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Santa Maria, RS, Brazil

O jardim de Dado Villa-Lobos

  
Era hora de inovar. O novo repertório de Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da trupe de Renato Russo, insistiu na saudade de tudo que ainda não vimos e curou o vício de jovens e adultos devotos das eternas peripécias legionárias. Pega os recados no celular e respira fundo, porque a Legião Urbana de fãs não morreu, apenas mudou para o Jardim de Cactus – na noite de ontem, no Park Hotel Morotin.

 Vestido com um jeans escuro, camiseta preta e all star, Dado começou o show com a faixa-título da produção que integra o projeto MTV Apresenta. A melodia quase hipnotizante, associada a um jogo de luzes que, ao encontro da guitarra, refletia uma luz que parecia fluir do próprio músico. A cena se repetiu no decorrer do show enquanto eram cantadas músicas como Quase Nada e Geração Coca-cola.

Tão próximo de Cazuza quanto Frejat, é Dado Villa-Lobos em relação a Renato Russo. Passados 12 anos da morte de Renato, os laços não foram desfeitos. O estilo musical do Jardim de Cactus reforça temas acerca da sociedade e da política, com um leve toque de romantismo. Quando perguntado como é o desafio de fazer músicas com cunho social hoje no Brasil, Dado respondeu: “Eu estou sempre na contramão, mas é o que realmente me motiva, me faz subir no palco e cantar. Quando você canta Que país é esse? mais uma vez, quase 30 anos depois que essa música foi feita, continuamos falando dos mesmos problemas”, revelou o cantor.

 

 “Eu posso estar sozinho, mas eu sei muito bem aonde estou”. Assim cantou o estudante de engenharia mecânica, Cristian Dias, 18 anos, da banda I02. O estudante foi convidado a subir no palco, e soltar a voz na música Será, rememorando os velhos tempos da Legião. “Dividir o palco com o Dado não tem explicação. O cara é uma lenda do rock brasileiro dos anos 80 e 90”, afirmou Cristian.

 

 

 Mesmo não cantando com Dado no palco, o show foi a realização de uma fantasia que vem desde a infância para a estudante Milene Tonelotto, 27 anos. “É um grande sonho ver um membro da Legião Urbana, sou fã desde pequena. Não tenho conhecimento desse trabalho novo, o que pesa muito é a Legião Urbana mesmo”, ressaltou Milene.

 

 

O sobrinho-neto de Heitor Villa-Lobos mostrou que continua com os ouvidos afinados e o faro aguçado para a música voltada às mazelas que assolam o povo. Sobre a crise financeira que o Brasil enfrenta, o ex-guitarrista pediu que os dirigentes do país pensem mais na coletividade do que nos interesses individuais.“Eu desejo muita luz. E que, por favor, se desvencilhem do que é ruim, do que é mau, que reencontrem os valores básicos, morais éticos”, salientou Villa-Lobos.

 

Respeitando ou não a constituição, os legionários da geração Coca-cola compartilhavam de um mesmo vício: a insistência de acreditar no futuro da nação. Embalado pelo clima, o cantor aproveitou a deixa, jogou os dados da verdade e uivou nesse Jardim brasileiro de flores e espinhos: “Voltamos a viver como há trinta anos atrás”.

 

 

Curiosidade:  Dado Villa-Lobos ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Festival do Cinema Brasileiro, em Miami, pelo filme Bufo & Spallanzanni, em 2001.

 

Fotos: Letícia Isaia

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Era hora de inovar. O novo repertório de Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da trupe de Renato Russo, insistiu na saudade de tudo que ainda não vimos e curou o vício de jovens e adultos devotos das eternas peripécias legionárias. Pega os recados no celular e respira fundo, porque a Legião Urbana de fãs não morreu, apenas mudou para o Jardim de Cactus – na noite de ontem, no Park Hotel Morotin.

 Vestido com um jeans escuro, camiseta preta e all star, Dado começou o show com a faixa-título da produção que integra o projeto MTV Apresenta. A melodia quase hipnotizante, associada a um jogo de luzes que, ao encontro da guitarra, refletia uma luz que parecia fluir do próprio músico. A cena se repetiu no decorrer do show enquanto eram cantadas músicas como Quase Nada e Geração Coca-cola.

Tão próximo de Cazuza quanto Frejat, é Dado Villa-Lobos em relação a Renato Russo. Passados 12 anos da morte de Renato, os laços não foram desfeitos. O estilo musical do Jardim de Cactus reforça temas acerca da sociedade e da política, com um leve toque de romantismo. Quando perguntado como é o desafio de fazer músicas com cunho social hoje no Brasil, Dado respondeu: “Eu estou sempre na contramão, mas é o que realmente me motiva, me faz subir no palco e cantar. Quando você canta Que país é esse? mais uma vez, quase 30 anos depois que essa música foi feita, continuamos falando dos mesmos problemas”, revelou o cantor.

 

 “Eu posso estar sozinho, mas eu sei muito bem aonde estou”. Assim cantou o estudante de engenharia mecânica, Cristian Dias, 18 anos, da banda I02. O estudante foi convidado a subir no palco, e soltar a voz na música Será, rememorando os velhos tempos da Legião. “Dividir o palco com o Dado não tem explicação. O cara é uma lenda do rock brasileiro dos anos 80 e 90”, afirmou Cristian.

 

 

 Mesmo não cantando com Dado no palco, o show foi a realização de uma fantasia que vem desde a infância para a estudante Milene Tonelotto, 27 anos. “É um grande sonho ver um membro da Legião Urbana, sou fã desde pequena. Não tenho conhecimento desse trabalho novo, o que pesa muito é a Legião Urbana mesmo”, ressaltou Milene.

 

 

O sobrinho-neto de Heitor Villa-Lobos mostrou que continua com os ouvidos afinados e o faro aguçado para a música voltada às mazelas que assolam o povo. Sobre a crise financeira que o Brasil enfrenta, o ex-guitarrista pediu que os dirigentes do país pensem mais na coletividade do que nos interesses individuais.“Eu desejo muita luz. E que, por favor, se desvencilhem do que é ruim, do que é mau, que reencontrem os valores básicos, morais éticos”, salientou Villa-Lobos.

 

Respeitando ou não a constituição, os legionários da geração Coca-cola compartilhavam de um mesmo vício: a insistência de acreditar no futuro da nação. Embalado pelo clima, o cantor aproveitou a deixa, jogou os dados da verdade e uivou nesse Jardim brasileiro de flores e espinhos: “Voltamos a viver como há trinta anos atrás”.

 

 

Curiosidade:  Dado Villa-Lobos ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Festival do Cinema Brasileiro, em Miami, pelo filme Bufo & Spallanzanni, em 2001.

 

Fotos: Letícia Isaia