Em aulas ministradas três vezes por semana, o Grupo Santa Maria de Capoeira oferece a qualquer pessoa, sem custo algum, a possibilidade de “praticar uma cultura que é nossa, é brasileira, e um esporte completo, que trabalha corpo e mente”. As palavras são do instrutor Pedro Ribas, que há 10 anos organiza projetos e eventos do grupo, que conta com mais de 40 alunos.
O jogo de capoeira mistura esporte, luta, dança, arte marcial, cultura popular, música e brincadeira. Caracteriza-se por movimentos ágeis, feitos, com freqüência, junto ao chão, de cabeça para baixo e com movimentos acrobáticos. A capoeira foi desenvolvida por escravos africanos trazidos ao Brasil e seus descendentes.
A capoeira não possui características violentas e perdeu seu objetivo principal do tempo da escravidão – o de lutar pela liberdade. Hoje, segundo Ribas, os objetivos são outros: “Aqui nós estamos em família, onde se estabelecem relações de amizade, onde todos procuram a mesma coisa, brincar, dançar, cantar, jogar, se divertir, descontrair, se socializar. É um somatório de benefícios que fazem do capoeirista uma pessoa de bem com a vida”.
“A capoeira é um esporte muito completo, em todos os sentidos, não somente na parte física, mas também na parte mental. Desenvolve a coordenação motora, teu equilíbrio, a tua força. Aumenta a disposição para as atividades do dia-a-dia. Também é um esporte que independe do local onde está sendo praticado. O grupo segue sempre um mestre”, afirma Ribas.
O Grupo Santa Maria conta com dois mestres: Orlando Pezzolatto (Mestre Patifinho) e Adriano Capelletti (Mestre Sapo), ex-alunos do Mestre Biriba, fundador do grupo.
Para Marcelo Moura, há um ano integrando o grupo, a capoeira “é uma luta, é defesa pessoal, mas também é cultura, um esporte praticado entre amigos, onde o pessoal janta, sai junto, confraterniza”. Já Bruna Buzatti, que pratica capoeira há apenas 10 dias, defende a importância do esporte. “A capoeira ajuda a ter disciplina, aumentar a coordenação, noção de trabalho em grupo e de espaço. Além disso, os professores daqui têm muita paciência para ensinar, repetir várias vezes um movimento, tudo com muito cuidado para que ninguém se machuque”, assegura.
O grupo realiza as atividades na Casa de Cultura, espaço cedido pela Prefeitura Municipal de Santa Maria. “Fico feliz por ter esse espaço. Se tivéssemos que pagar aluguel, com certeza não poderíamos ensinar capoeira de graça”, garante.
“Capoeira de Rua” e “Catando Cidadania” são alguns dos projetos sociais desenvolvidos pelo Grupo Santa Maria para divulgar a capoeira. O grupo também se apresenta no Calçadão, em eventos, como na Expofeira no último dia 12, nas ruas, em escolas ou em frente à Casa de Cultura.
Para Ribas, a capoeira ainda é um esporte um tanto marginalizado. “Qualquer estrangeiro, quando coloca o pé no Brasil, a primeira coisa que pensa é em aprender capoeira. Já os brasileiros estão com a capoeira ai, pertinho, de graça, mas deixam de praticá-la, deixam de trazer um esporte para a sua vida”, justifica.
Não há idade estabelecida para começar a praticar capoeira. No grupo, há alunos de cinco até 40 ou 50 anos. "Já tive um aluno aqui de quase 60 anos de idade”, completa Ribas.
Agende-se
As aulas ocorrem três vezes por semana. Nas segundas e nas sextas-feiras são realizadas na Casa de Cultura, das 8h às 9h30min e das 7h30min às 9h30min, respectivamente. Nas quartas-feiras, as aulas são no Centro de Atividades Múltiplas (“Bombril”), das 7h às 9h30min. Mais informações pelo telefone (55) 96131913.
Fotos Núcleo de Fotografia Memória (Angélica Pereira)