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Ingressos para três dias do Rock in Rio estão esgotados

As vendas dos ingressos restantes para a sexta edição do Rock in Rio no país começaram às 10h desta quinta-feira (9). As entradas são comercializadas exclusivamente pelo site do festival. A organização do festival disponibilizou 85 mil ingressos para cada uma

Em lançamento de biografia, Beltrame fala sobre combate à violência

Em entrevista à Agência CentralSul durante lançamento do seu livro “Todo Dia é Segunda-feira”, o Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, falou sobre seu trabalho por trás das UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora),

No fim de julho os alunos dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Design de Moda e Psicologia participaram de excursão para o Rio de Janeiro, com o objetivo de fazer com que os acadêmicos conhecessem a estrutura da Rede Globo e também vivenciassem a gravação de um programa de televisão. A viagem contou com quatro dias no Rio e os estudantes participaram de uma visita técnica aos estúdios da Rede Globo, fizeram parte da gravação do programa “Pipoca da Ivete” e também realizaram um tour pela cidade.

Durante a visita técnica nos estúdios da Rede Globo os estudantes tiveram a oportunidade de ver como são produzidos os efeitos especiais da emissora. Foto: Dandara Mariah

 De acordo com a professora do curso de Publicidade e Propaganda, Cristina Jobim, “é muito importante para os acadêmicos ter conhecimento do mercado, de como funciona, de como vai se desenvolver o trabalho na área de comunicação, tanto Publicidade e Propaganda, quanto Jornalismo. Então do ponto de vista profissional, visualizar como os profissionais da área trabalham, principalmente em uma grande empresa como a Globo, é fundamental. É muito mais que uma aula prática, é uma experiência que eles têm junto ao setor”. Para ela, a viagem também proporcionou experiências positivas na vida pessoal dos estudantes, “além de ir na Globo, eles puderam conviver entre eles, se conhecer melhor, se integrar, se divertir juntos. Também tiveram acesso a pontos turísticos, a museus e uma série de outras coisas que o Rio de Janeiro oferece”.

Os acadêmicos participaram como plateia no programa “Pipoca da Ivete”. Foto: Stephanie Baccarin

O acadêmico do 6º semestre de Jornalismo, Lucas Acosta, viu a viagem como uma oportunidade única de conhecer a maior emissora do país e entender como são feitas muitas coisas que vemos só pela televisão. Para ele, “é um lugar que talvez todo futuro jornalista gostaria de trabalhar no futuro, então conhecer esse local é como se fosse um sonho”. O estudante conta que “foi uma experiência riquíssima, porque poucos tem a oportunidade de conhecer o lugar que fomos e nós estivemos lá. É tudo muito surreal, é um lugar gigantesco, muito bem cuidado, muito bem organizado, com isso conseguimos ver a razão pela qual a Globo é a principal emissora do país disparado”. Para o acadêmico, a parte de conhecer os bastidores foi a mais interessante, “já que pela televisão vemos tudo montado e não sabemos como funcionam as coisas por trás disso. Entender como são feitos os cenários, as comidas cenográficas e conhecer a cidade cenográfica, pra mim foi a parte mais interessante da visita”, conclui ele.

Para a acadêmica do 2º semestre de Jornalismo, Vitória Oliveira, a viagem foi uma experiência única. Ela conta que não se pode perder uma oportunidade de aprender como funcionam os programas de perto e ver o funcionamento deles, desde os erros até os acertos. Os bastidores interessaram a estudante, “pude vivenciar desde cenários sendo trocados em minutos até partes que não passaram no programa editado. Conhecer a cidade cenográfica e ver como são feitas as estruturas foram minhas partes favoritas”, relata Vitória.

Os alunos também participaram de um tour pelos pontos turísticos da cidade, acompanhados pelas guias Michele Monteiro e Cláudia Ferreira. Michele trabalha com turismo há oito anos e para ela a presença de um guia “é fundamental para quem não conhece a cidade, temos muito a oferecer em relação a informações e atrativos e também passamos mais segurança durante o tour”. Para a guia, trabalhar com o turismo é uma troca, “eu amo conhecer histórias de pessoas do mundo todo”, conclui ela.

O estudante Hercules Hendges, que está no 6º semestre de Publicidade e Propaganda, tinha muita curiosidade de saber como funcionam os estúdios da Globo e queria muito conhecer a cidade. Para ele foi incrível conhecer o Rio e o Projac da Globo, Ele conta que  “os pontos turísticos foram sem dúvidas a melhor parte da viagem, me diverti e tirei muitas fotos”. Lauren Cavalheiro, também do 6º semestre de Publicidade e Propaganda, queria participar da excursão desde antes da pandemia, por conta de colegas que já participaram e comentaram que foi uma experiência maravilhosa. Para Lauren, foi uma viagem que proporcionou novas vivências, conhecer o Projac, como funcionam as gravações, a parte técnica e o tour pela cidade foi incrível.

Os acadêmicos durante a visita ao Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro. Foto: Michele Monteiro

A acadêmica do 4º semestre de Psicologia, Juliana Camejo, sempre teve vontade de conhecer o Rio e viu  a viagem como uma oportunidade única, ela conta que a viagem proporcionou experiências que não seriam possíveis se não estivesse ido com o curso. Para ela, a viagem foi incrível, “nos proporcionou inúmeras vivências, desde ver de perto como é a gravação de um programa, conhecer a parte técnica de tudo por trás das grandes produções”. Sua parte favorita foi conhecer os pontos turísticos, “foi ali que senti que realmente estava no Rio de Janeiro, além de ter conhecido pessoas que se não fosse a viagem não teria essa proximidade”, completa Juliana.

As estudantes Julia Buttignol e Eduarda Ramos, do 3º e 8º semestre de Publicidade e Propaganda, contam que a experiência foi ótima. Para Julia, poder conhecer os  bastidores da emissora, ver como tudo funciona e a quantidade de pessoas que é preciso para que um programa vá ao ar foi uma grande oportunidade. “Conhecer as maravilhas do Rio de Janeiro também foi perfeito, além de ter conhecido e me aproximado de novas pessoas”, completa a acadêmica. Eduarda conta que foi motivada por poder entender melhor e ver de perto a parte técnica de grandes produções e para conhecer a cidade, “foi ótimo poder visitar os estúdios e bastidores da maior emissora do país, principalmente para a gente da comunicação, conhecer novos lugares, pessoas e diferentes culturas é uma grande oportunidade”, diz a estudante. Para elas, o que mais gostaram da excursão foi o tour pela cidade, “foi onde pude conhecer realmente mais da cidade apresentada por nossa guia maravilhosa, me diverti e criei um grupo incrível”, conclui Julia.

A escolha do destino da viagem foi por conta da presença dos estúdios Globo no local. A professora, Cristina Jobim, conta que:  “Temos a intenção de viajar a São Paulo também, ainda esse ano, para conhecer os Estúdios Globo de lá e outros museus e atividades culturais. Mas o Rio de Janeiro é escolhido por esse canal que a gente tem com a Rede Globo”.

Colaboração: Vitória Oliveira

MC Poze do Rodo desenhado por Wander Schlottfeldt.

“Era só mais um Silva que a estrela não brilha; ele era funkeiro, mas era pai de família”. Não há quem não conheça o famoso refrão do Rap do Silva, maior hit do MC Bob Rum. Essa música reflete sobre a vida na periferia e o preconceito das classes mais altas com o funk e a cultura que o envolve. Apesar da música ter sido lançada em 1990, ainda se vê a mesma realidade quando o estilo musical é trazido à tona, quase sempre associado à criminalidade e à violência urbana.

Desenvolvido no fim da década de 70, o funk foi conceituado como a prática musical vinculada a manifestações culturais dos chamados bailes funk, que não passavam de festas organizadas por equipes de som em clubes da região suburbana. Naquela época, festas como o baile da pesada estavam apostando em um repertório com soul music para promover o movimento Black Rio, inspirado nos bailes realizados nos Estados Unidos na mesma época. Os produtores abraçaram a ideia de valorização da cultura negra e queriam produzir artistas nacionais, porém a indústria se deslocou para o estilo disco com rapidez, levando somente Tim Maia à ascensão.

O psicólogo Thiago Alves diz que a cultura brasileira engloba vários elementos internacionais e oriundos de outros países e o culturas, “e o funk, a nível internacional, têm elementos negros da sua essência, principalmente na vocalização e instrumentos”.

Ao acompanhar as tendências estadunidenses, o novo estilo musical tentava se aliar ao hip-hop da cultura negra. A concorrência entre os DJs era grande e muitos buscavam por referências viajando à Miami, nos Estados Unidos, cidade onde surgia a vertente de ­hip-hop chamada de Miami Bass. O estilo se destacava pelo ritmo rápido, bumbo frenético e letras sexualmente explícitas. Em 1987, os bailes funks cariocas eram cerca de 700 por fim de semana, agregando no mínimo um milhão de jovens no Rio de Janeiro. Nesta época, os bailes eram realizados em ginásios de esportes ou quadras de escolas de samba.

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Enquanto a classe média alta via o rock nacional como preferência, o funk incorporava músicas eletrônicas com graves pulsantes e muito dançante, se tornando o lazer da juventude pobre da cidade junto ao pagode. Entre as inovações da época, surgem os MCs, sigla para “mestre de cerimônias”, responsáveis por interpretar a letra e interagir com o público através do microfone. É então que os novos artistas deixam de tentar reproduzir as músicas estadunidenses e começam a criar suas próprias letras, falando sobre a vida cotidiana da favela e da sua comunidade, também apelando pelo pedido de um baile pacífico.

É no fim da década de 1980 que a violência nos bailes funk passa a chamar atenção da imprensa, gerando um aumento no preconceito com o estilo musical e de festa. Ao mesmo tempo que o MC Marlboro impulsionava a carreira de inúmeros artistas com coletâneas, o MC Grandmaster Raphael do Furacão 2000 propõe os festivais de galeras, no qual os próprios frequentadores dos bailes elaboravam e interpretavam as letras. Depois de 1990, as festas aconteciam em áreas de céu aberto ou ruas, e a figura dos MCs ganhava grande destaque, incitando a imagem de sucesso artístico acessível à qualquer jovem da favela. Apesar de muitos irem para os concursos dos festivais com propósitos pacíficos, a competitividade fomentava a agressividade em alguns jovens, resultando em violência. Ao serem documentados pela imprensa, a imagem do funk foi diretamente ligada aos arrastões de 1992.

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O acontecimento foi um embate entre facções rivais oriundas de bairros periféricos na Praia do Arpoador, e onde a elite carioca se chocou com ritual de luta comum da periferia. Devido ao impacto negativo causado na população dos bairros nobres e a grande divulgação da mídia, o marco ficou conhecido como arrastão e os envolvidos foram taxados de assaltantes e relacionados aos bailes funk. Assim, a imprensa começa a marginalizar o gênero perante a opinião pública, principalmente a partir de 1995, quando surgem acusações que ligavam os bailes com o comércio varejista de drogas. Segundo Alves, “o funk é mal visto pela perspectiva de onde ele vem, pois, quando ele chega na mídia, é ligado a questão da violência”. As pessoas, muitas vezes, nunca foram num baile funk, mas veem a representação social da favela na televisão, que torna mais fácil negar a desigualdade social e o lugar do funk como uma expressão da realidade.

Devido as inúmeras proibições aos bailes funk por parte do governo municipal, exigindo a vistoria policial durante os eventos, as festas foram acolhidas pelos líderes do morro e passaram a acontecer nas ruas da comunidade. É quando surge o proibidão, vertente do funk que usa palavras de baixo calão, fala de sexo explícito e sobre drogas, algumas vezes exaltando facções criminosas. Cria-se, então, o hábito de criar duas versões da música, uma aceitável para o mercado e uma para cantar nos bailes. Enquanto leis tentavam silenciar o movimento, os grandes veículos de comunicação popularizavam o ritmo fora da favela. O funk conquistou espaços na classe média e alta, e entra no século XXI com um público mais diverso.

Categorias e vertentes

Mister Catra desenhado por Wander Schlottfeldt.

No novo milênio, as letras do funk ganham uma tendência erótica e sexual, se aproximando da batida do samba e deixando o Miami Bass de lado para inserir o tamborzão. Nesse período, um dos sucessos foi o Bonde do Tigrão que, com músicas como “Cerol Na Mão”, alcançou disco platina em 2001.

Na mesma época, a MC Tati Quebra-Barraco entrava na cena como precursora feminina, lançando músicas como “Boladona” e “Sou feia, mas tô na moda”,  alcançando sucesso até no exterior.

Outro artista que subia nas paradas era o ícone do proibidão, Mister Catra. Famoso por seus 32 filhos, o artista obteve reconhecimento nacional por seus hits como “Adultério” e foi indiciado por apologia ao crime em 2002.

Começam a surgir novas tendências em São Paulo, uma vertente do funk chamada de ostentação por falar de um estilo de vida com muitos bens de consumo de alto custo e estar sempre rodeado por mulheres. Alguns dos MCs mais conhecidos nessa categoria são MC Guime com “Plaque de 100” e MC Rodolfinho com “Os mlk é Liso”.

Outra vertente foi o funk pop, canções mais populares que buscam conquistar espaço internacional, com letras suaves e batidas semelhantes ao pop. Muitos MCs escolhem deixam a nomenclatura para trás e migram para este subgênero, como Anitta, Ludmilla (antiga MC Beyoncé) e Pocah (antiga MC Pocahontas).

Importante ressaltar o brega funk, uma vertente do Recife que se enlaça aos cancioneiros românticos do Nordeste e, por fim, o 150bpm, categoria que mais fez sucesso recentemente, no qual a sigla significa “batidas por minuto”. É chamado assim por ser mais rápido que o comum, que é geralmente de 130bpm. Enquanto o brega funk tem sido exaltado por artistas como MC Loma e As Gêmeas Lacração cantando “Envolvimento” e “Xonadão”, o 150bpm vem ganhando espaço com músicas como “Eu vou pro Baile da Gaiola” do MC Kevin, O Chris e “Tô Voando Alto” do MC Poze do Rodo, além de DJs como FP Do Trem Bala e DJ Gabriel do Borel.

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Polêmicas

Ao longo dos anos, o funk sofreu com a perseguição política e com elementos controversos de sua cultura. Em linhas gerais, podemos citar uma das principais polêmicas como sendo a dança, por possuir uma certa sensualidade. O gênero musical leva os dançarinos a movimentarem o quadril e bumbum de forma sensual e, muitas vezes, são considerados vulgares. Alguns dos mais lembrados são o “passinho do romano”, “passinho” e “sarrada no ar”, sendo que o segundo foi declarado patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro em 2018.

Outra preocupação comum é com a vestimenta dos frequentadores do baile funk, principalmente na “falta” de roupa das mulheres. O uso de shorts e saias curta com decotes e roupas coladas chama a atenção, e algumas pessoas ficam desconfortáveis com a exposição gerada. Apesar de algumas letras incitarem a sexualização e objetificação das mulheres, há funkeiras que gostam das vestimentas de costume e concordam com o hit da Pocah que diz “Deixa eu te lembrar que eu não sou obrigada a nada, ninguém manda nessa raba”.

Não é de se surpreender também com a polêmica sobre as letras do funk, uma vez que elas falam abertamente sobre sexo, ostentação e, algumas vezes, apologia ao crime. As músicas abordam os assuntos de formas surpreendentes, como o hitQue Tiro Foi Esse?” de Jojo Maronttinni, ou a música “Tropa do R7” na qual o DJ R7 apresenta 7 minutos de uma montagem de sons de tiro em que 11 MCs interpretam estrofes de funk proibidão. Porém, foi o sucesso “Baile de Favela” de 2015, do DJ R7 e MC João, que foi criticado por internautas  e recebeu até resposta musicais pela forma como se referiu as mulheres, como a da cantora Mariana Nolasco.

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Na mesma época que surgiu a música de Jojo Maronttinni, entrava nas paradas a “Só Surubinha de Leve”, música que levaria a internet a loucura no início de 2018, em que MC Diguinho falava claramente sobre embebedar uma mulher fácil de dominar, estupra-la e abandoná-la na rua. A violência nos versos provocou milhares de internautas que não se deram por satisfeitos quando as plataformas de streaming baniram a música e o artista publicou uma “versão light” com reformas nas letras. Antes da segunda opção da música ser lançado, o artista negou arrependimento sobre seus versos em suas redes sociais.

Ainda sobre as letras, MC Pedrinho ficou muito conhecido em 2014 por suas músicas de conotação sexual. Com apenas 12 anos o cantor já havia lançado grande sucessos como “Dom Dom Dom”, “Matemática” e “Hit Do Verão”, o que acabou chamando atenção da Vara da Infância e da Juventude, que cancelou um de seus shows no Ceará sob alegação do teor erótico das canções. O artista não deixou de lado suas criações de funk proibidão, mas produziu algumas versões lights para suas músicas. Outra criança que, aos olhos da lei, entrou muito cedo no mercado da música funk foi a Medoly. A erotização das crianças é um assunto delicado, principalmente quando elas tem oito anos e cantam funk. O Ministério Público chegou a abrir um inquérito contra o pai da antiga MC Medoly em 2015 por considerarem que suas roupas eram muito adultas, o que o levou a reformular a carreira da filha. Tanto MC Pedrinho (hoje com 17 anos) como Melody (12) seguiram suas carreiras musicais e, neste ano, lançaram um clipe juntos.

Vale destacar o assassinato do cantor paulista MC Daleste conhecido por seus funk ostentação. O cantor dos sucessos “São Paulo” e “Gosto mais do que lasanha” foi baleado na barriga na noite de 6 de julho de 2013, em Campinas, ao fim de um show gratuito com cerca de 3 mil pessoas. O cantor estava conversando com o público quando foi atingido, e chegou a ser levado ao centro cirúrgico, mas não resistiu. A policia não pegou o assassino, mas afirmou que foram três disparos e que, com certeza, o atirador queria atingir especificamente o artista.

Já para finalizar com questões mais atuais, é importante falar da prisão do DJ Rennan da Penha, um dos maiores personagens do funk atual. O idealizador do Baile da Gaiola foi levado sob a acusação de atuar como olheiro, avisando o pessoal quando a polícia ia subir o morro, e de que as músicas dele faziam apologia ao uso de drogas, incitando que o Baile da Gaiola seria uma forma de atrair as pessoas ao tráfico. O site do Kondzilla publicou uma matéria explicando o caso do funkeiro e falando de operações da polícia que aconteceram no início de 2019 para acabar com o baile funk.

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Aos olhos da lei

Entre as formas de preconceitos e problemas que a Justiça encontrou com a cultura do funk, podemos destacar alguns projetos de leis que entraram em vigor. Em 2000 foi publicado o projeto da lei Álvaro Lins que proibia a realização dos bailes sem a autorização e supervisão de autoridades policiais no Rio de Janeiro, o que acabou por se estender à festas “raves” em 2007. Também vale ressaltar sobre a lei 5.544/09 sancionada em setembro de 2009 no Rio de Janeiro, que define o funk como movimento cultural e musical de caráter popular. Essa conquista em prol dos direitos dos funkeiros foi da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFunk) e foi registrada no livro “Funk-se quem quiser: no batidão negro da cidade carioca”. Em 2017, a sugestão de um projeto de lei que criminalizava o funk atingiu 20 mil assinaturas, chegando ao número mínimo para ser encaminhada para debate dos senadores. O projeto do empresário Marcelo Alonso classificou o gênero musical como crime de saúde pública à criança, ao adolescente e à família. A Comissão dos Direitos Humanos não transformou a sugestão em projeto de lei, pois iria diretamente contra a liberdade de expressão esculpido no artigo 5º da Constituição, inciso IX.

(segue)

Reportagem produzida por Bibiana Rigão Iop e Wander Schlottfeldt na disciplina de Jornalismo Investigativo, com orientação da professora Carla Torres.

Marielle Franco, socióloga, militante dos direitos humanos e a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro (pouco mais de  46,5 mil votos), nasceu na favela da Maré, na zona norte da cidade.

Contrariando as expectativas em relação à sua origem, formou-se em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RIO) com bolsa integral e fez mestrado na Universidade Federal Fluminense. Sua dissertação analisou a política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, estudando especificamente a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Militou pelos direitos humanos e, em 2016, se elegeu vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), com um programa  que reivindicava a melhoria das condições das creches e escolas, a segurança no transporte público e a fiscalização das relações com o setor privado, a defesa dos direitos das mulheres negras e das moradoras das favelas e da cultura. O envolvimento com essas questões ganharam relevância quando em 2006 fez parte  da campanha de Marcelo Freixo, então candidato a deputado estadual, na Comunidade da Maré. Após a eleição, passou a atuar na equipe de Freixo na área de Direitos Humanos. Atualmente, como vereadora, foi designada relatora na comissão da Câmara que vai fiscalizar a intervenção federal no Rio de Janeiro.

Na noite de ontem, quarta-feira (14), foi alvejada por quatro tiros na cabeça, dentro de seu próprio carro, ao voltar da Lapa onde participou de um evento sobre a condição das mulheres. Também o motorista que conduzia o carro, Anderson Gomes, foi atingido e morreu.

O crime já apontado como execução pode ter sido motivado pelas denúncias que a vereadora vinha fazendo contra a ação violenta da polícia militar em Acari, região norte da cidade do Rio de Janeiro. Ativista também nas redes sociais, publicou em sua página por ocasião do assassinato de um jovem na favela do Jacarezinho “Mais um que pode estar entrando para a conta de homicídios da polícia. Quantos jovens precisarão morrer para que essa guerra aos pobres acabe?”

A perícia da polícia  indicou que a arma utilizada foi uma pistola 9mm de uso da polícia federal, assim como a munição pertencia a um lote vendido para a Polícia Federal de Brasília no ano de 2006.  

O assassinato da vereadora mobilizou massivamente a população e a imprensa no Brasil e no exterior. Durante todo o dia de hoje, movimentos e organizações sociais no Brasil, partidos políticos de esquerda, o parlamento europeu, a representação da ONU entre outros exigem uma investigação séria e eficiente para que os culpados sejam identificados e feita justiça.

As vendas dos ingressos restantes para a sexta edição do Rock in Rio no país começaram às 10h desta quinta-feira (9). As entradas são comercializadas exclusivamente pelo site do festival. A organização do festival disponibilizou 85 mil ingressos para cada uma das sete noites do festival. Cada CPF tem direito a compra de quatro ingressos – podendo haver, entre eles, uma meia entrada. Os ingressos custam R$ 350 (inteira) e R$ 175 (meia entrada).

Rock-in-Rio-2015-ProgramaçãoO festival começa no dia 18 de setembro. Os headliners são:  Queen + Adam Lambert (dia 18), Metallica (19), Rod Stewart (20), System of a Down (24), Slipknot (25), Rihanna (26) e Katy Perry (27).

A sexta edição brasileira será realizada no Parque dos Atletas, Cidade do Rock – Avenida Salvador Allende, s/n° (em frente ao Riocentro), na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

A classificação etária é 15 anos. É permitida a entrada de menores de 15 anos desde que estejam acompanhados dos pais ou responsáveis legais, que deverão inscrever o menor no Ponto de Informação e permanecer no local do festival enquanto o menor estiver presente. Esta determinação, assim como a classificação etária, está sujeita à alteração nos termos do Alvará a ser expedido pelo Juízo de Direito da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso.

As entradas para os dias 18, 26 e 27  estão esgotadas. Ainda há ingressos disponíveis para os dias 19, 20, 24 e 25.

Em entrevista à Agência CentralSul durante lançamento do seu livro “Todo Dia é Segunda-feira”, o Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, falou sobre seu trabalho por trás das UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora), a violência em Santa Maria e sobre possíveis manifestações durante a Copa do Mundo.

Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, lança biografia em Santa Maria © Foto: Matheus Christo | Núcleo de Fotografia e Memória da UNIFRA
Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, lança biografia em Santa Maria © Foto: Matheus Christo | Núcleo de Fotografia e Memória da UNIFRA

Para o Secretário, ainda faltam melhorias a serem implementadas nas favelas do Rio de Janeiro, e que o objetivo da Polícia Militar do Rio de Janeiro é apenas recuperar território.

“Falta muita coisa, não tenha dúvida, falta todo um processo de consolidação. A UPP é como abrir uma janela, abrir portas. A sociedade toda tem uma dívida a ser paga com essas comunidades que foram renegadas durante décadas. Você precisa primeiro entrar e garantir que as outras coisas cheguem, a Polícia só está lá para isso, para entrar e garantir que as coisas cheguem. O objetivo é recuperar território.” 

Com o aumento dos índices de violência em Santa Maria, que registrou no início do mês o 31º assassinato apenas neste ano, José Mariano Beltrame disse que a cidade está sentindo os efeitos da desigualdade social, e conta que a violência é sobretudo um problema latino-americano. 

“Acho que Santa Maria sofre o que a maioria das cidades da América Latina sofrem, que é oriundo da desigualdade social, da educação, cultura.”

Beltrame ainda conta que os Poderes Públicos priorizam outras questões, e deixam serviços importantes para trás.

“Os Poderes Públicos pensam muito em outras coisas e deixam serviços importantes para trás, e depois as pessoas acham que a polícia vai resolver tudo. É uma visão míope do problema. Nós temos exatamente que sair desse binômio polícia-bandido, e ir atacar outras questões estruturantes que precisam ser vistas. Como Santa Maria é uma cidade que cresce, sem dúvida nenhuma ela hoje está sentindo os efeitos disso, assim como qualquer outra cidade. O problema não é mais carioca, nem santamariense, é um problema brasileiro e sobretudo latino americano.”

As dez cidades com maior índice de violência no RS
Clique sobre as cidades para visualizar os dados criminais no ano de 2013

Fontes: SIP/PROCERGS – Extração em 03 de janeiro de 2014
As informações prestadas nesse mapa levam em consideração os registros para fatos consumados, estes podem sofrer alterações em decorrência do andamento das investigações criminais.

Faltando menos de um mês para a Copa do Mundo, Beltrame disse não ter dúvidas da existência de manifestações durante o evento, e contou também que além da PM e dos manifestantes, a sociedade aprendeu com os protestos que tomaram conta do país em junho do ano passado, prestes a completar um ano.

“Eu acho que nós vamos ter sim manifestação na Copa do Mundo, não tenho dúvida. Mas acho que todos esses movimentos que aconteceram em Junho do ano passado, todos nós aprendemos muito com isso. Acho que a polícia aprendeu, os manifestantes aprenderam, a sociedade aprendeu. Principalmente depois daquele episódio que aconteceu no Rio de Janeiro onde um colega de vocês foi morto”

Referindo-se a Santiago Andrade, cinegrafista da Band ferido em uma explosão durante manifestação no Rio de Janeiro no dia 6 de fevereiro desse ano.

O Secretário revelou que a Inteligência da Polícia Militar já realizou levantamento dos protestos que estão sendo planejados.

“A gente tem levantamento da Inteligência que teremos manifestação, mas eu acho que o que a Polícia aprendeu muito, e acho que as manifestações hoje elas vão para aquilo que a Democracia quer, e o que a Democracia quer é movimentação e não violência.”

Confira abaixo a entrevista na íntegra com José Mariano Beltrame.

Vida no combate à violência

Natural de Santa Maria, Beltrame é formado em Direito pela UFSM e em Administração pela UFRGS. Na década de 1980, ingressou na Polícia Federal, onde atuou como delegado e chefe de Serviço de Inteligência e da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Em 2006, assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Rio, e de lá pra cá recebeu tanto apoio quanto críticas pela sua gestão. Seu currículo inclui ainda especializações em Inteligência Estratégica, estudos de Guerra e Análise de Dados de Inteligência Policial.

Em novembro de 2010, foi um dos articuladores da ocupação das favelas Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, tirando o controle do tráfico na região resultando na apreensão de diversos chefes do narcotráfico e na criação das UPPs, Unidades de Polícia Pacificadora.

“Todo Dia É Segunda-feira”

O lançamento da biografia de José Mariano Beltrame aconteceu na última sexta-feira, dia 16 de maio, na livraria Nobel do Royal Plaza Shopping. No livro, o Secretário aborda desde a sua infância na cidade até fatos recentes como a idealização das UPPs, e o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza em julho de 2013.

Confira a galeria de imagens abaixo:

Por Marcos Kontze, Matheus Christo e Victor Mostajo

Reportagem realizada para disciplina de Jornalismo Online