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Jornalistas: mulheres são a maioria e ganham menos do que os homens

A pesquisa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), sobre o perfil do jornalista brasileiro, mostra que ainda há uma situação desconfortante para as profissionais da categoria do sexo feminino. A pesquisa aponta que 64% dos profissionais

Quem é o jornalista brasileiro?

A Federação Nacional do Jornalista (Fenaj) publicou na última semana, os resultados da pesquisa sobre o “Perfil profissional do Jornalista Brasileiro”, com a participação de 2.731 jornalistas de todo o país e de profissionais que trabalham no

Valorizar a vida, apurar, punir e prevenir

A Federação Nacional dos Jornalistas e os Sindicatos de Jornalistas do Brasil solidarizam- se com os familiares e amigos das vítimas fatais do catastrófico acidente ocorrido numa Boate em Santa Maria (RS), na madrugada de 27

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Campanha da FENAJ

Confirmando compromisso assumido com dirigentes da FENAJ e de Sindicatos de Jornalistas, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, assinou, no dia 29 de maio, ato criando a Comissão Especial para análise do mérito da Proposta de Emenda Constitucional 209/2012, a PEC do Diploma. Aguarda-se para os próximos dias a definição da composição da Comissão, bem como de seu presidente e relator.

De acordo com o ato assinado pelo presidente da Câmara, a Comissão Especial será composta de 24 membros titulares e 24 suplentes, sendo um titular e um suplente de acordo com o rodízio entre as bancadas não contempladas na composição geral.
A decisão respaldou-se nos parágrafos 1º e 2º do artigo 33 do Regimento Interno da Casa, que preveem que os membros da Comissão serão “designados pelo Presidente por indicação dos Líderes, ou independentemente desta se, no prazo de quarenta e oito horas após criar-se a Comissão, não se fizer a escolha” e que”observar-se-á o rodízio entre as bancadas não contempladas, de tal forma que todos os Partidos ou Blocos Parlamentares possam fazer-se representar”, respectivamente.
Durante as atividades realizadas na Câmara na semana passada, os representantes dos jornalistas apresentaram ao presidente da Casa uma lista com sugestões de parlamentares para comporem a Comissão, a partir de consultas às lideranças de bancadas. Cabe agora às lideranças formalizarem as indicações. Neste sentido, o diretor de Relações Institucionais da FENAJ, José Carlos Torves, visitou as lideranças de bancadas na segunda-feira (02/06). “O ato do presidente da Câmara já chegou nos gabinetes das lideranças e estamos na expectativa da formalização das indicações para a Comissão Especial o mais breve possível”, informou.
Já fizeram suas indicações o PSB, SD, PTB, PROS, PSC e PRB. Ainda devem fazer suas indicações o PMDB, PSDB, PSD, PP, PR, DEM, Bloco PV/PPS, PDT, PCdoB e o PT, que deve indicar o deputado federal Paulo Pimenta (RS).
“O esforço de deslocamento a Brasília de dirigentes dos Sindicatos de Jornalistas de vários estados valeu a pena e surtiu efeito”, avalia a diretora da FENAJ e integrante da Coordenação da Campanha em Defesa do Diploma, Valci Zuculoto. “Continuaremos mobilizados para que a PEC vá a voto em plenário o quanto antes”, complementa.
Para o deputado Hugo Leal (PROS/RJ), a matéria deverá ter uma tramitação mais rápida a partir de agora. “Como já tínhamos feito várias atividades parlamentares quando formou-se Comissão Especial para análise da PEC 386/09, do deputado Paulo Pimenta e de conteúdo semelhante à PEC 206, acho mesmo que bastarão dez sessões para que a matéria esteja pronta para ir a plenário”, comenta, avaliando que a votação poderá ocorrer em agosto.
Fonte: Fenaj, com informações da Assessoria de Imprensa do deputado Paulo Pimenta

 

A pesquisa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), sobre o perfil do jornalista brasileiro, mostra que ainda há uma situação desconfortante para as profissionais da categoria do sexo feminino. A pesquisa aponta que 64% dos profissionais são mulheres e que apesar de ser maioria, ainda sim, ganham menos que os homens no mesmo cargo e que, os cargos de chefias são ocupados por homens.

A questão é analisada por Guilherme Howes, sociólogo, que afirma: “Esses aspectos, políticos, culturais e religiosos, construíram nossa sociedade com uma imagem masculina. Tanto nas revoluções, nos pensadores do renascimento e até mesmo na religião, temos um Deus pai.”

Para ele, as conquistas legislativas marcaram o século XX no que diz respeito aos direitos, igualitarismo e proteção às mulheres. Direitos como o do voto, igualdade de remuneração no trabalho e proteção contra a violência.  A partir da década de 40, às mulheres conquistaram pequenos, mas significativos avanços para uma igualdade ao lado dos homens, em comparação há vários séculos de estagnação. Mas, apesar deste avanço considerável em pouco tempo e serem assegurados por leis, às mulheres ainda esbarram numa sociedade construída por homens, tanto no aspecto cultural, político e até mesmo religioso.

O sociólogo avalia também haver uma relação unilateral dentro de nossa sociedade determina posições na estrutura social que fundamentam o homem com o ser principal e a mulher com ser secundário. Onde, ainda a mulher com os seus direitos estabelecidos e com uma reestruturação e ampliação do seu papel dentro da sociedade, continua sendo quem cuida da casa e dos filhos, não movendo as relações sociais.

A coordenadora Executiva da TV Unifra,  Mariangela Recchia  acredita que uma característica historicamente construída da mulher é a de ser conciliadora  e pacificadora. A mulher não reivindica seus direitos. “Essa questão das jornalistas é bem intrigante, pois, somos solidários com a causa dos outros. Se tem uma paralisação de qualquer categoria  lá estamos nós, solidários, mas e nossa?”, questiona.

Para o  jornalista e professor da Unifra, Maicon Elias Kroth,  é um processo. Ele acredita que  a categoria irá buscar regularizar, regulamentar e equalizar essas questões. “Não devemos ter diferenças. Temos os mesmos direitos e deveres.” Ele completa dizendo que “a mulher ganha espaços até hoje controlados pelos homens. Nós devemos sim, aproveitar essa aproximação que temos dos meios comunicativos para tentar modificar e ampliar o espaço das mulheres, e conscientizar a sociedade deste fenômenos.”

 

A Federação Nacional do Jornalista (Fenaj) publicou na última semana, os resultados da pesquisa sobre o “Perfil profissional do Jornalista Brasileiro”, com a participação de 2.731 jornalistas de todo o país e de profissionais que trabalham no exterior.

A pesquisa foi desenvolvida pelo Núcleo de Estudos sobre Transformações no Mundo do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina (TMT/UFSC) em parceria com o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e da Associação Brasileira de Pesquisadores do Jornalismo (SBPjor).

Iniciada  em setembro e  com duração de dois meses, a investigação visava compreender a distribuição territorial dos jornalistas por estado de federação, identificar a distribuição  por função na profissão,  formular hipóteses derivadas dessa comparação para alimentar uma segunda etapa destinada a traçar o perfil da categoria. A análise baseada em um questionário que poderia ser respondido pela internet, subdividiu os participantes em três categorias para aprofundar o estudo: 55% que trabalham em mídia, 40% que trabalham em assessoria ou outras atividades jornalísticas e 5% de professores.

Os dados da pesquisa demonstram que e 59,9% ganham até cinco salários mínimos e 98% tem formação superior, dentre esses 91% em jornalismo. Do total de jornalistas pesquisados  50% trabalham mais de oito horas por dia e 27% tem mais de um emprego.

Os  resultados obtidos evidenciam que 64% dos profissionais são mulheres, brancas, solteiras e com até 30 anos de idade, mas que apesar de ser maioria dentro da categoria, elas ganham menos do que os homens no mesmo cargo. E que  os cargos de chefia ainda são dominados pelo sexo masculino.

A pesquisa apontou também que 60% da categoria  hoje tem entre 18 e 30 anos, decorrente da oferta de cursos no país que já chegam a 316, dos quais 180 criados do ano 2001 em diante. Em consequência disto somam 145 mil jornalistas no Brasil, 92,5 mil só entre o ano de 2000 a 2011. O Rio Grande do Sul já conta com 8.293 jornalistas, 13% de todo o Brasil.

A Federação Nacional dos Jornalistas e os Sindicatos de Jornalistas do Brasil solidarizam- se com os familiares e amigos das vítimas fatais do catastrófico acidente ocorrido numa Boate em Santa Maria (RS), na madrugada de 27 de janeiro de 2013. Conclamamos as autoridades públicas ao extremo zelo com aqueles que ainda estão hospitalizados e à rigorosa apuração dos fatos, punição dos responsáveis e emergentes medidas preventivas para que tragédias similares não se repitam.

Chocada com as centenas de mortes registradas e com o grande número de jovens ainda hospitalizados, a sociedade brasileira está perplexa com as informações divulgadas pela imprensa de que seguranças da boate Kiss teriam impedido, no início do incêndio, a evasão de pessoas. Igualmente estarrecedora é a possibilidade, aventada por autoridades policiais, de que câmeras e gravações que registraram imagens internas e externas da boate tenham sido retiradas após a ocorrência, numa tentativa de ocultação da verdade.

Certamente, a perda de mais de 230 vidas é irreparável e, neste momento, é preciso valorizar a daqueles mais de 180 feridos no sinistro, assegurando todos os cuidados médico-hospitalares para que estes números trágicos não se ampliem.

Mas é fundamental que, ao mesmo tempo, as investigações e apuração de responsabilidades sejam feitas com máximo rigor e transparência, para que a impunidade – chaga que colabora para que a violência e acidentes trágicos prosperem no Brasil – não triunfe sobre a dor daqueles que perderam seus entes queridos e clamam por justiça.

É preciso, também, que esta tragédia lamentável, de repercussão internacional, motive as autoridades e agentes públicos e privados que atuam na área de espetáculos e diversões a tomarem medidas preventivas e fiscalizatórias imediatas para que a segurança do público seja preservada e que a valorização da vida ganhe concretude e status superior à do lucro.

Brasília, 29 de janeiro de 2013.

Diretorias da FENAJ e dos Sindicatos de Jornalistas