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Santa Maria, RS, Brazil

As escolhas da mulher ao humanizar o parto

Um método de assistência ao parto centrado na mulher. Esta seria a definição do Parto Humanizado, uma ação incentivada pelo Ministério da Saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde é proposto um novo auxílio no atendimento focado na liberdade às escolhas da gestante.

De acordo com a professora de Enfermagem Claudia Diaz, para ocorrer a humanização do parto, há um preparo durante os nove meses de gestação. “É um trabalho que exige dedicação, tempo e orientação”, ela conta.

Através da humanização, a mulher participa do planejamento para a realização do parto vaginal (normal) desde o pré-natal, utilizando técnicas para a diminuição da dor, como a da bola suíça. Além da possibilidade de escolher o ambiente, a posição e as pessoas que estarão acompanhando o nascimento do bebê. “É importante que o lugar seja agradável para o recém-nascido”, comenta Claudia. O ideal é que não haja choque externo de temperatura.

A humanização do parto não significa mais uma nova técnica, mas, sim, o respeito à fisiologia da mulher. Foto: Carla Raiter (http://carlaraiter.com/fotografia-de-parto)
A humanização do parto não significa mais uma nova técnica, mas, sim, o respeito à fisiologia da mulher. Foto: Carla Raiter (http://carlaraiter.com/fotografia-de-parto)

Diversas pós-graduações e residências em Enfermagem Obstétrica qualificam os enfermeiros a atuarem no cuidado à saúde da mulher e nos processos de gestação, parto e nascimento, entre as quais, a Especialização em Enfermagem Obstétrica, no  Centro Universitário Franciscano. “Toda a formação, as aulas e o acompanhamento prático das residentes são para mudar essa realidade. O objetivo da residência é difundir o atendimento humanizado”, explica a professora Claudia.

Para ela, a razão pela alta taxa de partos cirúrgicos em mulheres brasileiras está ligada à visão negativa do parto vaginal: “A mulher ter a opção de participar do trabalho de parto, estar com a família e se sentir segurança com a equipe, faz com que ela mude a visão e queira vivenciar esse momento”.

A mulher grávida precisa estar atenta e conhecer as diferenças entre o Parto Vaginal (normal), o Parto Humanizado e o Parto Cesárea, para então decidir uma forma de nascimento não prejudicial a sua saúde e a do bebê:

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Assistência de parto: a doula

A gestante tem a opção de buscar o suporte da doula, para apoiar e informar os pais antes, durante e após o parto. Ela não é uma profissional da saúde e não conta como acompanhante na hora do parto, porém para atuar como doula é preciso fazer um curso de capacitação.

“Embora eu seja da área da saúde, não intervenho no parto. Apenas faço o apoio físico e emocional”, conta a enfermeira Kelen Pompeu, doula desde 2007. De acordo com ela, o acompanhamento é feito com base no plano de parto, um documento que registra as expectativas da mulher para o nascimento. “Não vendemos contos de fadas. A dica é informação. Empoderamento”.

Informação, preparação e apoio são essenciais para a realização do parto humanizado. Foto: Carla Raiter (http://carlaraiter.com/fotografia-de-parto)
Informação, preparação e apoio são essenciais para a realização do parto humanizado. Foto: Carla Raiter

Exercícios, massagens e banhos quentes são alguns dos processos feitos pela acompanhante. “Também conversamos sobre o processo pós-parto. Às vezes, a mulher precisa de alguém para conversar”.

Para isso, em Santa Maria, existe o grupo “Nascer Sorrindo”, um GAPP (Grupos Apoiados pela Parto do Princípio) composto por quatro doulas, cujo grupo é vinculado à Rede Parto do Princípio. Com encontros mensais e gratuitos, o objetivo é gerar bate-papos sobre diversos assuntos, entre eles: parto, pós parto e amamentação.

Kelen acompanhou o nascimento da sobrinha. “Estava como doula, como tia e como enfermeira”. Foi um desafio aprender a separar o lado afetivo do profissional. “Tem que lembrar que tu estás ali para dar apoio”. Mas Kelen relembra: “Com certeza, o nascimento dela foi o mais marcante”.

    O documentário "O Renascimento do Parto" teve financiamento coletivo através do site Benfeitoria. (Foto: Reprodução)
O documentário “O Renascimento do Parto” teve financiamento coletivo através do site Benfeitoria. Foto: Reprodução

O Renascimento do Parto – O Filme

O longa “O Renascimento do Parto”, dirigido e produzido por Eduardo Chauvet e Érica de Paula, conta a realidade obstétrica brasileira, caracterizado por ser o país com o maior número de cirurgias cesarianas no sistema privado, que chega a 95%. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a recomendação é que o número de partos por procedimentos cirúrgicos seja de 15%.

O documentário traz relatos de especialistas na área e experiências de mulheres a partir de seus partos. A produção de sua segunda parte foi financiada colaborativamente pelo site Benfeitoria e tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2015.

 

Por Renata Teixeira para a disciplina de Jornalismo Online

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Um método de assistência ao parto centrado na mulher. Esta seria a definição do Parto Humanizado, uma ação incentivada pelo Ministério da Saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde é proposto um novo auxílio no atendimento focado na liberdade às escolhas da gestante.

De acordo com a professora de Enfermagem Claudia Diaz, para ocorrer a humanização do parto, há um preparo durante os nove meses de gestação. “É um trabalho que exige dedicação, tempo e orientação”, ela conta.

Através da humanização, a mulher participa do planejamento para a realização do parto vaginal (normal) desde o pré-natal, utilizando técnicas para a diminuição da dor, como a da bola suíça. Além da possibilidade de escolher o ambiente, a posição e as pessoas que estarão acompanhando o nascimento do bebê. “É importante que o lugar seja agradável para o recém-nascido”, comenta Claudia. O ideal é que não haja choque externo de temperatura.

A humanização do parto não significa mais uma nova técnica, mas, sim, o respeito à fisiologia da mulher. Foto: Carla Raiter (http://carlaraiter.com/fotografia-de-parto)
A humanização do parto não significa mais uma nova técnica, mas, sim, o respeito à fisiologia da mulher. Foto: Carla Raiter (http://carlaraiter.com/fotografia-de-parto)

Diversas pós-graduações e residências em Enfermagem Obstétrica qualificam os enfermeiros a atuarem no cuidado à saúde da mulher e nos processos de gestação, parto e nascimento, entre as quais, a Especialização em Enfermagem Obstétrica, no  Centro Universitário Franciscano. “Toda a formação, as aulas e o acompanhamento prático das residentes são para mudar essa realidade. O objetivo da residência é difundir o atendimento humanizado”, explica a professora Claudia.

Para ela, a razão pela alta taxa de partos cirúrgicos em mulheres brasileiras está ligada à visão negativa do parto vaginal: “A mulher ter a opção de participar do trabalho de parto, estar com a família e se sentir segurança com a equipe, faz com que ela mude a visão e queira vivenciar esse momento”.

A mulher grávida precisa estar atenta e conhecer as diferenças entre o Parto Vaginal (normal), o Parto Humanizado e o Parto Cesárea, para então decidir uma forma de nascimento não prejudicial a sua saúde e a do bebê:

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Assistência de parto: a doula

A gestante tem a opção de buscar o suporte da doula, para apoiar e informar os pais antes, durante e após o parto. Ela não é uma profissional da saúde e não conta como acompanhante na hora do parto, porém para atuar como doula é preciso fazer um curso de capacitação.

“Embora eu seja da área da saúde, não intervenho no parto. Apenas faço o apoio físico e emocional”, conta a enfermeira Kelen Pompeu, doula desde 2007. De acordo com ela, o acompanhamento é feito com base no plano de parto, um documento que registra as expectativas da mulher para o nascimento. “Não vendemos contos de fadas. A dica é informação. Empoderamento”.

Informação, preparação e apoio são essenciais para a realização do parto humanizado. Foto: Carla Raiter (http://carlaraiter.com/fotografia-de-parto)
Informação, preparação e apoio são essenciais para a realização do parto humanizado. Foto: Carla Raiter

Exercícios, massagens e banhos quentes são alguns dos processos feitos pela acompanhante. “Também conversamos sobre o processo pós-parto. Às vezes, a mulher precisa de alguém para conversar”.

Para isso, em Santa Maria, existe o grupo “Nascer Sorrindo”, um GAPP (Grupos Apoiados pela Parto do Princípio) composto por quatro doulas, cujo grupo é vinculado à Rede Parto do Princípio. Com encontros mensais e gratuitos, o objetivo é gerar bate-papos sobre diversos assuntos, entre eles: parto, pós parto e amamentação.

Kelen acompanhou o nascimento da sobrinha. “Estava como doula, como tia e como enfermeira”. Foi um desafio aprender a separar o lado afetivo do profissional. “Tem que lembrar que tu estás ali para dar apoio”. Mas Kelen relembra: “Com certeza, o nascimento dela foi o mais marcante”.

    O documentário "O Renascimento do Parto" teve financiamento coletivo através do site Benfeitoria. (Foto: Reprodução)
O documentário “O Renascimento do Parto” teve financiamento coletivo através do site Benfeitoria. Foto: Reprodução

O Renascimento do Parto – O Filme

O longa “O Renascimento do Parto”, dirigido e produzido por Eduardo Chauvet e Érica de Paula, conta a realidade obstétrica brasileira, caracterizado por ser o país com o maior número de cirurgias cesarianas no sistema privado, que chega a 95%. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a recomendação é que o número de partos por procedimentos cirúrgicos seja de 15%.

O documentário traz relatos de especialistas na área e experiências de mulheres a partir de seus partos. A produção de sua segunda parte foi financiada colaborativamente pelo site Benfeitoria e tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2015.

 

Por Renata Teixeira para a disciplina de Jornalismo Online