Enfim, saiu a nossa primeira viagem por terras espanholas. A primeira parada foi em Tarifa, acampamos no camping Jara. Os campings fazem sucesso por aqui, a infra-estrutura é ótima, têm de tudo, supermercado, piscina, quadra de jogos, a maioria perto de praias, e os preços muito mais econômicos que em hotéis.
Tarifa é um município da província de Cádiz e se situa no extremo meridional. Além das praias, os monumentos são um ponto de atração na cidade. O camping é uma mescla de gente de todos os cantos: encontramos portugueses, italianos, franceses, dinamarqueses, espanhóis e brasileiros, claro.
O tempo não colaborou muito, foram dois dias de muito vento e foi quase impossível chegar à praia. Mas, enfim, festa é festa e aproveitamos a companhia da ‘trupe’ de brasileiros que estavam conosco.
No sábado, dia 25 de agosto, levantamos acampamento rumo à Ceuta, uma cidade autonóma espanhola no contimente Africano. A ida é feita em barcos ou helicópteros. Fomos na primeira opção. Com a mudança do vento, o mar estava agitadíssimo e passamos maus bocados.
Finalmente, em terra firme deu pra aproveitar e conhecer a cidade. Muito lindinha. Tem 19 km quadrados de extensão e uns 70 mil habitantes. Os primeiros vestígios de habitação humana datam de 250 A.C. Ao longo da história, Ceuta foi ocupada por fenicios, gregos, romanos, visigodos, muçulmanos, portugueses, entre outros povos. Foi incorporada pela Espanha em 1581, quando Espanha e Portugal pertenciam a um só reino, com a separação em 1668, Ceuta passou, definitivamente, ao reino espanhol.
Atualmente, quatro culturas são marcantes: muçulmana, cristiana, judaica e hindu. As atrações são muitas: há monumentos e muralhas por todos os lados e eles soltam a imaginação.
Viagem adiada
Outro lugar a ser conhecido seria Tetuan, no Marrocos. Seria! porque no domingo quando o telefone do hotel tocou para chamarnos levei um susto, tropecei, caí por cima da cama e bati com a garganta na mesa do telefone. Resultado: muita dor, hematoma na laringe e cordas vocais, 24 horas em observação no hospital Cruz Roja e fim de viagem. Mas como tudo tem o lado bom, a experiência no hospital foi divertida. Uma das minhas companheiras de quarto era uma abuela espanhola que mandava em todo mundo e só dizia: "Madre Mia, oh vida! Dios Mio!".
Falta de leito também ocorre por aqui. Fui parar na sessão dos pré e pós operados. Já dá pra imaginar o que quase acontece. Lá pelo final da tarde de domingo, entra uma enfermeira com toalha e todo material para higiene: "Como te vas al quirófano mañana temprano, te voy a dejar eso". Quase saltei pela janela. E como é proibido visita de crianças no hospital, enquanto o Beto ia me ver, os meninos faziam a algazarra na entrada, sob a "vigilância" dos guardas.
Agora, é esperar o final do tratamento, voltar a voz e seguir viagem rumo a Portugal.
Quer saber mais sobre a viagem da Carla, acesse o fotoblog: http://www.carla.rossa.nafoto.net
*Carla Rossa é jornalista e está morando na Espanha desde o início do ano.