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Parto normal e cesariana: qual a melhor opção?

Durante muito tempo, os partos eram realizados em casa. Com o auxílio de parteiras, sem medicamentos e aparelhos, faziam com que alguns partos acabassem se tornaram horríveis para as mulheres, em função da dor. Por vezes

A nutricionista Franciliane Jobim Benedetti explica sobre a influência da alimentação na gestação. Foto: Thayane Rodrigues.

Cuidados com a alimentação, saúde bocal, exercícios físicos e com a postura, fazem parte dos cuidados que a mulher deve ter durante a gravidez. Esses assuntos foram comentados na manhã desta sexta-feira, 05, no XXII Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão, com a palestra “Cuidado interdisciplinar na assistência pré-natal”, administrada pelas professoras e doutoras Bianca Zimmermann Santos, da Odontologia, Franciliane Jobim Benedetti, da Nutrição e Letícia Fernanda Frigo, da Fisioterapia.

A doutora em Odontopediatria, Bianca Zimmermann conversou com os alunos presentes sobre a importância da mulher frequentar o consultório odontológico durante o período gestacional, enfatizando que a maior parte dos tratamentos devem ser feitos durante o segundo semestre da gestação, época que o bebê está em desenvolvimento. ” Existe um grande mito sobre a gestante não poder ir no dentista, mas isso não é verdade. A gestante deve procurar atendimento odontológico no pré-natal para que nós possamos orientá-la, prepará-la para cuidar da sua saúde bocal e, também, a do seu filho”, enfatizou Santos.  Segundo ela, nesse período aumenta o nível de progesterona e estrogênio e que acarreta modificações na cavidade bocal, influenciando nos processos inflamatórios, como a placa bacteriana que é o acúmulo de biofilmes que acontecem quando existe a presença de bactérias e de restos de alimentos, originando a gengivite. A professora também trouxe para a palestra pesquisas que relacionam a gengivite com partos prematuros e bebês com baixo peso ao nascer e também pacientes com pré-eclâmpsia, mas que ainda não existem evidências contundentes.

A fisioterapeuta Letícia Fernandes Frigo comentou sobre os exercícios durante o pré- natal. Foto: Thayane Rodrigues

Com relação a alimentação, a doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora da UFN, Franciliane Jobim Benedetti, debateu sobre o ganho de peso durante a gestação e com a estatura da mulher “Para um atendimento de nutrição só o peso e a estatura ou só cuidar do ganho de peso ou da perda de peso, não é o papel do nutricionista apenas. Para a gente fazer uma avaliação nutricional é  preciso  verificar quatro componentes: a antropométrica, bioquímica, clínica e dietética” ressaltou Benedetti.

Para a professora, o ganho de peso da mulher deve ser anotado no gráfico de peso da gestante, pois ele mostra se o peso – baseado nas semanas de gestação e os o valores do índice de massa corporal, o IMC -, está adequado. ” Todas ganham peso. Mesmo aquelas mulheres que estão com obesidade, porque esse peso não é especificamente da mãe, é do bebê, pois ele tem que ganhar peso. Nós temos todos os componentes da placenta, do volume mamário e tudo isso causa um aumento de peso na balança”, comentou. Conforme a nutricionista, o ganho de peso é descartado durante o primeiro semestre, visto que muitas mulheres apresentam um excesso de náuseas e vômitos, que fazem com que muitas vezes tenha uma perca de peso, que também mencionou que a má alimentação da mãe durante a gestação pode ocasionar futuramente um adulto com problemas cardiovasculares e outras doenças. “A prática de uma alimentação saudável, ajuda no desenvolvimento do bebê, para a placenta e os tecidos. E esse ganho de peso, claro que vai ter, porque temos uma demanda energética maior por conta do estado hipermetabólico das mães e temos que pensar se ela prática algum tipo de atividade física e como é a reserva energética dela para o período de lactação”, explicou.

Em relação aos exercícios, a professora de fisioterapia da UFN e doutora em Distúrbios da Comunicação, pela Universidade Federal de Santa Maria, Leticia Fernanda Frigo, destacou a importância dos profissionais da saúde em relação ao pré-natal. “Fora daquela barriga da gestação, nós temos uma mãe. O pré-natal  trabalha essa mulher. A gente está dentro da fisioterapia procurando que ela fique com o mínimo de intercorrências durante a gestação, pois é um período em que ela realmente está com várias alterações hormonais que vai deixá-la com outro tipo de humor, outras sensações e um momento de fragilidade corporal ao qual precisamos dar uma atenção especial para essa questão do movimento”, observou Letícia.

A fisioterapeuta exemplificou sobre as disfunções oesteomusculares, que lida com a mudança corporal conforme o crescimento do feto. ” A postura para sentar, dormir, caminhar, ela vai se modificando muito no último semestre. Todos os músculos da coluna vão se estirar.” destacou.  A pelve, foi outro assunto discutido pela fisioterapeuta, pois ela é uma musculatura que influência na passagem do bebê, mas que para Fernanda, o importante é que o bebê esteja adaptado a pelve da sua mãe. “Se a gente tem alterações posturais importantes durante a nossa vida, na gestação elas vão aumentar”, argumentou. Logo nas primeiras consultas, o fisioterapeuta avalia a pelve e tenta deixar as musculaturas que se encontram na pelve, o mais adaptado possível para o parto.

Um dos hormônios citados durante a palestra foi a relaxina que tem como função deixar todos os ligamentos da mulher mais relaxados para o momento do parto, não atuando apenas na pelve, mas em todas as estruturas, que acabam prejudicando alguns movimentos do dia-a-dia, seja no trabalho ou em outras ocasiões e com isso se faz necessário o fortalecimento da musculatura com exercícios físicos.  Fernanda explicou também que o sono não é o único momento de descanso da gestante e que na verdade ela teria que ter três pausas durante o dia para descansar e de preferência com as pernas para acima, para auxiliar na circulação do sangue.

 

 

Durante muito tempo, os partos eram realizados em casa. Com o auxílio de parteiras, sem medicamentos e aparelhos, faziam com que alguns partos acabassem se tornaram horríveis para as mulheres, em função da dor. Por vezes crianças não resistiam e também as mães, pois não se sabia se algum deles tinha algum problema de saúde, ou se haveria complicação. O parto cesariano foi avançando com o tempo e no século XX, com aplicação de anestesia, novos procedimentos de esterilização, se deu um modo das crianças e as mães ficarem bem.

O ginecologista e obstetra Fernando Clavé, 60 anos, formado há 35 anos na área, comenta que os partos não podem colocarem em risco a vida da mãe e do bebê. “Não se pode pensar que todas as pessoas são iguais, porque não são e esse trabalho tem que ser feito pelo médico e não por leigos, porque o risco é muito maior. Como que um leigo vai abrir uma barriga? O médico tem de estar por perto e um bom pediatra, uma boa Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal e um bom bloco cirúrgico para prevenir problemas que pode acontecer”, comenta.

O indicado é fazer acompanhamento desde que se descobre a gravidez para decidir qual o parto será mais indicado, ou seja, o pré-natal. O parto cesária tem indicação médica quando o bebê não passa pela bacia. A mulher fica no hospital até dois dias, volta em uma semana para tirar os pontos e, em um mês, para receber o anticoncepcional. A incisão é feita em cinco camada – epiderme, derme,hipoderme, aponeurose e peritônio visceral. A cirurgia dura, em média, uma hora.

Já o trabalho de parto normal, em média, leva de  quatro ou cinco horas. É feito o parto normal quando a criança está na posição correta e a mulher tem uma dilatação de 10 cm.

A Agência Central Sul de Noticias entrou em contato com os maiores hospitais públicos da cidade: Casa de Saúde e Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A Casa de Saúde divulgou que, entre os meses de janeiro e março de 2015, foram 108 cesáreas e 235 partos normais, totalizando 343 nascimentos. Já no HUSM, no mesmo período, foram 300 cesáreas e 203 partos normais, totalizando 503 nascimentos.

“Hoje em dia tem uma moda que está vindo que são as dolas, pessoas leigas que entram na sala de parto. Mas isso não é permitido aqui no Brasil. O Conselho de Medicina não aprova isso”, observa o médico.

Pamella Jaderson, 23 anos, manicure, diz que optaria pela cesárea para o terceiro filho, pois, para ela, a recuperação foi mais fácil do que a do parto normal

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Luciana Paganini, 40 anos, cabeleireira, teve seus dois filhos de parto cesárea. Se tivesse uma terceira gestação, optaria pelo parto normal

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Viviana Baumart, 36 anos, empregada doméstica, fala que na cesárea teve recuperação rápida, mas cogita o parto normal se tiver outro filho

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Silvana dos Santos, 29 anos, serviços gerais do Centro Universitário Franciscano, preferiu ter seu filho pelo parto normal, em função de ser mais rápida a recuperação

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