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Santa Maria, RS, Brazil

Uma célula de múltiplas funções

 Afinal, o que são células-tronco? Para muitos, elas significam a esperança da cura de uma série de doenças graves. Para esclarecer mais sobre este tema e responder a estas questões, o segundo dia da II Jornada Interdisciplinar em Saúde (JIS) do Centro Universitário Franciscano (Unifra) trouxe, na tarde de ontem, a doutora em Ciências em Genética e Biologia Molecular, Luiza Maria Gomes de Macedo Braga.

 

Células-tronco são células plásticas primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo, capazes de se multiplicar e se diferenciar nos mais variados tecidos do corpo humano, como sangue, ossos, nervos, músculos e cartilagens. Luiza Maria explana que as células-tronco podem ser encontradas em embriões recém-fecundados, os blastocistos, criados por fertilização in vitro ou ainda em embriões criados especificamente para a pesquisa. De acordo com ela, as células-tronco mais utilizadas hoje são as de medula óssea, em especial nos casos de transplante para os leucêmicos.

Se a pergunta é: células-tronco é uma abordagem capaz de curar qualquer doença? Luiza Maria declara que as pesquisas com células-tronco têm trazido ótimos resultados. Elas contribuem na reparação de lesões, na regeneração tecidual e de cartilagem e na área de cicatrizes, inclusive nas que se referem a cirurgias realizadas no combate ao câncer de mama. Entretanto, a doutora coloca que muitas doenças podem ser tratadas na teoria e na pesquisa, mas que não funcionam na prática. “Doenças neurológicas, Parkinson, Alzheimer, diabetes e distrofia muscular progressiva são ainda muito difíceis de serem curadas”, diz Luiza.


A palestrante afirma que há muito desconhecimento sobre o assunto como um todo e que as pesquisas caminham para resultados cada vez mais satisfatórios, apesar de os avanços virem em longo prazo.


Outra dificuldade debatida é a questão ético-religiosa. Algumas religiões acreditam que o embrião usado para a retirada de células-tronco pode vir a se tornar um ser humano. A doutora argumenta que as questões éticas, legais e de segurança contestam a utilização do embrião, mas que seu potencial de diferenciação e a facilidade de obtenção são características únicas que a medicina pode aproveitar. “Novas pesquisas estão em andamento para que se consiga tirar do embrião uma célula-tronco sem que ele morra”, destaca.


Confira a programação completa na página da Jornada.


Foto: Carolina Moro (Laboratório de Fotografia e Memória)

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 Afinal, o que são células-tronco? Para muitos, elas significam a esperança da cura de uma série de doenças graves. Para esclarecer mais sobre este tema e responder a estas questões, o segundo dia da II Jornada Interdisciplinar em Saúde (JIS) do Centro Universitário Franciscano (Unifra) trouxe, na tarde de ontem, a doutora em Ciências em Genética e Biologia Molecular, Luiza Maria Gomes de Macedo Braga.

 

Células-tronco são células plásticas primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo, capazes de se multiplicar e se diferenciar nos mais variados tecidos do corpo humano, como sangue, ossos, nervos, músculos e cartilagens. Luiza Maria explana que as células-tronco podem ser encontradas em embriões recém-fecundados, os blastocistos, criados por fertilização in vitro ou ainda em embriões criados especificamente para a pesquisa. De acordo com ela, as células-tronco mais utilizadas hoje são as de medula óssea, em especial nos casos de transplante para os leucêmicos.

Se a pergunta é: células-tronco é uma abordagem capaz de curar qualquer doença? Luiza Maria declara que as pesquisas com células-tronco têm trazido ótimos resultados. Elas contribuem na reparação de lesões, na regeneração tecidual e de cartilagem e na área de cicatrizes, inclusive nas que se referem a cirurgias realizadas no combate ao câncer de mama. Entretanto, a doutora coloca que muitas doenças podem ser tratadas na teoria e na pesquisa, mas que não funcionam na prática. “Doenças neurológicas, Parkinson, Alzheimer, diabetes e distrofia muscular progressiva são ainda muito difíceis de serem curadas”, diz Luiza.


A palestrante afirma que há muito desconhecimento sobre o assunto como um todo e que as pesquisas caminham para resultados cada vez mais satisfatórios, apesar de os avanços virem em longo prazo.


Outra dificuldade debatida é a questão ético-religiosa. Algumas religiões acreditam que o embrião usado para a retirada de células-tronco pode vir a se tornar um ser humano. A doutora argumenta que as questões éticas, legais e de segurança contestam a utilização do embrião, mas que seu potencial de diferenciação e a facilidade de obtenção são características únicas que a medicina pode aproveitar. “Novas pesquisas estão em andamento para que se consiga tirar do embrião uma célula-tronco sem que ele morra”, destaca.


Confira a programação completa na página da Jornada.


Foto: Carolina Moro (Laboratório de Fotografia e Memória)