Música, teatro, cinema… Tudo isso e muito mais já rolou na “casa verde” da Floriano, que está de aniversário amanhã |
O nome, Macondo, muitos sabem de onde surgiu. É o da cidade criada pelo escritor Gabriel García Márquez em sua obra “Cem anos de solidão”. Como Márquez descreve na primeira página do livro: “Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro…”. Pode-se dizer que o Macondo que os santa-marienses conhecem é quase isso. No lugar das casas de barro, a casa verde na Rua Floriano Peixoto, que após um ano, tornou-se uma verdadeira aldeia, onde as mais diversas tribos se encontram. A idéia de lançar o bar Macondo nasceu de diversas outras festas que aconteciam na cidade, em locais como na Casa dos Estudantes e no DCE, mas o projeto de criar um espaço para as variadas expressões artísticas deu-se depois do Circo Mágico, evento que aconteceu em dezembro de 2004, em Três Barras. Nascia, então, no dia 17 de março de 2005, o Macondo Lugar. O lugar é comandado e cuidado por quatro amigos, conhecidos como Seco, Jeff, Fernando e Mano. No início, o Macondo ficava aberto durante a tarde. Já foi espaço para performances, intervenções teatrais e um cineclube. Mas o projeto de exibir os filmes não deu certo devido “à inviabilidade técnica”, explica Jeff. Todos os aparelhos, (televisão, DVD…) estragaram. O cineclube funcionou até a metade do ano, quando o Macondo, em parceria com o Santa Maria Vídeo e Cinema, organizou sessões no final da noite para os participantes do festival. Porém, devido ao pouco espaço, e para o descanso dos quatro, as atividades ficaram limitadas e passaram a acontecer à noite. “Ficávamos acordados até seis horas da manhã e não tínhamos como dar conta de tudo”, lembra Jeff. Afinal, são eles que cuidam de tudo. Quem nunca passou durante a tarde na Floriano e teve os pés molhados pela água com sabão que corria de dentro da casa verde? São eles também que limpam o local. “Tem gente que acha estranho quando chega aqui e nós estamos limpando o bar. Algumas pessoas já até disseram que agora eu tenho um lugar para fazer a minha festa. Mas na verdade eu nunca mais fiz nenhuma festa”, brinca Jeff. “Agora a gente só trabalha”, completa Seco.
Mas o Macondo é famoso por dar espaço a bandas nem tão conhecidas. Bandas novas ou outras que estão batalhando há algum tempo têm uma oportunidade de apresentar seu som ali. E outras, já consagradas na cidade já pisaram no Macondo. E a proposta de mostrar o novo, continua. “Bandas que tocam em vários outros lugares vem aqui e tocam um repertório diferente do que eles apresentam nesses outros locais”, enfatiza Jeff.
Projetos e públicos “Nós tivemos uma série de metamorfoses que foram bem interessantes. Abrimos com mil planos e, hoje, nós temos outros mil bem diferentes”, analisa Jeff. E ele já adianta: “Estamos com um projeto de continuar o cineclube. Quem sabe até o inverno…”.
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