Na última terça-feira, 10, o ex-presidente da República tomou posse como novo “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL). Colegas da política acompanharam a posse de FHC, entre eles, Geraldo Alckmin – governador de São Paulo -, Aécio Neves, senador mineiro, José Serra, ex-governador de São Paulo, e Tasso Jereissati, ex-senador. Também estiveram presentes o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo, o cantor Gilberto Gil e muitos acadêmicos.
No discurso de posse, o novo “imortal” homenageia Ruth Cardoso, lembrando que a esposa falecida em 2008 sempre foi o seu esteio. “A Ruth sempre teve a mente mais aberta que a minha e me ensinou a ser menos acadêmico. Ela sempre foi mais voltada para as coisas concretas, é o que tento ser”, explicou. FHC fez também referência aos protestos ocorridos no Brasil: “Cabe a todos nós, políticos, artistas, escritores, cientistas ou, simplesmente, cidadãos que prezam a liberdade, passarmos da escuta à ação, para tecer os fios institucionais pelos quais possam fluir os anseios de liberdade, dignidade, participação e maior igualdade dos que clamam nas ruas”, disse.
Apesar da idade avançada (82anos), FHC tem uma agenda política pesada, a qual tentará conciliar com o seu próprio instituto e a vida de “imortal”. Ele espera que a sua chegada possa servir de exemplo de renovação para a ABL. Fernando Henrique Cardoso é sociólogo e foi presidente da República ao longo de dois mandatos, entre 1995 e 2002. Já publicou como autor e couautor, mais de 20 livros e 100 artigos acadêmicos. Suas obras são orientadas pelas relações internacionais, ciências políticas, avaliação de cenários econômicos e sociologia. Segundo o ex-presidente, o importante na vida é ser curioso e na ABL vai ter a oportunidade de aguçar a sua curiosidade já que na academia as formações são diferentes, principalmente voltadas para a literatura. “Ainda estou chegando, mas espero não ser tão catético e trazer renovação para a ABL”, discursa.
A eleição de FHC ocorreu em junho deste ano, quando obteve 34 dos 39 votos possíveis. O ex-presidente da República será o sexto patrono da cadeira que já foi ocupada, na ordem cronológica, pelo médico Clementino Fraga, pelo bioquímico Paulo Carneiro, pelo diplomata José Guilherme Merquior e pelo jornalista João de Scatimburgo. Fernando Henrique Cardoso vai ocupar a cadeira número 36, que pertencia ao jornalista João de Scantimburgo, sendo assim, o terceiro pex-presidente a tomar posse na Academia Brasileira de Letras, depois de Getúlio Vargas e José Sarney.
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