Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Cadê a cultura da cidade?

Apesar do título de Cidade Cultura, Santa Maria apresenta um público praticamente inexistente para música erudita (conhecida, popularmente, como música clássica). Quase não há concertos e nem incentivo aos admiradores de música. Uma prova disso é o Theatro 13 de Maio, que mesmo com instalações adequadas, não é freqüentado pelo público jovem em geral.

 

            Uma das principais escolas de música da cidade, Musiartes, apresenta seus dados, extraídos em novembro de 2006: 276 alunos inscritos, em 17 categorias. Apenas 13 estudam música erudita. Dos 44 alunos que estudam técnica vocal, apenas um faz canto lírico. Isso significa que apenas 4,7% de todos os alunos interessam-se pela música erudita. Dentre todos os instrumentos, apenas cinco estudam violino.
            O professor Álvaro Pouey, 39 anos, bacharel em violão clássico, fala sobre sua experiência nos anos em que morou na Europa. Conta que tocava música popular brasileira, mas só quem se interessava eram os poucos brasileiros que havia por lá. Buscou um conservatório e começou a estudar música erudita. Foi quando se apaixonou por ela. Passou a tocar esse estilo de música e com isso garantiu sua carreia, fez seu nome. Não lhe faltavam oportunidades. Depois de alguns anos, achou que era hora de voltar para casa.
            De volta ao Brasil, para Santa Maria, o choque. Nenhum interesse por parte dos alunos em aprender algum instrumento erudito. Atualmente, ele dá aula de música popular, que lhe rende a maior procura.
            O Brasil perde para muitos países desenvolvidos em diversas categorias culturais, não só quanto à música. Por exemplo, a Unesco recomenda que sejam lidos, por pessoa, 25 volumes por ano. O brasileiro lê 1,8, enquanto em países como Japão, Noruega, Finlândia e Canadá, os habitantes lêem, cada um, 47 livros por ano, em média.

Curiosidade
            O clássico é uma época determinada da música, ocorrida no período chamado de Classicismo.  Contudo, assim como chamamos “literatura clássica” sem considerar o período em que a obra foi escrita (por exemplo, Renascença, Barroco, Romântico), também nos acostumamos a chamar de “música clássica” a música que, na verdade, deveria se chamar “erudita”.
            A palavra “erudito” vem do latim eruditus, que significa conhecimento, saber. Música erudita engloba todas, contanto que sejam utilizadas notações musicais. Essa é a diferença básica entre a música erudita e a popular: a popular é transmitida oralmente, de raiz. A erudita precisa ser escrita em partitura, registrada no papel.

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Apesar do título de Cidade Cultura, Santa Maria apresenta um público praticamente inexistente para música erudita (conhecida, popularmente, como música clássica). Quase não há concertos e nem incentivo aos admiradores de música. Uma prova disso é o Theatro 13 de Maio, que mesmo com instalações adequadas, não é freqüentado pelo público jovem em geral.

 

            Uma das principais escolas de música da cidade, Musiartes, apresenta seus dados, extraídos em novembro de 2006: 276 alunos inscritos, em 17 categorias. Apenas 13 estudam música erudita. Dos 44 alunos que estudam técnica vocal, apenas um faz canto lírico. Isso significa que apenas 4,7% de todos os alunos interessam-se pela música erudita. Dentre todos os instrumentos, apenas cinco estudam violino.
            O professor Álvaro Pouey, 39 anos, bacharel em violão clássico, fala sobre sua experiência nos anos em que morou na Europa. Conta que tocava música popular brasileira, mas só quem se interessava eram os poucos brasileiros que havia por lá. Buscou um conservatório e começou a estudar música erudita. Foi quando se apaixonou por ela. Passou a tocar esse estilo de música e com isso garantiu sua carreia, fez seu nome. Não lhe faltavam oportunidades. Depois de alguns anos, achou que era hora de voltar para casa.
            De volta ao Brasil, para Santa Maria, o choque. Nenhum interesse por parte dos alunos em aprender algum instrumento erudito. Atualmente, ele dá aula de música popular, que lhe rende a maior procura.
            O Brasil perde para muitos países desenvolvidos em diversas categorias culturais, não só quanto à música. Por exemplo, a Unesco recomenda que sejam lidos, por pessoa, 25 volumes por ano. O brasileiro lê 1,8, enquanto em países como Japão, Noruega, Finlândia e Canadá, os habitantes lêem, cada um, 47 livros por ano, em média.

Curiosidade
            O clássico é uma época determinada da música, ocorrida no período chamado de Classicismo.  Contudo, assim como chamamos “literatura clássica” sem considerar o período em que a obra foi escrita (por exemplo, Renascença, Barroco, Romântico), também nos acostumamos a chamar de “música clássica” a música que, na verdade, deveria se chamar “erudita”.
            A palavra “erudito” vem do latim eruditus, que significa conhecimento, saber. Música erudita engloba todas, contanto que sejam utilizadas notações musicais. Essa é a diferença básica entre a música erudita e a popular: a popular é transmitida oralmente, de raiz. A erudita precisa ser escrita em partitura, registrada no papel.