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Jornalistas trocam experiências

O 33º Congresso Estadual de Jornalistas, realizado no último fim de semana, trouxe a Santa Maria palestrantes de outros estados e países para contarem suas experiências. Entre eles, jornalistas do Rio de Janeiro e estrangeiros, do Uruguai e Peru.

 
O caso do Rio de Janeiro
Para a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Suzana Blass, "a concentração dos meios de comunicação no Estado fez com que evoluísse o quesito qualidade, mas o maior desafio é a violência. Outras capitais, em breve, também irão sofrer com as áreas de risco, para isso é necessário criar protocolos de proteção aos jornalistas”.

 

O caso de jornalistas do jornal O Dia, que foram torturados, teve grande repercussão. Segundo Suzana Blass, eles foram ousados demais ao fazerem a investigação de dentro da favela: “coisa que nem a polícia ousa mais em fazer. Há cinco anos, Tim Lopes já havia sido morto pelo tráfico e, mesmo assim, eles se arriscaram. Foram descobertos em poucas semanas”. Ela complementou que os jornalistas se diferem da sociedade que está cada vez mais individualista, porque pensam no coletivo.

 

“No Rio é mais complicado de trabalhar”. A presidente do sindicato explica que segurança é caro, como carros blindados, coletes a prova de balas, assim, poucas empresas concordam com a proteção. Destacou que é preciso coragem e gosto pela profissão: “o desejo de vender mais, de dar o furo, não pode passar por cima, devemos ter segurança no trabalho, como ter um seguro diferenciado”.

 
Jornalismo no Uruguai
No Uruguai, o Jornalismo é chamado de Ciência da Comunicação. A presidente do Sindicato dos Comunicadores, Silvana Teixeira, explica que a categoria possui um sindicato coletivo, diferente do Brasil, que tem um para cada área da comunicação, como de Jornalistas, Relações Públicas e de Publicitários. Ela defende que “o movimento sindical é fundamental para denúncias, essa união nos fortalece para exigir nossos direitos”.

 

A jornada de trabalho uruguaia é de oito horas diárias. Silvana conta que uma das propostas do sindicato é que ela diminua para seis. No interior do país é comum que pessoas sem formação trabalhem: “os autodidatas recebem um salário inferior mas, assim, prejudicam os formados, pois ocupam vagas destinadas a eles”.
Segundo Silvana, lá a lei é diferente: “a liberdade de expressão é diminuída, por exemplo, a lei prevê que um jornalista pode ser preso se fizer denúncia sem argumentos ou provas suficientes”. Mas explica que a lei também defende que uma matéria da TV pública não pode ser veiculada por outra emissora sem pagar os devidos créditos ao autor.

 
Do Peru

O jornalista e professor universitário Roberto Castro conta que o piso de jornalista no Peru é semelhante ao brasileiro: “mas o custo de vida no meu país é mais baixo”. O tema do Congresso foi elogiado: “emprego é sempre importante, foi bem escolhido, diria melhor, interessantíssimo para estudantes também”.

 
Castro, que é professor de História da Comunicação na mais antiga instituição da América do Sul, Universidade Nacional Maior de San Marcos, conta que está no Brasil para desenvolver um projeto para uma agência de notícias, sobre as Missões.

 
Como estudioso da comunicação, Castro compara o ensino peruano com o brasileiro: “o nível acadêmico lá é muito bom, inclusive nas públicas, diferente do Brasil. Só os mais inteligentes estudam nas públicas e nas privadas só estudam os que têm muito dinheiro”.

 

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O 33º Congresso Estadual de Jornalistas, realizado no último fim de semana, trouxe a Santa Maria palestrantes de outros estados e países para contarem suas experiências. Entre eles, jornalistas do Rio de Janeiro e estrangeiros, do Uruguai e Peru.

 
O caso do Rio de Janeiro
Para a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Suzana Blass, "a concentração dos meios de comunicação no Estado fez com que evoluísse o quesito qualidade, mas o maior desafio é a violência. Outras capitais, em breve, também irão sofrer com as áreas de risco, para isso é necessário criar protocolos de proteção aos jornalistas”.

 

O caso de jornalistas do jornal O Dia, que foram torturados, teve grande repercussão. Segundo Suzana Blass, eles foram ousados demais ao fazerem a investigação de dentro da favela: “coisa que nem a polícia ousa mais em fazer. Há cinco anos, Tim Lopes já havia sido morto pelo tráfico e, mesmo assim, eles se arriscaram. Foram descobertos em poucas semanas”. Ela complementou que os jornalistas se diferem da sociedade que está cada vez mais individualista, porque pensam no coletivo.

 

“No Rio é mais complicado de trabalhar”. A presidente do sindicato explica que segurança é caro, como carros blindados, coletes a prova de balas, assim, poucas empresas concordam com a proteção. Destacou que é preciso coragem e gosto pela profissão: “o desejo de vender mais, de dar o furo, não pode passar por cima, devemos ter segurança no trabalho, como ter um seguro diferenciado”.

 
Jornalismo no Uruguai
No Uruguai, o Jornalismo é chamado de Ciência da Comunicação. A presidente do Sindicato dos Comunicadores, Silvana Teixeira, explica que a categoria possui um sindicato coletivo, diferente do Brasil, que tem um para cada área da comunicação, como de Jornalistas, Relações Públicas e de Publicitários. Ela defende que “o movimento sindical é fundamental para denúncias, essa união nos fortalece para exigir nossos direitos”.

 

A jornada de trabalho uruguaia é de oito horas diárias. Silvana conta que uma das propostas do sindicato é que ela diminua para seis. No interior do país é comum que pessoas sem formação trabalhem: “os autodidatas recebem um salário inferior mas, assim, prejudicam os formados, pois ocupam vagas destinadas a eles”.
Segundo Silvana, lá a lei é diferente: “a liberdade de expressão é diminuída, por exemplo, a lei prevê que um jornalista pode ser preso se fizer denúncia sem argumentos ou provas suficientes”. Mas explica que a lei também defende que uma matéria da TV pública não pode ser veiculada por outra emissora sem pagar os devidos créditos ao autor.

 
Do Peru

O jornalista e professor universitário Roberto Castro conta que o piso de jornalista no Peru é semelhante ao brasileiro: “mas o custo de vida no meu país é mais baixo”. O tema do Congresso foi elogiado: “emprego é sempre importante, foi bem escolhido, diria melhor, interessantíssimo para estudantes também”.

 
Castro, que é professor de História da Comunicação na mais antiga instituição da América do Sul, Universidade Nacional Maior de San Marcos, conta que está no Brasil para desenvolver um projeto para uma agência de notícias, sobre as Missões.

 
Como estudioso da comunicação, Castro compara o ensino peruano com o brasileiro: “o nível acadêmico lá é muito bom, inclusive nas públicas, diferente do Brasil. Só os mais inteligentes estudam nas públicas e nas privadas só estudam os que têm muito dinheiro”.