamento de livros infantis

Lelé João-de-Barro: arquiteto de histórias  Clarissa Pereira, Daniel Pereyron e Neli Mombelli

15h – Revoada Poética

A oficina de Alessandra Roscoe irá reunir 40 crianças na Praça Saldanha Marinho, com agendamento prévio. Pipas ganham, na caligrafia de crianças, textos retirados de seus livros favoritos e, por fim, as pipas ilustradas por renomados escritores e ilustradores. A mineira, Alessandra Roscoe se encanta pelo mundo literário desde a infância. Em 2013, criou o Uniduniler Todas as Letras e o Festival Itinerante de Leitura, que coordena e realiza desde então. O projeto foi reconhecido, em 2017, pelo Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe (CERLALC), organismo ligado à UNESCO, como uma das melhores práticas de incentivo à Leitura na primeira infância na América Latina e Caribe.

17H – Lançamento de livros

Taquarê: Entre Um Império e Um Reino – Mateus Ernani Henzmann Bulow

Vivências e Aprendizados Literários na Feira do Livro de Santa Maria – Maribel da Costa Dal Bem (Org.) na EEEM Cilon Rosa – Turmas 301, 302, 303, 304

Reticências – Maribel da Costa Dal Bem (Org.) na EEEM Cilon Rosa- Turmas 301, 303, 304, 305

Eliane Brum é colaboradora do jornal britânico The Guardian. Foto: Divulgação.

19h – LIVRO LIVRE

A jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum irá palestrar no Hotel Itaimbé. Os convites podem ser retirados na sala da Coordenação da Feira, na praça. Eliane trabalhou 11 anos como repórter de Zero Hora, e dez como repórter especial da Revista Época, em São Paulo. Desde 2010 faz projetos de longo prazo com populações tradicionais da Amazônia e periferias da Grande São Paulo. Época. Desde 2013 tem uma coluna quinzenal, em português e espanhol, no jornal El País. Eliane publicou seis livros – cinco de não ficção e um romance, além de participar de coletâneas de crônicas, contos e ensaios.

A 46ª Feira do Livro de Santa Maria começa nesta sexta-feira, dia 26, às 19h, na Praça Saldanha Marinho. Mais de 250 escritores estarão presentes, serão 40 barracas com livros para venda num total de 16 dias de programação. A feira funcionará de domingo à sexta, das 13h às 20h30min e nos finais de semana e feriado, das 10h às 20h30min. Acompanhe as novidades no site ou na página do Facebook.

Confira a baixo a programação do Livro Livre, que acontece todo os dias às 19h no palco da praça.

26 de abril – Sexta-feira

19h – ABERTURA OFICIAL – Praça Saldanha Marinho

27 de abril – Sábado

19h – Espetáculo “BIOGRAFIAS” com Deborah Rosa

As mais emblemáticas cantoras da música brasileira evidenciadas em “Biografias”, por Deborah Rosa. Vozes, canções e histórias de vida de interpretes como Elis Regina, Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Maria Bethânia, Elza Soares, entre outras.

28 de abril – Domingo

19h – LIVRO LIVRE BLUES

O projeto é formado por músicos, parceiros de outras bandas e amigos que têm como afinidade o BLUES em sua forma geral. Participam do show Paulo Noronha,  Vítor César, Diego Fiorenza e Ninu Ilha.

29 de abril – Segunda-feira

19h – DOCUMENTÁRIO PASSO DO VERDE – TV OVO

O documentário sobre o distrito de Passo do Verde foi produzido pela TV OVO em 2018 e tem direção de Helena Moura e Alan Orlando. A produção faz parte do projeto Por Onde Passa a Memória da Cidade -LIC/SM, que visa contar histórias de lugares, pessoas e memórias de Santa Maria.

30 de abril – Terça-feira

19h – Atena Beauvoir

Atena Beauvoir Roveda é escritora, filósofa e educadora transexual. Premiada pela sua atuação em defesa e promoção dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no RS. É integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Sexualidade (NEPEGS) do IFRS – Campus Porto Alegre e colaboradora do projeto TransEnem de Porto Alegre.

 

01 de maio – Quarta-Feira – feriado

19h –  Eliane Brum – No Hotel Itaimbé

Convites podem ser retirados na sala da Coordenação da Feira, na praça, a partir do dia 26, das 13 às 19h

Eliane Brum é jornalista, escritora e documentarista. Trabalhou 11 anos como repórter de Zero Hora, e dez como repórter especial da Revista Época, em São Paulo. Desde 2010 faz projetos de longo prazo com populações tradicionais da Amazônia e periferias da Grande São Paulo. De 2009 a 2013 foi colunista da revista Época. Desde 2013 tem uma coluna quinzenal, em português e espanhol, no jornal El País. É colaboradora do jornal britânico The Guardian. Eliane publicou seis livros – cinco de não ficção e um romance -, além de participar de coletâneas de crônicas, contos e ensaios.

02 de maio – Quinta-feira

19h – António Skármeta – O CARTEIRO E O POETA

António Skármeta é autor do livro Ardiente Paciencia, que inspirou o filme “O Carteiro e o Poeta”,filme dirigido por Michael Radford sobre a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e um humilde carteiro que deseja aprender a fazer poesia.  Esteban Antonio Skármeta Branicic é chileno descendente de croatas e também autor do livro “Um pai de Cinema”, que foi adaptado para o cinema com direção de Selton Mello, e que recebeu o título “O filme da Minha Vida”.

03 de maio – Sexta-feira

19h – Prado Veppo 20 anos: Vida e Poesia

Bate-papo misturando poesia, crítica literária e memória, sobre a obra do poeta Prado Veppo, com a coordenação do professor homenageado desta edição, Pedro Brum Santos. O bate-papo contará com a  participação de convidados, incluindo a filha do poeta.

04 de maio – Sábado

19h – Max Belzareno

Max Belzareno é graduando em História pela Universidade Federal de Rio Grande-FURG e Técnico em Química. Autor de outros dois livros publicados pela Chiado Editora, Inesquecível e Rua Nuvem de Estrelas, também é crítico literário.

05 de maio – Domingo

19h – GRUPO HORIZONTE E LUIZ CARLOS BORGES

Noite de homenagem a Humberto Gabbi Zanatta com show de Luiz Carlos Borges e Grupo Horizonte.

06 de maio – Segunda-Feira

 19h – Marina Colasanti

Escritora, jornalista e artista plástica, nasceu em 1937 em Asmara, na capital da Eritreia. Tem mais de 50 livros publicados no Brasil e no exterior, entre eles, poesias, contos, crônicas, livros para crianças e jovens e diversos ensaios. Trabalhou em televisão, como entrevistadora, redatora e apresentadora, em programas jornalísticos culturais. É uma das mais premiadas escritoras brasileiras, com vários prêmios Jabutis, além de dois prêmios latino-americanos.

07 de maio – Terça-Feira

19h – Raphael Montes  MISTÉRIOS DA LITERATURA: SUSPENSE E TERROR

Raphael Montes nasceu em setembro de 1990, no Rio de Janeiro. Advogado e escritor, teve contos publicados em diversas antologias de mistério, inclusive na Playboy e na prestigiada revista americana Ellery Queen’s Mystery Magazine.  Todos os seus livros tiveram os direitos de adaptação vendidos para o cinema e estão em produção.  Além disso, escreve roteiros para cinema e TV.

Dia 8 de maio – Quarta-feira

19h – NOITE DO PATRONO

Homenagem ao patrono da 46ª Feira do Livro, Maurício Leite.

Dia 9 de maio – Quinta-feira

19h – Adriana Negreiros

A autora da biografia da Cangaceira Maria Bonita conta como realizou a pesquisa para o livro – e o que ela descobriu. Adriana Negreiros, jornalista, é graduada em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Trabalhou nas revistas Veja, Playboy, Claudia e Marie Claire e é colaboradora da revista Piauí. Maria Bonita, sexo, violência e mulheres no cangaço é seu livro de estreia. Atualmente, trabalha em seu segundo livro, uma nova investigação sobre as mulheres, a ser lançado em 2020.

Dia 10 de maio – Sexta-feira

19h – Eliana Yunes

Eliana Yunes é formada em Filosofia e Letras pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, com pós doutorado em Leitura pela Universidade de Colônia. É professora associada da PUC – Rio e professora visitante em universidades brasileiras e do exterior. Criou para a Biblioteca Nacional o Programa Nacional de Leitura (Proler), é assessora do Cerlalc/Unesco e comparte a direção da Cátedra Unesco de Leitura no Brasil.