Doar sangue é administrar o sangue de uma pessoa na circulação de outra com fim terapêutico. É totalmente seguro, feito com material descartado e esterilizado, e não demora mais de meia hora. Apesar disso, a necessidade de mais doadores de sangue é uma realidade diária nos Hemocentros.
Em Santa Maria o Hemocentro do Hospital Caridade é um dos três que recebe as doações. Como abastece o Hospital de Caridade, da Brigada Militar, Hospital Regional de Santa Maria e Hospital Dia Unimed, o Hemocentro precisaria de muito mais doações. Ângela Naidon, 25 anos, enfermeira do setor de coleta considera que isso é resultado de tabus. “Na época de campanhas aumenta o número de doações. Mas a gente precisa de um grande número de doares todos os dias. As pessoas têm que se conscientizar que tem famílias precisando”, completa Ângela.
O primeiro passo para fazer a doação é se cadastrar. Após, são verificadas a pressão arterial, temperatura, o peso e a altura. O doador então responde um questionário sigiloso. Por fim é feita a coleta de 450 ml de sangue. No caso de Santa Maria, Ângela explica que uma parte do material vai para Porto Alegre aonde é analisado, e a confirmação de que o material pode ser utilizado chega em um dia ao hemocentro.
Dartagnan Alberi Camilloto Poerschke, 46 anos, é doador há quinze anos. Ele começou a doar sangue quando foi morar no Nordeste. “No Nordeste a cultura de doação de sangue e órgãos é muito maior. Isso se deve à divulgação do governo”, explica ele. Ele considera que o que impede a doação de sangue são os tabus que as pessoas possuem, e que acabam perdendo quando alguém da família precisa. “A intolerância sobre qualquer coisa é sempre causada pela desinformação”, completa ele.
Antonio Calos Marquesam, 42 anos, doa desde os 18 anos e acha que a conscientização sobre a doação de sangue é o mais importante para motivar mais pessoas a doarem.“ Doar sangue não dói e não há chances de contágio com doenças”, diz ele. Alexsandra Matos Romio, 23 anos, também considera que a insegurança, o medo e a preguiça são os principais motivos da falta de doadores. “Uma campanha esclareceria o quanto faz bem pra quem doa e pra quem recebe o sangue”, finaliza Alexsandra.
Quem pode doar e qual a frequência:
Não podem doar pessoas que já tiveram ou tem Sifilis, chagas, Hiv I e II, Hapatite B e C. O peso mínimo é de 50 kg, e a idade é de 18 a 65 anos.
Não podem doar pessoas que tiveram convulsão após os dois anos de idade.
As mulheres podem doar 3 vezes ao ano, com intervalo de três em três meses, enquanto os homens podem doar 4 vezes ao ano, com intervalos de dois em dois meses.
Quem quiser fazer doações pode procurar o Hemocentro do Hospital Caridade, que funciona das 8h às 14h em dias de semana. Podem ser agendadas doações de um grande grupo no sábado.
É necessário levar identidade ou documento com foto.
Sobre os tipos sanguíneos
Embora exista falta de todos os tipos sanguíneos, o O negativo é doador universal e o mais necessário.
Foto: (Núcleo de Fotografia e Memória)