Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

sociedade

Arquitetura apresenta filme seguido de debate sobre assédio

O documentário Chega de Fiu Fiu, foi exibido na tarde desta segunda-feira, 12, na UFN. A iniciativa do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFN apresentou junto com o Diretório Acadêmico da Arquitetura (DARQ), o filme da

O minimalismo como filosofia de vida

O movimento minimalista é um estilo encontrado no design, com a ideia de que “menos é mais”. Com origem em um conjunto de movimentos do século XX, o minimalismo tem como lema fazer coisas simples –

Posters reúnem pesquisas acadêmicas na UFN

Os eixos Sociedade e ambiente, artes, patrimônio cultural e economia criativa e iniciação cientifica júnior estiveram presentes no ultimo dia de apresentações dos pôsteres no XXII SEPE. Diversos trabalhos estiveram expostos no hall do prédio 15,

Olhar a moda nas diferentes épocas

  Moda é o gosto sistêmico pelo novo, pelo diferente, pelo uso, desuso e reinvenção. É também imitação: ouve-se, vê-se, deseja-se, incorpora-se, insere-se e é impossível fugir. Nikelen Witter é Professora do curso de Tecnologia em

Setembro acabou, mas a prevenção continua

O Brasil está entre os 28 países de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem estratégia de prevenção ao suicídio. O Ministério da Saúde, por meio da rede

Novo programa da Radio Unifra debate psicologia e sociedade

A programação da Radio Unifra conta com novo programa, Diálogos e Psicologia que vai ao ar todas as terças-feirasas 20:30 horas.  A apresentadora Gabriela Soldati traz para mesa de debate professores e especialistas da área de

Jornalismo, ciência e sociedade

No apagar das luzes do século XIX e início do século XX observou-se uma mudança fundamental nos mecanismos midiáticos e a sua relação com a ciência e tecnologia. Esse fenômeno se intensificou a ponto das previsões

Documentário sobre assédio foi exibido na UFN / Foto: Thayane Rodrigues

O documentário Chega de Fiu Fiu, foi exibido na tarde desta segunda-feira, 12, na UFN. A iniciativa do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFN apresentou junto com o Diretório Acadêmico da Arquitetura (DARQ), o filme da jornalista Juliana Faria,lançado em 2018. O filme mostra a rotina de três mulheres comuns, expondo as situações de assédio sofrido diariamente, na rua, no transporte público, na praia.

Em 2013 Juliana lançou uma campanha com o mesmo nome nas redes sociais contra o assédio que as mulheres sofrem nas ruas. A jornalista e, também, fundadora da ONG feminista Think Olga, criou o mapa do assédio, uma plataforma digital em que as mulheres podem compartilhar relatos de assédio e apontar os lugares onde eles ocorreram. Essa iniciativa tem o intuito de tornar as cidades mais seguras para as mulheres.

No seu depoimento, a jornalista conta que decidiu criar a campanha após presenciar um de assédio  numa coletiva de imprensa que cobria. Ela percebeu a naturalidade e a indiferença com que o fato foi tratado.  

Chega de Fiu Fiu   

Nos relatos, as mulheres dizem que o assédio não é uma simples cantada, como muitos pensam, e sim toda e qualquer intimidação, perseguição e constrangimento, que não respeite o espaço da outra pessoa pelo fato de ser mulher. Um ponto comum na fala das mulheres está relacionado a segurança e políticas públicas, ao medo de andar na rua, principalmente à noite e sozinha. “A cidade não foi feita para as mulheres, porque as mulheres não foram feitas para andar na cidade, elas foram feitas para ficar em casa, cuidar do marido e dos filhos. Este era o pensamento que imperava no mundo, até a Revolução Industrial. E é aí, que nasce o movimento feminista, para exigir os nossos direitos como cidadãs”, explica Margareth no documentário.

O documentário também apresenta o pensamento masculino sobre assédio, numa roda de conversa, alguns homens debatem sobre o que é assédio e como eles percebem estas situações. Todos concordam que assédio é interferir no espaço da mulher sem sua permissão, porém, reforçam os esteriótipos que as roupas das mulheres servem para elas “se mostrarem, como por exemplos as leggings e as roupas justas de academias”, como citado por mais de um integrante desta mesa redonda.

A filósofa Djamila Ribeiro falou sobre a objetificação do corpo da mulher, principalmente da mulher negra. “A violência e a sexualização da mulher negra está relacionada ao período colonial, que as mulheres eram escravas e eram vistas com o propósito de apenas procriar ou ser empregada”, esclarece.

 

Debate

Após a exibição do filme houve um debate entre os alunos presentes. Um dos tópicos da discussão foi o respeito ao espaço e ao corpo de cada pessoa. Entre os homens também foi evidenciado a existência dos estereótipos relacionados às mulheres e que o assédio diz mais a respeito da autoestima e padrões de masculinidade, do que do corpo da mulher. O acesso à informação e os movimentos feministas também foram assuntos debatidos, pois na sociedade contemporânea um comportamento preconceituoso não cabe mais. O alunos também opinaram sobre empoderamento feminino, políticas públicas, mercado de trabalho, relacionamentos abusivos e sororidade.

Menos é mais! Foto: Pixabay

O movimento minimalista é um estilo encontrado no design, com a ideia de que “menos é mais”. Com origem em um conjunto de movimentos do século XX, o minimalismo tem como lema fazer coisas simples – mas não simplórias. Entre essas características, está o uso de menos elementos nas peças, para evitar poluição visual pelos excessos, como em ilustrações, por exemplo.

Aplicado tanto na arte como no design para a resolução de problemas, o movimento busca a essência no encontro com a simplicidade, para chegar na completude da vida. “O minimalismo é uma filosofia para que se mantenha consigo o que é mais importante”, descreve José Façanha. Designer gráfico há dois anos e seguidor do movimento, ele conheceu o estilo no design há um ano. Posteriormente, por meio do site The Minimalists, descobriu a vertente como uma filosofia de vida.

O designer José Façanha. Foto: arquivo pessoal

O desenvolvimento da filosofia do minimalismo é subjetivo, sendo pessoal a interpretação de quem for seguir os princípios. Sem regras para obedecer, a ideia é de que a pessoa mantenha consigo o que realmente faz sentido para sua vida, tanto objetos quanto hábitos e associações interpessoais, procurando mais relações com profundidade do que em grande número.

“O intuito simplesmente é manter aquilo que faz sentido e que agrega valor para tua vida”, elucida Façanha. Ele conclui que as práticas “menos é mais” ajudam muito em todas as áreas de seu trabalho, tanto na organização quanto na execução dos processos, no passo a passo da maneira como organiza seu dia, e que é influenciado pelos princípios do minimalismo em todo seu cotidiano.

Na rotina do designer, o minimalismo se apresenta pelo consumo consciente, evitando comprar por impulso ou apenas porque algum pertence está na promoção, ao pensar no impacto que cada compra poderá ter não apenas na sua vida, mas também na sociedade.

Rafael Miranda, jornalista especialista em marketing e músico, também segue a filosofia do minimalismo. “Quando comecei a trabalhar com marketing digital, iniciei uma busca por ferramentas que trouxessem resultados. Então me deparei com um mar de informações que não conseguia classificar. Para definir uma estratégia a longo prazo, percebi que precisava encontrar soluções”, declara Rafael.

Rafael Miranda, músico e marketing digital. Foto: arquivo pessoal

O músico conheceu o minimalismo por acaso, em uma pesquisa por literatura sobre foco, organização e planejamento, quando encontrou o documentário ‘Minimalismo’, realizado pelos criadores do site The Minimalistsde Joshua Fields Millburn e  Ryan Nicodemus. Para Rafael, muitos conceitos podem ser abordados no minimalismo, mas o núcleo principal é viver com aquilo que é essencial, ao procurar significado com maior profundidade, deixando de lado o que é supérfluo.

Em contrapartida ao consumismo exagerado, o minimalismo prega o consumo consciente e sustentável, conforme relata Façanha: “Sempre fui contra o consumo descontrolado, e nunca vi isso como uma forma de atingir a felicidade”. Ele acrescenta: “Ao aprender sobre o minimalismo como uma forma de viver com menos, achei fantástico. Era a explicação elaborada da filosofia de vida que eu estava tentando desenvolver”.

Em conexão com a arte e o design, Façanha percebe a influência do minimalismo hoje na maneira como a tecnologia se apresenta para as pessoas. “A experiência de usuário tem forte influência do minimalismo na maneira como os aplicativos são desenvolvidos, como as interfaces são desenvolvidas para serem intuitivas, sem gerar atrito no uso”, analisa.

João Vitor Generali, acadêmico de Medicina, conheceu o minimalismo na internet e pelo convívio com amizades que seguem a vertente. Ele diz que se tornou um adepto do movimento devido ao viés de desapego relacionado tanto a bens materiais quanto em relação a hábitos comportamentais. Segundo Generali, as práticas do minimalismo se desenvolvem através de uma filosofia, que permeia tanto o comportamento como a arte. Ele conclui que “se trata do uso de menos elementos em peças artísticas para dar margem a maiores interpretações subjetivas, dando liberdade para a reflexão de cada pessoa”.

Arthur Vanz, artista e estudante de Publicidade, Foto: arquivo pessoal

Outra pessoa que segue os princípios do minimalismo é Arthur Dalmaso Vanz, um artista em ascensão e estudante de Publicidade e Propaganda. “Minhas artes têm como objetivo exercer um impacto pequeno, para que algo pequeno no mundo mude”, conta ele.

Além de focar em sua faculdade, ele dedica boa parte do tempo para o projeto a ilha, no qual produz desenhos para serem tatuados. Ele relata que, desde a infância, teve grande interesse em desenho, como uma expressão de seus sentimentos e para cativar outras pessoas. Sobre o minimalismo, ele acredita que a vertente sempre esteve ali, em algum lugar, mas ele não sabia que nome dar ao movimento. Arthur conta que conheceu o minimalismo e se aprofundou nos conceitos quando entrou na universidade, percebendo que o estilo é interessante para a criação de suas peças publicitárias.

“O minimalismo como uma filosofia de vida é algo bem interessante, que eu defendo sempre que posso. O movimento prega que, em tese, você deve usar o mínimo de recursos possíveis, então eu evito o desperdício e trato a vida de forma objetiva. As coisas devem ser funcionais, não há porque ter uma abundância quando eu consigo me virar com o mínimo”, comenta. O artista conclui que, com a realidade atual do consumismo, gera-se um impacto negativo para a sociedade, e o minimalismo seria uma forma de impactar positivamente.

Quanto ao impacto, Generali é mais modesto, pois para ele o minimalismo é um ponto de partida para uma filosofia, um estilo de vida que traz a ideia de dar prioridade para valores humanos, desapegando de valores materiais para valorizar o importante – a vida.

Confira o minidoc com os depoimentos de Arthur e Rafael sobre a influência do minimalismo na arte: [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=eRJvTIc1qwc” title=”A%20influência%20do%20minimalismo%20na%20vida,%20em%20desenhos%20e%20na%20música” autohide=”1″ fs=”1″]

Hall do prédio 15. Fotos: Lucas Linck

Os eixos Sociedade e ambiente, artes, patrimônio cultural e economia criativa e iniciação cientifica júnior estiveram presentes no ultimo dia de apresentações dos pôsteres no XXII SEPE. Diversos trabalhos estiveram expostos no hall do prédio 15, na tarde desta sexta-feira, dia 5, e um grande público esteve presente.

Gabriel Cabreira Mondadori Gudolle, 21 anos, estudante do curso de ciências contábeis estava expondo sua pesquisa, Boas práticas de governança corporativa em uma instituição financeira cooperativa. Neste trabalho foram pegas as politicas do Banco Central e se aplicou um questionário junto à direção de uma cooperativa de crédito da região central, e foi verificado que a cooperativa atende de fato o regulamento instituído nacionalmente pelo Banco Central.

Daniela Sponchiado, 26 anos, mestranda em Agrobiologia apresentou a pesquisa Alelopatia de extratos aquosos e hidroalcoólicos do pasto-mosquito.  Nesta pesquisa foi estudado o efeito da erva graminia, que são pragas que invadem lavouras de arroz e atacam a plantação liberando substâncias químicas no solo. Com isto, o arroz não se desenvolve da forma como deveria ocorrer – este efeito é conhecido como Alelopatia. Foram feitos extratos dessa planta invasora e testados diretamente no arroz, para ver em que momento do processo de desenvolvimento elas atacam. Foram testados extratos dessa planta invasora na germinação e no crescimento inicial do arroz e acabou-se concluindo que a praga consegue atacar em todos os estágios de crescimento do arroz.

Variáveis climáticas: influência na produção de serapilheira em povoamento de eucalipto no sul do Brasil foi o trabalho apresentado por Dione Richer Momolli, 25 anos, doutorando em Engenharia Florestal. A pesquisa está voltada para o bioma-pampa no sul do Brasil e foram estudados os solos que apresentam poucas matérias orgânicas e nutrientes. O estudo faz uma comparação de solos que possuem grande quantidade de serapilheira e solos com pouca vegetação, sendo constatado que a serapilheira influencia na produção de nutrientes e na fertilização dessas terras que apresentam, então, ricas quantidades de proteínas.

Eduarda Mena Barreto, 20 anos, estudante do curso de Agronomia da UFSM apresentou a pesquisa sobre o silício na redução de estresse por frio em sementes de arroz tratadas com inseticida dietholate. O silício é um mineral que se acumula em plantas e estimula a defesa nos estresses biótipos e abióticos, com isso o arroz está sujeito a estresse causado por pragas ou fungos, e precisam receber tratamentos de inseticidas ou fungicidas.  Com isso, o uso de inseticida dietholate reduz danos fitotóxicos e protege as plantas de arroz ao estresse por herbicida que inibem seu desenvolvimento.

A acadêmica de engenharia florestal da UFSM Ingrid Alegransi Millani, 22 anos, trouxe a pesquisa: Uso de ferramentas digitais na determinação do comprimento de plântula de espécies florestais. O presente trabalho envolve diversos aplicativos digitais que são usados para medir sementes, e com isso dar mais precisão no processo de plantio. Com a régua graduada, esse trabalho precisa ser mais detalhado, já com uso de ferramentas digitais os resultados obtidos são mais vantajosos.

Ingrid Rosales Costa, 21 anos, acadêmica de Engenharia Biomédica na UFN, expôs a pesquisa científica Otimização experimental na produção de nanoemulsões contendo eugenol. Eugenol é um extrato retirado do cravo da índia, que é muito utilizado de forma anestésica.  A estudante fez uma extração mecânica em 10rpm e analisado a emulsão da substância. Mas nessa velocidade foi comprovada que não houve produção de formulações estáveis, com isso a pesquisa agora vai testar a extração usando a velocidade de 15rpm e buscar novos resultados.

No eixo de arquitetura e Urbanismo a acadêmica Annelise Renck Weber, 23 anos apresentou o trabalho A percepção do espaço sócio-físico através do olhar da criança. Nessa pesquisa foi observado o olhar que a criança tem sobre espaço, lugares e paisagem através de desenhos crianças de 5, 8 e 10 anos foram analisadas. Foi verificado que crianças até cinco anos relacionam lugares e paisagens com a presença da família e amigos e crianças de oito anos não fogem muito dessa percepção. Já em crianças de 10 anos se observou um maior detalhe nos desenhos, a diferenciação de tamanho entre objetos e uma presença maior de paisagens e objetos da natureza.

Thais Saccol, 24 anos, também, acadêmica de arquitetura da UFN apresentou o trabalho A teoria de Cesare Brandi e a restauração do pátio da Glicinas. O rigor de princípios é a marca da reflexão de Cesare Brandi em sua Teoria, na qual fica patente que a restauração é um ato crítico-cultural do presente e, portanto, condicionado pelos valores do presente; valores esses que não podem menosprezar ou se eximir à responsabilidade que o ato de restauro traz em si, tanto para sua própria geração quanto para as seguintes. Baseado nessa teoria foi analisado o serviço de um arquiteto que fez uma restauração em uma mansão em Colônia do Sacramento, no Uruguai. Foi concluído que o arquiteto modificou elementos e não esteve de acordo com a teoria em diversos fatores. O principal deles foi ter fugido dos elementos culturais e focar mais em marcas e detalhes econômicas.

Eduarda Balke, 21 anos, acadêmica de arquitetura e urbanismo trouxe sua pesquisa, Bilbao: Intervenção Cultural, que através do conceito de cidades criativas analisou as diferentes interversões ocorridas naquela cidade. Foram observados pontos urbanísticos, econômico e cultural e, através desse estudo, foram obtidos resultados nos três campos de pesquisa. Os resultados urbanísticos mostraram melhorias na questão de infraestrutura e transporte, mas no meio econômico e cultural os resultados não foram tão satisfatórios. No aspecto econômico não foram obtidos os resultados esperados e, na parte cultural, os aspectos são questionáveis, já que a cultura local acaba não estando presentes nessa intervenção como a população gostaria.

A exposição dos pôsteres também trouxe um trabalho de iniciação científica júnior que foi apresentado pelo estudante do Instituto São José, Luis Henrique Farias Schneider, 16 anos. Orientado pela professora de Geografia Elsbeth Léia Spode a pesquisa trouxe como estudo, Mapas e escalas: ensino por meio da gamificação. Nessa pesquisa é observado o uso da tecnologia no estudo da geografia em sala de aula. Tendo em vista que a tecnologia está imersa no cotidiano, o estudo busca facilitar o aprendizado aproximando o estudante dos estudos geográficos e fazendo uso de ferramentas tecnológicas para facilitar essa aproximação.

Pedro Gabriel (2) (1)
Na foto: A Professora Nikelen Witter ao lado do Vestido de época produzido pelos alunos do Curso de Moda em suas aulas.

 

Moda é o gosto sistêmico pelo novo, pelo diferente, pelo uso, desuso e reinvenção. É também imitação: ouve-se, vê-se, deseja-se, incorpora-se, insere-se e é impossível fugir.

Nikelen Witter é Professora do curso de Tecnologia em Design de Moda da Unifra, Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense, Mestre em história do Brasil pela PUCRS e Graduada em História pela UFSM. Em suas pesquisas, ela investiga questões que envolvam Gênero e a História das Mulheres.

Para Nikelen, a cultura, os gestos, as formas de andar, sentar, falar, a linguagem e as gírias são alguns dos meios para sua expressão. Tem-se a moda no comer, nos tipos de consumo, nos lugares que frequentamos. A professora considera a moda atual como iconoclasta e completamente inovadora. Muito ampla, o vestuário é só a parte visível dela. Nikelen cita os dândis do início do século XIX como aqueles que recriam o modelo da moda masculina, e aponta Coco Chanel como a recriadora da silhueta feminina.

A moda tem ciclos, por vezes nostálgicos, por vezes vanguardistas, a exemplo de quando Mary Quant inventou a minissaia. O início do Século XXI tem sido bastante nostálgico, mas assim está a sociedade como um todo. Novos materiais, assim como novas condutas culturais são alguns dos agentes de mudança nas próximas décadas.

A partir da inspiração e da recriação, a moda expressa uma visão histórica e a consciência de que o vestuário é uma das formas de acesso aos modos de vida de cada período é o mais importante para os historiadores. As roupas dizem sobre toda a estrutura do mundo em cada época e, para os Professores de História, o vestuário pode ser uma interessante porta de acesso ao conhecimento de tempos passados.

Cada época é marcada por estilos e todas tiveram influências de moda, atualmente as mudanças destes estilos acontecem rapidamente. Mesmo assim, Nikelen ressalta que ainda se vive no império do jeans e da camiseta. Esta assinatura visual se mantém desde os anos 1980, e é difícil encontrar alguém que não tenha usado, ou sequer, tenha estas peças em seu guarda-roupa. No ocidente, elas são o ícone de um cotidiano que vai do trabalho ao lazer.

“O vestuário nunca foi tão diverso e livre quanto é hoje. As pessoas usam as roupas para se expressar e tem maior consciência disso que em outras épocas. A inspiração vem de um mix muito grande de referências, o que acaba criando algo que é único. Somos pautados por uma indústria e um sistema de moda que fica acima das intenções da maioria das pessoas” — finaliza a professora.

O Brasil está entre os 28 países de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem estratégia de prevenção ao suicídio. O Ministério da Saúde, por meio da rede pública, oferece atenção integral em saúde para os casos de tentativa de suicídio.

“O suicídio, de maneira geral, é compreendido como um comportamento autoagressivo, uma escolha, que, na maioria das vezes, é privada. O mesmo, é visto como uma atitude intencional de livrar-se de algum tipo de problema ou crise gerados pela desesperança e pela frustração. Já, no que diz respeito ao amargo reflexo desta questão multidimensional, o suicídio logicamente sempre é traumático. Familiares e amigos, são atingidos violentamente por sentimentos de mágoa, culpa, compunção, pesar e desespero acerca da destruição cometida por um ou mais indivíduos”, comenta o sociólogo Cláudio Ferreira.frase-o-suicidio-tanto-pode-ser-afirmacao-da-morte-como-negacao-da-vida-tanto-faz-e-mentira-fernando-sabino-100767

A maioria das pessoas com ideias de morte comunica seus pensamentos e intenções suicidas. Elas frequentemente dão sinais e fazem comentários sobre “querer morrer”, “sentimento de não valer pra nada”, e assim por diante.

O sociólogo afirma que essa campanha, enquanto movimento mundial que prioriza a conscientização da população sobre o suicídio, configura-se como uma forte “arma” de prevenção as mortes não naturais. “Todavia, esta tão importante marcha não é vista com tão bons olhos por algumas pessoas por tratar de assuntos pertinentes à morte de seres humanos, o que é um verdadeiro escrúpulo pensar dessa forma”, comenta Cláudio.

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lzD4uuU7d8I” title=”Setembro%20Amarelo%20-%20LaProa”]

Os dados que revelam que as mortes estão cada vez mais prematuras, abrangendo muitos jovens em idade produtiva, também devem servir de alerta. Estima-se que cinco pessoas sejam diretamente impactadas pelo suicídio de familiar ou amigo, causando mais depressão ou risco de depressão. O impacto emocional causado é muito maior do que quando se perde alguém por outra razão.

“Infelizmente a sociedade ainda não está pronta para enfrentar esse tabu. Na minha opinião, a falta de informação sobre o assunto acaba por contribuir para que os casos de suicídio ainda sejam tratados como um tabu. Além disso, quem num momento ou outro da vida já não teve a ânsia de apagar-se, de se dissipar? Todos nós é claro, e este sentimento poder ser apavorante para muitos. O homem, no geral, é temeroso ao sofrimento. Estudiosos referem-se ao medo da morte como uma forma preocupante de ansiedade, mesmo assim, porque não encararmos que somos seres que um dia irão morrer?”, complementou Cláudio.

Atualmente, o suicídio já mata mais que a AIDS.

 

 

Intervenção teatral abriu o debate (foto por Arcéli Ramos)
Intervenção teatral abriu o debate (Foto: Arcéli Ramos)

Ocorreu na tarde de sábado (23), em Santa Maria, o “Ato contra a redução da maioridade penal”. O Ato estava previsto para ser na Praça Saldanha Marinho mas, em função da chuva, foi transferido para a boate do DCE da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na rua Professor Braga, 79.

O Teatro do Buraco, composto por Greice Morati, estudante de Relação Públicas na UFSM, e Gelton Quadros, ator, diretor e formado em Teatro pela UFSM, abriram o Ato com uma intervenção teatral: “Você não me conhece?”.

“Você não me conhece?” nos leva para a realidade de um menor de idade, negro, crescido numa família desestruturada, na periferia. O ator interpretou o policial e o menor infrator, contando a história de vida de um negro que veio de um meio criminalizado pela sociedade e todas as barreiras que são impostas a ele. “Eu acredito que o ser humano não nasce ruim, a sociedade torna ele ruim”, comentou Quadros sobre a construção da peça e o roteiro, que foi escrito por ele.

“Tu vai reclamar pra quem? Só que eu precisava comer! Só que os manos aí não deixam. Mano, aí ó! Veio o rancho. Encostam como quem não quer nada e tchau, viram tua marmita. Tu vai reclamar pra quem? A gente aguenta como pode, e foi isso que eu fiz, aguentei, mas a barriga berra! E o frio? Já passou frio? Voltei pra rua, vendi raspadinha, vendi suco no asfalto. Alguém aqui já vendeu suco no asfalto? Eu tinha um trampo massa, vendendo jornal, mas aí chega o filho do dono e vem com ‘quem é esse neguinho aí? Não que eu tenha preconceito, mas tem que ver da onde vem esse tipo de gente!’. Eu tenho a cor do medo, do desassossego, da desconfiança” – o ator traz cenas e diálogos que chocam, fazem refletir sobre o preconceito impregnado na sociedade e a discriminação que nasce com a cor.

Debate fez parte da programação

(Foto por Amanda Souza)
Alice Carvalho, Rafaela Mello e Leandro Sassi (Foto: Amanda Souza)

Após a encenação, Alice Carvalho, estudante de Psicologia e integrante do DCE-Unifra e da Juventude Negra Feminina (JUNF), e Leandro Augusto Sassi, Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Santa Maria, participaram de um debate acerca do assunto, mediado por Rafaela da Cruz Mello, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SM.

O juiz se colocou contra a redução e considera que essa medida é “tratar da consequência e não da causa”. Para ele é dever do Estado e da família garantir à criança e ao adolescente desenvolvimento, saúde, liberdade e educação, segundo o Artigo da Maioridade, número 227. Para Sassi o Estado não consegue arcar com esses deveres nem garantir os direitos do jovem e o pune, então não precisa mais se preocupar. “A problemática do Ato Constitucional da prática de delitos por adolescentes está diretamente ligada à falta de estrutura. Hoje, 57% dos jovens que cometeram delitos pararam de estudar antes dos 14 anos e 8% são analfabetos, então estamos no século 21 com adolescentes analfabetos”, argumenta o juiz. Segundo Sassi fica clara a inter-relação entre a falta de oportunidade com a marginalização desses jovens.

A integrante da JUNF problematizou a questão do genocídio do povo negro. Hoje, para cada jovem branco que morre, temos 18 jovens negros que são mortos. Ela também ressaltou o caso do menino Eduardo de Jesus, 10 anos, que foi morto pela PM no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. “Deveríamos estar discutindo empregabilidade, educação, descriminalização desses grupos, a redução é uma ação violenta do Estado contra a juventude pobre e negra”, disse Alice.

DSC_0027 copyy
Público compareceu ao Ato no sábado. (Foto por Arcéli Ramos)

Outras pautas

A legalização da maconha, a guerra às drogas, o preconceito e machismo contra a mulher negra no Brasil também foram pautas do Ato. Geanine Escobar, integrante da JUNF, declamou adaptações de vários poemas sobre juventude, além de outras intervenções artísticas, como a apresentação poética das meninas do Levante Popular da Juventude, e uma apresentação musical do Coletivo de Resistência Artística Periférica (CO-RAP). Este foi um dos vários eventos que os grupos organizadores pretendem realizar na cidade para problematizar os temas e trazer um espaço de reflexão.

A programação da Radio Unifra conta com novo programa, Diálogos e Psicologia que vai ao ar todas as terças-feirasas 20:30 horas.  A apresentadora Gabriela Soldati traz para mesa de debate professores e especialistas da área de psicologia para debater os assuntos que permeiam a sociedade santa-mariense e o Centro Universitário Franciscano .

O programa é reprisado durante a semana na  quinta-feira às 22h30 , sábado ás 15h30  e domingo às 22 horas.

Na última  edição do programa , Carlos Alberto Décio Martins, professor de psicologia do Centro Universitário Franciscano fala sobre os 15 anos de existência do curso, perspectivas da profissão e a formação acadêmica.

Para conferir a programação completa  acesse o link  da Rádio Unifra.

No apagar das luzes do século XIX e início do século XX observou-se uma mudança fundamental nos mecanismos midiáticos e a sua relação com a ciência e tecnologia. Esse fenômeno se intensificou a ponto das previsões feitas pelos futurólogos da época serem superadas em relação ao avanço científico.

Convém lembrar que apenas entre os anos 1900-2000 produziram-se mais avanços técnicos e em maior quantidade que em relação aos séculos anteriores. A quê ou a quem isto serviu?

Sabe-se (ou supõe-se) que a ciência tem o propósito de melhorar a qualidade da vida humana, porém, ela, assim como todos nós, não subsiste por si própria e a comunicação social se tornou a plataforma primordial para uma pesquisa ou inovação com vistas a obter respaldo da comunidade científica, bem como do público.

Havia a projeção de que no início deste século os grandes problemas do mundo seriam solucionados, e a ciência seria o carro-chefe dessa mudança. Muitos, inúmeros avanços foram realizados, é verdade. No entanto, a hierarquização da vida em sociedade (política, ética, economia, religião, cultura, etc.) faz parte desse contexto e a ciência se tornou parte do argumento que valida e endossa práticas políticas, seja de saúde pública (saneamento básico e prevenção de doenças, por exemplo), seja para os mais vis crimes contra a humanidade (a eugenia – o determinismo e a superioridade racial alicerçaram a ideologia que arquitetou e executou o holocausto).

A partir deste ponto, torna-se importante pensar sobre a relevância de como se produz ciência, como se interpreta seus resultados, a quem e a quais objetivos ela se dirige. Ora, se pesquisas são utilizadas para endossar premissas de qualquer ordem, sejam essas válidas ou não pela lógica e pela ética, convém ao jornalista e aos veículos de mídia a adoção de práticas rigorosas de verificação da notícia. Não se exige uma inserção profunda (a menos que isso seja crucial perante o dever de informar com qualidade) nos detalhes de um trabalho ou pesquisa ou a necessidade de um título acadêmico específico para escrever sobre tal tema, o que se exige é consciência crítica.

Não é de hoje que existe o alerta de que a mídia e os jornalistas parecem ir ao sabor dos acontecimentos, dos modismos, das tendências e, assim por diante. Porém, falar sobre temas de interesse público não exime o jornalista de verificar fontes, checar fatos, dados e documentos, além de não se ater ao que está no release de imprensa ou no conforto das fontes oficiais. Talvez devessemos perguntar o porquê da capa de uma revista estampar que viveremos além dos 150 anos. Existe a necessidade de vivermos todo esse tempo? Quais seriam os objetivos, benefícios ou possíveis consequências negativas, e o mais importante: a quem isso serviria? A promessa da eterna juventude é plausível, ou melhor, é desejável e válida, por exemplo?

Todos sabem as razões (ou sonhos) que acalentam o imaginário dos homens, portanto, é necessário pensar sobre esses temas e compreender quais seriam as possíveis intencionalidades por trás de uma pesquisa científica. Não se trata de analisar a semiótica ou conceitos subjetivos, mas a relação de causa e efeito para a sociedade. É exatamente por isso que há de se ter rigor e usar todas as ferramentas à disposição a fim de produzir um material informativo de ciência e tecnologia de qualidade.

A ciência não pode ser um fim em si mesma. É parte do sistema de ideias que norteia a sociedade. Tampouco pode ser vista como a Vênus intocável e infalível, afinal, é feita por homens e mulheres, sabidamente propensos a cometer erros. Entender isto é compreender a importância de que o jornalismo científico é antes de tudo serviço de utilidade pública de primeira ordem.

Por isso, precisa de tanto rigor na apuração quanto a própria pesquisa-alvo da notícia em si necessita para ser publicada dentro das instituições científicas.

Por João A. M. Filho, acadêmico do curso de Jornalismo da Unifra. Artigo produzido na disciplina de Jornalismo   Especializado II.