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Jornalista conta sua experiência no Oriente Médio

O jornalista santa-mariense Luiz Antônio Araújo, autor da obra Binladenistão, esteve na Feira do Livro. No bate-papo com o público na quarta-feira, 5 de maio, ele falou da sua experiência nos países da Ásia Central e do Oriente Médio. Os resultados da "guerra contra o terror" após os atentados de 11 de setembro estão no livro e nas experiências que partilhou com quem foi à Feira.


Luiz Antônio percorreu o Afeganistão e o Paquistão como repórter, em busca de respostas sobre o que acontecia naqueles países depois dos atentados de 2001 nos Estados Unidos. Contou sua experiência ao chegar na capital do Paquistão, Islamabad, três horas antes do início da guerra. Segundo ele, teve muita sorte. Conheceu a realidade enfrentada pela população dos dois países. Vidas destruídas diariamente em razão dos atentados e invasões.

"Imaginava outra coisa. Havia uma população que não apoiava aquilo. O Islã não é uma religião de terror, amedrontamento ou extermínio daqueles que não são muçulmanos", explica o jornalista. Além disso, descreveu como o líder Osama Bin Laden, o grupo Talibã e a Al Qaeda se aproveitam dessas situações para dizer que os Estados Unidos estavam em guerra com a religião islâmica. 

"A religião tem um grande papel no Paquistão, por parte de ditadores militares. Durante muitos anos promoveram um Islã fundamentalista. Era uma maneira de aumentar seu controle sobre o país", conta Luiz Antônio. Conheceu pessoas que receberam a educação somente através de leituras do Alcorão. Pessoas que mandavam seus filhos para escolas internas que tomavam conta de toda a educação, no Afeganistão e dentro do Paquistão. O resutdo deste tipo de educação são pessoas que contrárias aos avanços sociais e aos diretos das mulheres, por exemplo. 

O autor da obra "Binlandenistão" ainda refletiu sobre o último atentado que ocorreu nos Estados Unidos, no dia 2 de maio. Falou sobre o uso extremado da expressão terrorista e expôs suas opiniões sobre a postura dos Estados Unidos, quando o ex-presidente Bush declarou "guerra global contra o terror". "Uma expressão triplamente errada. Não é uma guerra, eram conflitos. Não era global porque tinha alvos definidos. Não era guerra ao terror porque era uma tática política", define o jornalista. Na sua opinião, Osama Bin Laden possivelmente ainda esteja vivo, pois seria dada grande dimensão à sua morte, caso acontecesse, já que na religião islâmica morrer pela doutrina é considerado um mérito. 

Luiz Antônio é editor do caderno Cultura do jornal Zero Hora. Passou também pela editorias de Capa, Geral, Digital, Segundo Caderno e Política, onde foi editor de área de 1999 a 2009 . É formado pela Universidade Federal de Santa Maria e participou da organização da Feira do Livro durante os anos de 1984 até 1987.

 

As notícias, fotos,
lista dos mais vendidos e atualizações da programação da Feira
do Livro
de Santa Maria 2010
podem ser encontradas em www.feiradolivrosm.com.br
 

 

Foto: Eduardo Ramos (Laboratório de Fotografia  e Memória)

 


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O jornalista santa-mariense Luiz Antônio Araújo, autor da obra Binladenistão, esteve na Feira do Livro. No bate-papo com o público na quarta-feira, 5 de maio, ele falou da sua experiência nos países da Ásia Central e do Oriente Médio. Os resultados da "guerra contra o terror" após os atentados de 11 de setembro estão no livro e nas experiências que partilhou com quem foi à Feira.


Luiz Antônio percorreu o Afeganistão e o Paquistão como repórter, em busca de respostas sobre o que acontecia naqueles países depois dos atentados de 2001 nos Estados Unidos. Contou sua experiência ao chegar na capital do Paquistão, Islamabad, três horas antes do início da guerra. Segundo ele, teve muita sorte. Conheceu a realidade enfrentada pela população dos dois países. Vidas destruídas diariamente em razão dos atentados e invasões.

"Imaginava outra coisa. Havia uma população que não apoiava aquilo. O Islã não é uma religião de terror, amedrontamento ou extermínio daqueles que não são muçulmanos", explica o jornalista. Além disso, descreveu como o líder Osama Bin Laden, o grupo Talibã e a Al Qaeda se aproveitam dessas situações para dizer que os Estados Unidos estavam em guerra com a religião islâmica. 

"A religião tem um grande papel no Paquistão, por parte de ditadores militares. Durante muitos anos promoveram um Islã fundamentalista. Era uma maneira de aumentar seu controle sobre o país", conta Luiz Antônio. Conheceu pessoas que receberam a educação somente através de leituras do Alcorão. Pessoas que mandavam seus filhos para escolas internas que tomavam conta de toda a educação, no Afeganistão e dentro do Paquistão. O resutdo deste tipo de educação são pessoas que contrárias aos avanços sociais e aos diretos das mulheres, por exemplo. 

O autor da obra "Binlandenistão" ainda refletiu sobre o último atentado que ocorreu nos Estados Unidos, no dia 2 de maio. Falou sobre o uso extremado da expressão terrorista e expôs suas opiniões sobre a postura dos Estados Unidos, quando o ex-presidente Bush declarou "guerra global contra o terror". "Uma expressão triplamente errada. Não é uma guerra, eram conflitos. Não era global porque tinha alvos definidos. Não era guerra ao terror porque era uma tática política", define o jornalista. Na sua opinião, Osama Bin Laden possivelmente ainda esteja vivo, pois seria dada grande dimensão à sua morte, caso acontecesse, já que na religião islâmica morrer pela doutrina é considerado um mérito. 

Luiz Antônio é editor do caderno Cultura do jornal Zero Hora. Passou também pela editorias de Capa, Geral, Digital, Segundo Caderno e Política, onde foi editor de área de 1999 a 2009 . É formado pela Universidade Federal de Santa Maria e participou da organização da Feira do Livro durante os anos de 1984 até 1987.

 

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Foto: Eduardo Ramos (Laboratório de Fotografia  e Memória)