Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Santa Maria volta às ruas

Manifestação reuniu cerca de 15 mil pessoas em Santa Maria. Fotos: Renan Mattos.

De guarda-chuvas, capas ou mesmo exposto à água que caia sob o frio e 12º o movimento foi articulado inicialmente nas redes sociais (#vemprarua) ganhou força em Santa Maria. Faixas, cartazes e gritos traduziam a revolta e a vontade de mudança. Muitos manifestantes faziam menção à tragédia de 27 de janeiro através frases como: “Nós temos 242 motivos a mais para lutar” e “Bem vindos a Santa Maria onde a vida de jovens não tem valor nenhum”. O prefeito e a atual administração municipal também foram alvo de críticas através de manifestações do tipo: “Não queremos Natal do Coração, queremos Justiça e educação”. Já o nome dos vereadores municipais estampavam caixas de pizza em repúdio à CPI da Boate Kiss.

Cartazes remetiam à tragédia da boate Kiss.

Conforme informado por Jair Francisco de Oliveira, capitão da Brigada Militar, o protesto foi pacífico com a exceção de dois fatos isolados em que uma viatura da polícia e a vidraça de uma imobiliária foram apedrejadas. Ninguém foi detido. Após a depredação os manifestantes vaiaram os infratores e sentaram-se no chão. Logo após, organizadores do protesto lamentaram o incidente e varreram os vidros espalhados pela calçada em frente à imobiliária atingida.

No sábado (22) está prevista uma nova manifestação com início marcado para às 10h e saída da Praça Saldanha Marinho.

Manifestantes limparam estilhaços de vidro de uma janela quebrada.

A reportagem ouviu quem participou da manifestação:

“Foi uma manifestação bonita de se ver, percebi que as pessoas realmente queriam estar ali na busca de uma cidade e país melhores. Todo mundo se comportou de maneira pacífica. Apesar, das 2 ocorrências que eu fiquei sabendo hoje, mas em nenhum momento da manifestação eu vi atos de vandalismo ou violência” (Bibiana Poche Florio, 20 anos – Estudante de História)

Manifestantes se envolveram na bandeira brasileira.

“É um sentimento de descontentamento com o cenário político atual que não tem orientação alguma deixando os setores mais carentes da sociedade desolados que são: saúde, educação e trabalho – os pilares básicos para a evolução de uma sociedade justa. Os setores de transporte que foram o estopim da crise são mal geridos. O politico de hoje é impune a qualquer situação, pois não há lei com rigor que possa punir quaisquer crimes por eles cometidos. Ainda vamos longe, se fizermos uma análise de todas as amarguras e mazelas da sociedade!”(Arthur Appel Junior, 29 anos – Advogado)

“É uma manifestação positiva, um levante por parte os jovens. Não podemos mais suportar o empresariado, que corre o risco de amanhã ou depois subir o valor da passagem .”(Wolmar Heringer, 58 anos – Aposentado)

“Os jovens do país acordaram, há uma outra consciência, há um novo tempo”. (Padre Xico Bianchini)

“É um movimento muito engajado em que a maioria dos protestantes reconhecem as verdadeiras causas coletivas e não as causas pessoais. Os problemas são diversos e é uma mobilização que solidarizou inclusive outros países.”(Marcelo Di Fante Camillo, 21 anos – Formado em Filosofia)

“Achei lindo, ótimo! Santa Maria está de parabéns pela atitude e participação que mesmo debaixo de frio e chuva, não desistiu! Tivemos uma representatividade muito boa e isso só tende a crescer! Amanhã [sábado] a força vai ser ainda maior.”(Nivia Braido, 26 anos – Arquiteta)

“Os jovens deveriam ter vindo ainda antes. Estamos juntos e a minha principal luta é pelo fim do fator previdenciário!”(Antonio Valmor Schieffelbein, 73 anos – Aposentado)

“Estávamos muito organizados. Deixamos as calçadas livres pra quem queria passar e quando alguém batia nos contêineres de lixo sempre tinha alguém pra inibir a depredação. Foi uma bela manifestação e eu, particularmente, fui pra rua porque não tolero assistir sentada tanta notícia sobre corrupção no nosso país. Sairei sempre que for possível.”(Daiane Diniz, 30 anos – Cantora)

“Este é um preparatório para o que teremos sábado e que agregará movimentos poulares, sociais, sindicais. Tudo isso legitima um estado democrático!” (Eloiz Guimarães Cristino, 51 anos – Funcionário Público Federal)

 O dia que o comércio santa-mariense fechou as portas para os manifestantes

Lojas fecharam as portas com receio de violência.

Quem passou pelo centro da cidade após às 16h pode perceber que  a maioria dos estabelecimentos fecharam as portas. Isso porque, a Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) sugeriu aos associados que fechassem as portas “para evitar qualquer problema, com pessoas que podem estar mal intencionadas, aproveitando-se da grande mobilização popular”. http://www.cdlsm.com.br/index.php?id=noticia&idnoticia=192

Somaram-se a isso algumas rotas de ônibus modificadas pela prefeitura, ruas fechadas e a solicitação de creches e escolas particulares que dispensaram os alunos por volta das 15h30.

O sócio-gerente de uma livraria do centro a cidade explicou que a opção por fechar também foi motivada pelas depredações ocorridas em outras cidades do Brasil:

“Fechamos em função do que foi apresentado pelos próprios meios de comunicação, para proteger o nossos funcionários e evitar que quebrem alguma coisa. Fiquei sabendo que muitas máscaras foram vendidas e esse é um indicativo que as pessoas que as usarem estão com outras intenções. Mas acho que não haverá violenta”, avalia Antônio Emídio Milanez, de 65 anos.

Em contraste com os demais representantes do comércio, uma loja de calçados do calçadão elogiou a manifestação e decidiu manter o local em funcionamento.

“A gente concorda com a manifestação e entende que não há motivos para que não seja pacífica. Conforme indicado pela direção, manteremos a loja aberta”, informa a gerente Marta Bressan, de 46 anos.

Para a manifestação do sábado (22), o CDL mantém as mesmas instruções.

Reportagem: Pâmela Rubin Matge

Fotos: Renan Mattos

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Manifestação reuniu cerca de 15 mil pessoas em Santa Maria. Fotos: Renan Mattos.

De guarda-chuvas, capas ou mesmo exposto à água que caia sob o frio e 12º o movimento foi articulado inicialmente nas redes sociais (#vemprarua) ganhou força em Santa Maria. Faixas, cartazes e gritos traduziam a revolta e a vontade de mudança. Muitos manifestantes faziam menção à tragédia de 27 de janeiro através frases como: “Nós temos 242 motivos a mais para lutar” e “Bem vindos a Santa Maria onde a vida de jovens não tem valor nenhum”. O prefeito e a atual administração municipal também foram alvo de críticas através de manifestações do tipo: “Não queremos Natal do Coração, queremos Justiça e educação”. Já o nome dos vereadores municipais estampavam caixas de pizza em repúdio à CPI da Boate Kiss.

Cartazes remetiam à tragédia da boate Kiss.

Conforme informado por Jair Francisco de Oliveira, capitão da Brigada Militar, o protesto foi pacífico com a exceção de dois fatos isolados em que uma viatura da polícia e a vidraça de uma imobiliária foram apedrejadas. Ninguém foi detido. Após a depredação os manifestantes vaiaram os infratores e sentaram-se no chão. Logo após, organizadores do protesto lamentaram o incidente e varreram os vidros espalhados pela calçada em frente à imobiliária atingida.

No sábado (22) está prevista uma nova manifestação com início marcado para às 10h e saída da Praça Saldanha Marinho.

Manifestantes limparam estilhaços de vidro de uma janela quebrada.

A reportagem ouviu quem participou da manifestação:

“Foi uma manifestação bonita de se ver, percebi que as pessoas realmente queriam estar ali na busca de uma cidade e país melhores. Todo mundo se comportou de maneira pacífica. Apesar, das 2 ocorrências que eu fiquei sabendo hoje, mas em nenhum momento da manifestação eu vi atos de vandalismo ou violência” (Bibiana Poche Florio, 20 anos – Estudante de História)

Manifestantes se envolveram na bandeira brasileira.

“É um sentimento de descontentamento com o cenário político atual que não tem orientação alguma deixando os setores mais carentes da sociedade desolados que são: saúde, educação e trabalho – os pilares básicos para a evolução de uma sociedade justa. Os setores de transporte que foram o estopim da crise são mal geridos. O politico de hoje é impune a qualquer situação, pois não há lei com rigor que possa punir quaisquer crimes por eles cometidos. Ainda vamos longe, se fizermos uma análise de todas as amarguras e mazelas da sociedade!”(Arthur Appel Junior, 29 anos – Advogado)

“É uma manifestação positiva, um levante por parte os jovens. Não podemos mais suportar o empresariado, que corre o risco de amanhã ou depois subir o valor da passagem .”(Wolmar Heringer, 58 anos – Aposentado)

“Os jovens do país acordaram, há uma outra consciência, há um novo tempo”. (Padre Xico Bianchini)

“É um movimento muito engajado em que a maioria dos protestantes reconhecem as verdadeiras causas coletivas e não as causas pessoais. Os problemas são diversos e é uma mobilização que solidarizou inclusive outros países.”(Marcelo Di Fante Camillo, 21 anos – Formado em Filosofia)

“Achei lindo, ótimo! Santa Maria está de parabéns pela atitude e participação que mesmo debaixo de frio e chuva, não desistiu! Tivemos uma representatividade muito boa e isso só tende a crescer! Amanhã [sábado] a força vai ser ainda maior.”(Nivia Braido, 26 anos – Arquiteta)

“Os jovens deveriam ter vindo ainda antes. Estamos juntos e a minha principal luta é pelo fim do fator previdenciário!”(Antonio Valmor Schieffelbein, 73 anos – Aposentado)

“Estávamos muito organizados. Deixamos as calçadas livres pra quem queria passar e quando alguém batia nos contêineres de lixo sempre tinha alguém pra inibir a depredação. Foi uma bela manifestação e eu, particularmente, fui pra rua porque não tolero assistir sentada tanta notícia sobre corrupção no nosso país. Sairei sempre que for possível.”(Daiane Diniz, 30 anos – Cantora)

“Este é um preparatório para o que teremos sábado e que agregará movimentos poulares, sociais, sindicais. Tudo isso legitima um estado democrático!” (Eloiz Guimarães Cristino, 51 anos – Funcionário Público Federal)

 O dia que o comércio santa-mariense fechou as portas para os manifestantes

Lojas fecharam as portas com receio de violência.

Quem passou pelo centro da cidade após às 16h pode perceber que  a maioria dos estabelecimentos fecharam as portas. Isso porque, a Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) sugeriu aos associados que fechassem as portas “para evitar qualquer problema, com pessoas que podem estar mal intencionadas, aproveitando-se da grande mobilização popular”. http://www.cdlsm.com.br/index.php?id=noticia&idnoticia=192

Somaram-se a isso algumas rotas de ônibus modificadas pela prefeitura, ruas fechadas e a solicitação de creches e escolas particulares que dispensaram os alunos por volta das 15h30.

O sócio-gerente de uma livraria do centro a cidade explicou que a opção por fechar também foi motivada pelas depredações ocorridas em outras cidades do Brasil:

“Fechamos em função do que foi apresentado pelos próprios meios de comunicação, para proteger o nossos funcionários e evitar que quebrem alguma coisa. Fiquei sabendo que muitas máscaras foram vendidas e esse é um indicativo que as pessoas que as usarem estão com outras intenções. Mas acho que não haverá violenta”, avalia Antônio Emídio Milanez, de 65 anos.

Em contraste com os demais representantes do comércio, uma loja de calçados do calçadão elogiou a manifestação e decidiu manter o local em funcionamento.

“A gente concorda com a manifestação e entende que não há motivos para que não seja pacífica. Conforme indicado pela direção, manteremos a loja aberta”, informa a gerente Marta Bressan, de 46 anos.

Para a manifestação do sábado (22), o CDL mantém as mesmas instruções.

Reportagem: Pâmela Rubin Matge

Fotos: Renan Mattos