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Cobertura da Rede Globo nas Olimpíadas

Em relação à cobertura dos jogos 2016, por parte da mídia em geral e da Rede Globo em especial, em minha opinião, podia ter aproveitado mais os dias de Olimpíadas no Brasil para criar pautas diferentes.

Primeira medalha de ouro do Brasil

Na tarde de segunda feira (08), a judoca Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil sobre a número um no ranking a judoca da Mongólia Sumiya Dorjsuren. A brasileira que vem de

A grande conquista do paraatleta Flávio Reitz

 Júlio Kovalski, integrante da equipe da Agência Energy Comunicação Digital,agência catarinense parceira de conteúdo  da ACS, conversou com exclusividade com o paraatleta da Fundação Municipal de Esportes e Lazer (FMEL) de Itajaí, Flávio Reitz, que estava em Londres disputando as Paraolimpíadas 2012.

O autocontrole e a capacidade de equilíbrio mental, são fatores comumente trabalhados na rotina de um atleta. Porém, desde o começo do surto do novo coronavírus, estas competências foram testadas, a ponto de exigir dos desportistas conhecerem-se mais, para que pudessem se sobressair diante da pressão psicológica enfrentada neste período.

Além das dificuldades relacionadas às adaptações dos treinos em épocas de lockdown, a mente tornou-se um dos principais obstáculos em um processo de aceitação. Ricardo Brandt, formado em Educação Física e doutor na linha da Psicologia do Esporte, afirma que parte deste sofrimento mental deve-se ao fato dos atletas estarem acostumados com um objetivo de vida naquela modalidade, e que pelo fato da “busca por essa meta” ser parcialmente interrompida, a tendência é que o psicológico venha a reagir de maneira unusual.

Professor na Universidade Estadual do Oeste do Paraná e inserido no ramo da psicologia esportiva, Brandt já trabalhou com atletas da Seleção Brasileira de Vela, ciclismo, futebol, futsal, tênis, atletas profissionais de triatlo e do remo paralímpico. Estes últimos, mentorados por ele, com foco nos preparativos para as Olimpíadas de Tóquio, em julho de 2021. Com toda sua bagagem de conhecimento, o psicólogo ressalta a importância da relação entre a busca por metas e a tentativa de equilíbrio mental e emocional: “As pessoas precisam criar um motivo para voltar a ter disciplina. Ter um gatilho para serem levadas a essa ação. Praticantes recreacionais ou amadores sofreram mais, pois trata-se de um processo mais lento que os retirem da inércia. Já no caso de pessoas que vivem do esporte 24h por dia, há a necessidade da criação de motivos para a prática pois, após a mudança do hábito, a tendência é que os outros venham junto com a disciplina”.

Tornou-se comum perceber, em meio aos longos intervalos de quarentena, diferentes métodos de reinvenção em cada modalidade. Atletas que levaram seus esportes para dentro de casa, assim como criaram novos hábitos de alimentação e introspecção, para auxiliar no processo de entendimento do corpo. “As pessoas precisam encontrar uma modalidade que elas possam chamar de sua, algo que amem e se identifiquem. Não é por indicação ou moda, é por experimentar práticas que consigam manter uma constância”, acrescentou Brandt, sobre a relevância do esporte na vida das pessoas.

De acordo com ele, o uso moderado da rede social, foi um ponto positivo para auxiliar na necessidade de aproximação e convívio entre profissionais deste meio. Ponto realçado pelo motivo de que os mesmos costumavam vivenciar inúmeras situações de inter-relacionamento em comparação ao “novo normal”. Outro ponto abordado pelo profissional, são as técnicas de relaxamento, como yoga, meditação e o mindfulness, considerados exercícios estratégicos para serenar a mente e readquirir o equilíbrio do organismo: “Exercícios físicos praticados em casa, estratégias para reflexão e o contato com a natureza são essenciais para o controle emocional, pois agem na liberação de hormônios e neurotransmissores, decisivos na manutenção do humor”.

Francielli Gasparotto em competição orientista – Foto: Arquivo pessoal

No entanto, nem todos conseguem lidar da mesma forma com desequilíbrios e readaptações psicológicas. Além dos pontos já citados, a alimentação e a depressão podem ser consideradas outras consequências deste processo. A paranaense Francielli Gasparotto sempre foi adepta ao esporte. Praticante nata de orientação e natação, passou por um árduo caminho durante os momentos de lockdown. Ela conta que devido aos regramentos de saúde social impostos durante a pandemia, precisou se ausentar de todas as suas práticas, o que abalou fortemente seu psicológico: “Parei com todas as atividades no começo da pandemia. Fiquei adepta à instabilidade, não sabia o que estava acontecendo… Fui aguardando as liberações dos protocolos de saúde, para retomar a prática dentro do possível”.

Segundo a orientista, o avanço de pesquisas científicas corroborou para que ela pudesse voltar às piscinas: “Como a natação é uma modalidade segura durante a pandemia, por englobar o distanciamento social e por levar em consideração que o cloro inibe a ação do vírus, eu retornei”. Posteriormente, já em 2021, ela retomou as atividades ligadas ao ciclismo. Porém, para chegar até esta fase de recuperação, grandes desafios mentais estiveram presentes em seus dias. “Foi algo bem difícil de lidar. Meu psicológico foi muito afetado, a partir do momento que vi que não teria mais as competições de orientação, assim como não teria como recorrer à natação e ao ciclismo”, desabafou. Ela acrescenta que, entre outros pontos, o sono e a alimentação foram fortemente impactados. “Tive muita insônia, algo que nunca havia experienciado. Foi a primeira coisa que apareceu em razão da falta do esporte. A parte da motivação foi por água abaixo, principalmente por eu não encontrar mais minhas perspectivas”, destacou.

Frente a aspectos como este, Brandt salienta o cuidado necessário por parte dos profissionais que lidam com o desenvolvimento mental de atletas, em relação à intervenção destas situações: “O psicólogo esportivo precisa conhecer seu paciente a fundo, ter um acompanhamento sistemático, analisar, entender e compreender como a mente dele funciona e responde às diferentes situações e contextos esportivos. É interessante planejar o que será feito, traçar os objetivos e saber regular aspectos emocionais, como a ansiedade, depressão, stress, humor, além da criação de rotinas de treino para o aumento de energia”.

Francielli Gasparotto em Stand Up Paddle – Foto: Arquivo pessoal

Porém, ao fugir dos parâmetros clássicos do funcionamento de uma mente esportiva, há outros vieses relacionados com o equilíbrio entre corpo e mente. Essa relação é interligada com os níveis de autoconhecimento e com a quebra de paradigmas psicológicos, no que diz respeito ao conhecer os próprios limites e se permitir experimentar novas áreas de atuação. Francielli conclui que um dos pontos positivos que o lockdown proporcionou foi a tentativa de descobrir mais sobre si mesma, além de intensificar a prática de momentos reflexivos, encontrados na meditação, espiritualidade e contato com a natureza. “Eu optei por começar com o Stand Up Paddle, já que eu simpatizava remar. Vi nesse esporte a oportunidade de fazer uma coisa que eu gostava, que era sair de casa e estar em isolamento e contato com a natureza. Essa escolha me trouxe a sensação de aliar o lago da Itaipu com o esporte, além da coragem e do fato de estar em meio a natureza”, revelou.

Por mais que a atleta não tenha retornado à orientação, estar em meio à água, sozinha e em sintonia com a natureza, possibilitou-a focar no desenvolvimento do autoconhecimento, ao fazer algo bom para a mente e para o corpo. “O atleta precisa se conhecer, para que possa trabalhar com regularidade emocional. O desenvolvimento da inteligência emocional é muito particular. Sem sombra de dúvidas, optar por outras modalidades e dedicar um tempo para a própria mente, é um tiro certeiro. Tudo que coopera com o intelecto pode gerar bons frutos”, concluiu Brandt. Percebe-se, por meio dos exemplos, a capacidade que o esporte tem de fazer com que haja a recuperação da autoconfiança, assim como, reequilibrar a relação entre foco e metas. De fato, a pandemia gerou inúmeros conflitos mentais a muitas pessoas, porém, se houver a análise sobre cada situação, percebe-se que existe uma alternativa de melhora e reflexão. O autoconhecimento sempre estará presente.

 

Produção da disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Em relação à cobertura dos jogos 2016, por parte da mídia em geral e da Rede Globo em especial, em minha opinião, podia ter aproveitado mais os dias de Olimpíadas no Brasil para criar pautas diferentes. No começo da cobertura dos jogos, o foco se baseava apenas nas modalidades em que o Brasil era favorito ou tinha grande chance de medalha, como o futebol masculino, que buscava o ouro inédito, o vôlei feminino, que pleiteava o tricampeonato, a ginástica, que tinha o atual campeão olímpico nas argolas, Artur Zanetti, e o judô, que tem tradição e trouxe nos últimos anos medalhas para o Brasil.

As Olimpíadas desse ano serviram para que a cobertura nos próximos jogos não se resuma apenas a certos esportes. A atenção precisa ser compartilhada e dividida entre outras modalidades. Para se ter uma ideia da falta de atenção que Globo deu à cobertura dos jogos, lembro-me de dois atletas que ganharam destaque após a conquista de medalhas: Thiago Braz, do salto com vara, medalhista de ouro nos jogos, e o boxeador Robson Conceição, vencedor do primeiro ouro do Brasil nesta modalidade. Dois atletas que, após as conquistas, ganharam espaço e destaque na mídia. Esses são apenas dois exemplos de muitos que poderia citar, já que a mídia em geral, e a Rede Globo principalmente, costuma destacar os esportes coletivos com históricos de conquistas, como o futebol e o vôlei.

Diante disso, gostaria de ressaltar que a mesma atenção que a imprensa dá para o futebol, por exemplo, deveria dar a outros esportes, principalmente, durante as Olimpíadas, pois se trata do maior evento de esporte mundial. Para melhor cobertura, o ideal seria tratar todos os esportes com o mesmo interesse que os esportes mais conhecidos, para satisfazer o público, que, de quatro em quatro anos, tem a oportunidade de acompanhar um rol de modalidades. É importante trazer para o público o conhecimento de cada esporte, durante e antes do evento, resgatar a história e explicar as regras dos esportes olímpicos, já que muitos não costumam ou não têm oportunidade de acompanhar certas modalidades fora do período dos Jogos.

14269446_872722112857710_136072733_nMauricio Mello, 22 anos. É estudante de Jornalismo. Apaixonado por futebol. Gosta de praticar esportes e assistir a filmes e séries. Nos finais de semana, gosta de se reunir com a família e sair com os amigos. É torcedor fanático do Grêmio.

*Texto produzido para a disciplina de Legislação e Ética em Jornalismo

Olimpíadas Rio-2016
Olimpíadas Rio-2016

Na tarde de segunda feira (08), a judoca Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil sobre a número um no ranking a judoca da Mongólia Sumiya Dorjsuren. A brasileira que vem de uma recuperação, pois nas olimpíadas de Londres em 2012, foi desclassificada por movimento ilegal e vítima de racismo na rede social Twitter. 

“Acredito que é um marco o fato de ser uma mulher negra e por ela estar trazendo essa primeira medalha em casa, tanto no Brasil quanto no Rio de Janeiro que é sua terra natal”, vibra o publicitário Francesco Ferrari.  

 Júlio Kovalski, integrante da equipe da Agência Energy Comunicação Digital,agência catarinense parceira de conteúdo  da ACS, conversou com exclusividade com o paraatleta da Fundação Municipal de Esportes e Lazer (FMEL) de Itajaí, Flávio Reitz, que estava em Londres disputando as Paraolimpíadas 2012.

Flávio Reitz, em Londres
Na segunda-feira (3) Flávio disputou a prova do salto em altura e conquistou um grande resultado, o 5º lugar com 1,68m, superando sua melhor marca em três centímetros. Um grande feito para o paraatleta que começou a praticar salto em altura há apenas um ano e meio. E, ainda superou tantas outras barreiras, o tumor no fêmur aos 16 anos que o obrigou a amputar a perna esquerda. Confira a entrevista.
Agência Energy: Como foi participar de uma paraolimpíada? Estar em um estádio grande, outro país, atletas de várias partes do mundo. Como você se sentiu?
Flávio Reitz: É uma experiência inexplicável, estou muito feliz. Ao mesmo tempo conhecer uma cidade como Londres, e poder estar entre os melhores paratletas do mundo, enquanto treina, em uma estrutura super moderna, observar os atuais recordistas treinando. Isso não tem como explicar.
Agência Energy: Você conquistou o 5º lugar, e principalmente uma marca importante para você. Para ir para Londres você saltou 1,65m e em Londres alcançou 1,68m. Como você explica essa progressão em tão pouco tempo? Os treinos durante a fase de aclimatação ajudaram?
Flávio Reitz: Quando saltei 1,65m para poder vir a Londres junto quebrei o recorde brasileiro. Com certeza concentrar em Manchester para treinar foi muito importante, me deu condição para poder lapidar o salto, concertar os erros. Aos poucos estou melhorando tecnicamente.
Agência Energy: Muitos esportistas no momento de um grande desafio são tomados por uma energia, empolgação e adrenalina que impulsionam ainda mais o atleta. Como você se sentiu no momento do salto? Você sentiu isso? O que passou pela sua cabeça, antes e depois do salto?
Flávio Reitz: Quando eu estava na prova, preparando para saltar, a sensação é inigualável. Ter cerca de 80 mil pessoas te olhando, aplaudindo, empurrando… é complicado de administrar. Apesar de ser a primeira competição desse nível, consegui usar essa energia a meu favor. Antes de saltar, a primeira coisa que me vinha na cabeça era a necessidade de acertar para poder continuar na prova e ao mesmo tempo vinha um sentimento de não decepcionar todas as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui. Quando passei 1,68m foi uma sensação indescritível, pois o meu objetivo em Londres era melhorar minha marca, nem que fosse um centímetro.
No fim, ficou a sensação de que poderia ter sido melhor. Mas fico feliz por ter melhorado e sabendo que ainda tenho muito que evoluir.