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Santa Maria, RS, Brazil

Projeto resgata cultura indígena

Com o título Kaingang: a poética dos trançados, duas professoras procuram valorizar a cultura indígena através do artesanato. O projeto de pesquisa iniciou no ano passado e é desenvolvido pela artista plástica, mestre em arte e educação e professora da Unifra, Ceres Inês Zago, e pela designer Ana Norogrando. O estudo analisa os significados e o grafismo dos trançados produzidos pelas tribos Kaingang, localizadas no noroeste do estado.

Segundo Ceres, a forma escolhida para análise foram as peneiras do tipo redonda devido à simbologia que representam na cultura da tribo. “A peneira é circular e só tem uma base. Há duas simbologias muito fortes o kamé e o kairucré. Uma forma dessas é o círculo aberto e outra é uma forma mais fechada. Através dessas duas formas, eles identificam a sua hereditariedade e a sua família. Além disso, a peneira também identifica as metades, as dualidades de sol e de lua, duas crenças muitos fortes”, relata.

O projeto tem como objetivo realizar uma mostra de arte com a exposição das peneiras produzidas e as análises estéticas das peças. Além das professoras, o projeto tem apoio de antropólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), do Museu de Artesanato do Rio Grande do Sul e do Serviço Estadual de Proteção ao Índio (SEPI).

Análise de peneiras
A simbologia da cultura indígena pode ser melhor compreendida a partir da análise das peneiras. “Nós iremos analisar toda a simbologia na parte de signos e símbolos que eles podem inserir no trabalho. Porém, nós não sabemos se vai ter. Cada aldeia, de uma maneira peculiar, tem a maneira de colocar seus símbolos nos objetos produzidos”, explica Ceres.

Acesso aos índios
Em um primeiro momento, conforme Ceres, as pesquisadoras tiveram de expor o projeto para o SEPI, que foi avaliado e aprovado. Depois, foi apresentado para um conselho de índios formado por um representante de cada tribo da região a ser estuda. Existe uma hierarquia dentro das tribos que precisa ser respeitada. A cada novo encontro com os índios, é necessário falar primeiro com o cacique.

Comunicação
Apesar de a comunicação ser um pouco difícil pela diferença de linguagem, os índios já se acostumaram com a presença das pesquisadoras. “O que nos surpreendeu foi ver os índios falando ‘o Design dessa peneira vai ser de tal forma’, então todos já se apropriaram da linguagem que vem do artesanato”, finaliza Ceres.

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Com o título Kaingang: a poética dos trançados, duas professoras procuram valorizar a cultura indígena através do artesanato. O projeto de pesquisa iniciou no ano passado e é desenvolvido pela artista plástica, mestre em arte e educação e professora da Unifra, Ceres Inês Zago, e pela designer Ana Norogrando. O estudo analisa os significados e o grafismo dos trançados produzidos pelas tribos Kaingang, localizadas no noroeste do estado.

Segundo Ceres, a forma escolhida para análise foram as peneiras do tipo redonda devido à simbologia que representam na cultura da tribo. “A peneira é circular e só tem uma base. Há duas simbologias muito fortes o kamé e o kairucré. Uma forma dessas é o círculo aberto e outra é uma forma mais fechada. Através dessas duas formas, eles identificam a sua hereditariedade e a sua família. Além disso, a peneira também identifica as metades, as dualidades de sol e de lua, duas crenças muitos fortes”, relata.

O projeto tem como objetivo realizar uma mostra de arte com a exposição das peneiras produzidas e as análises estéticas das peças. Além das professoras, o projeto tem apoio de antropólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), do Museu de Artesanato do Rio Grande do Sul e do Serviço Estadual de Proteção ao Índio (SEPI).

Análise de peneiras
A simbologia da cultura indígena pode ser melhor compreendida a partir da análise das peneiras. “Nós iremos analisar toda a simbologia na parte de signos e símbolos que eles podem inserir no trabalho. Porém, nós não sabemos se vai ter. Cada aldeia, de uma maneira peculiar, tem a maneira de colocar seus símbolos nos objetos produzidos”, explica Ceres.

Acesso aos índios
Em um primeiro momento, conforme Ceres, as pesquisadoras tiveram de expor o projeto para o SEPI, que foi avaliado e aprovado. Depois, foi apresentado para um conselho de índios formado por um representante de cada tribo da região a ser estuda. Existe uma hierarquia dentro das tribos que precisa ser respeitada. A cada novo encontro com os índios, é necessário falar primeiro com o cacique.

Comunicação
Apesar de a comunicação ser um pouco difícil pela diferença de linguagem, os índios já se acostumaram com a presença das pesquisadoras. “O que nos surpreendeu foi ver os índios falando ‘o Design dessa peneira vai ser de tal forma’, então todos já se apropriaram da linguagem que vem do artesanato”, finaliza Ceres.