Os frequentadores de academias das diversas cidades do país estão notando algo de diferente entre os aparelhos e as anilhas, os conhecidos pesos. Um novo tipo de público, também em busca de qualidade de vida e um corpo melhor, começa a tomar conta desses ambientes: adultos de 60 anos ou mais, conhecidos como a terceira idade.
![foto_guilherme](https://i0.wp.com/centralsul.ufn.edu.br/wp-content/uploads/sites/6/2013/11/foto_guilherme-300x244.jpg?resize=300%2C244)
Esse aumento deve-se ao fato de que a população brasileira, segundo os índices do IBGE, está envelhecendo e levando uma preocupação com a saúde e bem-estar. A divulgação dos esportes e o incentivo de uma vida mais longa, com qualidade, também tem suporte da programação de TV, com programas sobre saúde e o que fazer para mantê-la.
Para o educador físico Luciano Alassia, de 40 anos, a mídia tem também um papel importante no crescimento do número de idosos em academias, através da divulgação dos benefícios que os exercícios podem trazer para todas as pessoas.
A prática de exercícios por pessoas idosas pode trazer grandes benefícios à saúde das pessoas. Segundo pesquisas das grandes universidades do mundo, não apenas melhora a qualidade de vida, mas também diminui os índices de doenças crônicas e combate a ansiedade.
O professor aposentado e um dos fundadores do centro de educação física da UFSM, Pedro Lang, 71, vai à academia todos os dias e afirmou que os exercícios físicos tornam sua vida muito mais prática: “A academia é aquele remédio que não se compra na farmácia”. Segundo ele, a longevidade está ligada aos exercícios, quando vai a academia, além de fortalecer os músculos e o tecido ósseo, também acaba fortalecendo os tendões e ligamentos. Esse fortalecimento, por sua vez ,diminui com os acidentes e tombos de pessoas da terceira idade, que muitas vezes por falta de equilíbrio acabam se machucando sozinhas em casa.
O educador físico Luciano, que é instrutor em academia afirma também que a forma de trabalhar com idosos é a mesma para todas as pessoas. “Eles preferem ser tratados de maneira igual se comparados aos demais, o cuidado com eles é em relação a carga de peso, ou com a ansiedade de alguns que querem fazer tudo, mas depende de cada um”.
Combate à osteoporose
A osteoporose é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza-se quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente e desenvolve ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fraturas. Faz parte do processo normal de envelhecimento, e é mais comum em mulheres do que em homens. Uma forma de combater essa doença que prejudica a locomoção, principalmente dos idosos, o exercício físico é indicado como forma de fortalecer os ossos. Exercícios de musculação e de impacto, como corrida, estimulam a formação de massa óssea e impedem a progressão da doença. A dor também diminui porque a atividade física estimula a produção da substância osteoprotegerina, que protege os ossos.
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=v2IKEWAi5LE”]
Exemplos de idosos fortes são frequentes no mundo dos esportes
![foto_gui_divulgação](https://i0.wp.com/centralsul.ufn.edu.br/wp-content/uploads/sites/6/2013/11/foto_gui_divulgação-300x198.jpg?resize=300%2C198)
Geralmente tachados como fracos e sem resistência física, os praticantes da terceira idade vêm surpreendendo a todos. Em 2013, o atleta mais velho a completar uma maratona decidiu se despedir do esporte. Fauja Singh completou em fevereiro a maratona de Hong Kong, na época com 101 anos.
O indiano fez história ao ser o homem mais velho a completar uma maratona, ao completar a maratona de Toronto, em 2011, com 100 anos, porém o feito não foi reconhecido pelo Guinness World Records, porque o atleta não possui uma certidão de nascimento para provar sua idade.
Com o aumento da expectativa de vida e um crescimento nas informações sobre uma melhor qualidade de vida, a sociedade deve conviver com necessidades e as possibilidades de ter uma vida boa por mais tempo.
= Veja um trecho da maratona do esportista centenário:
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=Jh4Kxofb4SE”]
Por Guilherme Motta