Júlio Kovalski, integrante da equipe da Agência Energy Comunicação Digital,agência catarinense parceira de conteúdo da ACS, conversou com exclusividade com o paraatleta da Fundação Municipal de Esportes e Lazer (FMEL) de Itajaí, Flávio Reitz, que estava em Londres disputando as Paraolimpíadas 2012.
Na segunda-feira (3) Flávio disputou a prova do salto em altura e conquistou um grande resultado, o 5º lugar com 1,68m, superando sua melhor marca em três centímetros. Um grande feito para o paraatleta que começou a praticar salto em altura há apenas um ano e meio. E, ainda superou tantas outras barreiras, o tumor no fêmur aos 16 anos que o obrigou a amputar a perna esquerda. Confira a entrevista.
Agência Energy: Como foi participar de uma paraolimpíada? Estar em um estádio grande, outro país, atletas de várias partes do mundo. Como você se sentiu?
Flávio Reitz: É uma experiência inexplicável, estou muito feliz. Ao mesmo tempo conhecer uma cidade como Londres, e poder estar entre os melhores paratletas do mundo, enquanto treina, em uma estrutura super moderna, observar os atuais recordistas treinando. Isso não tem como explicar.
Agência Energy: Você conquistou o 5º lugar, e principalmente uma marca importante para você. Para ir para Londres você saltou 1,65m e em Londres alcançou 1,68m. Como você explica essa progressão em tão pouco tempo? Os treinos durante a fase de aclimatação ajudaram?
Flávio Reitz: Quando saltei 1,65m para poder vir a Londres junto quebrei o recorde brasileiro. Com certeza concentrar em Manchester para treinar foi muito importante, me deu condição para poder lapidar o salto, concertar os erros. Aos poucos estou melhorando tecnicamente.
Agência Energy: Muitos esportistas no momento de um grande desafio são tomados por uma energia, empolgação e adrenalina que impulsionam ainda mais o atleta. Como você se sentiu no momento do salto? Você sentiu isso? O que passou pela sua cabeça, antes e depois do salto?
Flávio Reitz: Quando eu estava na prova, preparando para saltar, a sensação é inigualável. Ter cerca de 80 mil pessoas te olhando, aplaudindo, empurrando… é complicado de administrar. Apesar de ser a primeira competição desse nível, consegui usar essa energia a meu favor. Antes de saltar, a primeira coisa que me vinha na cabeça era a necessidade de acertar para poder continuar na prova e ao mesmo tempo vinha um sentimento de não decepcionar todas as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui. Quando passei 1,68m foi uma sensação indescritível, pois o meu objetivo em Londres era melhorar minha marca, nem que fosse um centímetro.
No fim, ficou a sensação de que poderia ter sido melhor. Mas fico feliz por ter melhorado e sabendo que ainda tenho muito que evoluir.