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Santa Maria, RS, Brazil

Diário de um investigador – “Santo Cartucho”

 “Elementar meu caro Watson”, era uma das frases mais marcantes que o detetive Scherloock Holmes proferia ao seu fiel amigo e aprendiz Watson. Semelhantemente, fomos desafiados a buscar o sentido de “elementar”, quando uma máquina aprimorada, prima distante dos manuscritos, resolveu “dar pau”.

É, minha multifuncional veio de fábrica com os níveis de tinta baixos e, como qualquer mortal, retirei os cartuchos de tinta e os conduzi delicada e cuidadosamente a uma loja de recarga. Mal sabia que começara meu calvário. Depois de recarregado conduzi o dito cartucho vistoso e cheio de tinta até a minha multifuncional. Com o mesmo carinho introduzi o cartucho no seu local de origem e, depois de devidamente instalado, mandei imprimir um arquivo de texto. Daí a surpresa: a máquina não reconheceu o cartucho! Briguei com ela, destratei a dita máquina, mas nada, acreditem, não funcionou. Liguei e desliguei, retirei muitas vezes e sempre o mesmo resultado! “Não te conheço”, dizia a multifuncional.

Como estávamos com um sério problema de comunicação retirei o cartucho, o qual nesse momento passou a se chamar “carbucha”, pois era uma bomba na minha mão. Acompanhei o carbucha até a loja que havia realizado a recarga e pedi um cartucho novo, pois o mesmo não estava funcionando. Surpresa! A loja não troca cartuchos que ‘derem pau’. Traduzindo: Não garantimos o serviço prestado ainda que tenha acabado de ter carregado, isso é normal e muitos cartuchos queimam a leitora, acontece. Pois bem, “missão dada é missão cumprida”, não funciona com eles, serviço feito não é garantido! Nada satisfeito com tal fato, pedi a nota fiscal do serviço prestado e avisei que iria procurar os meus direitos. Fui e, chegando ao Procon, me informaram que não tem do que reclamar, pasmem, não há solução.

Questionei a menina que tão gentilmente me atendeu e disse a ela que queria um cartucho novo e ela foi enfática:

-Eles não tem obrigação de trocar.

 Questionei.

-Como não, se prestaram um serviço com o qual não estou contente?

-É, mas o fato é que isso pode acontecer.

-Eu sei que pode, e por isso quero um que esteja funcionando.

 

Depois que suscitei a dúvida na menina, ela foi para dentro da sala e ficou algum tempo conversando com sua professora e chegou a mim com uma alternativa.

– Quem sabe nós alegamos que eles não têm aviso na loja, que os cartuchos podem dar pau e que essa informação deve estar à vista dos clientes.

Não fiquei contente, mas era o que eu poderia fazer. Consultei advogados, as leis do consumidor e nenhum deles me garante a remanufatura do cartucho. Consultei a fábrica da funcional e eles também não recomendam tal prática, baseados em testes de laboratório que compravam a falibilidade de tal prática. Afinal, a quem devo recorrer? Quem garante que amanhã isso não acontecerá com você que está lendo esse texto?

Você sabe a quem recorrer? Eu já não sei mais. Recorri aos detetives do meu tempo e da minha cidade – jornalistas investigativos – que me responderam:

-É “elementar” que você tem direito sim! Nós vamos investigar!

 

O LADO NEGRO DA RECARGA

 

Em tempos de crise, economizar virou palavra de ordem para muitas famílias. E isso não muda só o conteúdo do carrinho de supermercado, mas também na hora de trocar o cartucho da impressora. Uma das opções mais baratas são as lojas de recarga, que prometem produtos de qualidade a bons preços. Mas aquela máxima de que o “barato sai caro” parece cair como uma luva para quem resolve economizar na hora de recarregar seu cartucho.

 A equipe de reportagem, curiosa para saber qual a posição das marcas mais requisitadas do mercado sobre o assunto, enviou um e-mail à HP.  Reproduzimos abaixo alguns trechos da resposta enviada pela empresa:

“A HP não recomenda o uso de cartuchos recondicionados, os processos de recondicionamento e o uso de tintas incompatíveis podem prejudicar o sistema de impressão, potencialmente, resultando em danos à impressora e qualidade de impressão reduzida. A HP não pode predizer o efeito a longo prazo das fórmulas de tinta de terceiros na confiabilidade da impressora. “

 

Confira os resultados dos testes realizados na qualidade dos cartuchos de tinta na América Latina clicando aqui .

Em Santa Maria existem vários “hospitais” para os cartuchos. Só no centro da cidade, são mais de dez lojas especializadas nesse serviço. Se você está interessado em participar dessa fatia lucrativa do mercado, siga os seguintes mandamentos:

 

1- Escolha um local adequado: próximo do público alvo e de fácil acesso

2- Procure a junta comercial ou cartório de registro civil da pessoa jurídica: onde se faz a busca do nome e se red
iz o contrato social

3- Procure a secretaria da Receita Federal: obtenha o cadastro nacional de pessoa jurídica ou CNPJ.

4- Recorra à Secretaria da Fazenda Estadual ou aventure-se no site www.sefaz.rs.gov.br: inscrição estadual para os contribuintes do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS)

5- Procure a prefeitura municipal:você conseguirá o cadastro de contribuinte municipal e o alvará de funcionamento (Estamos quase lá!)

Esses dados foram fornecidos pelo SEBRAE de Santa Maria. Seguindo-os, você conseguirá facilmente abrir uma empresa de recarga de cartuchos, sem precisar entrar em contato com nenhuma marca de Software do gênero. Ou seja, basta dinheiro e vontade.

Averiguados esses passos, resolvemos partir para o ataque!  Para saber a opinião de alguns consumidores, nos disfarçamos de pesquisadores de qualidade de produto e fomos até algumas lojas de cartuchos recarregáveis. Ficamos mais ou menos uma hora em frente de cada estabelecimento. Ao realizar essa pesquisa de campo constatamos que a maioria das pessoas considera esses cartuchos de boa qualidade e os utiliza pelo preço mais barato. Erroneamente, os clientes não costumam exigir garantia das lojas.

A pesquisa realizada sobre a qualidade dos cartuchos, teve como resultado: 71% declararam que a qualidade dos cartuchos é boa, 28% consideram a qualidade duvidosa, e 1% exigiu a garantia e a troca do cartucho em caso de problema.
A freqüência com que utilizam o serviço é de 17% trocam a cada três meses e  21% a cada dois meses. O fator que mais faz o cliente utilizar o serviço se deve ao baixo custo.  Em relação a algum problema com o cartucho, 90% nunca tiveram, e 10% disseram que tiveram problemas na hora da impressão tais como vazamento de tinta.

 

 

 

 

 

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É, minha multifuncional veio de fábrica com os níveis de tinta baixos e, como qualquer mortal, retirei os cartuchos de tinta e os conduzi delicada e cuidadosamente a uma loja de recarga. Mal sabia que começara meu calvário. Depois de recarregado conduzi o dito cartucho vistoso e cheio de tinta até a minha multifuncional. Com o mesmo carinho introduzi o cartucho no seu local de origem e, depois de devidamente instalado, mandei imprimir um arquivo de texto. Daí a surpresa: a máquina não reconheceu o cartucho! Briguei com ela, destratei a dita máquina, mas nada, acreditem, não funcionou. Liguei e desliguei, retirei muitas vezes e sempre o mesmo resultado! “Não te conheço”, dizia a multifuncional.

Como estávamos com um sério problema de comunicação retirei o cartucho, o qual nesse momento passou a se chamar “carbucha”, pois era uma bomba na minha mão. Acompanhei o carbucha até a loja que havia realizado a recarga e pedi um cartucho novo, pois o mesmo não estava funcionando. Surpresa! A loja não troca cartuchos que ‘derem pau’. Traduzindo: Não garantimos o serviço prestado ainda que tenha acabado de ter carregado, isso é normal e muitos cartuchos queimam a leitora, acontece. Pois bem, “missão dada é missão cumprida”, não funciona com eles, serviço feito não é garantido! Nada satisfeito com tal fato, pedi a nota fiscal do serviço prestado e avisei que iria procurar os meus direitos. Fui e, chegando ao Procon, me informaram que não tem do que reclamar, pasmem, não há solução.

Questionei a menina que tão gentilmente me atendeu e disse a ela que queria um cartucho novo e ela foi enfática:

-Eles não tem obrigação de trocar.

 Questionei.

-Como não, se prestaram um serviço com o qual não estou contente?

-É, mas o fato é que isso pode acontecer.

-Eu sei que pode, e por isso quero um que esteja funcionando.

 

Depois que suscitei a dúvida na menina, ela foi para dentro da sala e ficou algum tempo conversando com sua professora e chegou a mim com uma alternativa.

– Quem sabe nós alegamos que eles não têm aviso na loja, que os cartuchos podem dar pau e que essa informação deve estar à vista dos clientes.

Não fiquei contente, mas era o que eu poderia fazer. Consultei advogados, as leis do consumidor e nenhum deles me garante a remanufatura do cartucho. Consultei a fábrica da funcional e eles também não recomendam tal prática, baseados em testes de laboratório que compravam a falibilidade de tal prática. Afinal, a quem devo recorrer? Quem garante que amanhã isso não acontecerá com você que está lendo esse texto?

Você sabe a quem recorrer? Eu já não sei mais. Recorri aos detetives do meu tempo e da minha cidade – jornalistas investigativos – que me responderam:

-É “elementar” que você tem direito sim! Nós vamos investigar!

 

O LADO NEGRO DA RECARGA

 

Em tempos de crise, economizar virou palavra de ordem para muitas famílias. E isso não muda só o conteúdo do carrinho de supermercado, mas também na hora de trocar o cartucho da impressora. Uma das opções mais baratas são as lojas de recarga, que prometem produtos de qualidade a bons preços. Mas aquela máxima de que o “barato sai caro” parece cair como uma luva para quem resolve economizar na hora de recarregar seu cartucho.

 A equipe de reportagem, curiosa para saber qual a posição das marcas mais requisitadas do mercado sobre o assunto, enviou um e-mail à HP.  Reproduzimos abaixo alguns trechos da resposta enviada pela empresa:

“A HP não recomenda o uso de cartuchos recondicionados, os processos de recondicionamento e o uso de tintas incompatíveis podem prejudicar o sistema de impressão, potencialmente, resultando em danos à impressora e qualidade de impressão reduzida. A HP não pode predizer o efeito a longo prazo das fórmulas de tinta de terceiros na confiabilidade da impressora. “

 

Confira os resultados dos testes realizados na qualidade dos cartuchos de tinta na América Latina clicando aqui .

Em Santa Maria existem vários “hospitais” para os cartuchos. Só no centro da cidade, são mais de dez lojas especializadas nesse serviço. Se você está interessado em participar dessa fatia lucrativa do mercado, siga os seguintes mandamentos:

 

1- Escolha um local adequado: próximo do público alvo e de fácil acesso

2- Procure a junta comercial ou cartório de registro civil da pessoa jurídica: onde se faz a busca do nome e se red
iz o contrato social

3- Procure a secretaria da Receita Federal: obtenha o cadastro nacional de pessoa jurídica ou CNPJ.

4- Recorra à Secretaria da Fazenda Estadual ou aventure-se no site www.sefaz.rs.gov.br: inscrição estadual para os contribuintes do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS)

5- Procure a prefeitura municipal:você conseguirá o cadastro de contribuinte municipal e o alvará de funcionamento (Estamos quase lá!)

Esses dados foram fornecidos pelo SEBRAE de Santa Maria. Seguindo-os, você conseguirá facilmente abrir uma empresa de recarga de cartuchos, sem precisar entrar em contato com nenhuma marca de Software do gênero. Ou seja, basta dinheiro e vontade.

Averiguados esses passos, resolvemos partir para o ataque!  Para saber a opinião de alguns consumidores, nos disfarçamos de pesquisadores de qualidade de produto e fomos até algumas lojas de cartuchos recarregáveis. Ficamos mais ou menos uma hora em frente de cada estabelecimento. Ao realizar essa pesquisa de campo constatamos que a maioria das pessoas considera esses cartuchos de boa qualidade e os utiliza pelo preço mais barato. Erroneamente, os clientes não costumam exigir garantia das lojas.

A pesquisa realizada sobre a qualidade dos cartuchos, teve como resultado: 71% declararam que a qualidade dos cartuchos é boa, 28% consideram a qualidade duvidosa, e 1% exigiu a garantia e a troca do cartucho em caso de problema.
A freqüência com que utilizam o serviço é de 17% trocam a cada três meses e  21% a cada dois meses. O fator que mais faz o cliente utilizar o serviço se deve ao baixo custo.  Em relação a algum problema com o cartucho, 90% nunca tiveram, e 10% disseram que tiveram problemas na hora da impressão tais como vazamento de tinta.