O feitio de roupas sob medida, uma arte que vem se aperfeiçoando há séculos, tem conquistado um público cada vez mais exigente. Quando constituída para o mercado interno, na Europa, tornous-e uma profissão masculina: os alfaiates. No século XVII, um grupo de costureiras fez pressão junto ao rei Luís XVI para que fossem liberadas para entrar no mercado. Foi então que aconteceu a separação entre alfaiates e costureiras, segundo a professora de História Nikelen Witter. “Alfaiates fariam roupas para os homens e as costureiras farão as roupas das mulheres”.A profissão foi consagrada por Rose Bertin, no século seguinte, pela costureira que se tornou a criadora do estilo da Rainha Maria Antonieta.
Além de tornar real algo que foi pensado, a costura sob medida traz o requinte de detalhes a dedicação e a paciência, tornando a peça uma obra de arte. Paulo Brasil, que atua há 30 anos com moda, iniciou criando estilo para fábricas. Hoje trabalha para uma loja de tecidos na cidade onde cria peças para clientes e, em paralelo, tem se dedicado ao ateliê particular onde atende uma clientela que só vem aumentando.
A produção é feita da cabeça aos pés. Paulo cria desde vestidos à sapatos sob medida, o trabalho é feito toda a mão sem formas prontas.
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Segundo o estilista, a profissão vem crescendo porque as pessoas querem se sentir cada vez mais especiais com a sua roupa. “A moda se torna mais interessante para pessoa quando tu faz a tua roupa do teu jeito, isso que está acontecendo na moda: as pessoas não querem mais essa coisa que elas veem na internet, elas querem mudar e serem únicas e a moda te proporciona isso.Criar um estilo teu e trabalhar em cima daquilo”, comenta.
Para se trabalhar com confecção, além de saber costurar tem que ter criatividade. Foi justamente esse mundo criativo e cheio de mudanças que a cativou Danieli Genari Rodrigues, formada em Técnico em Design de Moda pela Universidade de Passo Fundo. “Cada corpo tem uma diferença e as roupas em série muitas vezes não comportam. Ter exclusividade e liberdade para compor uma peça do seu jeito,torna o processo mais interessante.“
Para Izabel Favarin Conceição, que se considerada perfeccionista, “o valor dos vestidos prontos são muito caros, a variedade é pouco e repetitiva e ao optar por um ateliê, o modelo sai exatamente como esperado”, enfatiza.
Cada profissional tem uma maneira de trabalhar, e o que faz a diferença entre um profissional e outro é atenção ao cliente, a vontade de ajudar a criar algo único e também o tipo de técnicas empregadas. “Trabalhar com rendas exige uma dedicação muito grande, costuras que fiquem invisíveis, efeitos na renda, ampliação de ramos, tudo isso requer paciência e longo tempo de dedicação para que se possa valorizar a peça“, explica a costureira Maria Cleoniza que há 16 anos dedica-se ao trabalho com rendas e tecidos nobres.
Natalie Aires, para a disciplina de Jornalismo Online.