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Santa Maria, RS, Brazil

“Índio não quer só apito!”

 Amanhã é Dia do Índio, mas será que há motivos para comemorar? Além da considerável diminuição da população indígena, as condições em que muitos vivem são desfavoráveis em relação à alimentação e saúde. No Brasil, os índios representam, atualmente, apenas 2% da população, ou seja, 358 mil integrantes. Na época do descobrimento do Brasil, segundo dados do IBGE, estima-se que milhões de índios vivessem aqui.

Em Santa Maria, conforme informação da Secretária de Município e Assistência Social, 305 índios, entre adultos e crianças, passaram pela cidade durante esse ano. Eles vêm de diversas partes do estado e até mesmo de Santa Catarina com a intenção de vender o artesanato produzido.

Santa Maria está na rota de migração dos índios, especialmente, no período que antecede a Páscoa e as festas de final de ano. Oriundos, principalmente, de Tenente Portela, Ronda Alta, Redentora e de São Miguel do Oeste (Santa Catarina), permanecem na cidade por um mês, em média, com a finalidade de comercializar cestas, arcos, flechas, objetos de decoração, entre outros.

Entre 2001 a 2003, havia uma casa com a finalidade de abrigar os índios que passassem pela cidade a partir de iniciativa do Santuário da Medianeira e mais quatro paróquias. A casa funcionava junto ao Santuário, mas foi fechada pela falta de infra-estrutura. Segundo a secretária da Basílica, Janete Iense, não havia por parte dos índios uma organização prévia, o que dificultava a assistência. “Eles chegavam sem avisar. Houve uma época em que tínhamos 100 índios alojados num espaço que era destinado para, no máximo, 15 pessoas”, relata Janete.

Atualmente, os índios que passam por Santa Maria são instalados na gare da Viação Férrea. A coordenadora de Eqüidade de Gênero da Secretaria Municipal de Assistência Social, Marquita Quevedo, fala sobre as atribuições dos órgãos públicos em relação aos índios. “Como na cidade não temos demarcação indígena, não temos nenhum projeto social em prol dos índios. A nossa responsabilidade é disponibilizar um lugar para que eles possam preparar sua alimentação e dormir”, informa. Segundo a coordenadora, os índios vendem bem os seus produtos e, recebem doações de agasalhos e alimentos da comunidade. Além disso, muitos deles já recebem o Bolsa Família.      

CULTURA INDÍGENA – A artista plástica, mestre em arte e educação e professora da Unifra, Ceres Inês Zago, participa de um projeto que tem por objetivo principal a valorização da cultura indígena através da arte. A artista tem contato direto com os índios nas aldeias desde o ano passado e acredita que cada um pode fazer a sua parte para ajudar a aumentar a auto-estima deles que, como destaca, tem uma vida muito sofrida. “Temos que respeitar a cultura dos índios. Eles absorvem muito da nossa e nós, muitas vezes, ignoramos tudo que eles têm para nos passar. As pessoas podem ajudá-los adquirindo seus produtos, mas, principalmente, valorizando-os como pessoa e dando-lhes atenção”, ressalta Ceres.  

Leia sobre a 2° Edição do Prêmio Culturas Indíginas na página da Funai (Fundação Nacional do Índio).

 Foto: Núcleo de Fotografia e Memória (Nicholas Fonseca)

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 Amanhã é Dia do Índio, mas será que há motivos para comemorar? Além da considerável diminuição da população indígena, as condições em que muitos vivem são desfavoráveis em relação à alimentação e saúde. No Brasil, os índios representam, atualmente, apenas 2% da população, ou seja, 358 mil integrantes. Na época do descobrimento do Brasil, segundo dados do IBGE, estima-se que milhões de índios vivessem aqui.

Em Santa Maria, conforme informação da Secretária de Município e Assistência Social, 305 índios, entre adultos e crianças, passaram pela cidade durante esse ano. Eles vêm de diversas partes do estado e até mesmo de Santa Catarina com a intenção de vender o artesanato produzido.

Santa Maria está na rota de migração dos índios, especialmente, no período que antecede a Páscoa e as festas de final de ano. Oriundos, principalmente, de Tenente Portela, Ronda Alta, Redentora e de São Miguel do Oeste (Santa Catarina), permanecem na cidade por um mês, em média, com a finalidade de comercializar cestas, arcos, flechas, objetos de decoração, entre outros.

Entre 2001 a 2003, havia uma casa com a finalidade de abrigar os índios que passassem pela cidade a partir de iniciativa do Santuário da Medianeira e mais quatro paróquias. A casa funcionava junto ao Santuário, mas foi fechada pela falta de infra-estrutura. Segundo a secretária da Basílica, Janete Iense, não havia por parte dos índios uma organização prévia, o que dificultava a assistência. “Eles chegavam sem avisar. Houve uma época em que tínhamos 100 índios alojados num espaço que era destinado para, no máximo, 15 pessoas”, relata Janete.

Atualmente, os índios que passam por Santa Maria são instalados na gare da Viação Férrea. A coordenadora de Eqüidade de Gênero da Secretaria Municipal de Assistência Social, Marquita Quevedo, fala sobre as atribuições dos órgãos públicos em relação aos índios. “Como na cidade não temos demarcação indígena, não temos nenhum projeto social em prol dos índios. A nossa responsabilidade é disponibilizar um lugar para que eles possam preparar sua alimentação e dormir”, informa. Segundo a coordenadora, os índios vendem bem os seus produtos e, recebem doações de agasalhos e alimentos da comunidade. Além disso, muitos deles já recebem o Bolsa Família.      

CULTURA INDÍGENA – A artista plástica, mestre em arte e educação e professora da Unifra, Ceres Inês Zago, participa de um projeto que tem por objetivo principal a valorização da cultura indígena através da arte. A artista tem contato direto com os índios nas aldeias desde o ano passado e acredita que cada um pode fazer a sua parte para ajudar a aumentar a auto-estima deles que, como destaca, tem uma vida muito sofrida. “Temos que respeitar a cultura dos índios. Eles absorvem muito da nossa e nós, muitas vezes, ignoramos tudo que eles têm para nos passar. As pessoas podem ajudá-los adquirindo seus produtos, mas, principalmente, valorizando-os como pessoa e dando-lhes atenção”, ressalta Ceres.  

Leia sobre a 2° Edição do Prêmio Culturas Indíginas na página da Funai (Fundação Nacional do Índio).

 Foto: Núcleo de Fotografia e Memória (Nicholas Fonseca)