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Finados, um feriado para lembrar quem não está mais aqui

Dois de novembro é a data atribuída pela Igreja Católica para homenagear as pessoas que já morreram. A data é lembrada a partir do século XIII, porém desde o século XI, os Papas Silvestre II, João XVII e Leão IX já obrigavam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No México, a data é celebrada com festas em homenagem aos falecidos. Para os mexicanos não se trata de um dia de melancolia e turistas visitam o país em virtude da comemoração.

A escolha deste dia se deu em virtude do dia de todos os santos, primeiro de novembro, pois os religiosos acreditavam que as pessoas, ao morrer, entram em estado de graça. Alguns símbolos são utilizados no dia de finados como os crisântemos, que por serem flores mais resistentes são usados em velórios. Já as velas significam a luz do falecido, as coisas boas que eles deixaram para os parentes vivos.

O assunto não é agradável, porém a morte é certa para qualquer ser vivo. Além disso, é comum as pessoas evitarem falar sobre a questão quando possuem doentes próximos. A futura professora de Língua Portugesa, Carolina Meireles Anjos, 34, não gosta de falar em morte, já que em apenas dois anos perdeu vários parentes: avós, bisavós e dindas. “Quando eu era criança meus pais escondiam assuntos de morte. Hoje faço o mesmo com o meu filho Iuri de 8 anos. Evito que ele escute noticiários que falem de tragédias, pois não precisa saber disso tão novo”, comenta. Quanto ao dia de finados, Carolina diz que para ela é um dia como outro qualquer.

Há quem encare a situação com mais naturalidade e, aqueles que valorizam a data como um momento importante de lembrar e valorizar quem já não está mais entre nós.  “A morte é uma mudança de fase. Pode ser morte física, mas também pode ser a morte de um sentimento ou relacionamento. É o fim de uma etapa”, considera a acadêmica do curso de Letras-Inglês do Centro Universitário Franciscano, Amanda Pias, 31. Ela explica que nunca pensou no ser humano só como um corpo, mas muito mais do que isso. “No dia de finados aproveito para ficar com a família e relembrar os entes queridos, mas não vou ao cemitério”, comenta.

Há inúmeras crendices populares a respeito do Dia dos Mortos. Uma delas diz que não se deve levar terra de cemitério para dentro das casas, dá azar. Outra diz que se chover ou estiver nublado no dia é por causa das lágrimas de saudades daqueles que deixaram seus parentes na terra.

No Brasil, no dia de finados famílias limpam e enfeitam os túmulos, acendem velas, fazem preces pela alma dos mortos, mandam rezar missas. Enquanto algumas pessoas passam por períodos mais reflexivos  em família, outras por vários motivos, religiosos ou não, não cultuam uma data específica para quem já faleceu. Daiane Carvalho, 24, do curso de Letras/Inglês, não se importa com a data. “No dia de finados vou ao cemitério pelo incentivo da família. Não é uma iniciativa minha, porém respeito a atitude deles”, comenta. Este ano, perdeu dois amigos no incêndio da boate Kiss e até hoje não acredita no que aconteceu.

Para a acadêmica de Letras-Português, Pâmela Leão, 22, datas religiosas também não significam nada. Ela declara que a morte é um fenômeno natural e que nunca perdeu parentes próximos. Já a estudante de Publicidade e Propaganda Emely Angeli, 24 anos, considera importante relembrar as pessoas que morreram e demonstrar a saudade que sente com homenagens no dia 2 de novembro mesmo sem ter tido este incentivo em casa. “Meus pais nunca me explicaram a respeito da morte. Diziam que a pessoa morre e pronto. […] Não vou sempre ao cemitério, mas nessa data eu procuro ir”,explica.

O Dia de Finados é importante para refletir e lembrar as pessoas que já partiram. Porém,  é importante reforçar os vínculos e nossas relações com amigos e parentes enquanto estão do nosso lado. Aproveitemos.

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Dois de novembro é a data atribuída pela Igreja Católica para homenagear as pessoas que já morreram. A data é lembrada a partir do século XIII, porém desde o século XI, os Papas Silvestre II, João XVII e Leão IX já obrigavam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No México, a data é celebrada com festas em homenagem aos falecidos. Para os mexicanos não se trata de um dia de melancolia e turistas visitam o país em virtude da comemoração.

A escolha deste dia se deu em virtude do dia de todos os santos, primeiro de novembro, pois os religiosos acreditavam que as pessoas, ao morrer, entram em estado de graça. Alguns símbolos são utilizados no dia de finados como os crisântemos, que por serem flores mais resistentes são usados em velórios. Já as velas significam a luz do falecido, as coisas boas que eles deixaram para os parentes vivos.

O assunto não é agradável, porém a morte é certa para qualquer ser vivo. Além disso, é comum as pessoas evitarem falar sobre a questão quando possuem doentes próximos. A futura professora de Língua Portugesa, Carolina Meireles Anjos, 34, não gosta de falar em morte, já que em apenas dois anos perdeu vários parentes: avós, bisavós e dindas. “Quando eu era criança meus pais escondiam assuntos de morte. Hoje faço o mesmo com o meu filho Iuri de 8 anos. Evito que ele escute noticiários que falem de tragédias, pois não precisa saber disso tão novo”, comenta. Quanto ao dia de finados, Carolina diz que para ela é um dia como outro qualquer.

Há quem encare a situação com mais naturalidade e, aqueles que valorizam a data como um momento importante de lembrar e valorizar quem já não está mais entre nós.  “A morte é uma mudança de fase. Pode ser morte física, mas também pode ser a morte de um sentimento ou relacionamento. É o fim de uma etapa”, considera a acadêmica do curso de Letras-Inglês do Centro Universitário Franciscano, Amanda Pias, 31. Ela explica que nunca pensou no ser humano só como um corpo, mas muito mais do que isso. “No dia de finados aproveito para ficar com a família e relembrar os entes queridos, mas não vou ao cemitério”, comenta.

Há inúmeras crendices populares a respeito do Dia dos Mortos. Uma delas diz que não se deve levar terra de cemitério para dentro das casas, dá azar. Outra diz que se chover ou estiver nublado no dia é por causa das lágrimas de saudades daqueles que deixaram seus parentes na terra.

No Brasil, no dia de finados famílias limpam e enfeitam os túmulos, acendem velas, fazem preces pela alma dos mortos, mandam rezar missas. Enquanto algumas pessoas passam por períodos mais reflexivos  em família, outras por vários motivos, religiosos ou não, não cultuam uma data específica para quem já faleceu. Daiane Carvalho, 24, do curso de Letras/Inglês, não se importa com a data. “No dia de finados vou ao cemitério pelo incentivo da família. Não é uma iniciativa minha, porém respeito a atitude deles”, comenta. Este ano, perdeu dois amigos no incêndio da boate Kiss e até hoje não acredita no que aconteceu.

Para a acadêmica de Letras-Português, Pâmela Leão, 22, datas religiosas também não significam nada. Ela declara que a morte é um fenômeno natural e que nunca perdeu parentes próximos. Já a estudante de Publicidade e Propaganda Emely Angeli, 24 anos, considera importante relembrar as pessoas que morreram e demonstrar a saudade que sente com homenagens no dia 2 de novembro mesmo sem ter tido este incentivo em casa. “Meus pais nunca me explicaram a respeito da morte. Diziam que a pessoa morre e pronto. […] Não vou sempre ao cemitério, mas nessa data eu procuro ir”,explica.

O Dia de Finados é importante para refletir e lembrar as pessoas que já partiram. Porém,  é importante reforçar os vínculos e nossas relações com amigos e parentes enquanto estão do nosso lado. Aproveitemos.