Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Busca de soluções para trânsito e fiscalização

Problemas nas principais ruas
da cidade, quadro reduzido de fiscais, ineficiência na fiscalização e
inexistência dos recursos necessários para investimentos foram algumas das
questões postas à mesa na terça-feira à noite, na Câmara de Comércio, Indústria
e Serviços de Santa Maria (Cacism).
 
 
 
 
 

A reunião aberta da diretoria e associados
da entidade, com a presença do secretário de Controle e Mobilidade Urbana,
Sérgio Medeiros, teve duas horas de duração. A discussão, transcorrida em clima
de franqueza e convergência na busca por boas soluções, levantou uma série de
aspectos a serem ponderados quanto ao gerenciamento do trânsito na cidade.

Já na abertura do
encontro, o presidente da Cacism, Paulo Ceccim, ressaltou a preocupação de
diversos segmentos com o assunto. Na argumentação, apresentou dados atualizados
sobre a expansão, acelerada e contínua, do mercado automobilístico. “É preciso
encontrar caminhos e novas perspectivas. O
trânsito e a fiscalização são desafios para todas as cidades de grande e médio
porte. Santa Maria está nessa situação”, afirma
Ceccim.

Antes de serem iniciados
os debates, o secretário Sérgio Medeiros explanou sobre projetos que já estão
em andamento.
Ele salienta que a linha de trabalho é a de pensar o trânsito
sobre o prisma da circulação de veículos e de pedestres, não apenas de veículos,
como historicamente acaba sendo feito. “Santa
Maria tem uma herança em cima disso. O centro histórico (Rio Branco, Acampamento
e adjacentes) é onde se concentra o maior 
número de pessoas e onde passa mais veículos” , declara o secretário. Ele
aponta como possibilidade para o Centro, a longo prazo, a priorização do fluxo
de pessoas, direcionamento o tráfego apenas para embarque/desembarque e
carga/descarga, sendo os motoristas de veículos leves estimulados a seguirem por
outras rotas.

Dentre as ações previstas pela
secretaria, com recursos de RS 1,38 milhão assegurados a partir de emenda
parlamentar, está a intervenção na Avenida Presidente Vargas, que registra a
circulação de 80% do transporte coletivo. Na continuidade, o projeto se expande
para vias com característica semelhante, como avenida das Dores e outras.
Medeiros também citou preocupações com sistema de estacionamento rotativo,
sinalização, manutenção e avanço tecnológico nas sinaleiras e a implantação de
sistemas eficientes de gerenciamento de dados estatísticos, viabilizando suporte
de informações na tomada de decisões acertadas.

Logo após a fala do
secretário, Ceccim deu início aos questionamentos, relacionando tópicos como
redutores de velocidade, equipes/veículos para manutenção, estacionamentos para
motos e regulamentação de telemotos, entre outros. Em várias outras
manifestações, situações pontuais de dificuldades enfrentadas no trânsito local
foram apresentadas ao secretário.

ORÇAMENTO ESCASSO

Questionado sobre o orçamento da Secretaria, em torno de
R$ 6 milhões, Sérgio Medeiros reconhece que apenas R$ 500 mil é para
investimentos com mobilidade urbana. Ao que o presidente da Cacism contrapõe,
entendendo que a escassez de recursos sinaliza falta de priorização. “Temos um
secretário de ponta, com visão. Mas, sozinho, não vai fazer milagres”, diz Paulo
Ceccim.

FISCALIZAÇÃO x
IMPUNIDADE

Para conter os absurdos praticados
cotidianamente é preciso fiscalizar. “Antes funcionava, quando a Brigada estava
pelas ruas multando”, diz o empresário Adriano Fruet. “Absurdos são vistos todos
os dias, em todas as esquinas. O sentimento de impunidade é geral”, confirma
Jefferson Kraetzig, também diretor da Cacism.  

Segundo o secretário, a questão esbarra na
redução do quadro. Hoje estão em ação apenas 25 profissionais (número, esse, que
precisa ser dividido por três, conforme turnos) sendo que seria necessário o
triplo. “É preciso colocar em torno de 80 fiscais nas ruas”, diz Medeiros, que
não adianta se haverá incremento de pessoal, mas que levará a preocupação ao
prefeito. Por outro lado, dados obtidos pela Cacism dão conta de que o município
dispõe 152 fiscais entre seus servidores, sendo que quase a metade desse número,
quando da admissão, estavam direcionados à fiscalização de trânsito. Hoje estão
designados para outras funções.

Mas não adianta ter fiscais, se o ato de
fiscalizar não é desempenhado com propriedade. O argumento é do estudante Lucas
Saccol, que observa o problema todos os dias em frente à escola. “Por que os
agentes não têm autonomia”, questionou o jovem, relatando situação de fiscais
que estão no local, mas não agem como deveriam. Medeiros reconhece que enfrenta
dificuldades com relação à conduta de alguns profissionais. “No próprio time que
tu crias, tem quem jogue contra”, disse. 

 CONSCIENTIZAÇÃO

“Falta educação a pedestres e motoristas”,
afirmou Ceres Zago, coordenadora do projeto Vida Urgente
em Santa Maria.
Ela destaca, ainda, a irresponsabilidade de taxistas que correm
demais, pondo em risco a vida própria e a dos passageiros. “O comportamento tem de
mudar”, reafirma, lembrando a todos que a preocupação com o trânsito deve
contemplar o fluxo do dia e da noite. Na mesma linha é a preocupação do diretor
cinematográfico Luiz Alberto Cassol, que relata o quanto é comum acordar, na
madrugada, já na expectativa de ouvir o ruído de colisões. Cassol também sugere
uma ampla campanha de conscientização, ao que o secretário informa que há um
grupo trabalho neste sentido.

Como ações para evitar velocidade excessiva
nas ruas, Medeiros entende que a colocação de meios eletrônicos de controle é a
solução mais eficiente. A falta de recursos para isso é o que explica a opção
escolhida, quando dezenas de quebra-molas foram instalados em diversas ruas
recentemente. Outra alternativa seria escrever “devagar, devagar” na pista, o
que, segundo o secretário, surte bons
efeitos.

CATADORES

Outra questão que preocupa, em especial a
comerciantes estabelecidos nas ruas centrais, é quanto aos catadores de lixo. O
problema se desdobra em diversos aspectos. Uma situação crítica, por exemplo, é
a sujeira esparramada por eles ao redor dos contêineres, o que deixa calçadas
intransitáveis e inviabiliza o acesso às lojas. “O que o senhor tem a dizer
sobre isso?”, questionou a empresária Maria Gorethi Moretto. A resposta ainda
não é conclusiva, mas está na pauta do secretário. “Estamos trabalhando para
encontrar uma solução a curto prazo”, disse
Medeiros.

 SINALIZAÇÃO

O presidente do Sindicato das Empresas de
Transporte de Carga de Santa Maria (Sindisama), Paulo Brondani, trouxe para a
discussão a sugestão de que as placas que sinalizam locais para carga e descarga
ganhem maior destaque, com cor diferenciada. Pois tais locais costumam ser
desrespeitados, o que faz com que a circulação de caminhões seja maior do que o
necessário, visto que o motorista fica dando voltas até achar uma vaga para
estacionar. O secretário também acrescenta a necessidade de ser disciplinado
horário para carga e descarga, priorizando horários de menor
movimento.

A questão da sinalização também foi abordada
pelo empresário Leonardo Kozoroski Veiga, que indagou sobre o sincronismo de
sinaleiras na cidade. “Não existe”, respondeu, categoricamente, o secretário.
Sérgio Medeiros enfatizou a necessidade de modernização dos equipamentos, para
que tal providência possa ser tomada. “Sincronismo é, também, um controlador de
velocidade”, complementou Medeiros, referindo-se à velocidade constante que os
veículos devem manter para usufruir da seqüência de sinaleiras em sinal verde.

 

Texto: Sione Gomes / Assessoria de Comunicação / Cacism

Fotos:  Sione Gomes (Cacism) , Evandro Sturm, Halisson Barcelos e Aline Sarturi (Laboratório de Fotografia e Memória)

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Problemas nas principais ruas
da cidade, quadro reduzido de fiscais, ineficiência na fiscalização e
inexistência dos recursos necessários para investimentos foram algumas das
questões postas à mesa na terça-feira à noite, na Câmara de Comércio, Indústria
e Serviços de Santa Maria (Cacism).
 
 
 
 
 

A reunião aberta da diretoria e associados
da entidade, com a presença do secretário de Controle e Mobilidade Urbana,
Sérgio Medeiros, teve duas horas de duração. A discussão, transcorrida em clima
de franqueza e convergência na busca por boas soluções, levantou uma série de
aspectos a serem ponderados quanto ao gerenciamento do trânsito na cidade.

Já na abertura do
encontro, o presidente da Cacism, Paulo Ceccim, ressaltou a preocupação de
diversos segmentos com o assunto. Na argumentação, apresentou dados atualizados
sobre a expansão, acelerada e contínua, do mercado automobilístico. “É preciso
encontrar caminhos e novas perspectivas. O
trânsito e a fiscalização são desafios para todas as cidades de grande e médio
porte. Santa Maria está nessa situação”, afirma
Ceccim.

Antes de serem iniciados
os debates, o secretário Sérgio Medeiros explanou sobre projetos que já estão
em andamento.
Ele salienta que a linha de trabalho é a de pensar o trânsito
sobre o prisma da circulação de veículos e de pedestres, não apenas de veículos,
como historicamente acaba sendo feito. “Santa
Maria tem uma herança em cima disso. O centro histórico (Rio Branco, Acampamento
e adjacentes) é onde se concentra o maior 
número de pessoas e onde passa mais veículos” , declara o secretário. Ele
aponta como possibilidade para o Centro, a longo prazo, a priorização do fluxo
de pessoas, direcionamento o tráfego apenas para embarque/desembarque e
carga/descarga, sendo os motoristas de veículos leves estimulados a seguirem por
outras rotas.

Dentre as ações previstas pela
secretaria, com recursos de RS 1,38 milhão assegurados a partir de emenda
parlamentar, está a intervenção na Avenida Presidente Vargas, que registra a
circulação de 80% do transporte coletivo. Na continuidade, o projeto se expande
para vias com característica semelhante, como avenida das Dores e outras.
Medeiros também citou preocupações com sistema de estacionamento rotativo,
sinalização, manutenção e avanço tecnológico nas sinaleiras e a implantação de
sistemas eficientes de gerenciamento de dados estatísticos, viabilizando suporte
de informações na tomada de decisões acertadas.

Logo após a fala do
secretário, Ceccim deu início aos questionamentos, relacionando tópicos como
redutores de velocidade, equipes/veículos para manutenção, estacionamentos para
motos e regulamentação de telemotos, entre outros. Em várias outras
manifestações, situações pontuais de dificuldades enfrentadas no trânsito local
foram apresentadas ao secretário.

ORÇAMENTO ESCASSO

Questionado sobre o orçamento da Secretaria, em torno de
R$ 6 milhões, Sérgio Medeiros reconhece que apenas R$ 500 mil é para
investimentos com mobilidade urbana. Ao que o presidente da Cacism contrapõe,
entendendo que a escassez de recursos sinaliza falta de priorização. “Temos um
secretário de ponta, com visão. Mas, sozinho, não vai fazer milagres”, diz Paulo
Ceccim.

FISCALIZAÇÃO x
IMPUNIDADE

Para conter os absurdos praticados
cotidianamente é preciso fiscalizar. “Antes funcionava, quando a Brigada estava
pelas ruas multando”, diz o empresário Adriano Fruet. “Absurdos são vistos todos
os dias, em todas as esquinas. O sentimento de impunidade é geral”, confirma
Jefferson Kraetzig, também diretor da Cacism.  

Segundo o secretário, a questão esbarra na
redução do quadro. Hoje estão em ação apenas 25 profissionais (número, esse, que
precisa ser dividido por três, conforme turnos) sendo que seria necessário o
triplo. “É preciso colocar em torno de 80 fiscais nas ruas”, diz Medeiros, que
não adianta se haverá incremento de pessoal, mas que levará a preocupação ao
prefeito. Por outro lado, dados obtidos pela Cacism dão conta de que o município
dispõe 152 fiscais entre seus servidores, sendo que quase a metade desse número,
quando da admissão, estavam direcionados à fiscalização de trânsito. Hoje estão
designados para outras funções.

Mas não adianta ter fiscais, se o ato de
fiscalizar não é desempenhado com propriedade. O argumento é do estudante Lucas
Saccol, que observa o problema todos os dias em frente à escola. “Por que os
agentes não têm autonomia”, questionou o jovem, relatando situação de fiscais
que estão no local, mas não agem como deveriam. Medeiros reconhece que enfrenta
dificuldades com relação à conduta de alguns profissionais. “No próprio time que
tu crias, tem quem jogue contra”, disse. 

 CONSCIENTIZAÇÃO

“Falta educação a pedestres e motoristas”,
afirmou Ceres Zago, coordenadora do projeto Vida Urgente
em Santa Maria.
Ela destaca, ainda, a irresponsabilidade de taxistas que correm
demais, pondo em risco a vida própria e a dos passageiros. “O comportamento tem de
mudar”, reafirma, lembrando a todos que a preocupação com o trânsito deve
contemplar o fluxo do dia e da noite. Na mesma linha é a preocupação do diretor
cinematográfico Luiz Alberto Cassol, que relata o quanto é comum acordar, na
madrugada, já na expectativa de ouvir o ruído de colisões. Cassol também sugere
uma ampla campanha de conscientização, ao que o secretário informa que há um
grupo trabalho neste sentido.

Como ações para evitar velocidade excessiva
nas ruas, Medeiros entende que a colocação de meios eletrônicos de controle é a
solução mais eficiente. A falta de recursos para isso é o que explica a opção
escolhida, quando dezenas de quebra-molas foram instalados em diversas ruas
recentemente. Outra alternativa seria escrever “devagar, devagar” na pista, o
que, segundo o secretário, surte bons
efeitos.

CATADORES

Outra questão que preocupa, em especial a
comerciantes estabelecidos nas ruas centrais, é quanto aos catadores de lixo. O
problema se desdobra em diversos aspectos. Uma situação crítica, por exemplo, é
a sujeira esparramada por eles ao redor dos contêineres, o que deixa calçadas
intransitáveis e inviabiliza o acesso às lojas. “O que o senhor tem a dizer
sobre isso?”, questionou a empresária Maria Gorethi Moretto. A resposta ainda
não é conclusiva, mas está na pauta do secretário. “Estamos trabalhando para
encontrar uma solução a curto prazo”, disse
Medeiros.

 SINALIZAÇÃO

O presidente do Sindicato das Empresas de
Transporte de Carga de Santa Maria (Sindisama), Paulo Brondani, trouxe para a
discussão a sugestão de que as placas que sinalizam locais para carga e descarga
ganhem maior destaque, com cor diferenciada. Pois tais locais costumam ser
desrespeitados, o que faz com que a circulação de caminhões seja maior do que o
necessário, visto que o motorista fica dando voltas até achar uma vaga para
estacionar. O secretário também acrescenta a necessidade de ser disciplinado
horário para carga e descarga, priorizando horários de menor
movimento.

A questão da sinalização também foi abordada
pelo empresário Leonardo Kozoroski Veiga, que indagou sobre o sincronismo de
sinaleiras na cidade. “Não existe”, respondeu, categoricamente, o secretário.
Sérgio Medeiros enfatizou a necessidade de modernização dos equipamentos, para
que tal providência possa ser tomada. “Sincronismo é, também, um controlador de
velocidade”, complementou Medeiros, referindo-se à velocidade constante que os
veículos devem manter para usufruir da seqüência de sinaleiras em sinal verde.

 

Texto: Sione Gomes / Assessoria de Comunicação / Cacism

Fotos:  Sione Gomes (Cacism) , Evandro Sturm, Halisson Barcelos e Aline Sarturi (Laboratório de Fotografia e Memória)