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Feira Internacional do Cooperativismo chega em sua 28ª edição

A 28ª edição da Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) inicia nesta sexta-feira (15) e segue até domingo (17), em Santa Maria. A inovação desta edição será a participação de dezenas de agroindústrias de todo o estado.

A 28ª edição da Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) inicia nesta sexta-feira (15) e segue até domingo (17), em Santa Maria. A inovação desta edição será a participação de dezenas de agroindústrias de todo o estado.

José Carlos Peranconi, coordenador da Feicoop e do Projeto Esperança/Cooesperança. Imagem: Maiquel Rosauro

O evento deverá receber por volta de 500 grupos de expositores, a maior parte do setor de artesanato. Também ocorrerão debates, oficinas e seminários sobre questões ligadas a Agricultura Familiar e a Economia Solidária, além de apresentações culturais. A programação será divulgada em breve.

O coordenador da Feira e do Projeto Esperança/Cooesperança, José Carlos Peranconi, o Zeca, afirma que, em apenas um dos pavilhões do Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, haverá mais de 50 agroindústrias. “Se formos contar também os empreendedores que participam regularmente do Feirão Colonial, teremos mais de 60 agroindústrias que atuam com pão, salame, queijo e muito mais, vindas das mais variadas cidades do Estado”, explica.

É a primeira vez que Zeca assume a coordenação da Feicoop. Ele conta que o serviço é grande, mas que tudo caminha bem para o início da Feira. Nos anos anteriores, era o responsável pela organização da infraestrutura do evento.  “Temos uma equipe boa que está trabalhando, gosto sempre de conversar com o pessoal para não tomar decisão sozinho. Temos uma correria boa. Sei que, fisicamente, posso estar cansado, mas olho para trás e vejo tudo o que a gente já fez e dá um incentivo para terminar. É uma experiência nova para mim, trabalhei em todas as feiras em outra função, não na linha de frente. É desafiador”, relata Zeca.

A 28ª Feicoop é promovida pelo Projeto Esperança/Cooesperança, braço da Arquidiocese de Santa Maria; Prefeitura Municipal de Santa Maria; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Instituto Federal Farroupilha (IFFar). Para realização de um evento desse porte, a Feicoop tem auxílio de, aproximadamente, R$ 450 mil em emendas impositivas que chegam por meio da Prefeitura. A destinação vem dos deputados federais Paulo Pimenta (PT) e Elvino Bohn Gass (PT), e dos vereadores santa-marienses Valdir Oliveira (PT), Maria Rita Py Dutra (PCdoB), Ricardo Blattes (PT), Paulo Ricardo Pedroso (PSB), Getúlio de Vargas (Republicanos) e Tubias Calil (MDB). As emendas dos vereadores somam R$ 102.927,92.

 

Chuva na tarde de ontem afetou o movimento do Feirão de Páscoa na Praça Saldanha Marinho. Foto: Lucas Link, LABFEM

Nesta semana em que se sucede à Páscoa, a população de Santa Maria conta com mais uma opção de compras. Nas praças Saldanha Marinho e Saturnino de Brito está sendo realizado o Feirão de Páscoa que vai até amanhã, 18. O funcionamento é das 8h até às 18h .  A feira é organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança e durante esses dias conta com a participação de cerca de 40 barraquinhas com variados produtos como artesanato, floricultura, produtos coloniais e, em virtude da data, alguns produtores realizam a venda de peixe frito.

O Feirão de Páscoa é realizado há 30 anos e exige todo um processo para que possa funcionar. A coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, Irmã Lourdes Dill, explica que, primeiramente, existe uma avaliação para que o produtor possa expor seus produtos em locais como a praça, pois, segundo ela, é um local onde possui muita visibilidade e, por isso, o produtor precisa ter certas táticas e conhecimentos em relação a esse tipo de trabalho. O funcionamento do Feirão de Páscoa envolveu diversos esforços, uma vez que, conforme Irmã Lourdes, apesar do município ceder o espaço, existem custos e taxas que devem ser bancados pelos produtores, por isso é preciso que haja acordos e conversações para que fique bom para todos: “tudo esse envolvimento é fundamental para que se entenda a importância do cooperativismo e da organização”, ressalta ela.

Leila Terezinha Santos, 65 anos, é bibliotecária aposentada e juntamente de seu esposo produz alguns alimentos e os expõem nas feiras. Durante o Feirão da Páscoa ela está trabalhando na praça Saldanha Marinho. Leila já está há 6 anos no projeto e fala que em tempos atuais, com todos os problemas financeiros, ações como essa promovem um ganho tanto para produtor, que tem o seu espaço de comercialização, quanto para o público, que tem opções de compra. “A feira é muito importante, pois metade dos produtores aqui possui somente esta renda. Estar aqui gera muita visibilidade tanto para nós quanto para Santa Maria, que recebe tantos visitantes de variadas classes sociais”, comenta a feirante. Na praça Saturnino de Brito está Edisiane Papalia, 36 anos, formada em Administração e feirante. Edisiane participa do projeto desde 2015 e fala que esse trabalho é a fonte de renda de todos ali. “A feira ajuda, na realidade, ao pequeno produtor e é importante porque, talvez, se não fosse pela feira, alguns não sobreviveriam apenas com as vendas por fora”, diz a trabalhadora.

Irmã Lourdes, à esquerda, coordena a organização das barracas na Praça Saturnino de Brito. Foto: Lucas Link, LABFEM

O projeto Esperança/Cooesperança realiza várias feiras em diversos locais durante o ano. A maior delas é a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), que será de 11 a 14 de julho. “Eu trabalho há 32 anos nesse projeto, é um projeto muito bonito, fui designada a desenvolve-lo e me sinto realizada em saber que uma multidão de pessoas é beneficiada por esse trabalho, conclui a Irmã Lourdes Dill.

Desenvolvido pelo Banco da Esperança da Diocese de Santa Maria, integrado à Cáritas Regional – RS, o projeto Esperança/Cooesperança teve lançada a sua primeira semente em 1985, quando foram criados os primeiros projetos alternativos comunitários, derivando o Projeto Esperança em 1987. Ao articular e congregar experiências de economia popular do meio urbano e rural , a proposta, ao longo dos anos, tem se construído a partir do associativismo e do trabalho baseados na solidariedade, na autogestão, na inclusão social e na sustentabilidade. Produtores e pessoas que cada vez mais se conscientizam sobre o seu consumo compreendem este espaço como a possibilidade de formação de sujeitos e de exercício pleno da cidadania.