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Os Karatês Kid da vida real

 Disciplina e atenção. É isto que se exige dos praticantes de artes marciais. Sobre o tatame, golpes, chutes e socos com o adversário se tornam uma cena comum para quem freqüenta as academias de luta. Se você pensa que este esporte é coisa de jovens e adultos, está enganado.  As crianças vêm conquistando seu espaço nesses ambientes.

 Um exemplo é o sentimento de realização no rosto do pequeno Arthur Iung De Gasperi, 5 anos, praticante de taekwondo. Fã das aulas, Arthur adora treinar chutes e socos. Durante os exercícios, o aprendiz presta atenção e faz todos os movimentos indicados pelo professor. A doméstica Salete dos Santos Rodrigues, 47 anos, que trabalha na residência do menino, destaca que, mesmo com pouco tempo de prática, os benefícios da modalidade já são perceptíveis. A principal mudança, segundo ela, é relacionada ao comportamento de Arthur, que após três meses, passou a ter mais respeito pelas pessoas. Salete revela que antes ele era rebelde e muito agitado. O aprendizado que se obtém durante as atividades serve de lição para ser colocada em prática na vida cotidiana.

“Os pais procuram as escolas de artes marciais com o objetivo de melhorar a disciplina, liderança, o respeito, autocontrole e aumentar a auto-estima de seus filhos. Já as crianças querem fazer, pois são movidas pela emoção e conhecimento”, explica o instrutor da academia Rede Mestre Artes Marciais, André Parcianello Navarro. Ele salienta que o esporte está no conteúdo de filmes e desenhos, e como a garotada faz em casa o que vê nas imagens, os pais ficam preocupados com essas atitudes. Assim, tomam a iniciativa de inscrever nas escolas que proporcionam a prática com segurança. Além da diversão e da emoção encontrada na arte marcial, as questões físicas, efetivas e sociais são também trabalhadas.

 No caso de Róger Palma, 8 anos, o ingresso nas artes marciais não foi diferente. A busca pela responsabilidade, o desenvolvimento físico, as relações familiares e o rendimento escolar foram recomendados por uma psicóloga. E para adquirir os requisitos indicados pela profissional, a funcionária pública Clarice Palma, 46 anos, também matriculou o filho numa escola de taekwondo. Há cerca de um ano praticando o esporte, Róger já mostra várias mudanças. Entusiasmada, a mãe fala que ele mudou da água para o vinho. “Ele está respeitando e obedecendo mais”. Ela também acredita que houve um amadurecimento, pois antes a comunicação entre os dois era complicada. A funcionária pública conta que o único problema que o filho possui é na escola, quanto à letra, e que isso vai ser resolvido com a caligrafia. A preguiça é outro fator superado quando o menino chega ao local e sente a euforia de aprender o conteúdo transmitido pelo professor.

“Os exercícios são desenvolvidos de forma lúdica e são elaborados para atender as expectativas dos dois públicos, pais e filhos”, enfatiza Navarro. No entanto, o instrutor explica que a metodologia das aulas tem que estar adequada com a idade das crianças e não visa o auto-rendimento, ou estritamente, a atividade física. Ao contrário, tem por objetivo provocar um amadurecimento, a coordenação motora, o freio inibitório, postura e a flexibilidade dos alunos.

Ele lembra também o caso de um menino de 8 anos que se tratava em uma psicóloga, psiquiatra e fonoaudióloga, e que ainda assim não conversava com a irmã e o pai, e só falava no ouvido da mãe. Além de fazer aulas de reforço e inglês, ele não sorria e não se relacionava com ninguém de forma aberta. Navarro explica que o garoto tinha a necessidade de carinho e atenção, e que depois de um mês praticando aulas de taekwondo, ele já contava piada na escola e interagia com seus familiares, além de ter melhorado o rendimento escolar.

A paixão pelo esporte e o conhecimento adquirido com a prática estimula Róger a querer ser professor no futuro. Além da luta atrair novos adeptos, a arte marcial desenvolve outras características que vão se refletir na vida adulta, como o domínio de concentração, raciocínio, o controle dos níveis de estresse, ansiedade, nervosismo e insônia. O desenvolvimento das habilidades não favorece o esportista apenas no momento da luta, mas também na vida profissional, onde, com freqüência, ele também vai passar por testes emocionais e enfrentar mais um desafio: o mercado de trabalho.

 

Fotos: Evandro Sturm (Laboratório de Fotografia e Memória)

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 Disciplina e atenção. É isto que se exige dos praticantes de artes marciais. Sobre o tatame, golpes, chutes e socos com o adversário se tornam uma cena comum para quem freqüenta as academias de luta. Se você pensa que este esporte é coisa de jovens e adultos, está enganado.  As crianças vêm conquistando seu espaço nesses ambientes.

 Um exemplo é o sentimento de realização no rosto do pequeno Arthur Iung De Gasperi, 5 anos, praticante de taekwondo. Fã das aulas, Arthur adora treinar chutes e socos. Durante os exercícios, o aprendiz presta atenção e faz todos os movimentos indicados pelo professor. A doméstica Salete dos Santos Rodrigues, 47 anos, que trabalha na residência do menino, destaca que, mesmo com pouco tempo de prática, os benefícios da modalidade já são perceptíveis. A principal mudança, segundo ela, é relacionada ao comportamento de Arthur, que após três meses, passou a ter mais respeito pelas pessoas. Salete revela que antes ele era rebelde e muito agitado. O aprendizado que se obtém durante as atividades serve de lição para ser colocada em prática na vida cotidiana.

“Os pais procuram as escolas de artes marciais com o objetivo de melhorar a disciplina, liderança, o respeito, autocontrole e aumentar a auto-estima de seus filhos. Já as crianças querem fazer, pois são movidas pela emoção e conhecimento”, explica o instrutor da academia Rede Mestre Artes Marciais, André Parcianello Navarro. Ele salienta que o esporte está no conteúdo de filmes e desenhos, e como a garotada faz em casa o que vê nas imagens, os pais ficam preocupados com essas atitudes. Assim, tomam a iniciativa de inscrever nas escolas que proporcionam a prática com segurança. Além da diversão e da emoção encontrada na arte marcial, as questões físicas, efetivas e sociais são também trabalhadas.

 No caso de Róger Palma, 8 anos, o ingresso nas artes marciais não foi diferente. A busca pela responsabilidade, o desenvolvimento físico, as relações familiares e o rendimento escolar foram recomendados por uma psicóloga. E para adquirir os requisitos indicados pela profissional, a funcionária pública Clarice Palma, 46 anos, também matriculou o filho numa escola de taekwondo. Há cerca de um ano praticando o esporte, Róger já mostra várias mudanças. Entusiasmada, a mãe fala que ele mudou da água para o vinho. “Ele está respeitando e obedecendo mais”. Ela também acredita que houve um amadurecimento, pois antes a comunicação entre os dois era complicada. A funcionária pública conta que o único problema que o filho possui é na escola, quanto à letra, e que isso vai ser resolvido com a caligrafia. A preguiça é outro fator superado quando o menino chega ao local e sente a euforia de aprender o conteúdo transmitido pelo professor.

“Os exercícios são desenvolvidos de forma lúdica e são elaborados para atender as expectativas dos dois públicos, pais e filhos”, enfatiza Navarro. No entanto, o instrutor explica que a metodologia das aulas tem que estar adequada com a idade das crianças e não visa o auto-rendimento, ou estritamente, a atividade física. Ao contrário, tem por objetivo provocar um amadurecimento, a coordenação motora, o freio inibitório, postura e a flexibilidade dos alunos.

Ele lembra também o caso de um menino de 8 anos que se tratava em uma psicóloga, psiquiatra e fonoaudióloga, e que ainda assim não conversava com a irmã e o pai, e só falava no ouvido da mãe. Além de fazer aulas de reforço e inglês, ele não sorria e não se relacionava com ninguém de forma aberta. Navarro explica que o garoto tinha a necessidade de carinho e atenção, e que depois de um mês praticando aulas de taekwondo, ele já contava piada na escola e interagia com seus familiares, além de ter melhorado o rendimento escolar.

A paixão pelo esporte e o conhecimento adquirido com a prática estimula Róger a querer ser professor no futuro. Além da luta atrair novos adeptos, a arte marcial desenvolve outras características que vão se refletir na vida adulta, como o domínio de concentração, raciocínio, o controle dos níveis de estresse, ansiedade, nervosismo e insônia. O desenvolvimento das habilidades não favorece o esportista apenas no momento da luta, mas também na vida profissional, onde, com freqüência, ele também vai passar por testes emocionais e enfrentar mais um desafio: o mercado de trabalho.

 

Fotos: Evandro Sturm (Laboratório de Fotografia e Memória)