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Santa Maria, RS, Brazil

Do mestre para os aprendizes

 O senhor de 77 anos começou perguntando aos atenciosos ouvintes se queriam ser jornalistas. Foi respondido com muitos acenos positivos de cabeça. Questionou se todos gostariam de ganhar dinheiro. Neste momento as respostas foram negativas. Orgulhoso afirmou: “Então vocês querem mesmo ser jornalistas”.
 
 

O STF desmerece a classe dos jornalistas. Derruba a obrigatoriedade do diploma, mas nem tudo são gritos e indignações. A Festa Literária de Paraty (FLIP) , que aconteceu de 1º a 5 de julho,  no litoral fluminense, contou com a ilustre presença do escritor Gay Talese, pioneiro no new journalism e referência em boa reportagem. Na manhã do sábado, 4 de julho, Talese aceitou conversar com estudantes de jornalismo de todo o Brasil, selecionados* pela a equipe de O Globo, que estavam na Flip.

 Com humildade e atenção falou aos futuros profissionais sobre sua carreira e seus princípios. Afirmou que para ser um bom jornalista é preciso autoconhecimento e manter-se fiel aos seus ideais é fator importante. Quando iniciou no New York Times ele apenas escrevia textos de oito parágrafos para que o material não recebesse sua assinatura. “Com nove eles colocam seu nome. Eu não acreditava naquilo, como colocaria meu nome ali?”, relatou Talese, surpreendendo os estudantes.

Os acadêmicos registraram o momento em anotações, fotos e até vídeo. Obtiverem dicas importantes de um conhecedor do ofício que não parecia se importar em ajudar futuros colegas. Com um inglês pausado e simples e como se fosse a primeira vez que dizia aqueles macetes a todos com igual atenção.

O bate-papo de oito minutos precisou ser interrompido devido à agenda de Gay Talese, mas aquele momento perdurará para o grupo de treze estudantes dos cursos da PUC-Rio, da Faculdade Cásper Líbero (SP), da Universidade Federal de Santa Catarina, da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e do Centro Universitário Franciscano (RS). Com ou sem diploma estes jovens continuam, por amor à profissão.

 

* Entre os selecionados para a coletiva de Gay Talese com os estudantes, estava a acadêmica de Jornalismo da Unifra, Joyce Noronha.

Fotos: André Teixeira e Marcelo Andreguetti

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O STF desmerece a classe dos jornalistas. Derruba a obrigatoriedade do diploma, mas nem tudo são gritos e indignações. A Festa Literária de Paraty (FLIP) , que aconteceu de 1º a 5 de julho,  no litoral fluminense, contou com a ilustre presença do escritor Gay Talese, pioneiro no new journalism e referência em boa reportagem. Na manhã do sábado, 4 de julho, Talese aceitou conversar com estudantes de jornalismo de todo o Brasil, selecionados* pela a equipe de O Globo, que estavam na Flip.

 Com humildade e atenção falou aos futuros profissionais sobre sua carreira e seus princípios. Afirmou que para ser um bom jornalista é preciso autoconhecimento e manter-se fiel aos seus ideais é fator importante. Quando iniciou no New York Times ele apenas escrevia textos de oito parágrafos para que o material não recebesse sua assinatura. “Com nove eles colocam seu nome. Eu não acreditava naquilo, como colocaria meu nome ali?”, relatou Talese, surpreendendo os estudantes.

Os acadêmicos registraram o momento em anotações, fotos e até vídeo. Obtiverem dicas importantes de um conhecedor do ofício que não parecia se importar em ajudar futuros colegas. Com um inglês pausado e simples e como se fosse a primeira vez que dizia aqueles macetes a todos com igual atenção.

O bate-papo de oito minutos precisou ser interrompido devido à agenda de Gay Talese, mas aquele momento perdurará para o grupo de treze estudantes dos cursos da PUC-Rio, da Faculdade Cásper Líbero (SP), da Universidade Federal de Santa Catarina, da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e do Centro Universitário Franciscano (RS). Com ou sem diploma estes jovens continuam, por amor à profissão.

 

* Entre os selecionados para a coletiva de Gay Talese com os estudantes, estava a acadêmica de Jornalismo da Unifra, Joyce Noronha.

Fotos: André Teixeira e Marcelo Andreguetti