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Mudanças climáticas interferem no meio ambiente

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Nas últimas décadas, temos presenciado diversas alterações climáticas, que estão se tornando cada vez mais intensas e freqüentes.

As mudanças, além de afetarem os seres humanos, interferem na fauna e na flora. “Definimos o clima como o comportamento médio da atmosfera observado ao longo de um período de tempo de 30 a 50 anos. Logo, a constatação de mudanças climáticas é bastante complexa e depende de alterações nas médias dos fatores meteorológicos ao longo do tempo. Já existem indícios de algumas mudanças, como a elevação da temperatura média, alteração no regime de ventos e chuvas e na circulação dos oceanos. Como a fauna e a flora são intimamente relacionadas com os elementos meteorológicos, certamente, essas alterações irão e estão exercendo influências nos seus comportamentos”, explica Leonardo Oliveira, engenheiro florestal. 

Em virtude das suas características específicas, cada espécie animal e vegetal tem uma determinada reação frente às mudanças climáticas. No caso das plantas, ocorrem transformações nos períodos de floração e frutificação. “As mudanças climáticas podem modificar completamente a fenologia das plantas, alterando a dispersão e a disponibilidade de sementes maduras, assim como, a germinação dessas sementes. Essas transformações podem comprometer a regeneração natural de certas espécies, já que cada espécie vegetal necessita de uma série de condições climáticas favoráveis para produzir sementes e para germinar”, completa Oliveira.  

A fauna também está sendo prejudicada, apresentando alterações comportamentais, em função de fatores como disponibilidade de alimentos e oscilações nas populações de inimigos naturais, causados pelas mudanças climáticas. Os ciclos reprodutivos dos animais são seriamente afetados, podendo causar, futuramente, a diminuição de algumas espécies. “Várias espécies anteciparam seu processo de reprodução, não chegando a concluí-lo. No caso das aves, os ninhos foram confeccionados antecipadamente e tivemos uma alteração significativa na eclosão dos ovos”, informa Santos de Jesus Braz da Silva, proprietário do Criadouro Conservacionista São Braz.

            Toda a fauna é afetada pelos problemas climáticos, porém com intensidades diferentes. “Os animais do norte do Brasil são muito afetados, porque eles já estavam acostumados com o clima do estado e com todas essas modificações, eles estão apresentando problemas de adaptação. Além disso, os psitacídeos, que são aves de bico arredondado, e os animais que são pecilotérmicos sofrem muito, por serem mais sensíveis”, esclarece Braz.

            No Criadouro Conservacionista, várias medidas são tomadas para amenizar as intempéries climáticas, como a colocação de lona nos recintos, aquecimento dos filhotes e reforço alimentar. “Mesmo assim, nós perdemos alguns animais como um casal de maitacas roxas”, lamenta Braz.

            As alterações climáticas são causadas por diversos fatores, que vêm evoluindo ao longo do tempo. Porém, as ações humanas são as mais prejudiciais à estabilidade do meio ambiente. “As ações antrópicas, sem dúvida, têm alterado o meio ambiente. Qualquer alteração do meio modifica o equilíbrio dinâmico em uma determinada direção que nem sempre é a direção que nós desejamos. Para que não ocorram mudanças, o homem não poderia mexer na natureza, entretanto, isto é impossível. Assim, o que se pode fazer é reduzir ao mínimo os impactos ambientais decorrentes das atividades exploratórias. A cada ação o meio ambiente reage para atingir um novo equilíbrio dinâmico e são essas reações que têm causado todas as modificações climáticas que estamos vivenciando”, explica Afrânio Almir Righes, professor de engenharia ambiental.     

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Nas últimas décadas, temos presenciado diversas alterações climáticas, que estão se tornando cada vez mais intensas e freqüentes.

As mudanças, além de afetarem os seres humanos, interferem na fauna e na flora. “Definimos o clima como o comportamento médio da atmosfera observado ao longo de um período de tempo de 30 a 50 anos. Logo, a constatação de mudanças climáticas é bastante complexa e depende de alterações nas médias dos fatores meteorológicos ao longo do tempo. Já existem indícios de algumas mudanças, como a elevação da temperatura média, alteração no regime de ventos e chuvas e na circulação dos oceanos. Como a fauna e a flora são intimamente relacionadas com os elementos meteorológicos, certamente, essas alterações irão e estão exercendo influências nos seus comportamentos”, explica Leonardo Oliveira, engenheiro florestal. 

Em virtude das suas características específicas, cada espécie animal e vegetal tem uma determinada reação frente às mudanças climáticas. No caso das plantas, ocorrem transformações nos períodos de floração e frutificação. “As mudanças climáticas podem modificar completamente a fenologia das plantas, alterando a dispersão e a disponibilidade de sementes maduras, assim como, a germinação dessas sementes. Essas transformações podem comprometer a regeneração natural de certas espécies, já que cada espécie vegetal necessita de uma série de condições climáticas favoráveis para produzir sementes e para germinar”, completa Oliveira.  

A fauna também está sendo prejudicada, apresentando alterações comportamentais, em função de fatores como disponibilidade de alimentos e oscilações nas populações de inimigos naturais, causados pelas mudanças climáticas. Os ciclos reprodutivos dos animais são seriamente afetados, podendo causar, futuramente, a diminuição de algumas espécies. “Várias espécies anteciparam seu processo de reprodução, não chegando a concluí-lo. No caso das aves, os ninhos foram confeccionados antecipadamente e tivemos uma alteração significativa na eclosão dos ovos”, informa Santos de Jesus Braz da Silva, proprietário do Criadouro Conservacionista São Braz.

            Toda a fauna é afetada pelos problemas climáticos, porém com intensidades diferentes. “Os animais do norte do Brasil são muito afetados, porque eles já estavam acostumados com o clima do estado e com todas essas modificações, eles estão apresentando problemas de adaptação. Além disso, os psitacídeos, que são aves de bico arredondado, e os animais que são pecilotérmicos sofrem muito, por serem mais sensíveis”, esclarece Braz.

            No Criadouro Conservacionista, várias medidas são tomadas para amenizar as intempéries climáticas, como a colocação de lona nos recintos, aquecimento dos filhotes e reforço alimentar. “Mesmo assim, nós perdemos alguns animais como um casal de maitacas roxas”, lamenta Braz.

            As alterações climáticas são causadas por diversos fatores, que vêm evoluindo ao longo do tempo. Porém, as ações humanas são as mais prejudiciais à estabilidade do meio ambiente. “As ações antrópicas, sem dúvida, têm alterado o meio ambiente. Qualquer alteração do meio modifica o equilíbrio dinâmico em uma determinada direção que nem sempre é a direção que nós desejamos. Para que não ocorram mudanças, o homem não poderia mexer na natureza, entretanto, isto é impossível. Assim, o que se pode fazer é reduzir ao mínimo os impactos ambientais decorrentes das atividades exploratórias. A cada ação o meio ambiente reage para atingir um novo equilíbrio dinâmico e são essas reações que têm causado todas as modificações climáticas que estamos vivenciando”, explica Afrânio Almir Righes, professor de engenharia ambiental.