Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

I Semana do Curso de Jornalismo

O último dia da I Semana do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, sexta-feira, 30, foi marcado pelo debate sobre pesquisa e apresentações de trabalhos  em eventos de comunicação, em um primeiro momento, e os intercâmbios feitos pelos alunos do curso. As alunas Ariadne Marin, Luiza Rorato e Caroline Comassetto começaram contando sobre as suas experiências no Intercom Sul.

Último dia da I Semana do Curso de Jornalismo da UFN. Foto: Allysson Marafiga.

O evento é um espaço onde estudantes de graduação em Comunicação, recém graduados e demais pesquisadores da área apresentam trabalhos como: pesquisas derivadas de projetos de iniciação científica, de trabalhos de conclusão de curso (TCC), discussões teórico-práticas oriundas de ações de extensão e artigos finais de disciplinas cursadas na graduação, entre outras. Há possibilidade de participar duas vezes ao ano, no Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) e nos congressos regionais da entidade. Este ano, o Intercom da região sul ocorreu entre os dias 20 e 22 de junho, na Uniritter, em Porto Alegre.

Luiza Rorato e Caroline Comassetto foram as primeiras a relatar a sua experiência no congresso deste ano. As alunas não apresentaram trabalho, mas compareceram para garantir a experiência do evento. Segundo elas, foi uma grande oportunidade de adquirir ainda mais conhecimentos na área da comunicação, e puderam receber e compartilhar saberes e experiências nesse campo. ”As salas onde acontecem as apresentações dos trabalhos é a melhor parte, por toda a interação que é gerada com alunos e professores”, contou Caroline.

Ariadne Marin, Caroline Comassetto e Luiza Rorato contando sobre suas experiências no Intercom Sul. Foto: Allysson Marafiga.

Outra acadêmica a garantir sua participação foi Ariadne Marin. Ela apresentou seu artigo ”Animais Silvestres: as notícias de tráfico no Brasil”, que produziu com sua colega Bibiana Rigão — que não pode comparecer ao evento. A aluna revela que o tema do seu trabalho foi uma supresa aos presentes no congresso, por não ser um tema muito abordado na área do jornalismo. ”Eu gostei muito dos temas de todos os trabalhos, e muitos ficaram surpresos com o tema do meu. Acredito que o Jornalismo Ambiental deva ser mais tratado tanto em sala de aula como fora”, argumenta Ariadne. 

As acadêmicas ainda falaram sobre a troca de informações com pessoas de outros cursos do estado que, segundo elas, foi uma das melhores partes do congresso.

Para fechar o último dia, os alunos Luisa Peixoto, Flora Quinhones, Mariama Granez e Gianmarco de Vargas foram os convidados para falar sobre seus intercâmbios. A decisão de fazer a viagem, o processo anterior, as experiências e o retorno foram os temas mais abordados pelos ex- intercambistas. Luisa e Flora, que fizeram sua viagem por meio da Mobilidade Acadêmica Internacional da instituição, para Portugal, na mesma época, foram as primeiras a compartilhar suas experiências. O Instituto Politécnico do Porto foi a escolha de Luisa para fazer o curso de ‘multimedia’. Já Flora optou pela Universidade da Beira Interior, em Covilhã, onde cursou 5 matérias. As alunas contaram sobre seus primeiros meses no país estrangeiro, em como era difícil o contato com os portugueses, e como foi se acostumar com a nova rotina. Porém, a bagagem de estudos e viagens pela Europa nunca será esquecido, contam. ”Sempre foi meu sonho fazer intercâmbio, e eu consegui. Não existem barreiras, é só querer”, destaca Flora.

Gianmarco de Vargas, Mariama Granez, Profº Carlos Badke, Flora Quinhones e Luisa Peixoto debatendo sobre seus intercâmbios. Foto: Allysson Marafiga.

Já Mariama e Gianmarco escolheram o país norte-americano, Canadá, como destino para suas viagens de estudos. Ambos ficaram durante um mês na cidade de Vancouver, Mariama fazendo um curso de línguas na Language Across Borders (LAB) e Gianmarco estudando em um dos cursos de verão — na área do Jornalismo — da University of British Columbia (UBC). Os dois contam que o interesse por fazer intercâmbio é de longa data, e que, com muita dedicação, conseguiram realizar esse sonho. Para Mariama e Gianmarco, a maior dificuldade era a questão da alimentação, mas contam que o país é muito hospitaleiro e oferece paisagens muito bonitas para se visitar.

Quando questionados sobre qual a melhor lembrança que levarão desta experiência, a resposta foi sobre os lugares incríveis que visitaram e as pessoas com as quais construíram um laço de amizade.

Terceira noite da I Semana do Curso de Jornalismo. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Os projetos de extensão realizados na disciplina de Comunicação Comunitária II foram o tema da terceira noite da I Semana do Curso de Jornalismo. O espaço da CoArq foi sala para mais um momento de conversa, que aconteceu nesta quarta, 28, das 19h até as 22h no conjunto III da Universidade Franciscana (UFN). A disciplina que integra a grade do curso de Jornalismo  desenvolve projetos de extensão em diferentes comunidades e organizações da cidade de Santa Maria, envolvendo os alunos com outras realidades, num processo de interação e colaboração. Ao longo do curso, a disciplina já integrou projetos em cerca de 53 instituições na cidade.

Momento de fala da reitoria Iraní Rupulo: Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A terceira noite recebeu a reitora Iraní Rupolo que ressaltou a importância de se ter espaços interativos entre alunos. Ela defende que momentos iguais a esse devem ser repetidos ao longo do semestre e disse também da necessidade do processo formativo se dar para além das salas de aula tradicionais.

Aldeias SOS

Willian Oliveira e Caroline Costa, os primeiros convidados da noite, em conjunto com mais duas colegas, foram responsáveis pelo projeto “Aldeias SOS: uma experiência na interface da comunicação e da educação”, realizado em 2016. O projeto foi instaurado no Aldeias Infantis SOS no bairro Urlândia. O Aldeia é uma instituição sem fins lucrativos que sobrevive por doações e auxílio da prefeitura da cidade. Espalhado pelo Brasil inteiro, trabalha para mudar a realidade de crianças e adolescentes que vivem na pobreza.

Com o objetivo de desenvolver um projeto que fosse aplicado em uma instituição que fosse menos conhecida, o grupo chegou até a Aldeia SOS, onde realizou atividades com uma turma de 17 crianças de entre 6 anos de idade.  Os egressos contam que tiveram que se adaptar bastante a cada encontro, e procuravam sempre promover ações que despertassem interesse nas crianças. Ao longo do projeto desenvolveram atividades de mobilização, envolvendo a comunidade externa em atividades como a semana farroupilha, a festa em comemoração ao dia das crianças com lanche e entrega de presentes, além de uma campanha de arrecadação de alimentos como leite.

Caroline Costa e Willian Ignácio apresentando seu projeto. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A equipe também trouxe a turma até a UFN para conhecer os laboratórios do curso e onde as crianças tiraram suas fotos de formatura, que ocorria no final daquele ano. Os egressos revelam com emoção a experiência, e todo o vínculo criado ao longo do trabalho. Como forma de retorno aos pais, o grupo entregou um cd contendo todas a fotos para que assim tivessem conhecimento do processo ocorrido em sala de aula. Ainda foi produzido um vídeo, onde um colega do curso de Publicidade e Propaganda da UFN participou, mostrando o que as crianças acharam de todo o trabalho. Emocionados os egressos enceraram com uma expressão de dever cumprido e assim motivando a todos presentes na sala a experimentarem situações como essa.

Fotonovela na escola

Outro projeto relatado na noite de ontem foi “Narrativa, Fotografia e Quadrinhos: Construção de uma fotonovela”, produzida por Julia Trombini e mais três colegas do curso de jornalismo. O trabalho realizou-se na Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, com uma turma de 17 alunos de 10 a 14 anos.

Julia relata que a escola possuía uma boa estrutura, porém era pouco explorada pelos alunos e a própria metodologia de estudo, por isso, tinham como objetivo promover uma maior interação com o que a escola oferece e os alunos. Para isso acontecer elas buscaram juntar o que cada uma gostava mais na comunicação, o que resultou na criação de uma fotonovela. Com isso ela levaram vários conhecimentos aos alunos como, as técnicas da fotografia, da escrita e da interpretação, e mostraram um pouco do que é o mundo da comunicação.

Julia Trombini explicando seu trabalho de comunitária. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

O projeto tinha como objetivo explorar os conhecimentos da comunicação e construir junto com alunos uma fotonovela com o objetivo de instigar o interesse acerca de fotografias, narrativas e quadrinhos. Assim, durante 14 encontros, as meninas por meio de oficinas no turno da tarde, momentos teóricos e práticos como os contatos com a câmera, realizaram o projeto que gerou o “SANLU: Os Reinos Opostos”, uma fotonovela, produzida pelas crianças.

A egressa explica que apesar dos imprevistos que ocorriam e algumas mudanças de planejamento, o trabalho tem um pouco de cada aluna, mas que foi escrito e protagonizado pelas crianças da escola, exatamente da maneira como eles criaram. Julia conta que após ter realizado esse trabalho, pode perceber que o mais válido é o que é provocado as crianças.

Teatro 13 de Maio

O segundo momento da noite recebeu a presença da ex aluna Amanda Souza, que com mais 5 colegas, promoveram o projeto “Mobiliza 13: Projeto de mobilização social e retomada da comunidade do Museu Treze de Maio”, também no ano de 2016. Amanda explica que naquele ano o Museu passava por diversos problemas, por conta disso, o grupo precisava estabelecer ações para ajudar.

O grupo criou a campanha Mobiliza 13 e realizaram financiamento coletivo, utilizavam das redes sociais e procuravam sempre enfatizar a história, os problemas e o processo que ia se desenvolvendo, e no final produziram um documentário. O produto audiovisual exibiu toda a história e o acompanhamento da situação, com falas do diretor, figuras do movimento negro e a presença de Maria Rita Py Dutra , ativista do movimento negro, professora, escritora e pesquisadora.

Amanda Souza relatando seu projeto. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Desse modo, com o objetivo de resgatar a memória e relembrar momentos vividos no museu. A ex-aluna, fala que foi um processo muito interessante, onde seis alunos de pele branca produziam um trabalho para resgatar a história da cultura negra e, assim, rompendo preconceitos que existiam neles mesmos. Além do documentário, foi realizado um artigo com o procedimento correto do projeto, para ter assim um melhor entendimento sobre.

O rádio na educação infantil

O aluno Pedro Gabriel Gonçalves, encerrou a noite falando sobre o projeto que realizou na disciplina de Jornalismo Experimental, em 2018. Pedro produziu o “Programa Pé-de-Vento: o rádio na educação infantil”, com alunos da ONG Estação dos Ventos. O projeto se baseou na criação de um programa de rádio que desmistificasse algumas questões que as crianças tinham.

Pedro Gabriel contando seu trabalho. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Com crianças de 8 a 12 anos, o aluno proporcionou conhecimento sobre a história do rádio, a escrita e a percepção de mundo que eles ainda não tinham. Pedro conta que virou muito amigo das crianças e  destaca que o mais interessante nisso tudo é ensinar e mostrar que a vida é maior que a realidade que eles vivem.

O estudante levou as crianças até a UFN para uma visita aos espaços de comunicação e ainda, gravar um programa de rádio, qual tem duração de uma hora. Um processo que colocou o aluno na realidade das crianças e interferiu na vida delas, assim mudando um pouco da vida de todos. “Experiência incrível que me fez mais humano”,  concluiu Pedro. Os trabalhos de comunitária servem para dar uma atenção e escuta de maneira mais individualizada para as pessoas que são tratadas em conjunto. Além de buscar mudanças, também promove em quem se insere nesse meio.

Segunda noite da Semana do Curso de Jornalismo / Foto: Patrício de Freitas/LABFEM

A segunda noite da I Semana do Curso de Jornalismo que aconteceu na terça, 28, recebeu quatro jornalistas formados na Universidade Franciscana (UFN) para relatarem as experiências vividas durante os estágios acadêmicos. A conversa teve início às 19h e se estendeu até as 22h, acontecendo no espaço colaborativo do CoArq no prédio 14 da UFN.

O intuito dessa atividade é mostrar aos estudantes de jornalismo que ainda não realizaram seus estágios, uma visão mais abrangente do que é de fato o esperado estágio. O processo realizado, a escolha e o planejamento feito para atuar de maneira eficiente nessa etapa da graduação. Agnes Barriles e Deivid Pazatto foram os personagens do primeiro momento da atividade. Agnes estagiou no Avenida Tênis Clube (ATC), onde produzia materiais para o site e outras atividades ligadas a comunicação e eventos. Já Deivid, realizou seu estágio no Diário de Santa Maria, atuando na editoria de economia e política.

Jornalista Deivid em momento de fala. Foto: Patrício de Freitas/LABFEM

Com uma grande diferença em relação a editoria e tarefas os alunos contaram suas experiências e os momentos que viveram por cerca de três meses. Deivid conta que sempre teve interesse na área da política e que quando chegou o momento do estágio não podia escolher outra coisa. Contente com sua escolha, o ainda estudante, estagiou no período das eleições, o que lhe proporcionou momentos ainda mais intensos. O jornalista explica todo seu processo, qual teve que entrevistar candidatos da região, correr atrás de contatos, as dificuldades e os aprendizados que teve ao longo disso.

Agnes contando sobre seu estágio. Foto: Patrício de Freitas/LABFEM

Já Agnes, atuou na área de assessoria de imprensa. Ela realizou seu estágio no ATC e explica que seu trabalho era mais direcionado a realizar matérias para o site do clube e alguns vezes participar da organização e comunicação de eventos. Agnes fala que o estágio proporcionou a ela muito conhecimento para seguir na área profissional, e foi na prática que pode se aprofundar na assessoria de impressa – disciplina do curso de jornalismo – de maneira intensa.

Jornalistas Paola e Matheus relatando suas experiências. Foto: Patrício de Freitas/LABFEM

O segundo momento da noite foi por conta da jornalista Paola Saldanha e do jornalista Matheus Ferreira. Paola estagiou no Site Claudemir Pereira, e relembra o momento da sua escolha pois ainda não sabia muito bem o que queria. Ela conta que tinha interesse na área mais humanitária, foi quando a coordenadora lhe deu a opção de estágio que iria lhe proporcionar muitas histórias. Paola estagiou com um objetivo, conhecer e escrever sobre o cotidiano e as questão que envolvessem a população. Dedicada á contar suas histórias, a jornalista relata que tinha uma semana para apurar e estudar sobre, para assim então escrever.  Diferente de Paola, o jornalista Matheus Ferreira estagiou na Rádio Medianeira. Matheus relata a conciliação com um outro trabalho, e como fazia para organizar os horários. Ele alimentava o site de noticias da rádio e ainda teve a oportunidade de acompanhar algumas vezes pautas policias na cidade.

Paola Saldanha e Matheus Ferreira com os professores Mauricio Dias e Carla Torres. Foto:Patrício de Freitas/LABFEM

O quatro foram bem específicos nos seus relatos, e apesar do cansaço físico e piscicológico por conta do estágio e das aulas, além do segundo trabalho que alguns tinham, a experiência valeu para todos. O estágio serve para colocar o aluno no mercado mais cedo, tendo conhecimento e noção do que irá viver após se formar e embora não seja no lugar desejado, servirá muito para se aprender.

I Semana de Jornalismo começa com bate papo sobre fotografia de imprensa. Foto: Thayane Rodrigues/LABFEM.

O espaço colaborativo Co Arq, que fica no prédio 14 do Conjunto III da Universidade Franciscana, recebeu na noite de ontem, 26, o primeiro dia da I Semana do curso de Jornalismo. Com o tema ‘Fotografia’, o  final da tarde começou com coffee break e a exposição do Laboratório de Fotografia e Memória (LABFEM) ”O fotógrafo de imprensa”, que exibia as fotografias das alunas Thayane Rodrigues e Mariana Olhaberriet, com fotos dos seus projetos experimentais e de outras atividades. 

A noite seguiu com o bate papo ”A fotografia na reportagem”. Laura Fabrício, professora do curso de Jornalismo, conduziu a conversa com os convidados Fernando Ramos, Mark Braunstein e Gabriel Haesbaert. Fernando abriu o bate papo contando um pouco sobre sua carreira como jornalista, editor de fotografia e fotojornalista em grupos como a RBS Santa Maria. Ramos ainda destacou que um dos ‘segredos’ para garantir boas fotos é colocar o leitor dentro da cena da foto. ”Para se conseguir isso precisamos de prática e tempo, principalmente tempo”, declarou o jornalista. 

Fernando Ramos, Mark Brausntein e Gabriel Haesbaert contam sobre suas trajetórias na fotografia. Foto: Thayane Rodrigues/LABFEM.

Mark Braunstein também contou sobre sua trajetória no ramo, lembrando que herdou a paixão de seu avô, que tinha um estúdio fotográfico. Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Franciscana, trabalha atualmente como fotógrafo na Assessoria de Imprensa da própria instituição. Braunstein contou que está buscando oferecer um conteúdo diferente dos divulgados em jornais, com fotografias mais para o lado publicitário. Para ele, os melhores cliques são garantidos quando o profissional procura conhecer o seu público, buscando então as melhores maneiras de produzir as fotos. 

O final do bate papo ficou a cargo de Gabriel Haesbaert, egresso do curso de Jornalismo da UFN. Ele conta emocionado sobre o começo da sua carreira em fotografia, quando trabalhava de freelancer para garantir mais experiência na área. Atuou também no programa esportivo da Rádio UFN, ‘Titular da Rede’, lugar onde diz que começou sua paixão pela fotografia no esporte. Gabriel trabalha hoje como fotógrafo repórter no Diário de Santa Maria.

A I Semana co Curso de Jornalismo continua até o dia 30 de agosto e, nesta terça-feira, 27, irá promover o bate papo ”Estágios em Jornalismo”, com egressos da instituição.