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Clarissa Pippi e a memória afetiva

Eles passaram pelo curso de Jornalismo da Unifra.  Hoje estão no mercado de trabalho. São jornalistas, assessores, professores, pesquisadores, consultores. Atuam com a comunicação em diferentes partes do país e do mundo, e agora retornam em depoimentos sobre os 10 anos do curso.
Todos muito bem-vindos!

Clarissa Pippi formou-se no curso de Jornalismo/Unifra no ano de 2010.

Cheguei assim, meio de pára-quedas, um pouco sem graça, sem conhecer quase ninguém e com medo, muito medo da minha adaptação, ou a falta dela. “Uma universidade não faz o aluno, é seu esforço que o leva mais adiante”. Sempre escutei essa frase, pois sou filha de professores universitários e conversa sobre alunos sempre saltavam à mesa na hora do almoço, numa carona de carro… não tinha hora, nem momento. Mas acho que nisso meus pais estavam um pouco equivocados, talvez eles tenham vivido mais tempo como mestres e tenham esquecido a perspectiva de ser aluno, o frio na barriga, as dificuldades que estão por trás das descobertas enriquecedoras que se vislumbra numa universidade. Vim de transferência para a Unifra e, com certeza, para mim aquilo era uma experiência totalmente nova e um desafio constante, pois eu pertencia a outro local. Iniciei minha formação universitária em outra instituição. Apesar da sensação de peixe fora d’água que toda a readaptação causa, fui conhecendo cada cantinho e, pouco a pouco, tendo a sensação de estar me sentindo mais em casa.

De onde vim, a conversa com professores era algo mais restrito a trabalhos e provas, onde você tinha colegas diferentes a cada disciplina e a sensação de ser mais um número sempre estava presente. Não posso criticar, pois cada experiência tem um significado, mas não tenho dúvidas que nesta nova etapa fui acolhida numa faculdade com cara de lar, e foi ficando nítida a facilidade na interlocução e o sentimento de crescer junto com a instituição. Comecei só freqüentando aulas, participava bastante, e fazia estágio fora da faculdade. Aos poucos foi surgindo a necessidade de conhecer mais do meu curso, explorar as possibilidades que ele podia ofertar e com o apoio de muitos professores fui quebrando barreiras. Fiz um pouco de prática em cada canto. Comecei pela agencia de notícias, fiz algumas participações especiais na rádio e acabei ficando pela TV, onde o que mais aprendi foi lutar por meus objetivos.

A TV Unifra foi um espaço que explorei muito bem, pois quando tive a oportunidade de criar um programa com outros colegas e pude ver todo o processo acontecendo na minha frente. Desde o nascimento do seu formato, até conseguir colocá-lo no ar , fui aprendendo a vencer cada etapa e me apaixonando cada vez mais pela ideia. O programa falava das comunidades na periferia da cidade, e cada gravação tinha um significado singular em minha formação acadêmica. O encontro com uma realidade muito distante da que vivemos no centro da cidade fez crescer, e oportunizou naquele momento a verdadeira sensação de ser repórter, um investigador curioso e atento em contar histórias e unir pessoas. O programa em si, despertou em mim a vontade de entender esse universo, e tentar de alguma forma modificar outras realidades, servindo como interlocutora das alegrias e tristezas encontradas no caminho.

Durante os intervalos das gravações e aulas, estava eu, sentada nos banquinhos do pátio, conhecendo pessoas, dividindo meus momentos com colegas que permanecem em minha vida até hoje.

A relação com os professores também foi muito gratificante, pois nossos mestres muitas vezes fugiam da hierarquia estipulada e nos ofereciam um ombro amigo. Não foram poucas as lágrimas roladas durante a conclusão do curso, momento em que tudo parecia estar encerrando e a sensação de perda se misturava com a satisfação de ter chegado em minha meta. No trabalho de conclusão de curso, entendi e respeitei meus limites, encubando o conhecimento até que houvessem condições de organizá-lo em idéias. Foi assim que quatro anos passaram voando e deixaram muita saudade.

Vejo minha passagem pela universidade como a verdadeira descoberta de novos universos. Acredito que o encontro com pessoas de outras áreas, o amadurecimento pessoal e o aprofundamento em teorias da área, mudam nossa concepção de mundo e nos tornam seres humanos melhores.

Clarissa Pippi,  jornalista formada pela Unifra, proprietária da Tríplice  Assessoria de Comunicação, em Porto Alegre.

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Uma resposta

  1. Lindo texto Clarissa, parabéns. Está escrevendo melhor a cada dia. Vais longe, mas com toda certeza, tu já és um orgulho para a universidade, para os colegas, professores, amigos, familiares e para o sócio.

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Eles passaram pelo curso de Jornalismo da Unifra.  Hoje estão no mercado de trabalho. São jornalistas, assessores, professores, pesquisadores, consultores. Atuam com a comunicação em diferentes partes do país e do mundo, e agora retornam em depoimentos sobre os 10 anos do curso.
Todos muito bem-vindos!

Clarissa Pippi formou-se no curso de Jornalismo/Unifra no ano de 2010.

Cheguei assim, meio de pára-quedas, um pouco sem graça, sem conhecer quase ninguém e com medo, muito medo da minha adaptação, ou a falta dela. “Uma universidade não faz o aluno, é seu esforço que o leva mais adiante”. Sempre escutei essa frase, pois sou filha de professores universitários e conversa sobre alunos sempre saltavam à mesa na hora do almoço, numa carona de carro… não tinha hora, nem momento. Mas acho que nisso meus pais estavam um pouco equivocados, talvez eles tenham vivido mais tempo como mestres e tenham esquecido a perspectiva de ser aluno, o frio na barriga, as dificuldades que estão por trás das descobertas enriquecedoras que se vislumbra numa universidade. Vim de transferência para a Unifra e, com certeza, para mim aquilo era uma experiência totalmente nova e um desafio constante, pois eu pertencia a outro local. Iniciei minha formação universitária em outra instituição. Apesar da sensação de peixe fora d’água que toda a readaptação causa, fui conhecendo cada cantinho e, pouco a pouco, tendo a sensação de estar me sentindo mais em casa.

De onde vim, a conversa com professores era algo mais restrito a trabalhos e provas, onde você tinha colegas diferentes a cada disciplina e a sensação de ser mais um número sempre estava presente. Não posso criticar, pois cada experiência tem um significado, mas não tenho dúvidas que nesta nova etapa fui acolhida numa faculdade com cara de lar, e foi ficando nítida a facilidade na interlocução e o sentimento de crescer junto com a instituição. Comecei só freqüentando aulas, participava bastante, e fazia estágio fora da faculdade. Aos poucos foi surgindo a necessidade de conhecer mais do meu curso, explorar as possibilidades que ele podia ofertar e com o apoio de muitos professores fui quebrando barreiras. Fiz um pouco de prática em cada canto. Comecei pela agencia de notícias, fiz algumas participações especiais na rádio e acabei ficando pela TV, onde o que mais aprendi foi lutar por meus objetivos.

A TV Unifra foi um espaço que explorei muito bem, pois quando tive a oportunidade de criar um programa com outros colegas e pude ver todo o processo acontecendo na minha frente. Desde o nascimento do seu formato, até conseguir colocá-lo no ar , fui aprendendo a vencer cada etapa e me apaixonando cada vez mais pela ideia. O programa falava das comunidades na periferia da cidade, e cada gravação tinha um significado singular em minha formação acadêmica. O encontro com uma realidade muito distante da que vivemos no centro da cidade fez crescer, e oportunizou naquele momento a verdadeira sensação de ser repórter, um investigador curioso e atento em contar histórias e unir pessoas. O programa em si, despertou em mim a vontade de entender esse universo, e tentar de alguma forma modificar outras realidades, servindo como interlocutora das alegrias e tristezas encontradas no caminho.

Durante os intervalos das gravações e aulas, estava eu, sentada nos banquinhos do pátio, conhecendo pessoas, dividindo meus momentos com colegas que permanecem em minha vida até hoje.

A relação com os professores também foi muito gratificante, pois nossos mestres muitas vezes fugiam da hierarquia estipulada e nos ofereciam um ombro amigo. Não foram poucas as lágrimas roladas durante a conclusão do curso, momento em que tudo parecia estar encerrando e a sensação de perda se misturava com a satisfação de ter chegado em minha meta. No trabalho de conclusão de curso, entendi e respeitei meus limites, encubando o conhecimento até que houvessem condições de organizá-lo em idéias. Foi assim que quatro anos passaram voando e deixaram muita saudade.

Vejo minha passagem pela universidade como a verdadeira descoberta de novos universos. Acredito que o encontro com pessoas de outras áreas, o amadurecimento pessoal e o aprofundamento em teorias da área, mudam nossa concepção de mundo e nos tornam seres humanos melhores.

Clarissa Pippi,  jornalista formada pela Unifra, proprietária da Tríplice  Assessoria de Comunicação, em Porto Alegre.