Assistindo ao 10º Fórum de Comunicação Social da Unifra tivemos acesso a diversos pontos de vistas em torno dos antigos e novos rumos da comunicação. Um dos aspectos importantes que deve ser ressaltado éjustamente considerar como desenvolvemos a comunicação até hoje, para podermos perceber o que mudou e, principalmente, entender como esse processo se modificou.
A pesquisa e a produção acadêmica, tema debatido pelo escritor e jornalista Juremir Machado, faz parte desse processo de percepção das mudanças. A pesquisa deve promover a descoberta; é preciso “desencobrir” a comunicação, fazer com que os sentidos apareçam. O trabalho do pesquisador em comunicação é fazer aparecer o que está encoberto.
Juremir falou muito da sua experiência como pesquisador e escritor. Para ele em ambas as áreas, principalmente na pesquisa, é necessário “tirar os óculos”, “ver com outros olhos”, um processo que ele denomina como estranhamento. Em outras palavras, é preciso sair da sua zona de conforto e entrar em outro mundo, com outras características. Para isso precisamos nos inserir totalmente nesse processo, para não descrever o mundo com nossos pré-conceitos.
A pesquisa exige uma desconstrução do objeto de estudo. Um bom pesquisador questiona a verdade, o conceito. Em pesquisa, nenhum objeto é totalmente definitivo. Se hoje um objeto está de determinado modo, ele passou por diversas transformações até ficar assim e ainda tem a possibilidade de se modicar. Aí está o papel do pesquisador: entender todos esses processos de transformações e possíveis mudanças.
Para descrever a pesquisa no jornalismo utilizo as palavras do próprio escritor: “Pesquisar é identificar temas que possam dar respostas e que nos façam transformar, pesquisar é surpreender”.
Por Camille Wegner, acadêmica do curso de Jornalismo/Unifra