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Cuide das crianças

 É ainda quando criança que se aprendem lições para toda vida. O que não aprende, faz falta para a vida adulta. A partir disso, a psicóloga e doutora em Psicologia Social, Dorian Mônica Arpini, palestrou sobre Violência e Vulnerabilidade na Infância, no dia em que as atividades da Jornada Interdisciplinar da Saúde, JIS, encerraram.

 

Um ato violento não era reconhecido como algo que precisasse de análise. Mas pesquisas de historiadores revelaram que a violência contra a criança sempre existiu. O modo de ver o problema, depois de estudos de várias áreas da saúde, foi mudado. A forma de tratamento e de investimento progrediu.

Ao perceber a necessidade de mudança, foi criado um artigo na Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente para proteger os menores. O Brasil vive um momento melhor, pois teve consciência sobre os prejuízos dos maus-tratos na menor idade.

Para algumas pessoas, o estatuto brasileiro seria mais adequado a países de primeiro mundo. Entra em ação o conflito de como aplicar suas leis. “Uma legislação sem cultura não serve para nada”, afirma a psicóloga.

Mônica se refere à criança como ‘um ser especial’, que precisa de cuidados e proteção: “Porém, ao olharmos para a realidade, não percebemos seu valor”. Existe o mito de que essas crianças estão ‘perdidas’, não têm solução. Não valeria a pena investir nela e a violência deve ser esquecida.

Por ser grande a dificuldade de uma criança relevar que sofreu algum tipo de violência, é necessário que o profissional que trabalha com ela esteja preparado: “O que acontece é que um despreparado pode dizer ‘esquece isso’ e a criança se frustra e não conta mais. O que deve fazer é agir e reagir”, aconselha a psicóloga.

O número de crianças violentadas é superior ao que aparece nas estatísticas. Poucas são notificadas, pois é considerado ‘perigoso’ denunciar. A família e a polícia são as que mais amedrontam.

Em Santa Maria, há uma rede de proteção, mesmo assim, o número de casos não é igual ao notificado. A noção da rede é recente, para os problemas mais complexos o ideal é uma equipe.

O maior desafio do adulto é perceber as mudanças de comportamento da criança, o que pode indicar ter sofrido violência. Para a professora, os traumas infantis fazem sofrer não só quem foi violentado, como quem descobre e quem se envolve no processo de denúncia.

A violência mais traumática para uma criança é a sexual. A psicóloga explica que essa ultrapassa as condições psíquicas da criança. Assim, é também a violência mais complicada para tratamento e a que mais precisa dele.

Para a pesquisa, a área infantil é um grande desafio. A criança já está exposta e invadida. “O cuidado e a ética são importantes nesse momento e deve se pensar na criança”, define Mônica. Além de ‘devolver’ os resultados da pesquisa.

 A estudante de Psicologia, Daiane Soares, 27 anos, conta que participou mais das palestras relacionadas à sua área. “Quero acrescentar novos saberes de acordo com meu curso, como sobre violência infantil”. Já a estudante Ieda Rodrigues, disse que gostou da jornada. Ela busca assuntos sobre pesquisa científica, mas a palestra sobre infância é fundamental para sua área.

 Não só estudantes de Psicologia participaram da palestra. O estudante de Enfermagem, Vitor Silveira, conta que veio ao JIS apresentar um trabalho, mas não podia deixar de assistir essa palestra.

 

 

Fotos: Maiara Bersch (Laboratório de Fotografia e Memória)

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 É ainda quando criança que se aprendem lições para toda vida. O que não aprende, faz falta para a vida adulta. A partir disso, a psicóloga e doutora em Psicologia Social, Dorian Mônica Arpini, palestrou sobre Violência e Vulnerabilidade na Infância, no dia em que as atividades da Jornada Interdisciplinar da Saúde, JIS, encerraram.

 

Um ato violento não era reconhecido como algo que precisasse de análise. Mas pesquisas de historiadores revelaram que a violência contra a criança sempre existiu. O modo de ver o problema, depois de estudos de várias áreas da saúde, foi mudado. A forma de tratamento e de investimento progrediu.

Ao perceber a necessidade de mudança, foi criado um artigo na Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente para proteger os menores. O Brasil vive um momento melhor, pois teve consciência sobre os prejuízos dos maus-tratos na menor idade.

Para algumas pessoas, o estatuto brasileiro seria mais adequado a países de primeiro mundo. Entra em ação o conflito de como aplicar suas leis. “Uma legislação sem cultura não serve para nada”, afirma a psicóloga.

Mônica se refere à criança como ‘um ser especial’, que precisa de cuidados e proteção: “Porém, ao olharmos para a realidade, não percebemos seu valor”. Existe o mito de que essas crianças estão ‘perdidas’, não têm solução. Não valeria a pena investir nela e a violência deve ser esquecida.

Por ser grande a dificuldade de uma criança relevar que sofreu algum tipo de violência, é necessário que o profissional que trabalha com ela esteja preparado: “O que acontece é que um despreparado pode dizer ‘esquece isso’ e a criança se frustra e não conta mais. O que deve fazer é agir e reagir”, aconselha a psicóloga.

O número de crianças violentadas é superior ao que aparece nas estatísticas. Poucas são notificadas, pois é considerado ‘perigoso’ denunciar. A família e a polícia são as que mais amedrontam.

Em Santa Maria, há uma rede de proteção, mesmo assim, o número de casos não é igual ao notificado. A noção da rede é recente, para os problemas mais complexos o ideal é uma equipe.

O maior desafio do adulto é perceber as mudanças de comportamento da criança, o que pode indicar ter sofrido violência. Para a professora, os traumas infantis fazem sofrer não só quem foi violentado, como quem descobre e quem se envolve no processo de denúncia.

A violência mais traumática para uma criança é a sexual. A psicóloga explica que essa ultrapassa as condições psíquicas da criança. Assim, é também a violência mais complicada para tratamento e a que mais precisa dele.

Para a pesquisa, a área infantil é um grande desafio. A criança já está exposta e invadida. “O cuidado e a ética são importantes nesse momento e deve se pensar na criança”, define Mônica. Além de ‘devolver’ os resultados da pesquisa.

 A estudante de Psicologia, Daiane Soares, 27 anos, conta que participou mais das palestras relacionadas à sua área. “Quero acrescentar novos saberes de acordo com meu curso, como sobre violência infantil”. Já a estudante Ieda Rodrigues, disse que gostou da jornada. Ela busca assuntos sobre pesquisa científica, mas a palestra sobre infância é fundamental para sua área.

 Não só estudantes de Psicologia participaram da palestra. O estudante de Enfermagem, Vitor Silveira, conta que veio ao JIS apresentar um trabalho, mas não podia deixar de assistir essa palestra.

 

 

Fotos: Maiara Bersch (Laboratório de Fotografia e Memória)