Em busca de uma vaga na universidade, muitos jovens precisam abrir mão de estar perto da família. À medida que essa experiência os torna mais independentes surgem também as responsabilidades, o que desencadeia amadurecimento pessoal e mudança de valores. Se não bastasse a saudade que a distância causa, a preocupação dos pais é constante.
Sair de casa é o desejo de muitos que almejam maior independência. Porém, isso implica uma série de responsabilidades. As contas a serem pagas, maior controle do dinheiro e os afazeres domésticos são exemplos. O acadêmico de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, Francisco Elias Júnior, 22, percebeu essa diferença. “Eu tive que aprender a fazer comida, lavar roupa, limpar a casa, que eu odeio. Muda tudo”, comenta. Essas mudanças podem ser válidas no momento que provocam crescimento pessoal. Sem ninguém para tomar as decisões, iniciativas próprias são necessárias. A organização também é fator importante. A correria e os estudos, associados a todas as outras tarefas exigem do estudante eficiência e um bom planejamento do tempo para fazer tudo.
Outra transformação, de quem saiu de casa, é o reconhecimento do valor dos pais. O companheirismo e os conselhos faltam em determinados momentos e a distância das antigas amizades mostram a sua verdadeira dimensão. A estudante de cursinho pré-vestibular Daniela Silva Huberti, 18, morava em Santana do Livramento. Segundo ela, a falta que sente deles é grande, mas a independência é fator importante para crescer na vida.
A violência, segundo a acadêmica de Odontologia da Unifra, Danieli Hoffmann Thomas, 20, é uma das maiores preocupações de seus pais. “Eles se preocupam se eu ando sozinha na rua, que horas eu volto das festas”, afirma.
Alguns saem da casa para morar sozinhos ou com amigos, o que consideram experiência tão válida que não pensam em voltar à antiga rotina, mesmo sem as mordomias. Quanto a saudade, importante é aproveitar os momentos que se está perto da família e pensar no processo de aprendizado e amadurecimento pelo qual se passa.
Fotos: Núcleo de Fotografia e Memória (Bibiane Moreira e Vinícius Freitas)