Retornei há alguns dias à Pirâmide de Cholula, solito no más, com minha câmera e vontade de explorar a área. Era um domingo e neste dia está aberto ao público, o que dificultou um pouco as fotos, mas está bem: necessito ver gente daqui. Desta vez eu não fui pelo túnel e sim direto pra catedral de Nuestra Señora de los Remedios. O caminho até chegar ao topo da pirâmide é bem íngreme e o sol das 3h da tarde só deu uma dificultada. Na subida, junto comigo, poderia se ver vendedores ambulantes, senhores e senhoras com seus 80 anos, jovens, crianças… Os produtos ofertados pelos ambulantes eram muitos, entre colares, santinhos, máscaras, chás, ervas, mapas, camisetas, fotos, comidas típicas, comidas industrializadas, sucos, água* entre outros. Ainda no meio do caminho, poderia se ter ideia o que tinha no sítio arqueológico lá embaixo. Mas o primeiro destino era a Catedral espanhola dos soldados do Hernán Cortez. A construção é bem bonita, mas deixa a desejar no tamanho. De longe, a igreja parecia maior e a expectativa criada durante todo o caminho se transforma em frustração, o que logo passa. O interior é muito dourado e se pode caminhar pela sacristia. Os detalhes são preciosos. Além da Igreja em si, se tem a vista de toda a cidade e ao longe dá para ver o skyline de Puebla, com uns edifícios pipocando e mais ao fundo os morros.
Logo desci para o sítio arqueológico. Apesar desta ser a minha segunda visita, era diferente porque – como estava sozinho – poderia explorar cada pedra daquelas escadas, cada curva dos detalhes, fazer perspectivas, enfim, curtir o lugar. E foi o que eu fiz. Duas coisas me impressionaram mais… o Altar para Sacrifícios e a Praça dos Altares. O primeiro fica abaixo da terra, é muito simples. É um quadrado com 2 escadas bem estreitas e ali embaixo, no centro, o "altar", que hoje está protegido. É interessante pela localização e pela simplicidade, diante de tamanha importância desse "edifício". Já os altares chamam a atenção pela imponência diante de todo o conjunto e, ademais, são três: a Quetzalcoatl, a serpente emplumada e o último não se sabe ainda.
Depois de alguns bons minutos, fui para a única parte que dá para tocar, sentar, subir. Não são mais que 60 degraus e a vista lá de cima é de toda Cholula ao norte. Passa um vento, as pessoas apostam quem chega mais rápido lá encima, o sol estava bem quente e nos minutos que fiquei ali deu para se ter um pouco da idéia e da imponência do edifício frente à cidade, a seu tempo, a tudo!
Um olhar sobre o México
A ACS passa a publicar uma série de narrativas sobre o México. Trata-se do olhar de Lucas Figueiredo Baisch que morou no país durante o ano passado, na cidade de Puebla.
Lucas é arquiteto, trabalha na empresa Diseña tu casa, e esteve no México em intercâmbio realizado através da AIESEC International.