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Romaria: contradições e lucros

 

É bom para o espírito dos fiéis e para as finanças da cidade também. A 63ª Romaria Estadual de Nossa Senhora da Medianeira acontece no próximo domingo, dia 12, e, segundo a Diocese de Santa Maria  deve atrair mais de 250 mil pessoas. Os romeiros, que movimentam o setor de prestação de serviços, como o comércio em geral, hotéis e restaurantes, trazem à cidade cerca de 20 mil reais em impostos. O valor equivale, principalmente, à venda de espaços para comercialização no decorrer da avenida Medianeira. Até agora, dos 312 lotes disponíveis, 23 foram vendidos e 38 aguardam confirmação.

Segundo o secretário de finanças do município, Sérgio Ferro, os preços dos lotes variam de acordo o material que será vendido. Para comércio de armarinhos, bebidas não alcoólicas e alimentos o valor do lote é de R$ 158,83. “R$ 85,39 desse valor corresponde a uma taxa de limpeza do local e os outros R$ 73,84 são equivalentes à ocupação do solo público” explica o secretário. Já para quem for comercializar artesanatos e matérias do gênero, o valor da taxa é de R$ 128,09. Neste caso, R$ 54,65 é equivalente a uma licença de comércio adicionando-se a taxa de ocupação do solo público. Aos comerciantes vindos de outras cidades, os valores cobrados serão os mesmos.

“Para os comerciantes já estabelecidos no local e que tiverem a intenção de comprar lotes na frente dos seus estabelecimentos não haverá venda desses lotes”, avisa Ferro. “O que será possível é o avanço até a calçada. Para isso, será cobrada apenas a tarifa de ocupação do solo”, conclui o secretário.

Porém,  os proprietários de estabelecimentos da Avenida afirmam o contrário. ”Nós compramos os lotes sim, pagamos cerca de R$ 160,00 por lote. Se não os tivéssemos comprados, as outras pessoas que comprassem colocariam a barraca na nossa frente, o que prejudicaria nossos lucros”, afirma Hugo Baleski, funcionário da lancheria Xis Bom.

Por outro lado, alguns proprietários que terão seus estabelecimentos funcionando no domingo não compraram os lotes. “Nos ofereceram a venda de lotes para que pudéssemos avançar só que cada lote custa quase 160,00 reais. Como o espaço aqui da frente é grande, iria me endividar se os comprasse. Não valeria a pena”, relata a proprietária da lancheria Esquina do Lanche,  Vera Lucia Lucatteli.

Os interessados em adquirir os lotes devem reservar o lote até sexta-feira e dirigir-se à prefeitura de Santa Maria com CPF e carteira de identidade. No domingo, após o meio-dia poderá haver também vendedores ambulantes. Destes, será cobra uma taxa de R$ 37,57. Aos comerciantes em geral será permitida o venda de armarinhos, artesanatos e alimentos.

Objetos ilícitos provenientes de contrabandos e contravenções terão a venda confiscada assim como as bebidas alcoólicas que, diferente dos outros anos, terá comercialização proibida. A fiscalização está sob a responsabilidade das Secretarias Municipais de Finanças e de Turismo, além de uma força tarefa que reune Brigada Militar, Policia Federal, Policia Civil, Receitas Federal e Estadual. Haverá também fiscalização nas estradas pelas Policias rodoviárias Federal e Estadual para evitar a entrada de produtos ilícitos.

 

 

O que eles pensam:
  

É engraçado, pois durante o ano inteiro a calçada é de minha responsabilidade, pago os devidos impostos e caso tenha um buraco e alguém caia ou coisa parecida a responsabilidade é minha, a manutenção da calçada é de minha responsabilidade. Se a fiscalização vem aqui e a calçada não estiver nos conformes me multa, e quando poderia usufruir dela, ela deixa de ser minha. Já na segunda-feira, depois que fica aquela sujeira toda deixada por quem utilizou a calçada da frente do meu estabelecimento, a responsabilidade volta a ser minha, e quem limpa essa sujeira sou eu!”

Vera Lucia Lucatelli, 50 anos, Proprietária de um estabelecimento local

 

 

 “É uma falta de consideração com nós todos que moramos em Santa Maria. Há quanto tempo a gente paga impostos aqui? O dia que poderíamos lucrar um pouco a mais, ai tem que pagar também!  E, se não pagar, a prefeitura coloca outros estabelecimentos na frente,  o que nos prejudicaria muito.”

Hugo Baleski, 30 anos, Funcionário de um estabelicimento local

 

 

 

Fotos Núcleo de fotografia e memória (Nicholas Fonseca)

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É bom para o espírito dos fiéis e para as finanças da cidade também. A 63ª Romaria Estadual de Nossa Senhora da Medianeira acontece no próximo domingo, dia 12, e, segundo a Diocese de Santa Maria  deve atrair mais de 250 mil pessoas. Os romeiros, que movimentam o setor de prestação de serviços, como o comércio em geral, hotéis e restaurantes, trazem à cidade cerca de 20 mil reais em impostos. O valor equivale, principalmente, à venda de espaços para comercialização no decorrer da avenida Medianeira. Até agora, dos 312 lotes disponíveis, 23 foram vendidos e 38 aguardam confirmação.

Segundo o secretário de finanças do município, Sérgio Ferro, os preços dos lotes variam de acordo o material que será vendido. Para comércio de armarinhos, bebidas não alcoólicas e alimentos o valor do lote é de R$ 158,83. “R$ 85,39 desse valor corresponde a uma taxa de limpeza do local e os outros R$ 73,84 são equivalentes à ocupação do solo público” explica o secretário. Já para quem for comercializar artesanatos e matérias do gênero, o valor da taxa é de R$ 128,09. Neste caso, R$ 54,65 é equivalente a uma licença de comércio adicionando-se a taxa de ocupação do solo público. Aos comerciantes vindos de outras cidades, os valores cobrados serão os mesmos.

“Para os comerciantes já estabelecidos no local e que tiverem a intenção de comprar lotes na frente dos seus estabelecimentos não haverá venda desses lotes”, avisa Ferro. “O que será possível é o avanço até a calçada. Para isso, será cobrada apenas a tarifa de ocupação do solo”, conclui o secretário.

Porém,  os proprietários de estabelecimentos da Avenida afirmam o contrário. ”Nós compramos os lotes sim, pagamos cerca de R$ 160,00 por lote. Se não os tivéssemos comprados, as outras pessoas que comprassem colocariam a barraca na nossa frente, o que prejudicaria nossos lucros”, afirma Hugo Baleski, funcionário da lancheria Xis Bom.

Por outro lado, alguns proprietários que terão seus estabelecimentos funcionando no domingo não compraram os lotes. “Nos ofereceram a venda de lotes para que pudéssemos avançar só que cada lote custa quase 160,00 reais. Como o espaço aqui da frente é grande, iria me endividar se os comprasse. Não valeria a pena”, relata a proprietária da lancheria Esquina do Lanche,  Vera Lucia Lucatteli.

Os interessados em adquirir os lotes devem reservar o lote até sexta-feira e dirigir-se à prefeitura de Santa Maria com CPF e carteira de identidade. No domingo, após o meio-dia poderá haver também vendedores ambulantes. Destes, será cobra uma taxa de R$ 37,57. Aos comerciantes em geral será permitida o venda de armarinhos, artesanatos e alimentos.

Objetos ilícitos provenientes de contrabandos e contravenções terão a venda confiscada assim como as bebidas alcoólicas que, diferente dos outros anos, terá comercialização proibida. A fiscalização está sob a responsabilidade das Secretarias Municipais de Finanças e de Turismo, além de uma força tarefa que reune Brigada Militar, Policia Federal, Policia Civil, Receitas Federal e Estadual. Haverá também fiscalização nas estradas pelas Policias rodoviárias Federal e Estadual para evitar a entrada de produtos ilícitos.

 

 

O que eles pensam:
  

É engraçado, pois durante o ano inteiro a calçada é de minha responsabilidade, pago os devidos impostos e caso tenha um buraco e alguém caia ou coisa parecida a responsabilidade é minha, a manutenção da calçada é de minha responsabilidade. Se a fiscalização vem aqui e a calçada não estiver nos conformes me multa, e quando poderia usufruir dela, ela deixa de ser minha. Já na segunda-feira, depois que fica aquela sujeira toda deixada por quem utilizou a calçada da frente do meu estabelecimento, a responsabilidade volta a ser minha, e quem limpa essa sujeira sou eu!”

Vera Lucia Lucatelli, 50 anos, Proprietária de um estabelecimento local

 

 

 “É uma falta de consideração com nós todos que moramos em Santa Maria. Há quanto tempo a gente paga impostos aqui? O dia que poderíamos lucrar um pouco a mais, ai tem que pagar também!  E, se não pagar, a prefeitura coloca outros estabelecimentos na frente,  o que nos prejudicaria muito.”

Hugo Baleski, 30 anos, Funcionário de um estabelicimento local

 

 

 

Fotos Núcleo de fotografia e memória (Nicholas Fonseca)