Como a greve dos bancários interferiu na sua vida?

Hoje, quase todas as agências bancárias da cidade voltaram a funcionar
normalmente, depois de um período em greve. A exceção é o Banrisul, que permanece por tempo
indeterminado em recesso.

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A decisão foi tomada ontem em uma reunião
no Clube Santamariense.  A assembleia pôs em votação as propostas da Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban), Banrisul, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Por maioria de votos, os empregados das
agências bancárias aprovaram as propostas
feitas pela Fenaban, Caixa  e Banco
do Brasil e essas agências voltam a funcionar normalmente
nessa terça-feira. A Federação
ofereceu reajuste salarial de 9% e reajuste diferenciado nos pisos de 12%. Por outro lado, os funcionários do Banrisul, em decisão
unânime, optaram pela manutenção da greve.

 Em nota à imprensa, o Sindicato dos Bancários diz que esta é considerada a maior greve da categoria nos últimos 20 anos. Em
alguns dias, o movimento grevista chegou a manter mais de 30 agências bancárias
sem atendimento em Santa Maria e região.

Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários, Marcelo
Carrion, que responde pelo Banrisul, não há previsão de quando o local irá
retomar seus trabalhos. “A assembléia do banco recusou a proposta, na verdade o
banco não apresentou uma alternativa. A manifestação continua na tentativa da
retomada da negociação. Foi chamado o Comando Nacional para negociação,
esperamos que haja uma proposta decente. A greve continua muito forte no
Banrisul em nível estadual ”, afirma. Ele esclarece que a agência funciona
parcialmente.

Enquete: Como a greve dos bancários interferiu na sua vida?

Robson Aires de Mesquita, pedreiro: “Não tenho como receber
meu salário, fazer saque e pegar meu cartão de crédito. Atrapalha a vida de
muitas pessoas na cidade, minhas contas estão atrasadas. Eles têm seus direitos
mais não há necessidade de prejudicar a população”.

Edgar Zwetsch, autônomo: “Particularmente não prejudicou em
nada as minhas transações bancárias. Para fazer esses serviços uso os terminais
eletrônicos”.

Cristiane Oliveira Soares, serviços gerais: “Em termos de
dinheiro me prejudicou em
tudo. Quem precisa receber o Pis ou qualquer tipo de
benefício sai prejudicado. A Caixa Econômica Federal está funcionado
normalmente, a parte interna do banco começa a funcionar a partir de amanhã”.

Bruna Mussolin, estudante universitária: “Como eu tenho
beneficio da UFSM, no caso eles deveriam depositar o dinheiro, não eu retirar
no caixa. Essa situação durou um mês, mais tenho como comprar a passagem de
ônibus e quem não tem ficou prejudicado”.

Humberto Braz, militar: “Pelo fato de eu ter algum negócio
como cartão de crédito, financiamento, encontrei dificuldades em realizar esse
tipo de transação. No caixa eletrônico é impossível de fazer. Com essa greve
prolongada você fica no prejuízo por não conseguir fazer essa negociação ”.

Altevir Oliveira dos Santos, militar da reserva: “Afetou
bastante todos os meus pagamentos. Eu trabalho com uma entidade que tem cheques
na rua e eles não puderam ser compensados devido à greve dos bancos. E quem é
que paga o prejuízo?”.

Cleuza Peralta de Andrade, aposentada: “Eu acho que em nada,
pois retiro meu dinheiro no caixa eletrônico. Concordo com a greve, tenho uma
filha bancária e acho justo ela lutar pelos seus direitos”.

Clândio Silva, motorista/entregador: “Não me senti
prejudicado com a greve. Essa manifestação é ruim, porque prejudica o pessoal
que trabalha com negociações em bancos”.

Colaborou: Raul Kurtz Cezar (acadêmico de Jornalismo)

Fotos: Alice Bollick (Laboratório de Fotografia e Memória) e Assessoria do Sindicato dos Bancários (foto da assembleia)