Quem passeia pela Feisma pode conferir a exposição da Rota Paleontológica, no Pavilhão Guarani. A exposição é uma homenagem ao Padre Daniel Cargnin, que descobriu o valor histórico dos fósseis encontrados na região.
A Associação Padre Daniel Cargnin, APEDAC, é uma organização não-governamental formada para resgatar a vida e a obra do padre. A ONG foi fundada em 2007 por 11 pessoas, entre elas o engenheiro agrônomo Ari Zago. Ele diz que, em breve, um livro será lançado para contar a história do padre que estudava paleontologia sozinho, por interesse pessoal.
Nascido em Nova Palma, Cargnin mudou-se para Mata. Como já estudava paleontologia, percebeu o valor histórico e cultural da região. A partir disso, enfeitou as cidades com troncos petrificados e fósseis. "Com isso as pessoas percebem o valor e protegem", comenta Zago. Os locais se tornaram pontos turísticos. A Rota Paleontológica é formada por dez cidades, como conta Ari, "de Candelária a Mata. Era uma região que tinha muito dinossauro".
O paleontólogo autodidata fundou o museu em Mata, e em Porto Alegre os museus da PUC e da UFRGS fazem referência a seu trabalho. O museu de Mata tem 1500 peças e mais de 500 fósseis que foram descobertos pelo padre: "Duvido existir um pesquisador que tenha descoberto tantos", diz Ari. O padre morreu em 2002 e pediu para ser enterrado em Mata porque "adotou a cidade".
Fotos: Ariéli Ziegler (Laboratório de Fotografia e Memória)