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Conflito Social nas urnas é debatido durante a JAI da UFSM

A 33ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ocorreu na quinta-feira (25) da última semana e movimentou o ambiente universitário da cidade. Entre diversos eventos que ocorreram, chegou a sua 3ª

Mesa debate conjuntura política e educação pública

A atual conjuntura política brasileira e a proximidade do segundo turno das eleições de 2018 foram os motivadores da mesa “Ascensão do Fascismo, Ultrapolítica e Estado Democrático de Direito: impactos e perspectivas nas universidades públicas”. O

A 33ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ocorreu na quinta-feira (25) da última semana e movimentou o ambiente universitário da cidade. Entre diversos eventos que ocorreram, chegou a sua 3ª edição a Jornada Acadêmica de Ciência Política. Organizada pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Ciência Política (NPCP) e pelo Núcleo de Estudos sobre Democracia e Desigualdades (NEDD) a programação contou com a mesa redonda “Conflito social nas urnas” que debateu a atual conjuntura política do país na quinta-feira no prédio de Ciências Sociais e Humanas da UFSM.

A professora Amanda Santos Machado, doutora em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e o professor Maurício Michel Rebello, doutor em Ciência Política da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) foram os palestrantes da noite que contou com cerca de 50 participantes.

A professora Amanda Machado, primeira a abrir o momento de fala, fez sua análise da conjuntura brasileira a partir das Manifestações de Junho de 2013, relembrando outros momentos como o impeachment da presidenta Dilma Roussef, o governo de Michel Temer, finalizando com a polarização política atual. Segundo a professora, as manifestações por parte dos deputados que votaram no julgamento de impeachment da presidenta Dilma demonstraram os dois blocos que hoje em dia são possíveis de reconhecer no período eleitoral. Aqueles que de um lado clamavam em nome de Deus e da família e aqueles que defendiam a democracia e a legitimidade refletem o conteúdo das falas que o Brasil tem vivenciado nos últimos meses.

O professor Maurício Rabello fez uma projeção do cenário que poderá se em encontrar a partir de 2019. A fragmentação partidária teve destaque em sua fala citando o número de partidos que lançaram candidaturas presidenciais, ressaltando o quanto isso impacta a governabilidade do próximo presidente.

Para a mestranda de Ciências Sociais, Andressa Duarte, o momento talvez não tenha ideia partidária, destacando que não há uma conhecimento ideológico de uma parcela da população e sim uma aproximação de discurso na busca de solução de inúmeros problemas. “Neste momento, não é considerado o partido do candidato, se encontra identificação no discurso.” falou.

Andreia Maidani, pós-graduanda em Ciências Sociais ressaltou a importância de se levar o debate para fora das universidades, e respeito às instituições. “O  momento é que discutamos muito mais sobre a política e que tenhamos a oportunidade de exercer a nossa democracia não apenas no momento do voto e sim de cobrarmos de nossos políticos o que se propôs os programas de governo” ressaltou.

O evento ocorreu entre os dias 24 e 25 de outubro e além de mesas-redondas contou com minicursos e grupos de trabalhos durantes os dois dias.

A atual conjuntura política brasileira e a proximidade do segundo turno das eleições de 2018 foram os motivadores da mesa “Ascensão do Fascismo, Ultrapolítica e Estado Democrático de Direito: impactos e perspectivas nas universidades públicas”. O debate ocorreu, na última sexta-feira à tarde, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e lotou o auditório Sérgio Pires.

Com intuito de debater e organizar a sociedade acadêmica, a mesa, organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e pela Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFSM, contou com a socióloga Sabrina Fernandes, da Universidade de Brasília; com a professora  Márcia Morschbacher, do Centro de Educação da UFSM; e com o diretor de extensão da União Nacional dos Estudantes (UNE), o acadêmico Lucas Bomfim, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Em sua fala, Sabrina Fernandes, destacou a polarização política atual e as violências e as opressões que têm sido registradas. “Estamos vivendo uma disputa polarizada de narrativas. Existe uma performance dentro de uma estrutura. Política não se faz somente nas ruas, esse é só um processo e não o objetivo central que é se organizar”, explica Sabrina.

A exposição dos convidados sobre impactos da política e na vida cotidiana e como ecoa na educação pública chamaram a atenção de Patrícia Froelich, cientista social e doutoranda em Extensão Rural pela UFSM. A pesquisadora demonstrou preocupação com a forma com que “um governo com aspirações fascistas configura retrocessos sociais e possivelmente promoverá sucateamento do que não considera supérfluo, a saber da educação pública e as artes. Sobre a importância da mobilização estudantil contemporaneamente eu pontuo que é fundamental. A mobilização estudantil patrocina o que está em falta ultimamente: trabalho de base.”

A professora Márcia Morschbacher enfatizou as perdas que sofreram a educação pública nos últimos anos, e a maneira como projetos “Escola sem Partido” ameaçam a autonomia científica e pedagógica, ao estabelecer situação de medo.

A graduanda Eduarda Casarin, do curso de Ciências Sociais, destaca a importância de espaços como esse para que a sociedade acadêmica compreenda o que está em jogo para a educação nesse momento.“ acredito que precisamos nos mobilizar enquanto estudantes e lutar para manter as conquista que tivemos, indo em frente, sem retroceder” destacou.

Pelo tema da mesa estar centrado na educação pública, a redução de investimentos ganhou destaque. Para a química Gabriella Eldereti, o movimento estudantil está desde 2015 em alerta sobre a redução de investimentos. “A mobilização no momento atual é fundamental para denunciar as ameaças que a educação pública e a universidade estão propícias quando se tem um candidato que já deixou bem claro que não é prioridade de investimento. Além de repudiarmos os atos de ódio e violência contra mulheres, negros e LGBTS”, frisou.

Para a coordenadora geral do DCE da UFSM, Franciele Barcellos, o momento é de mobilização do movimento estudantil que sempre esteve ao lado da democracia em outro momentos históricos da política como o movimento Caras Pintadas destacando a importância de momentos como o da mesa.

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias