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Santa Maria, RS, Brazil

Pula fogueira iô, iô, pula fogueira iá, iá…

    

 A festa junina é um evento animado porque traz em sua tradição fogueiras, comidas típicas, danças e muitas bandeirinhas em todo o país, embora cada região tenha sua característica própria ao celebrar a data. A comemoração é herança de Portugal misturada aos costumes franceses. Veja a tradição que envolve as festas do mês de junho aqui!

     “A festa é muito importante, pois as pessoas se desviam dos problemas, se vestindo de caipira”, diz a acadêmica de jornalismo, Ana Marta Moreira Flores, 22 anos. Ana, que já morou em Santa Catarina e Buenos Aires, diz que sempre festejou a data. Ela salienta que a comemoração serve como um momento de descontração entre as pessoas.

     No mês de junho, três santos são exaltados em todo Brasil: Santo Antônio, São João e São Pedro. No Nordeste, o valor dessas datas se torna mais importante que o Natal, já que os nordestinos agradecem anualmente a São Pedro e, claro, a São João, pelas chuvas caídas nas lavouras. A consagração dos santos ocorre principalmente na véspera, onde se realizam simpatias e magias.

     Um dos santos mais venerados, principalmente pelas mulheres, é o Santo Antônio, mais conhecido como “o casamenteiro”. Sendo um santo português, nascido em Lisboa, também era reverenciado no Brasil Colônia. Para os portugueses, a atuação de Santo Antônio era essencial nas guerras e seu nome era uma arma contra perigos imbatíveis.

Fé no Santo “casamenteiro”

      Atualmente, Santo Antônio é cultuado como “casamenteiro” e reparador de coisas perdidas. O título de Padroeiro do amor se deu devido à falta de portugueses na colônia, que enfatizou a importância do casamento e da procriação. “Existem várias versões sobre Santo Antônio”, explica frei Eudes Roque Zanon, 40 anos, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Segundo o padre a tradição é baseada em uma fábula de um casal de namorados que se casou.  “Já achei aqui na paróquia cartas para Santo Antônio com um laço de fita azul”, conta Zanon.

     Frei Eudes ressalta que a devoção  faz com que as pessoas acreditem que as simpatias podem dar certo e, por esse motivo, esta fé precisa ser respeitada, pois faz parte da cultura do povo.

     Outros elementos que traz às festas juninas um caráter de autenticidade são as danças e as comidas típicas, claro que com um toque especial de cada região. As quadrilhas, que hoje estão mais estilizadas, tem sua herança do folclore francês. Muitas ordens citadas durante a evolução da quadrilha como “anarriê” (que em francês significa para trás), é inspirada na contradança francesa e sua chegada no Brasil, através da corte real portuguesa.

 É festa no arraial

     A dança abria os grandes bailes das cortes no século XIX e, aos poucos, foi readaptada pelo povo que adicionou novos formatos e comandos. Atualmente temos em todo Brasil vários estilos de quadrilha. Desde o fandango do Sul, como os cateretês no nordeste, buscam suas identidades a partir de suas crenças e costumes. “A quadrilha é uma representação do folclore português que já está inserido na cultura brasileira”, destaca Kelly Martinni, 31 anos, estudante do curso de jornalismo.

     A culinária por sua vez é recheada em suas variações. Entre doces, salgados e também bebidas típicas oferecidas na festa junina se destacam: o bolo de fubá, bolo de amendoim, doce de batata doce, quentão, vatapá, entre outras especialidades encontradas nos arraiais juninos.“Eu adoro comer pé-de-moleque e tomar quentão”, admite Ariane Silva, 21 anos, acadêmica em Educação Física. Ela comenta que para fazer a festa junina é só reunir amigos, organizar os quitutes e fazer a festança.

    Pode parecer que fazer uma festa junina é complicado, mas se houver crença, riqueza nos costumes, aliado a uma pitada de criatividade, a brincadeira tem tudo para dar certo. Daí é só dançar a quadrilha e pular a fogueira.

Fotos: Larissa Branco Paz (especial para a ACS)

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 A festa junina é um evento animado porque traz em sua tradição fogueiras, comidas típicas, danças e muitas bandeirinhas em todo o país, embora cada região tenha sua característica própria ao celebrar a data. A comemoração é herança de Portugal misturada aos costumes franceses. Veja a tradição que envolve as festas do mês de junho aqui!

     “A festa é muito importante, pois as pessoas se desviam dos problemas, se vestindo de caipira”, diz a acadêmica de jornalismo, Ana Marta Moreira Flores, 22 anos. Ana, que já morou em Santa Catarina e Buenos Aires, diz que sempre festejou a data. Ela salienta que a comemoração serve como um momento de descontração entre as pessoas.

     No mês de junho, três santos são exaltados em todo Brasil: Santo Antônio, São João e São Pedro. No Nordeste, o valor dessas datas se torna mais importante que o Natal, já que os nordestinos agradecem anualmente a São Pedro e, claro, a São João, pelas chuvas caídas nas lavouras. A consagração dos santos ocorre principalmente na véspera, onde se realizam simpatias e magias.

     Um dos santos mais venerados, principalmente pelas mulheres, é o Santo Antônio, mais conhecido como “o casamenteiro”. Sendo um santo português, nascido em Lisboa, também era reverenciado no Brasil Colônia. Para os portugueses, a atuação de Santo Antônio era essencial nas guerras e seu nome era uma arma contra perigos imbatíveis.

Fé no Santo “casamenteiro”

      Atualmente, Santo Antônio é cultuado como “casamenteiro” e reparador de coisas perdidas. O título de Padroeiro do amor se deu devido à falta de portugueses na colônia, que enfatizou a importância do casamento e da procriação. “Existem várias versões sobre Santo Antônio”, explica frei Eudes Roque Zanon, 40 anos, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Segundo o padre a tradição é baseada em uma fábula de um casal de namorados que se casou.  “Já achei aqui na paróquia cartas para Santo Antônio com um laço de fita azul”, conta Zanon.

     Frei Eudes ressalta que a devoção  faz com que as pessoas acreditem que as simpatias podem dar certo e, por esse motivo, esta fé precisa ser respeitada, pois faz parte da cultura do povo.

     Outros elementos que traz às festas juninas um caráter de autenticidade são as danças e as comidas típicas, claro que com um toque especial de cada região. As quadrilhas, que hoje estão mais estilizadas, tem sua herança do folclore francês. Muitas ordens citadas durante a evolução da quadrilha como “anarriê” (que em francês significa para trás), é inspirada na contradança francesa e sua chegada no Brasil, através da corte real portuguesa.

 É festa no arraial

     A dança abria os grandes bailes das cortes no século XIX e, aos poucos, foi readaptada pelo povo que adicionou novos formatos e comandos. Atualmente temos em todo Brasil vários estilos de quadrilha. Desde o fandango do Sul, como os cateretês no nordeste, buscam suas identidades a partir de suas crenças e costumes. “A quadrilha é uma representação do folclore português que já está inserido na cultura brasileira”, destaca Kelly Martinni, 31 anos, estudante do curso de jornalismo.

     A culinária por sua vez é recheada em suas variações. Entre doces, salgados e também bebidas típicas oferecidas na festa junina se destacam: o bolo de fubá, bolo de amendoim, doce de batata doce, quentão, vatapá, entre outras especialidades encontradas nos arraiais juninos.“Eu adoro comer pé-de-moleque e tomar quentão”, admite Ariane Silva, 21 anos, acadêmica em Educação Física. Ela comenta que para fazer a festa junina é só reunir amigos, organizar os quitutes e fazer a festança.

    Pode parecer que fazer uma festa junina é complicado, mas se houver crença, riqueza nos costumes, aliado a uma pitada de criatividade, a brincadeira tem tudo para dar certo. Daí é só dançar a quadrilha e pular a fogueira.

Fotos: Larissa Branco Paz (especial para a ACS)