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Transtornomental

Os sintomas e o tratamento farmacológico da esquizofrenia

Bipolaridade, ansiedade, depressão, transtorno bipolar são alguns dos transtornos mentais presentes nos dias atuais, incluindo a esquizofrenia.  O assunto foi abordado na palestra Um apanhado geral sobre esquizofrenia e seu tratamento farmacológico, com o doutor e professor

Dismorfofobia: compulsão pela beleza

Na manhã desta terça-feira,  ocorreu o segundo dia da Jornada Interdisciplinar de Saúde (JIS), na UFN, com a Palestra: Dismorfofobia: a imagem distorcida, com a  Psicóloga da Prefeitura de São Vicente do Sul, Laise Marim Zanini.

Bipolaridade, ansiedade, depressão, transtorno bipolar são alguns dos transtornos mentais presentes nos dias atuais, incluindo a esquizofrenia.  O assunto foi abordado na palestra Um apanhado geral sobre esquizofrenia e seu tratamento farmacológico, com o doutor e professor de biomedicina da Universidade Franciscana, Luis Ricardo Peroza. A palestra integra o eixo Ciências da Saúde e da Vida, CIS, durante o primeiro dia do XXII Simpósio de Ensino, Pesquisa Extensão, na tarde desta quarta-feira, 03, no salão de atos do prédio 13, do conjunto III.

A esquizofrenia atinge homens e mulheres de maneira igualitária. Foto: Pixabay

A esquizofrenia atinge homens e mulheres de maneira igualitária, mas em idades diferentes.  No homem, a doença aparece mais cedo, enquanto que na mulher mais tarde mas, em ambos os casos, não costuma aparecer na puberdade. Segundo Peroza, o que propicia o desenvolvimento da doença pode vir através de uma pré-disposição genética, com fatores ambientes e problemas psicológicos. Além dessas hipóteses  está a dos neurotransmissores, responsáveis pela dopamina.

A esquizofrenia apresenta dois modelos de sintomas: o positivo e o negativo. O positivo decorre da dopamina e  se apresenta na forma de delírios( alteração do pensamento); alucinações (alterações nos sentidos começam a ver coisas e as escutar vozes, sentem gostos e cheiros!, agressões, se voltam contra a família, tem medo de tomar banho. Nestes casos, os medicamentos servem para bloquear a ação da dopamina e são mais fáceis de tratar.

Já os sintomas negativos decorrem da falta de dopamina e os portadores perdem a  vontade de fazer as coisas do dia – a – dia. Os sintomas são a falta de empatia, ele não se comove, se fecha para a realidade,  tem olhar perdido, não cuidam de si e, com o tempo, vão perdendo a memória. Nesse caso, a medicação controla parcialmente o paciente.

[dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-both” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]SABER MAIS – A incidência da doença na população mundial é de 1% .Estima-se que 450 milhões de pessoas sofram de algum distúrbio neuropsicomotor, entre eles a esquizofrenia. Entretanto, os homens e as mulheres são afetados.[/dropshadowbox]

Diagnóstico da doença

O diagnóstico da doença é feito através da CID – 10, Classificação Internacional de doenças que tem como base os transtornos mentais e de comportamento. “A CID-10 descreve sinais e sintomas onde nós podemos encontrar a esquizofrenia. Além disso, tem critérios de inclusão e de exclusão, porque existem outras doenças que podem se parecer muito com a esquizofrenia. E para fazer parte do quadro clínico, os sintomas devem estar presentes por pelo menos um mês” ressalta, o professor.

A esquizofrenia também apresenta sintomas que podem ser confundidos com outras doenças como a postura inadequada, a excitação e o negativismo que se caracteriza pela apatia e a pobreza de discurso.

“Algumas vezes esses sintomas podem ter alguma semelhança, mas através da CID – 10 nós podemos distinguir isso de um distúrbio bipolar e, além disso, temos que excluir transtornos atribuídos a um tumor que esteja em alguma área responsável pelo modo como nos sentimos e nos expressamos. Isso pode causar sintomas parecidos com os sintomas da esquizofrenia”, afirma Peroza. Ainda para ele, outra forma de apresentar o diagnóstico é através do DSM – 5, que no caso os sintomas devem ser claros e apresentarem duração de no mínimo um mês, com diagnóstico preciso após seis meses de tratamento médico.

Quando o tratamento pela via oral, a recomendação é utilizar medicamentos injetáveis cujo efeito são de longo alcance. Foto: divulgação

De acordo com o professora doença não tem cura, mas possui tratamento que visa reduzir os sintomas e tenta inserir o individuo novamente na sociedade. Ele alerta que existe um número de aproximadamente 74% de abandono do tratamento por via oral e que, para esse caso, existem medicamentos que são injetáveis. “Eles são administrados uma vez por mês de forma intramuscular e a dose, relativamente alta, que é aplicada vai sendo distribuída ao longo do mês para o corpo”, explicou.

Para o palestrante quando o paciente não trata a doença, ele apresenta crises e quanto maior o número de crise, maior vai ser o nível da doença. Com relação aos antipsicóticos usados para o tratamento da esquizofrenia, foram citados durante a palestra os que estão disponíveis pelo Sistema único de Saúde, SUS, que são: cloropromazina, haloperidol, risperidona, quetiapina, ziprasidona,  olanzapina, clozapina e decanoato de haloperidol

“Todos esses medicamentos tem eficácia bastante semelhante na maioria dos pacientes, exceto a clozapina que possui uma potência maior. Mas, o tratamento deve ser feito com um antipsicótico por vez e, caso não tenha funcionado durante seis semanas, deve ser trocada a medicação”, argumentou Luiz.

O palestrante ainda ressaltou alguns efeitos colaterais oriundos do tratamento como: distonia, discinesia, actisia e parkinsonismo, que são movimentos involuntários repetitivos que envolvem a boca, a face, membros e musculatura do tronco.

Na manhã desta terça-feira,  ocorreu o segundo dia da Jornada Interdisciplinar de Saúde (JIS), na UFN, com a Palestra: Dismorfofobia: a imagem distorcida, com a  Psicóloga da Prefeitura de São Vicente do Sul, Laise Marim Zanini.

Laise Marim Zanini. Foto: Thayane Rodrigues

De origem grega a palavra dismorfofobia trás como significado: feiura. O distúrbio, conhecido como Transtorno Dismórfico Corporal, apresenta uma preocupação excessiva com a beleza corporal, principalmente com os cabelos, os olhos, a boca,o nariz, as acnes, as rugas e as manchas, o que a diferencia de transtornos alimentares.

“A mídia, o mercado hoje em dia, a globalização da internet nos meios de comunicação tem nos levado a busca do corpo perfeito. A gente vê essas imagens que normalmente são retocadas e quando a gente vê esse ideal de beleza, a gente começa a olhar para o nosso corpo e vê que não somos assim”, questiona a Psicóloga. Segundo Laíse a dismorfofobia não tem uma causa específica, mas é influenciada  pelo mercado que oferece as pessoas uma falsa ideia de beleza. “Nós não temos que buscar igualdade no corpo do outro”, aconselha.

Conforme a psicóloga a doença é mais perceptível nas mulheres, porque o sexo feminino tem mais cobrança em relação ao corpo,  uma procura maior  pela cirurgia plástica, massagens e outros métodos de satisfação. Zanini apresentou um trecho do documentário  Embrace, que mostra histórias reais de portadores do distúrbio.

O transtorno mental causa um prejuízo no convívio social, profissional e em outras áreas da vida. Segundo  Zanini é um dos sintomas é o fato das pessoas passarem de uma a oito horas em frente a um espelho procurando um defeito.” Passam cutucando o corpo, procurando comprova essa deformidade”, afirma. As pessoas que apresentam esses tipos de problemas costumam ter pensamentos obsessivos contra elas mesmas. “Esse transtorno leva a 80% dos casos de suicídio”, comenta a psicóloga.

Diagnóstico geral dos pacientes com o transtorno:

  • Apresentam excesso de preocupação com um defeito mínimo no corpo
  • Demonstram sofrimento e prejuízo social
  • Pode apresentar outras doenças, como a depressão
  • Apresenta tanto os pensamentos obsessivos a respeito de supostos de feitos corporais, quanto comportamentos compulsivos
  • Obs: não é uma anorexia, bulimia ou outro transtorno compulsivo

Tratamento

Para a Psicóloga é importante o tratamento psiquiátrico com o uso de medicações, normalmente antidepressivos. “Na terapia a gente busca descontruir esses conceitos dertupados do paciente, procura quebrar aquelas crenças que eles tem de inferioridade e procura com que ele consiga em cima disso construir uma nova identidade, uma nova visão de sí mesmo”, explica. O monitoramento do pensamento e a fiscalização do tempo que fica em frente ao espelho também fazem parte do tratamento.

Zanini  apresentou o áudio de uma mulher de 38 anos, de Santa Catarina, cujo nome não foi revelado, que apresenta o problema desde os 14 anos de idade. Ela contou que só descobriu a doença através da internet, quando pesquisou os sintomas da doença. “Esses dias eu fui no shopping e quando voltei para a casa tinha menos vontade de viver do quando eu sai”, revela a paciente.

 

Trecho do documentário Embrace: https://www.youtube.com/watch?v=JS5RpVG73Qo