Através de faixas, panfletos e discursos, o grupo tentava chamar a atenção para a luta em defesa da classe jornalística e sensibilizar a sociedade sobre o direito à informação de qualidade. No Calçadão Salvador Isaia, foi realizado um abaixo-assinado contra a desregulamentarização. A mobilização é contra o projeto de lei 6398/2005 de autoria do deputado Severino Lopes (PDT-BA), que propõe acabar com a exigência do diploma específico para o exercício do jornalismo. Esse tema suscita protestos e indagações desde 2001, quando a juíza Carla Abrantkoski Rister concedeu, no dia 23 de outubro, uma liminar que suspendia a obrigatoriedade do diploma para a obtenção do registro profissional.
De acordo com um dos organizadores do protesto, Leandro de Oliveira, 24 anos, o ato estudantil foi planejado com urgência. O objetivo era agir contra a norma, que seria votada ainda essa semana. Devido à protelação da lei, o movimento Jornalistas por Formação-Santa Maria pretende organizar outros protestos. A idéia inicial é de se unir aos cursos de comunicação do Estado e realizar uma ação conjunta.
Conforme o representante do sindicato na cidade, Ludwig Larré, a mobilização santa-mariense é uma esperança para a campanha defendida pelo Sindicato e pela Fenaj: “Acho que os estudantes são os grandes responsáveis, pois têm mais poder de mobilização, movimentação de opinião pública e sensibilização da mídia”. O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, também integrou a caminhada. Em seus discursos defendeu a regulamentação do trabalho jornalístico e exaltou a participação dos jovens na causa.
Para o professor de comunicação da UFSM, Rondon de Castro, a luta é focada no amanhã. A pressão gerada pelos acadêmicos é importante, pois esses compõem o futuro da profissão. Castro defende um compromisso com o meio social e a informação, que considera uma matéria-prima. “Se não tivermos um cuidado com nós mesmos, estaremos tratando o direito do cidadão com desleixo e relaxo”, conclui ele.
Entre os que participaram da campanha, estava a caloura da UFSM, Ananda Müller, 21 anos. A jovem pensa que a desregulamentação é uma perda de tempo diante dos problemas que o país enfrenta e que os políticos deveriam preocupar-se com as causas sociais. O estudante do 2° semestre da Unifra, Igor Muller, 20 anos, também acredita que o diploma é necessário para a formação do jornalista. Segundo ele, é no ensino superior que os futuros profissionais aprendem sobre a ética, a prática e a teoria: “Isso existe para que o fazer jornalístico seja bem feito, correto, ético, estruturado e idôneo”.
Para participar do abaixo-assinado que apóia os jornalistas brasileiros, acesse: Fenaj. Contate a Assessoria de Imprensa e Divulgação do Jornalistas por Formação –Santa Maria, que enviará o documento ao Sindicato: jornalistasporformacaosm@gmail.com
Fotos: Bibiane Moreira (Núcleo de Fotografia e Memória)