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O fim da televisão

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A conferência ministrada nesta sexta-feira pelo argentino Mario Carlón, professor da Universidade de Buenos Aires, discutiu os novos caminhos da mídia e o fim da hegemonia da televisão enquanto meio de comunicação.

Com o salão de Atos do conjunto III da Unifra lotado, o professor explicava, em espanhol, o significado do fim da televisão, a crise dos meios massivos e o que está vindo depois do fim.  Segundo Mario Carlón, trata-se de uma nova paisagem midiática que se configura  a partir da expansão do novos meios, os digitais,  e das novas práticas sociais decorrentes deles. Com isso fala-se não só do fim da televisão, mas a reconfiguração dos meios massivos como jornais, cinema, fotografia, rádio. “Pouca gente compra jornais, muitos os lêem pela internet. Quantos vão ao cinema?” observa ele.

“Uma fotografia digital altera o registro, o cinema digital corrói no seu interior o cinema tradicional no seu sentido. Antes havia a programação da vida social, o sujeito assistia aquilo que era definido pela televisão, o que sabia dizia para quem não sabia e agora o sujeito passa a programador, cada um vê o que deseja ver.  Por que vamos querer ler só uma revista, se com o wi fi podemos ver o mundo?” exemplifica o conferencista.

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Carlón demonstrou que até os anos 80 a emissão era mais importante do que a recepção. Hoje as diferenças são muitas entre a sociedade da informação e a sociedade industrial, quando há um triunfo do individualismo moderno. As mudanças nas práticas sociais ocorrem, por exemplo, na expansão do tempo de trabalho quando a pessoa está “descansando”, e também se expandiu o tempo do ócio no trabalho. Comenta que as pessoas quando querem descansar de fato tem que desligar celular e ficar sem internet.

Na perspectiva das novas práticas sociais, o pesquisador relatou os resultados de uma pesquisa com jovens de 11 até 17 anos na Argentina, onde 100% dos entrevistados tinham televisão, 30% computador e 15% internet. A investigação revelou que nas famílias de menos recursos,  ter TV é importante porque é  a única atividade midiática de recreação  para compartir com seus filhos. Porém, os pais das crianças com mais recursos preferem que os filhos não assistam muita televisão por acreditarem que pode afetar sua educação e preferem que façam uso do computador nas atividades mídiaticas de lazer, embora eles possuam a opção de escolher. Também falou que jovens que tem internet em casa fazem um uso mais diverso da rede, enquanto os que não possuem e têm acesso  em lan houses preferem entrar em chats e jogar.

Mário Carlón defende a necessidade da academia investir e investigar com mais profundidade o que de fato está mudando no contexto social face aos avanços rápidos da tecnologia. O pesquisador veio à Santa Maria à convite dos cursos de Comunicação Social Jornalismo, Publicidade e Propaganda e a especialização em Comunicação e Projetos de Mídia da Unifra.

Fotos:  Diego Fontanella (Laboratório de Fotografia e Memória)

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A conferência ministrada nesta sexta-feira pelo argentino Mario Carlón, professor da Universidade de Buenos Aires, discutiu os novos caminhos da mídia e o fim da hegemonia da televisão enquanto meio de comunicação.

Com o salão de Atos do conjunto III da Unifra lotado, o professor explicava, em espanhol, o significado do fim da televisão, a crise dos meios massivos e o que está vindo depois do fim.  Segundo Mario Carlón, trata-se de uma nova paisagem midiática que se configura  a partir da expansão do novos meios, os digitais,  e das novas práticas sociais decorrentes deles. Com isso fala-se não só do fim da televisão, mas a reconfiguração dos meios massivos como jornais, cinema, fotografia, rádio. “Pouca gente compra jornais, muitos os lêem pela internet. Quantos vão ao cinema?” observa ele.

“Uma fotografia digital altera o registro, o cinema digital corrói no seu interior o cinema tradicional no seu sentido. Antes havia a programação da vida social, o sujeito assistia aquilo que era definido pela televisão, o que sabia dizia para quem não sabia e agora o sujeito passa a programador, cada um vê o que deseja ver.  Por que vamos querer ler só uma revista, se com o wi fi podemos ver o mundo?” exemplifica o conferencista.

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Carlón demonstrou que até os anos 80 a emissão era mais importante do que a recepção. Hoje as diferenças são muitas entre a sociedade da informação e a sociedade industrial, quando há um triunfo do individualismo moderno. As mudanças nas práticas sociais ocorrem, por exemplo, na expansão do tempo de trabalho quando a pessoa está “descansando”, e também se expandiu o tempo do ócio no trabalho. Comenta que as pessoas quando querem descansar de fato tem que desligar celular e ficar sem internet.

Na perspectiva das novas práticas sociais, o pesquisador relatou os resultados de uma pesquisa com jovens de 11 até 17 anos na Argentina, onde 100% dos entrevistados tinham televisão, 30% computador e 15% internet. A investigação revelou que nas famílias de menos recursos,  ter TV é importante porque é  a única atividade midiática de recreação  para compartir com seus filhos. Porém, os pais das crianças com mais recursos preferem que os filhos não assistam muita televisão por acreditarem que pode afetar sua educação e preferem que façam uso do computador nas atividades mídiaticas de lazer, embora eles possuam a opção de escolher. Também falou que jovens que tem internet em casa fazem um uso mais diverso da rede, enquanto os que não possuem e têm acesso  em lan houses preferem entrar em chats e jogar.

Mário Carlón defende a necessidade da academia investir e investigar com mais profundidade o que de fato está mudando no contexto social face aos avanços rápidos da tecnologia. O pesquisador veio à Santa Maria à convite dos cursos de Comunicação Social Jornalismo, Publicidade e Propaganda e a especialização em Comunicação e Projetos de Mídia da Unifra.

Fotos:  Diego Fontanella (Laboratório de Fotografia e Memória)

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