Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

#whatsapp

Estelionatos diminuem no RS e em Santa Maria

O estelionato ocorre quando alguém induz outra pessoa ao erro para obter vantagem de forma ilícita, geralmente financeira. Nos últimos tempos, mensagens de whatsapp tem sido um canal muito usado pelos estelionatários. O público mais atingido são

A influência do Whatsapp nas eleições de 2018

A polarização da eleição presidencial de 2018 alcançou diversas plataformas digitais de comunicação. O compartilhamento de notícias pelo aplicativo Whatsapp é recorrente entre os eleitores. A articulação de grupos nessa rede social pode ser vista por

O estelionato ocorre quando alguém induz outra pessoa ao erro para obter vantagem de forma ilícita, geralmente financeira. Nos últimos tempos, mensagens de whatsapp tem sido um canal muito usado pelos estelionatários.

Golpes de whatsapp estão entre os estelionatos mais comuns. Imagem: Pixabay.

O público mais atingido são os idosos, como pontua a delegada Alessandra Padula, do 3º Departamento de Polícia Civil de Santa Maria. “O idoso acha que está fazendo uma negociação e acaba fazendo outra, vai sobrepondo um contrato sobre outro”, afirma a delegada. Segundo Alessandra, a principal maneira de se prevenir de um golpe é desconfiar e também procurar informações em sites confiáveis. Assim, as chances de o golpista tentar algo serão ineficazes.

Segundo dados da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o número de estelionatos ocorridos de janeiro a abril de 2023 diminuiu em relação ao mesmos meses do ano passado, tanto em Santa Maria quanto no estado.

Número de casos de estelionatos registrados

(Fonte: produção própria com dados da Segurança Pública do RS)

Um levantamento realizado pela empresa de segurança Kaspersky , mostra que o Brasil foi o país mais atacado por phishing em 2022, em que grande parte dos golpes foram realizados via Whatsapp, com mais de 76 mil bloqueios. Segundo o especialista Fábio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky, este golpe é mais comum no Brasil porque é muito simples criar com um custo baixo: “Essa ameaça se torna ainda mais eficaz devido a criatividade do cibercrime brasileiro, que consegue criar ‘desculpas’ convincentes para suas artimanhas.”

Mas, e se eu cair no golpe?

É importante saber como agir se você cair em um golpe. A delegada frisa a importância de realizar um boletim de ocorrência presencial ou online por meio do site da Delegacia do Rio Grande Do Sul . Além disso, a vítima deve ter prints das conversas realizadas via aplicativo de mensagens e o comprovante de boleto bancário ou pix, caso tenha tido alguma transição. É possível anexar essas provas na hora do BO online.

Dicas para NÃO cair no golpe

  1. Caso aparente ser alguém conhecido, ligue para a pessoa antes de realizar qualquer transação
  2. Não abra links desconhecidos
  3. Atente-se a ortografia do texto
  4. Utilize somente a versão oficial do app de mensagens
  5. Cuidado ao clicar em links desconhecidos (saiba mais)

Caso Real

O aposentado Rubens Francisco Miola, 58, revela que o principal motivo de ter sofrido o golpe de WhatsApp foi a falta de atenção, já que outras vezes em que houve tentativas de golpes ele não caiu.

A tática utilizada pelos golpistas foi o sentimento relacionado ao filho de Rubens. O aposentado estava no trânsito e recebeu uma ligação, supostamente, do novo número de seu filho, em que ele lhe pedia ajuda. “O número tinha o prefixo 55 daqui de Santa Maria e a foto era a dele com a esposa e a filhinha”, conta. O dinheiro então foi depositado.

Miola ainda dá um conselho para não cair neste tipo de estelionato: “é importante confirmar com quem está falando antes de realizar qualquer transação”. Ele infelizmente não recuperou o dinheiro, mas realizou o BO (Boletim de Ocorrência), embora o policial tenha dito que nada mais poderia ser feito.

Segundo uma pesquisa realizada em 2014 pelo gerenciador de pesquisas Frank Stefano da Universidade de Cambridge, uma das táticas dos golpistas, como exemplificado acima pelo caso de estelionato de Miola, é a pressão dada através de mensagens ríspidas e grosseiras para o dinheiro ser roubado de forma ágil e precisa.

Conheça os tipos de golpes de WhatsApp

Roubo de Contas: Este é um dos golpes mais comuns quando se trata de aplicar golpes neste tipo de aplicativo, nele ocorre a validação de um suposto atendimento.

Ajuda Financeira: CUIDADO! Este modelo de golpe pode ser facilmente realizado através de grupos de mensagens ou por meio do dispositivo de alguns celulares atuais que é o de proximidade.

A polarização da eleição presidencial de 2018 alcançou diversas plataformas digitais de comunicação. O compartilhamento de notícias pelo aplicativo Whatsapp é recorrente entre os eleitores. A articulação de grupos nessa rede social pode ser vista por uma ótica positiva, já que possibilita discussões políticas, ou assumir um caráter negativo, já que torna-se uma rede de desinformação por meio da disseminação de notícias falsas. A influência do aplicativo nas eleições já é objeto de estudo das universidades brasileiras. Porém ainda não se efetivou uma regulamentação desse espaço virtual.

Maior discussão acerca do tema ocorreu após divulgação de reportagem da Folha de S.Paulo sobre prática ilegal na campanha de Jair Bolsonaro. O jornal revelou que empresas estavam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o Partido do Trabalhadores (PT) no Whatsapp. Apesar do caso ser ilegal, porque a doação de campanha por empresas é vedada por legislação eleitoral, se torna também um alerta sobre como as autoridades brasileiras estão preparadas para lidar com as propagandas de campanha virtual.

Nesse sentido, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se posicionou frente ao uso do Facebook e do Google durante as eleições. No entanto, quanto ao Whatsapp o órgão eleitoral ainda não apresentou regulamentação. Segundo Aline Gomes, advogada e professora de Direito, as propagandas eleitorais podem ocorrer por meio da internet, o que está regulamentado na Lei 9.504 de 1997. Também afirma que, segundo a lei, é proibido que a propaganda seja feita por meio de perfis falsos, a partir das chamadas fake news, que são notícias compartilhadas sem que se comprove a veracidade das informações.

No que se refere à criminalização, a professora salienta que o Código Eleitoral prevê a responsabilização pelos crimes de calúnia, injúria e difamação, quando estes estiverem atrelados às questões eleitorais. Contudo, para que haja a caracterização dos referidos crimes é necessário que eles sejam cometidos na própria propaganda eleitoral ou para fins de propaganda, o que dificulta a identificação, pois, muitas vezes, as fake news, são feitas por terceiros, de forma “despretensiosa” e disseminadas sem vinculação a um determinado candidato ou com objetivo direto de propaganda.

Desse modo, o aplicativo é utilizado por muitos eleitores como fonte principal das informações sobre as eleições. Segundo pesquisa do Datafolha, 47% dos eleitores acreditam nas notícias que recebem pelo whatsapp. No mesmo levantamento, quando questionados sobre os conteúdos, 44% disseram que receberam material falando mal de Jair Bolsonaro e do partido dele no último mês e 47% disseram que receberam conteúdo falando mal de Haddad e do partido dele no último mês. A pesquisa foi realizada com 9.173 eleitores em 341 municípios. Em um estudo anterior, o instituto apurou que 61% dos eleitores de Jair Bolsonaro leem notícias pelo aplicativo e 40% compartilham notícias da plataforma. Com Fernando Haddad, a pesquisa identificou 38% e 22% respectivamente.

Em Santa Maria, três estudantes foram questionadas sobre o uso do Whatsapp durante as eleições. Jéssica Carvalho, psicóloga e estudante de Sociologia, 26 anos, afirma que recebe frequentemente mensagens relacionadas às eleições no aplicativo, e que apesar de sempre verificar a veracidade das informações, pensa que as mensagens que recebe não são verificadas e fundamentadas com cunho científico e verídico. Júlia Ciervo Zucchetto, estudante de Psicologia, 19 anos, diz que seus contatos encaminham diariamente mensagens políticas no Whatsapp, e também acredita que as mensagens não são checadas por quem as enviou. Cássia Selso Camargo, estudante de cursinho pré-vestibular, 22 anos, declara que já recebeu mensagens eleitorais, mas que estas não provocaram nenhuma percepção de mudança sobre os candidatos.

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a supervisão dos professores Sione Gomes e Maurício Dias