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Santa Maria, RS, Brazil

Inter-SM: da luta à consagração

Início de tarde em Santa Maria, expectativa para o fechamento da última rodada da Segundona do Campeonato Gaúcho. Sete anos depois de disputar pela última vez a Série A, o Internacional está, novamente, próximo da possibilidade de retornar ao grupo dos ‘melhores’ do estado. Havia muitos ingressos vendidos. Eram 14h e a fila para os portões das arquibancadas já atingia seis quarteirões. O público começava a ficar ansioso, pois o início do jogo se aproximava e pessoas estavam a quatro quadras da entrada.

Bola rolando no gramado do estádio Presidente Vargas. Do lado de dentro, quase 10 mil torcedores apoiando e cantando para levar o clube de Santa Maria de volta à elite do futebol gaúcho. Já nas proximidades,  duas mil pessoas, com ingressos na mão, aguardavam a abertura de algum portão, pediam o dinheiro de volta, provocavam a direção ou tentavam achar algum modo de entrar no estádio. Enquanto isso, dentro do gramado, Cirilo abria o placar para o Internacional, aos 10 minutos do 1º tempo.

Ao redor do local, pessoas se ‘empoleiravam’ sobre as lajes e telhados das casas para acompanhar a partida. Houve quem não se contentasse em não entrar no estádio. Pessoas revoltadas chutavam os portões, agrediam a torcida do Pelotas e, muitas delas, conseguiam um lugar nas arquibancadas. Um artifício usado por alguns para conseguir o acesso era apedrejar torcedores adversários para que fossem feridos e retirados pelos policiais militares, abrindo, assim, vagas para mais colorados.

No outro lado da baixada, moradores controlavam o acesso da torcida pelos barrancos do fundo de suas casas. “Ei, ei! Cinco reais para cruzar aí! A casa é minha e o pátio é meu!”, cobrava o dono de uma das residências vizinhas ao setor de arquibancadas móveis. Depois de várias pessoas cruzarem por ali, a polícia começou a controlar o acesso ‘secreto’.

Durante o jogo, chamava a atenção na arquibancada um bode, uma espécie de mascote do time. O animal passou a partida inteira puxando os pés de um colorado que estava em cima do alambrado. Mesmo depois de várias tentativas de retirar o bode do local, nada adiantou. “Não adianta chutar, empurrar, nada. Ele não vai sair daqui”, dizia o torcedor ‘assediado’ pelo bicho.

 

E dentro do campo…

No segundo tempo, não demorou muito para o Internacional ampliar o placar do jogo. Aos cinco minutos, Alê Menezes, novamente de cabeça, faz o segundo: era o gol da classificação. A alegria tomou conta da torcida, da direção e dos jogadores. Junto à torcida, o banco de reservas fazia uma festa à parte. O volante reserva Veiga, emocionado, comemorava mais que os outros. Levantava o uniforme e apontava uma mensagem em homenagem a Jesus. Enquanto isso, o Pelotas descontava o placar, com gol de Michel, também de cabeça.

O clima tenso no gramado se agravou depois do gol da equipe pelotense, quando os jogadores trocaram socos e pontapés no fundo do gol. A torcida incentivou os reservas do Inter-SM a participarem da confusão. O final do jogo se aproximava e os ânimos ficavam alterados tanto na torcida quanto dentro de campo. Aos 39 minutos do segundo tempo, um torcedor invadiu o campo para abraçar os jogadores do time da casa. O invasor foi retirado e o jogo prosseguiu. Logo depois, o preparador de goleiros do time da casa também invadiu o campo, evitando o ataque do Pelotas.

Aos 45 minutos do segundo tempo, o juiz ergueu o braço para apitar uma falta a favor da equipe áureo-cerúlea. Foi o suficiente para dezenas de torcedores pularem o alambrado, para vários jornalistas entrarem em campo, além de principiar a festa dos dirigentes. A arbitragem ordenou reinício do jogo após a retirada dos invasores. Um minuto depois, encerrou a partida.

O resultado: Internacional vice-campeão da segunda divisão gaúcha. Depois de sete anos em que esteve sempre próximo de conseguir a classificação, o alvi-rubro de Santa Maria conquista a vaga à elite do Gauchão. A torcida toma conta do gramado da baixada e comemora a vitória junto aos jogadores. A festa se espalhou pelas ruas da cidade e se concentrou na avenida Presidente Vargas, onde os jogadores se juntaram ao carro de som e celebraram a volta à Série A.

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Início de tarde em Santa Maria, expectativa para o fechamento da última rodada da Segundona do Campeonato Gaúcho. Sete anos depois de disputar pela última vez a Série A, o Internacional está, novamente, próximo da possibilidade de retornar ao grupo dos ‘melhores’ do estado. Havia muitos ingressos vendidos. Eram 14h e a fila para os portões das arquibancadas já atingia seis quarteirões. O público começava a ficar ansioso, pois o início do jogo se aproximava e pessoas estavam a quatro quadras da entrada.

Bola rolando no gramado do estádio Presidente Vargas. Do lado de dentro, quase 10 mil torcedores apoiando e cantando para levar o clube de Santa Maria de volta à elite do futebol gaúcho. Já nas proximidades,  duas mil pessoas, com ingressos na mão, aguardavam a abertura de algum portão, pediam o dinheiro de volta, provocavam a direção ou tentavam achar algum modo de entrar no estádio. Enquanto isso, dentro do gramado, Cirilo abria o placar para o Internacional, aos 10 minutos do 1º tempo.

Ao redor do local, pessoas se ‘empoleiravam’ sobre as lajes e telhados das casas para acompanhar a partida. Houve quem não se contentasse em não entrar no estádio. Pessoas revoltadas chutavam os portões, agrediam a torcida do Pelotas e, muitas delas, conseguiam um lugar nas arquibancadas. Um artifício usado por alguns para conseguir o acesso era apedrejar torcedores adversários para que fossem feridos e retirados pelos policiais militares, abrindo, assim, vagas para mais colorados.

No outro lado da baixada, moradores controlavam o acesso da torcida pelos barrancos do fundo de suas casas. “Ei, ei! Cinco reais para cruzar aí! A casa é minha e o pátio é meu!”, cobrava o dono de uma das residências vizinhas ao setor de arquibancadas móveis. Depois de várias pessoas cruzarem por ali, a polícia começou a controlar o acesso ‘secreto’.

Durante o jogo, chamava a atenção na arquibancada um bode, uma espécie de mascote do time. O animal passou a partida inteira puxando os pés de um colorado que estava em cima do alambrado. Mesmo depois de várias tentativas de retirar o bode do local, nada adiantou. “Não adianta chutar, empurrar, nada. Ele não vai sair daqui”, dizia o torcedor ‘assediado’ pelo bicho.

 

E dentro do campo…

No segundo tempo, não demorou muito para o Internacional ampliar o placar do jogo. Aos cinco minutos, Alê Menezes, novamente de cabeça, faz o segundo: era o gol da classificação. A alegria tomou conta da torcida, da direção e dos jogadores. Junto à torcida, o banco de reservas fazia uma festa à parte. O volante reserva Veiga, emocionado, comemorava mais que os outros. Levantava o uniforme e apontava uma mensagem em homenagem a Jesus. Enquanto isso, o Pelotas descontava o placar, com gol de Michel, também de cabeça.

O clima tenso no gramado se agravou depois do gol da equipe pelotense, quando os jogadores trocaram socos e pontapés no fundo do gol. A torcida incentivou os reservas do Inter-SM a participarem da confusão. O final do jogo se aproximava e os ânimos ficavam alterados tanto na torcida quanto dentro de campo. Aos 39 minutos do segundo tempo, um torcedor invadiu o campo para abraçar os jogadores do time da casa. O invasor foi retirado e o jogo prosseguiu. Logo depois, o preparador de goleiros do time da casa também invadiu o campo, evitando o ataque do Pelotas.

Aos 45 minutos do segundo tempo, o juiz ergueu o braço para apitar uma falta a favor da equipe áureo-cerúlea. Foi o suficiente para dezenas de torcedores pularem o alambrado, para vários jornalistas entrarem em campo, além de principiar a festa dos dirigentes. A arbitragem ordenou reinício do jogo após a retirada dos invasores. Um minuto depois, encerrou a partida.

O resultado: Internacional vice-campeão da segunda divisão gaúcha. Depois de sete anos em que esteve sempre próximo de conseguir a classificação, o alvi-rubro de Santa Maria conquista a vaga à elite do Gauchão. A torcida toma conta do gramado da baixada e comemora a vitória junto aos jogadores. A festa se espalhou pelas ruas da cidade e se concentrou na avenida Presidente Vargas, onde os jogadores se juntaram ao carro de som e celebraram a volta à Série A.